DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 1º-12-12

NO BLOG DO EGÍDIO SERPA


Caos urbano, o desafio de Roberto Cláudio


Deve o prefeito eleito de Fortaleza esquecer, agora, a festa de Réveillon da Praia de Iracema, pois se trata de um problema da findante gestão municipal.

O foco de Roberto Cláudio – que venceu a eleição com uma lista enorme de promessas, algumas de muito difícil realização – deve centrar-se na busca de soluções técnicas viáveis para o caos urbano.
Uma viagem da Aldeota até a Mister Hull dura, no horário de pico, quase uma hora.
E durará mais ainda se a engenharia da PMF não extrair de sua prancheta novos caminhos para o ir-e-vir dos autos.
Se o transporte coletivo fosse eficiente, a questão teria fácil solução. Mas não é.
A Linha Leste do Metrofor ajudará, mas sua construção vai demorar no mínimo cinco anos.
A construção da Linha Sul já dura 13 anos.

E a Marcosa foi vendida para a Sotrek


Tradicional revenda da Caterpillar no Nordeste, a empresa cearense Marcosa – com 65 anos de atuação no mercado de máquinas pesadas – foi mesmo vendida.
Seus donos – a família Martin – venderam-na para para a Sotrek, de Minas Gerais.
Por um valor não revelado.
Os mineiros já assumiram o comando da Marcosa, cujo nome deverá mudado, o que será ruim para os seus novos donos, uma vez que se trata de uma marca valiosa e respeitada.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Reportagem mostra que relação íntima de Lula com Rose iniciou há 19 anos

Foto
TEMPERAMENTAL, ELA ATÉ HUMILHA SUBORDINADOS, REVELA O JORNAL
Rosemary Nóvoa de Noronha, a "Rose", ex-chefe de gabinete da Presidêcia da República em São Paulo, mantém relacionamento íntimo com o ex-presidente Lula há cerca de 19 anos, segundo confirma reportagem do jornal Folha de S. Paulo deste sábado. Ela fez viagens internacionais com o ex-presidente todas as vezes (trinta ocasiões) que a então primeira-dama, Marisa Letícia, não integrava a comitiva. A folha confirma várias informações publicadas neste site, como o fato de "Rose" jamais constar da lista oficial da comitiva, viajando no avião oficial do presidente praticamente como clandestina. Segundo o jornal, "em muitas vezes, Rose seguia em voos da equipe que desembarca antes do presidente da República para preparar sua chegada". A reportagem conta também que, nas viagens internacionais, "seguranças que guardavam a porta da suíte presidencial nas missões fora do Brasil registravam ao superior imediato a presença da assessora. Oficiais do cerimonial elaboravam roteiro e mapa dos aposentos de modo a permitir que o presidente não fosse incomodado." O perfil traçado mostra que "Rose" tem temperamento difícil e era dada a humilhar subordinados, quando certa vez ordenou que serviçais limpassem vinte vezes o chão do escritório da presidência, até que ela o considerasse limpo.

‘Rose’ se juntou
aos ‘aloprados’
da Bancoop

Dona de imóvel no bairro da Bela Vista, a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary de Noronha comprou na Mooca dois apartamentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários, a Bancoop, acusada na Justiça de desvio de fundos ao PT. A filha, Mirella, ex-funcionária fantasma de estatal, mora em outro, no mesmo condomínio de dois ‘aloprados” acusados do suposto dossiê contra José Serra, em 2006, e onde a CUT também tem imóvel.

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Ninho

Investigados pelo Ministério Público Federal, Osvaldo Bargas e José Carlos Espinoza moram no “Torres da Mooca”, onde a PF bateu.

Parceiros

Lula também comprou uma cobertura triplex da Bancoop no Guarujá (SP), em nome de d. Marisa, como a coluna revelou em junho de 2008.

Desinteresse

As comissões especiais onde tramitam o projeto que pune empresas corruptoras e a Reforma Política não saem do lugar. Falta quórum.

Bye, bye, boquinhas

O PSB marcou data para largar as muitas boquinhas que ocupa no governo petista do DF: quinta-feira, dia 6.

Adjunto da AGU
foi acusado em
contrato suspeito

O procurador José Weber Holanda, ex-adjunto de Luis Inácio Adams (AGU), antes da operação “Porto Seguro já havia sido acusado, quando procurador-geral do INSS, por um contrato suspeito com a CTIS, empresa de informática de Brasília citada em outros escândalos. A mesma CTIS presta hoje serviços à AGU para manutenção de computadores, apesar tenha servidores concursados para o serviço.

