DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 22-11-12
NO BLOG ALERTA TOTAL
NO BLOG DO EGÍDIO SERPA
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Dólar subindo de cotação rapidamente. Risco de inflação aumentando no curto e médio prazos. Grandes empresas estatais (de economia mista) – como Petrobrás e Eletrobrás - perdendo muito valor de mercado e descumprindo metas. Desaceleração nos investimentos privados, por desconfiança na conjuntura e por insegurança jurídica. Sinal de provável queda de consumo, já que famílias se endividam cada vez mais e começam a enfrentar dificuldades de crédito para fazer compras.
Eis o resumido panorama do Capimunismo brasileiro – repleto de problemas de má gestão, por incompetência ou excesso de corrupção governamental e empresarial. Tudo é uma herança dos 16 anos de poder de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. O pepino, estragando, está há dois anos na mão da Presidenta Dilma Rousseff – que tem tudo para ser atrapalhada por uma crise nunca antes enfrentada por seus antecessores na História deste País.
O Governo Dilma aposta no ilusionismo e na constante propaganda enganosa de que o Brasil avança e por nada será afetado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, finge tranquilidade e alega que o movimento de valorização do dólar está relacionado ao aumento da apreensão no mercado internacional em relação ao desempenho das economias europeias e norte-americana. Curiosamente, o Banco Central do Brasil não intervém no mercado, e deixa o dólar flutuar. Em apenas duas semanas o dólar saiu de R$ 2,03 indicando que deve ficar em R$ 2,10 ou subir ainda mais.
Dilma pode ser vítima do clima virando na economia. Nunca custa lembrar que as crises de verdade, sentidas no bolso pela pela massa ignara, são capazes de desestabilizar governos sem objetivos concretos, como o dela. O Brasil não promove uma reforma tributária de verdade. Fica apenas na ilusória concessão de isenções pontuais de impostos. O Governo coveiro continua se metendo demais nos negócios – liberando crédito, a juros ainda altos, apenas para os parceiros que farão a grana retornar, na forma de mensalões, para os mesmos corruptos de sempre no plantão da politicagem.
Aliás, Dilma também tem tudo para se dar muito mal com modismo globalitário de “combater a corrupção custe o que custar”. A desgraça corruptora sempre beneficiou os grandes negócios nas áreas pública e privada. Mas agora, como prejudica os grandes oligopólios transnacionais, se transformou em ação de marquetagem global. Dilma moldou seu discurso ao modismo, mas pode acabar vítima das suas próprias palavras falso-moralistas em um governo hegemonicamente dominado por mensaleiros profissionais.
Todo mundo sabe como funciona o prostíbulo capimunista tupiniquim segundo a vontade do cafetão globalitário. Um governo corrupto como o nosso pode ser derretido a qualquer momento. Mas a turma do Governo do Crime Organizado não precisa ficar tão tensa. Afinal, o atual esquema será substituído por outro novo esquema, também corrupto, só que em menos intensidade e aparentemente mais sob controle dos patrões da oligarquia financeira transnacional.
Os controladores são como donos de cassino. Nunca perdem, porque simplesmente tomam conta do jogo. Apenas para iludir os incautos apostadores, ou jogadores viciados, fingem que ocorrem crises econômicas – por eles fabricadas. Quando a massa ignorante e os especialistas que pensam saber alguma coisa caem no conto do vigário, os controladores promovem a mudança das peças da jogatina. E tudo parece que muda, para ficar a mesma coisa.
A crise preocupa Dilma. Por isso, a missão pessoal dela, imediata, é se credenciar como “confiável” ao Poder Real Mundial. Nessa conjuntura, sua tendência é cada vez mais se descolar da turma de tradicionais mensaleiros petralhas que sobrevivem e se locupletam em seu entorno. O dilema concreto da Dilma é que tal missão se torna praticamente impossível. Se fugir do PT, ela cai (refém) no colo do PMDB. E como é uma mera peça de tabuleiro pode ser facilmente trocada por outra, sem problemas, na hora que for conveniente ao sistema globalitário.
Sobre um real, concreto e verdadeiro combate à corrupção, leia, abaixo, o artigo de Mtnos Calil, do Instituto Mãos Limpas Brasil: "Não me engana, que eu não gosto"
Palhaçada só na telona
Semana passada, Dilma Rousseff avisou à cúpula petralha que “não era palhaça” por não ter sido comunicada do teor nazi do manifesto que o PT vomitou contra o Supremo Tribunal Federal e em defesa dos mensaleiros condenados.
Ontem à noite, o cineminha do Palácio da Alvorada passou o sensacional filme “O Palhaço” – no qual a Embratur investirá U$ 50 mil em táticas internacionais de promoção.
