O magistrado, professor, diplomata e poeta maranhense Raimundo da Mota de Azevedo Correia (1859-1911) descreve o anoitecer de um dia, seguindo o estilo parnasianista a que pertencia, estilo este que tem como uma de suas características a descrição de algo que pode ser um objeto, um acontecimento, um fenômeno da natureza, uma paisagem etc.
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ANOITECER
ANOITECER
Raimundo Correia
Esbraseia o Ocidente na agonia
O sol… Aves em bandos destacados,
Por céus de oiro e de púrpura raiados
Fogem… Fecha-se a pálpebra do dia…
O sol… Aves em bandos destacados,
Por céus de oiro e de púrpura raiados
Fogem… Fecha-se a pálpebra do dia…
Delineiam-se, além, da serrania
Os vértices de chama aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia…
Os vértices de chama aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia…
Um mundo de vapores no ar flutua…
Como uma informe nódoa, avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua…
Como uma informe nódoa, avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua…
A natureza apática esmaece…
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula… Anoitece.
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula… Anoitece.
(Colaboração enviada pelo poeta Paulo Peres – site Poemas & Canções, publicado na Tribuna da Internet de 12-11-12)
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