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Dilma estuda substituto para Adams

FotoDILMA QUER TIRAR ADAMS E RESTAURAR A CREDIBILIDADE DA AGU
A presidenta Dilma Rousseff já estuda alguns nomes para ocupar o cargo que possivelmente será deixado pelo advogado-geral da União, Luís Adams. Ela quer optar por alguém que “moralize” a cúpula da instituição, como o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto. Dilma cogita também colocar a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, ou até mesmo o controlador geral da União, Jorge Hage, no cargo. Beto Vasconcelos, cotado para suceder Adams anteriormente, parece estar fora do páreo agora – já que ele teria redigido o Projeto de Lei (PL) da AGU junto com o ex-adjunto José Weber Holanda. A Polícia Federal (PF) suspeita que este projeto tenha sido feito a mando da quadrilha de Paulo Vieira, da Agência Nacional de Águas, que comprava relatórios de funcionários públicos para favorecer empresas privadas. Pelo projeto que eles emplacaram, pessoas não concursadas poderiam exercer cargos na Advocacia Geral da União. Além disso, o texto obriga advogados concursados a darem pareceres de acordo com a ordem do chefe. Adams ainda não deu explicações sobre a nomeação de Weber, que já havia tido sua ida para AGU vetada pela própria Dilma, quando exercia o cargo de ministra da Casa Civil, no governo Lula.

Em nome da rosa

Amigos do casal contam que a influência de Rose provoca estresse entre d. Marisa e Lula desde 2008, quando a ex-primeira dama deixou  o Alvorada após uma discussão. Ficou três meses em São Paulo.

Ele não sabe o que diz

O secretário de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, não sabe o que diz quando culpa o cliente explorado pela TAM, por comprar de “última hora” uma passagem para o Nordeste por R$ 5 mil. Ele deveria saber que compras antecipadas estão frequentemente “indisponíveis”.

Conta salgada

O Tribunal de Contas da União deveria cobrar explicações da Advocacia Geral da União sobre os alugueis de seus prédios, pagando em alguns casos somas mensais milionárias, como em Brasília.

Pergunta na plateia

Terá sido “brinde” ou castigo a amiga de Lula, Rose Noronha, ganhar um cruzeiro com a dupla Bruno e Marrone cantando o tempo todo?


NO BLOG DO NOBLAT

Triste piada, por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo
A constatação do que o que o ministro Guido Mantega considerava em junho “uma piada” é simplesmente triste realidade, o crescimento do PIB brasileiro este ano por volta de 1%, talvez menos até, dá a dimensão da crise em que estamos metidos, sem aparentemente haver luz no fim do túnel.
O governo parece perdido em suas ações pontuais, e se aparentemente está fazendo tudo para criar um ambiente favorável ao crescimento econômico — redução de juros, desvalorização do Real, redução do custo da energia elétrica, desoneração da folha de pagamentos de alguns setores, investimento em infraestrutura — é justamente a maneira como age para alcançar esses objetivos que cria um clima de desconfiança no empresariado e inibe investimentos.
As intervenções no sistema bancário para abaixar os juros, e agora a negociação na base da mão de ferro com as concessionárias de energia elétrica para conseguir uma redução de 20% na casa do consumidor, anunciada em cadeia nacional, são exemplares dessas intervenções que, se têm objetivos louváveis e desejáveis, representam bem o espírito controlador deste governo, que assusta quem tem que investir e receia ficar exposto aos humores da “presidenta”.
Ao mesmo tempo, quem se coloca contra as investidas governamentais corre o risco de ser execrado como responsável pelas altas taxas de juros ou pelo custo estratosférico das tarifas de energia. É o uso desse sistema de pressão na opinião pública que faz com que a imagem da presidente Dilma para alguns se aproxime da de Cristina Kirchner na Argentina, embora a comparação seja tão exagerada quanto comparar Lula a Chavez.
Mas o relacionamento quase amigável com figuras tão caricatas da política regional e, mais que isso, certas proximidades de pensamento, fazem com que as comparações não sejam tão descabidas, embora longe de se tornarem realidade.
Mesmo que se anuncie um governo pró-mercado, é através de intervenções setoriais e não de reformas que se tenta alcançar objetivos.
Leia a íntegra em Triste piada

PIB baixo no 3º trimestre expõe 'herança maldita'