A fantástica obra do autor e diretor Selton Mello, que estava na festinha palaciana, foi escolhida para representar o Brasil na categoria de melhor filme estrangeiro do Oscar 2013.
O anúncio dos indicados acontecerá dia 10 de janeiro, e “O Palhaço” tem tudo para emplacar uma estátua na cerimônia de premiação do Oscar, que acontece no dia 24 de fevereiro, em Los Angeles.
Filminho Chapa Branca
Argentinos são brindados hoje com a estreia, em 120 salas de cinema, do documentário oficialesco "Néstor, la Película".
Bancado pelo Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais, com recursos do falido Estado argentino, a produção pinta de cor de rosa a vida do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), que morreu de um ataque cardíaco em outubro de 2010.
Dirigido por Paula de Luque, o filme sai bem na hora em que a viúva Cristina Kirchner vive seu momento de maior impopularidade e faltando três semanas para o chamado 7D - data estipulada pela inquisição argentina para que o grupo Clarín se ajuste à legislação, acatando cláusulas antimonopólio e abrindo mão de parte de suas licenças de rádio e televisão.
Hermanos azarentos
A maré de azar dos argentinos é das maiores.
Embora jogando muito bem, a fortíssima seleção de futebol da Argentina perdeu ontem, nos pênaltis, para a nossa “sele-flu” o título de campeão do Superclássico.
Sorte do Mano Menezes que afasta as chances de ser destituído do cargo de treinador do time da CBF.
Dia do Super Barbosa
Hoje é dia de discurso de combate à corrupção...
Trata-se da coisa mais previsível na posse de Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal.
Só se espera que o primeiro negro a assumir o mais alto posto do Judiciário tenha mesmo a coragem de fazer andar o Processo Investigatório 2.474 que corre em estranho sigilo e dormita desde 2007 no STF.
A ação levantou 77 volumes de informações que revelam as relações de negócios entre o PT e o Banco BMG, com Luiz Inácio Lula da Silva no meio de tudo...
A culpa é da Rita
Por falar em filminho, faz o maior sucesso nas redes sociais um vídeo produzido pelo jornal O Globo – que mais parece um recado direto aos corruptos de plantão no governo.
O jornalista Ricardo Noblat demonstra como é impossível dissociar Lula do Mensalão:
Palavra de Especialista
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.
NO BLOG DO EGÍDIO SERPA
Amanhã, dia 23, sexta-feira, das 10 horas às 11h30min, na rua Irineu de Souza, 305, no bairro Colônia, no Oeste de Fortaleza, a SK Bombas – do empresário Ricardo Castro Alves – fará uma demonstração de operação do protótipo de uma mini-usina que transforma lixo em CDR – Combustível Derivado de Resíduos – e em fertilizante orgânico, ambos com características físico-químicas adequadas e prontos para imediato uso.
No processo, após a seleção dos recicláveis (vidros, plástico, papel, papelão, bateria etc), fica claramente demonstrado que o material restante passa a ser incolor, sendo convertido naqueles subprodutos.
O processo evita o chorume e o meu cheiro e gera só 5% a 10% de material residual inerte, conforme a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Um exemplo de como vai a crise econômica e financeira que castiga e desemprega na Espanha:
Sua principal companhia aérea – a Iberia – está demitindo 4.500 funcionários, incluindo pilotos, cujos salários estão sendo reduzidos em 40%.
A Iberia também anuncia que fechará suas bases de operação em Barcelona, Palma de Mallorca e Las Palmas.
Na Espanha, um em cada quatro trabalhador já perdeu seu emprego e, agora, só tem uma saída: deixar o País em busca da sobrevivência.
O Brasil é uma das alternativas.
NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Eike ganha
R$ 267 milhões
com fracasso estatal
Com os R$ 267 milhões que o BNDES vai injetar na fábrica de semicondutores SIX, de Eike Batista, o governo federal soma quase R$ 1 bilhão investidos no “Vale do Silício” tupiniquim, que ainda não produziu um só tablet. Inaugurada por Lula em 2009, a estatal de chips Ceitec, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, já consumiu mais de R$ 600 milhões com a promessa de “impulsionar” a microeletrônica.
Cybertartaruga
A Ceitec virou pé de página, com atrasos no cronograma, problemas de transferência de tecnologia e de gestão num setor altamente deficitário.
Tô fora
O alemão Eduard Weichselbaumer, que presidia a estatal, se mandou para a Califórnia em 2010, criticando “aparelhamento” e “defasagem”.
CPMI: parlamentares entregam
amanhã relatório individual a Gurgel
Os parlamentares insatisfeitos com o relatório da CPMI do Cachoeira, apresentado nesta quarta-feira (21) pelo deputado Odair Cunha (PT-MG), adiaram para amanhã a entrega de um relatório individual ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel – que passou o dia no julgamento do mensalão, sem poder atendê-los. Desta forma, os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) e os deputados Rubens Bueno (PPS-PR) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS) estão com audiência marcada com Gurgel para a entrega do documento. “Foi uma CPI com pouco conteúdo, que encobre o que é fundamental: o envolvimento de agentes políticos com a construtora Delta”, justificou hoje à Coluna o senador Randolfe Rodrigues.