Analistas dizem que Dilma sofre ao tentar corrigir erros da gestão anterior, que deixou de investir em infraestrutura e na qualificação de mão de obra
VEJA Online
A falta de políticas consistentes para áreas cruciais da economia ao longo dos oito anos de governo Lula foi apontada por economistas ouvidos pelo site de VEJA como um dos motivos que levou o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro a apresentar a taxa pífia de crescimento de 0,6% no terceiro trimestre.
Embora tenha conduzido a política econômica de forma responsável – principalmente a monetária, menos por mérito pessoal e mais por ter relegado o trabalho ao ex-presidente do BC, Henrique Meirelles –, o antecessor de Dilma Rousseff pouco fez para elevar a produtividade e ampliar os investimentos no país.
Diante disso, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o volume de investimento na economia doméstica, mostrou nesta sexta-feira a quinta redução trimestral consecutiva. As consequências da inação de Lula também começam a ser notadas no segmento de serviços, cuja expansão dá sinais de esgotamento graças ao "apagão" de mão de obra, isto é, a escassez de profissionais qualificados decorrente da péssima estrutura de ensino brasileira.
Em outras palavras, o PIB divulgado nesta sexta-feira é a perfeita tradução da 'herança maldita' deixada pelo ex-presidente à sua sucessora.
Ciente dos desafios estruturais que tinha para resolver, a presidente Dilma Rousseff assumiu a Presidência da República com notória disposição. O problema, dizem os economistas, é que suas opções, salvo poucas exceções, não foram nada felizes.
Grosso modo, ela optou por uma política que conjuga fechamento da economia – com controle sobre o câmbio, imposição de tarifas sobre importados, etc – com políticas de curto prazo para tentar induzir o crescimento – os chamados pacotes, como a desoneração da folha de pagamento, o IPI reduzido dos automóveis, entre outras medidas.
Também o chamado tripé macroeconômico (cambio flutuante, regime de metas de inflação e equilíbrio fiscal), que visa manter a inflação controlada, foi aparentemente abandonado. Com isso, ela tem colhido apenas perda de competitividade e redução dos investimentos.
Fausto Macedo, Estadão
A juíza federal Diana Brunstein, titular da 7.ª Vara Federal Cível em São Paulo, indeferiu o pedido de tutela antecipada, na ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) para que a União e o Banco Central retirassem, no prazo de 120 dias, a expressão "Deus seja louvado" de todas as cédulas de real que fossem impressas a partir de então.
De acordo com o Ministério Público Federal, a expressão contida nas cédulas viola os princípios da laicidade, da limocional de Rose
Convocado por Lula, Márcio Thomaz Bastos é o coordenador da operação montada às pressas para impedir que o ex-presidente sofra perdas e danos irreparáveis em consequência do escândalo da vez.
Cumpre ao ex-ministro da Justiça evitar que os irmãos larápios Paulo e Rubens Vieira falem o que não devem ─ e, sobretudo, impedir que Rosemary Noronha conte tudo o que sabe.
A nota divulgada por Rose, por exemplo, foi concebida pelo doutor que transformou o Ministério da Justiça em departamento jurídico dos mensaleiros e tentou, durante sete anos, livrar da cadeia a quadrilha de estimação do governo. Fracassou, informa o desfecho do processo julgado pelo Supremo Tribunal Federal. E pode naufragar outra vez nesta primavera.
Três advogados já recusaram o convite para assumir oficialmente a defesa da ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo. Preferiram ficar fora do caso depois de informados sobre o estado emocional da amiga íntima de Lula.
A temperatura da mais perigosa caixa-preta do Brasil está próxima do ponto de combustão. Não há jurista capaz de controlar incêndios decorrentes desse tipo de explosão.

Para levar nome de Vieira à Casa Civil, Rose usou contato com Dirceu

Alana RizzoFábio Fabrini e Fausto Macedo, Estadão
Uma sequência de e-mails interceptados pela Polícia Federal revela como a ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha (foto abaixo), usou a proximidade com o ex-ministro José Dirceu para emplacar a nomeação de Paulo Vieira como diretor da Agência Nacional de Águas (ANA).
Rose queria que Dirceu, afastado do governo desde 2005 após o escândalo do mensalão, influenciasse a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na escolha de Vieira para o posto. Os documentos fazem parte do inquérito da Operação Porto Seguro, que desarticulou a organização que vendia pareceres técnicos de órgãos da administração pública.
“Surgirão agora em meados de abril duas vagas. Pelo que consegui observar, quem vai definir mais a questão é a Dilma. A pessoa que acho que consegue fazer esse pedido a ela, de forma eficaz, é o JD. Na minha opinião, um pedido pessoal seu ao JD, tratando a questão como de interesse pessoal seu, ganha muito mais força”, sugere Paulo Vieira em e-mail de 25 de março de 2009.



‘Eu só fui a ponta do iceberg’, diz delator da venda de pareceres

O Globo
Cyonil Borges (foto abaixo), o ex-auditor que denunciou à Polícia Federal (PF) a venda de pareceres no governo federal, enfrenta sindicância no Rio e afirma que há pressão para encontrar falhas em sua vida e desacreditar acusações. Enquanto isso, diz viver cotidiano de tensão.
- Uma coisa é pegarem você no “flagra”, e você ter que provar que nada fez. Outra é, espontaneamente, levar fatos à PF, com documentos e provas. Provas, aliás, que continuei amealhando após a denúncia, afirma



Imprensa estrangeira destaca relação de Lula com Rosemary

O Globo
A imprensa estrangeira repercutiu, nesta sexta-feira, os desdobramentos da operação Porto Seguro, realizada pela Polícia Federal. Para o "New York Times", o novo escândalo, que se tornou público após as condenações do julgamento do mensalão, mostra que a "corrupção ainda está arraigada no sistema político brasileiro".
Referindo-se ao "Rosegate", o jornal destaca, ainda, a proximidade da ex-assessora da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Ao longo dos anos, a Sra. Nóvoa de Noronha ganhou destaque nos círculos governamentais graças à sua proximidade com o presidente Lula", diz o texto, que cita ainda o recebimento de passaporte diplomático por ela e as viagens internacionais com o ex-presidente. 


ANS divulga lista de operadoras de planos de saúde que serão fechadas

Estadão
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou ontem a lista de operadoras de planos de saúde que terão as atividades encerradas por causa de graves problemas econômico-financeiros e administrativos. Os usuários desses convênios têm até 60 dias para solicitar a portabilidade especial de carências para outras operadoras.
Com a decisão, o consumidor fica desobrigado de cumprir a permanência mínima no plano de saúde 
Este tipo de portabilidade, em vigor desde abril de 2011, possibilita ao usuário mudar para um convênio compatível com o anterior em situações especiais.


Juíza mantém 'Deus seja louvado' nas cédulas de real

Fausto Macedo, Estadão
A juíza federal Diana Brunstein, titular da 7.ª Vara Federal Cível em São Paulo, indeferiu o pedido de tutela antecipada, na ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) para que a União e o Banco Central retirassem, no prazo de 120 dias, a expressão "Deus seja louvado" de todas as cédulas de real que fossem impressas a partir de então.
De acordo com o Ministério Público Federal, a expressão contida nas cédulas viola os princípios da laicidade, da liberdade religiosa e o da legalidade.



Em junho, Mantega ironizou previsão de que país cresceria 1,5% no ano

Lucianne Carneiro, O Globo
De piada a sonho distante. O banco Credit Suisse reduziu, em junho, sua previsão para o crescimento da economia brasileira de 2% para 1,5% em 2012. Na época, o Boletim Focus do Banco Central ainda estimava expansão de 2,3% do PIB este ano, e a revisão provocou rebuliço.
Principalmente por causa da reação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que não se fez de rogado e classificou como “piada” a estimativa de 1,5%.
— Acho que é uma piada. Vamos crescer muito mais — disse o ministro no dia seguinte à divulgação do relatório do banco suíço, que já citava a desaceleração do investimento. 




NO BLOG DO CORONELEAKS

A "namorada" do Lula.

Uma triste passagem de bastão marcou a política brasileira na semana passada: saiu de cena um escândalo político; entrou outro. De um lado, o Supremo Tribunal Federal fez história ao definir as penas dos condenados do mensalão. Treze dos réus, incluindo o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, vão para a cadeia em tempo integral – uma rara ocasião na história brasileira em que poderosos pagarão por seus crimes. De outro lado, uma nova personagem irrompeu na cena política nacional:Rosemary Nóvoa de Noronha, ou Rose. Falando em nome de um padrinho político poderoso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rose trabalhou pela nomeação de vários afilhados no governo federal. 