Voz do bom senso
A senadora Ana Amélia (PP-RS) critica o Fórum Social Palestina Livre, que o governador Tarso Genro (PT) banca em Porto Alegre, dia 28, em pleno conflito no Oriente Médio: “Relações diplomáticas são políticas de Estado e um gaúcho, Osvaldo Aranha, reconheceu Israel em 1948”.
NO BLOG DO NOBLAT
Merval Pereira, O Globo
A votação hoje do arremedo do relatório final da CPI do Cachoeira vai dar uma boa medida sobre a situação da moral vigente no Congresso Nacional. Ficará explícito se a maioria governista existe para coonestar qualquer ação fraudulenta liderada pelo PT ou se, pelo contrário, alguns dos partidos aliados ainda têm independência para não colocar seus nomes em documentos como aquele, que dá um fecho farsesco apropriado a todo um processo que nunca deixou de ser falso, a começar de sua gestação.
Todo mundo sabia desde o começo que a CPI do Cachoeira foi criada sob inspiração do ex-presidente Lula e do hoje réu condenado José Dirceu com objetivos bastante claros: desmoralizar a oposição, o procurador-geral da República Roberto Gurgel e o que chamam de mídia, a fim de tentar atingir a credibilidade do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal.
Não deu certo porque a farsa não teve força para encobrir as revelações que foram surgindo, dia após dia, no STF, e também porque no desenrolar da CPI surgiu um fato insuperável na figura do empreiteiro Fernando Cavendish e sua construtora Delta.
A partir da revelação do relacionamento do empreiteiro com figuras notáveis do governismo, como os governadores do Rio, o peemedebista Sérgio Cabral, e de Brasília, o petista Agnelo Queiroz, e a atuação suprapartidária do bicheiro Carlinhos Cachoeira em vários estados brasileiros, em ligação estreita com a Delta, a maioria governista viu que não seria possível continuar as investigações da CPI sem dar vários tiros no pé.
Durante o desenrolar da CPI, alguns deputados e senadores independentes do PDT, PMDB, PSOL resistiram bravamente aos avanços petistas vocalizados por figuras patéticas usadas como “laranjas” para ações de vingança contra o procurador-geral da República e a revista “Veja”, na figura de seu redator-chefe Policarpo Junior.
Leia a íntegra em Pizza famiglia
Maria Lima, O Globo
Às vésperas da posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), que ocorrerá nesta quinta-feira, o ex-ministro José Dirceu, principal réu do mensalão, chegou na terça-feira à capital federal para arregimentar apoios.
Segundo interlocutores, Dirceu resolveu partir para o ataque. Em almoço que reuniu 15 deputados petistas na casa do líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), Dirceu pediu a mobilização dentro e fora do PT, nos segmentos organizados, principalmente movimentos jovens, estudantis e formadores de opinião, para esclarecer “pontos nebulosos” do processo de julgamento da ação penal número 470.
Leia mais em Petistas fazem almoço de desagravo a José Dirceu
O Globo
O ministro Joaquim Barbosa determinou que testemunhas de defesa do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), réu do processo do mensalão mineiro, sejam interrogadas em até 40 dias a partir da notificação da decisão.
Entre as testemunhas a serem ouvidas estão o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), e o ex-ministro Ciro Gomes. Barbosa expediu a ordem na quarta-feira aos juízes de primeira instância destacados para auxiliar o STF no processo. O mensalão mineiro foi apontado pela Procuradoria Geral da República como o laboratório do mensalão do PT.
O Globo
O relatório da CPI do Cachoeira cita 12 jornalistas que, para o relator Odair Cunha (PT-MG), tiveram contato com a organização de Carlinhos Cachoeira.
Ele propôs o indiciamento de cinco por formação de quadrilha. Quatro deles são de veículos da imprensa goiana. O quinto é Policarpo Júnior, chefe da sucursal de Brasília da "Veja". Leia na íntegra a nota de esclarecimento que a revista emitiu nesta quinta-feira:
"Ao pedir o indiciamento do jornalista de VEJA Policarpo Júnior, o relator Odair Cunha, do PT de Minas Gerais, não conseguiu esconder sua submissão às pressões da ala radical de seu partido que, desde a concepção da CPI, objetivava atingir a credibilidade da imprensa livre por seus profissionais terem tido um papel crucial na revelação do escândalo do “Mensalão” – o maior e mais ousado arranjo de corrupção da história oficial brasileira.