Ao se dirigir a diretores de empresas estatais ou órgãos do governo, Rose frequentemente se apresentava como “namorada” do ex-presidente. Um dos afilhados de Rose, Paulo Vieira, foi preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Porto Seguro, acusado de chefiar uma quadrilha que cobrava propinas de empresários, em troca de pareceres jurídicos favoráveis em Brasília – fosse no governo, nas agências reguladoras ou no Tribunal de Contas da União. Rubens Vieira, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), irmão de Paulo e outro dos afilhados de Rose, também foi preso. Tão logo o caso veio a público, na sexta-feira dia 23 de novembro, Rose foi exonerada do cargo que exercia, como chefe do gabinete da Presidência em São Paulo.
“CHEFÃO” Em e-mail, Rosemary avisa Paulo Vieira que falou com o “chefão” sobre sua nomeação para a diretoria da Agência Nacional de Águas. O chefão era o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: reprodução)“CHEFÃO”
Em e-mail, Rosemary avisa Paulo Vieira que falou com o “chefão” sobre sua nomeação para a diretoria da Agência Nacional de Águas. O chefão era o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: reprodução)

Como foi possível que Rose, uma simples secretária do PT, acumulasse tanto poder e prestígio, a ponto de influenciar nos rumos do governo federal – e causar tamanho salseiro? “A investigação demonstra que o poder de Rose advinha da relação dela com Lula. Não há elementos, entretanto, de que o ex-presidente soubesse disso ou tivesse se beneficiado diretamente do esquema”, afirma uma das principais autoridades que cuidaram do caso. “Lula cometeu o erro de deixar que essa secretária se valesse da íntima relação de ambos”, afirma um amigo do casal Lula e Dona Marisa. “Deveria ter cortado esse caso há muito tempo.” 

Os autos do processo, de que ÉPOCA obteve uma cópia integral, e entrevistas com os principais envolvidos revelam que:

1) Lula, ainda presidente da República, prestou – mesmo que não soubesse disso – três favores à quadrilha. Por influência de Rose, indicou os irmãos Paulo Vieira e Rubens Vieira para a direção, respectivamente, da ANA e da Anac. Lula, chamado em e-mails de “chefão” ou “PR” por Rose, também deu um emprego no governo para a filha dela, Mirelle;
2) A quadrilha espalhou-se pelo coração do poder – e passou a fazer negócios. Os irmãos Vieira, aliados a altos advogados do PT que ocupavam cargos no governo, passaram a vender facilidades a empresários que dependiam de canetadas de Brasília;
3) Rose, gabando-se de sua relação com Lula, tinha influência no Banco do Brasil. Trabalhou pela escolha do atual presidente do BB, Aldemir Bendine, indicou diretores (um deles a pedido de Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT condenado no caso do mensalão), intermediou encontros de empresários com dirigentes do BB e obteve um contrato para a empresa de construção de seu marido;
4) Despesas do procurador federal Mauro Hauschild, do PT, ex-chefe de gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli e, depois, presidente do INSS, foram pagas pela quadrilha. É uma situação similar à do recém-demitido número dois da Advocacia-Geral da União (AGU), José Weber Holanda – que, segundo a PF, recebeu propina;
5) A PF, mesmo diante das evidências de que Rose era uma das líderes da quadrilha, optou por não investigá-la. Não pediu o monitoramento das comunicações de Rose e não quis detonar a Operação Porto Seguro no começo de setembro, quando a Justiça autorizara as batidas e prisões. Esperou até o fim das eleições municipais.

De acordo com o relato feito a ÉPOCA por um alto executivo que trabalhou na Companhia das Docas do Porto de Santos (Codesp), Rose evocava sua relação com Lula para fazer indicações e interferir, segundo seus interesses, nos negócios da empresa. Nessas ocasiões, diz o executivo, Rose se apresentava como “namorada do Lula”. “Ela jogava com essa informação, jogava com a fama”, diz ele. Lula fez três favores à quadrilha dos pareceres enquanto era presidente da República  

Uma história contada por ele ilustra o estilo de atuação de Rose. Em 2005, uma funcionária da Guarda Portuária passou a dizer na Codesp que fora indicada para o cargo porque era amiga da “namorada do Lula”. O caso chegou ao conhecimento da direção do Porto de Santos. Um diretor repreendeu a funcionária e chegou a abrir uma sindicância para apurar o fato – e ela foi demitida. O executivo conta que, contrariada, Rose ligou para executivos para cobrar explicações e reafirmou o que a amiga havia dito: “Eu sou a namorada do Lula”. 

Os executivos acharam que ela blefava. “No começo, a gente não sabia que ela era tão forte”, diz um deles. No Porto, ela foi responsável pelas indicações de Paulo Vieira e do petista Danilo de Camargo, ligado ao grupo do ex-ministro José Dirceu no PT. Os dois passaram a atuar em parceria com Valdemar Costa Neto, o deputado pelo PR condenado à prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do mensalão, responsável por indicar o presidente da Codesp.

Um dos interesses desse grupo era perdoar uma parcela da dívida da empresa transportadora Libra com a Codesp. O valor da dívida era de R$ 120 milhões. O acordo foi fechado no Ministério dos Transportes, então controlado pelo grupo ligado a Costa Neto, e contou com o aval de Camargo, presidente do Conselho de Administração. O PT de Santos, liderado pela ex-prefeita Telma de Souza, ficou revoltado com os termos do acordo e resolveu cobrar explicações de Camargo. Novamente Rose entrou em ação para defender os interesses da Libra, do PR de Costa Neto e de Paulo Vieira. Na ocasião, diz o alto executivo, ela evocou novamente o nome de Lula. Nos telefonemas que dava aos petistas contrários ao perdão da dívida, afirma ele, Rosemary sempre mencionava o então presidente.

Rose tem 57 anos, começou jovem na militância política e sua turma, dentro do PT, é uma turma das antigas. Seus principais interlocutores no partido, além de Lula, são Paulo Frateschi, secretário de organização do PT, e os já mencionados Camargo e Dirceu. Rose trabalhou como assessora de Dirceu nos anos 1990. Acompanhou de perto sua ascensão à presidência do PT. No total, foram 12 anos de parceria. Foi no período em que trabalhava com Dirceu que Rose conheceu Lula. Em fevereiro de 2003, com Lula no Planalto, Rose se tornou assessora especial do gabinete regional da Presidência em São Paulo. 

Em 2005, tornou-se chefe da unidade. Seu poder no partido foi crescendo. Ela fazia triagem informal dos currículos de candidatos a cargos do segundo escalão. Nessa época, começou a exercer influência também no Banco do Brasil. Rose trabalhou, de acordo com políticos e executivos do setor bancário, pela indicação de Aldemir Bendine para a presidência do BB.

A proximidade com Bendine permitiu que Rose, em 2009, conseguisse um emprego para José Cláudio Noronha, seu ex-marido. Noronha ganhou a vaga de suplente no Conselho de Administração da Aliança Brasil Seguros, atual Brasilprev. De acordo com as investigações da PF, Paulo Vieira forjou um diploma de curso superior para que Noronha cumprisse uma exigência da Brasilprev e assumisse a vaga. Em agosto do ano passado, o mandato de Noronha foi renovado.

Rose era também próxima de Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT condenado a oito anos e 11 meses de prisão no caso do mensalão. Os dois costumavam tomar café no Conjunto Nacional, centro comercial próximo ao prédio do gabinete da Presidência. A pedido de Delúbio, segundo executivos do BB, ela usou sua proximidade com Bendine para conseguir a nomeação de Édson Bündchen para a superintendência do BB em Goiás, em setembro passado.

Rose circulava tão bem no BB que pairava acima das disputas fratricidas entre seus diretores. Era próxima também de Ricardo Flores, ex-vice-presidente de crédito e ex-presidente da Previ, o bilionário fundo de pensão dos funcionários do banco. Flores e Bendine travaram embates corporativos constantes e são considerados inimigos. Isso nunca impediu Rose de se sentir segura para pedir favores a ambos. Em 25 de março de 2009, Rose pediu a Flores que examinasse um pedido de empréstimo de cerca de R$ 48 milhões da empresa Formitex. Era um desejo de Paulo Vieira – na época, ele ainda não era diretor da ANA. 

“Gostaria que encaminhasse esses dados técnicos ao Dr. Ricardo (Flores) e, se possível, conseguisse uma agenda para o Dr. César Floriano”, diz Paulo em e-mail para Rose que consta do inquérito policial. Floriano era um dos empresários que bancavam a quadrilha. Em 17 de agosto de 2009, Rose encaminha outro e-mail a Paulo em que pergunta se “aquele assunto do Flores foi resolvido”. Poucos minutos depois, Paulo responde: “As coisas com o Flores estão caminhando bem, ele tem sido muito legal e parece que vamos avançar bastante” (leia o e-mail abaixo).
O poder de Rose era maior do que parecia (Foto: Fabio Motta/Estadão Conteúdo e Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)
De acordo com a investigação da PF, além do emprego para o ex-marido, Rose usou seus contatos no BB para ajudar o atual, João Vasconcelos. Documentos apreendidos pela polícia na casa de Rose, em São Paulo, mostram que a construtora de Vasconcelos, a New Talent, obteve um contrato de R$ 1,1 milhão – sem licitação – com a Cobra Tecnologia, subsidiária do BB. Tratava-se de uma obra de adequação e reforma do novo centro de impressão da empresa em São Paulo. 

Mais uma vez, Rose recorreu a Paulo Vieira para forjar documentos. A Associação Educacional e Cultural Nossa Senhora Aparecida, mantenedora da faculdade de propriedade de Vieira em Cruzeiro, São Paulo, emitiu um falso atestado de capacidade técnica para a New Talent conseguir o contrato com a Cobra. Em maio de 2010, funcionários da Cobra encaminharam a Vasconcelos o contrato com a New Talent.

Reportagem de Capa da Revistá Época. Clique nas imagens para ampliar e ler.


Que escândalo!

Capa da Veja que está chegando às bancas.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Jornal decide contar ao leitor o que os jornalistas e o governo sabiam há muito: Lula e Rosemary, no centro do novo escândalo, eram amantes desde 1993

Um homem público ter uma amante é ou não assunto relevante? Nos EUA, basta para liquidar uma carreira política, como estamos cansados de saber. Foi um caso extraconjugal que derrubou o todo-poderoso da CIA e quase herói nacional David Petraeus.
Desde quando estourou o mais recente escândalo da República, todos os jornalistas que cobrem política e toda Brasília sabiam que Rosemary Nóvoa Noronha tinha sido — se ainda é, não sei — amante de Lula. Assim define a palavra o Dicionário Houaiss: “Amante é a pessoa que tem com outra relações sexuais mais ou menos estáveis, mas não formalizadas pelo casamento; amásio, amásia”.
Embora a relação fosse conhecida, a imprensa brasileira se manteve longe do caso. Quando, no entanto, fica evidente que a pessoa em questão se imiscui em assuntos da República em razão dessa proximidade e está envolvida com a nomeação de um diretor de uma agência reguladora apontado pela PF como chefe de quadrilha, aí o assunto deixa de ser “pessoal” para se tornar uma questão de interesse público.
O caso, com todos os seus lances patéticos e sórdidos, evidencia a gigantesca dificuldade que Lula sempre teve e tem de distinguir as questões pessoais das de Estado. Como se considera uma espécie de demiurgo, de ungido, de super-homem, não reconhece como legítimos os limites da ética, do decoro e das leis.
Outro dia me enviaram um texto oriundo de um desses lixões da Internet em que o sujeito me acusava de “insinuar”, de maneira que seria espúria, uma relação amorosa entre Rose e Lula. Ohhh!!! Não só isso: ao fazê-lo, eu estaria, imaginem vocês!, desrespeitando Marisa Letícia, a mulher com quem o ex-presidente é casado. Como se vê, respeitoso era levar Rose nas viagens a que a primeira-dama não ia e o contrário.
Mas isso é lá com eles. A Rose que interessa ao Brasil é a que se meteu em algumas traficâncias em razão da intimidade que mantinha com “o PR”. Lula foi o presidente legítimo do Brasil por oito anos. A sua legitimidade para nos governar não lhe dava licença para essas lambanças. Segue trecho da reportagem daFolha. Volto para encerrar.
*
A influência exercida pela ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, no governo federal, revelada em e-mails interceptados pela operação Porto Seguro, decorre da longa relação de intimidade que ela manteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rose e Lula conheceram-se em 1993. Egressa do sindicato dos bancários, ela se aproximou do petista como uma simples fã. O relacionamento dos dois começou ali, a um ano da corrida presidencial de 1994.
À época, ela foi incorporada à equipe da campanha ao lado de Clara Ant, hoje auxiliar pessoal do ex-presidente. Ficaria ali até se tornar secretária de José Dirceu, no próprio partido. Marisa Letícia, a mulher do ex-presidente, jamais escondeu que não gostava da assessora do marido. Em 2002, Lula se tornou presidente. Em 2003, Rose foi lotada no braço do Palácio do Planalto em São Paulo, como “assessora especial” do escritório regional da Presidência na capital. Em 2006, por decisão do próprio Lula, foi promovida a chefe do gabinete e passou a ocupar a sala que, na semana retrasada, foi alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal.
Sua tarefa era oficialmente “prestar, no âmbito de sua atuação, apoio administrativo e operacional ao presidente da República, ministros de Estado, secretários Especiais e membros do gabinete pessoal do presidente da República na cidade de São Paulo”. Quando a então primeira-dama Marisa Letícia não acompanhava o marido nas viagens internacionais, Rose integrava a comitiva oficial. Segundo levantamento da Folha tendo como base o “Diário Oficial”, Marisa não participou de nenhuma das viagens oficiais do ex-presidente das quais Rosemary participou.
(…)
Procurado pela Folha, o porta-voz do Instituto Lula, José Chrispiniano, afirmou que o ex-presidente Lula não faria comentários sobre assuntos particulares.
EncerroComo se vê, Lula considera Rosemary um “assunto particular”, o que soa como confissão. Só que ela era chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo. O Brasil pagava o salário do “assunto particular” do Apedeuta. Ainda assim, ela poderia ter sido uma funcionária exemplar. Não parece o caso…
É um modo de ver a República. O mesmo Lula que classifica a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo de “assunto particular” não distingue a linha que separa o interesse público de seus impulsos privados.
PS – Não deixem que a sordidez da história contamine os comentários. Há sempre o risco de se ultrapassar a linha do decoro em temas assim. Façam o que Lula não fez.

Rosegate – Investigada intermediou operação de crédito no Banco do Brasil

Por Fábio Fabrini e Alana Rizzo, no Estadão:Do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha operou para que uma das empresas envolvidas no esquema de compra de pareceres obtivesse crédito de R$ 48 milhões no Banco do Brasil (BB). Acusada pela Polícia Federal de tráfico de influência no governo federal, a ex-chefe de gabinete conseguiu ainda que uma subsidiária da instituição contratasse construtora de sua família por R$ 1,12 milhão.
O inquérito mostra que Rosemary marcou reunião do empresário Carlos César Floriano, do grupo Formitex, com o ex-vice-presidente de crédito do banco, Ricardo Flores. O objetivo era facilitar a ampliação das linhas de financiamento do grupo, que controlava a empresa Tecondi, envolvida na compra de relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) para ocupar áreas do Porto de Santos.
A PF interceptou e-mails nos quais Rosemary acerta com o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira a aproximação do empresário com o banco. Numa das mensagens, de 25 de abril de 2009, ele explica que o Formitex mantinha no BB crédito de R$ 85 milhões, mas pretendia ampliá-lo.
(…)
Flores é amigo de Rosemary e, assim como ela, militante do PT. Ele ocupa hoje a presidência da Brasilprev, companhia de previdência privada do BB. De acordo com o inquérito, o encontro de fato ocorreu na data combinada. Em e-mail enviado a Floriano 12 dias depois, Vieira pede informações sobre a reunião, “ocorrida na terça-feira”, recebendo a seguinte resposta: “Esta semana é que deveremos ter alguma manifestação sobre a reunião da semana passada”.
Quando as negociações começaram, Flores ainda era vice-presidente de governo do banco. Ele assumiu a área de crédito em 23 de abril de 2009. Na véspera, Rosemary explicava a Vieira que seus pleitos seriam atendidos após a nomeação: “Seus dois pedidos não dependem de mim, mas estão muito bem encaminhados. Eu já te avisei que só serão resolvidos após a posse na nova diretoria, que é amanhã”.
Questionado, o BB não se pronunciou, alegando que operações dessa natureza são protegidas por sigilo. Fontes da instituição, no entanto, confirmam que Flores deu entrada no pedido da Formitex. Mas o crédito foi negado, em decisão colegiada. Segundo a PF, Rosemary recebia vantagens para prestar favores a Paulo. Na mesma época da negociação no banco, o ex-diretor providenciava viagem de cruzeiro para ela.
Em maio de 2010, a Cobra Tecnologia, do grupo BB, firmou contrato, sem licitação, com a construtora New Talent, registrada em nome de Carlo Alexandro Damasco Torres e Noêmia Oliveira Vasconcelos, genro e sogra da ex-chefe de gabinete. À época da contratação, o presidente da empresa era Luiz Carlos Silva, ligado a Flores.




















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