Isabel Braga, O Globo
Por 14 votos a dois, foi aprovada nesta quarta-feira numa comissão especial do Congresso Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que dá às polícias o direito privativo de atuar em investigações criminais, retirando do Ministério Público o poder de apurar crimes.
Os deputados da comissão não mantiveram, nem mesmo, a exceção para a atuação do Ministério Público em investigações de crimes contra a administração pública ou cometidos por organização criminosas, aberta pelo relator da PEC, deputado Fábio Trad (PMDB-MS).
Isabel Braga e Cristiane Jungblut, O Globo
A Câmara dos Deputados voltou a aprovar nesta quarta-feira a criação do Vale-Cultura, benefício no valor de R$ 50 a ser pago todo mês aos trabalhadores com renda mensal de até cinco salários mínimos. Desta vez, diferentemente do que ocorreu em 2010, a Câmara aprovou a proposta sem incluir os aposentados como beneficiários do vale-cultura.
A exclusão dos aposentados gerou críticas pesadas de deputados em plenário, que viram a aprovação do novo texto como uma manobra para evitar que a presidente Dilma Rousseff passasse pelo desgaste de ter que vetar essa parte da lei.
Rosanne D'Agostino, G1
Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, disse durante interrogatório no júri popular do caso Eliza Samúdio, realizado na madrugada desta quinta-feira (22), que levou de carro a ex-amante do jogador até local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, e que lá a jovem entrou em um Palio preto. "Ele ia levar ela para morrer", afirmou sobre a ordem recebida.
Ele disse à juíza que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta. Macarrão afirmou ainda que alertou Bruno sobre o que podia acontecer, mas que o goleiro pediu para ele largar "de ser bundão". "Falou que era para deixar com ele", disse o réu antes de começar a chorar no plenário.
O Globo
Em decisão aprovada no último dia 14, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o aumento de aportes do Tesouro Nacional para o BNDES, com o objetivo de financiar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O Tesouro repassa recursos ao BNDES — as chamadas subvenções econômicas —, mas não apresenta os cálculos dos subsídios embutidos nos repasses nem adota medidas de compensação para garantir o equilíbrio fiscal, o que representa “severa afronta ao objetivo principal da LRF”, diz o relatório aprovado pelo plenário do Tribunal.
NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Há quem não tenha se dado conta da gravidade dos atos praticados pelo deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira. Seu relatório tem mais importância do que parece. Ele revela a vocação do PT para construir, se não for devidamente enfrentado, um estado policial no país. Não estou exagerando, não! Ao contrário! Estou dando à coisa o nome que ela tem. Se as palavras, os conceitos e a instituições fazem sentido, então é isto mesmo: os petistas, se julgarem necessário, transformam instâncias do estado em instrumento de perseguição dos adversários.
Não é de hoje que os petistas desmoralizaram as CPIs. A dos Correios — ou do Mensalão — já exibia figuras grotescas, que lá estavam para sabotar as investigações, não para apurar o eventual cometimento de crimes contra a ordem do estado. Quem não se lembra da voz maviosa e bela da agora ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) tentando impedir, a todo custo, que se chegasse à verdade dos fatos? Coube a dois parlamentares da base governista — o senador e presidente daquela comissão, Delcídio Amaral (PT-MS), e o deputado e relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR) — zelar pela dignidade possível da comissão. Se, por causa das chicanas, não avançaram tanto quanto deveriam, fizeram, é fato, um trabalho digno.
Desde o início, como é sabido, a CPI do Cachoeira prometia se transformar em mero palco de vingança. Como esquecer aquele vídeo em que Rui Falcão, presidente do PT, afirmava: “As bancadas do PT na Câmara e no Senado defendem uma CPI para apurar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão”.
A fala, em si, era uma sandice. Afinal, qual era a relação entre Cachoeira e o escândalo do mensalão? Nenhuma! Mas Falcão estava lá a anunciar que a comissão seria usada para um ajuste de contas. No radar do partido, políticos da oposição, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel; ao menos um ministro do Supremo — Gilmar Mendes — e, evidentemente, a imprensa independente.
A CPI já começou torta, convenham! No mundo inteiro, comissões parlamentares de inquérito são instrumentos da minoria para enfrentar eventuais desmandos perpetrados pela maioria. A razão para que seja assim é óbvia: quem está no comando do estado dispõe dos instrumentos para conduzir investigações policiais, aplicar punições administrativas, exonerar malfeitores… A oposição é que tem pouca coisa. Diante de uma eventual irregularidade impune, apela, então, ao Poder Legislativo para que a investigue. Atenção, meus caros! Uma CPI proposta pela minoria, se instalada, costuma ser instrumento de aperfeiçoamento da democracia. E assim é porque a minoria não tem como esmagar a maioria. Quando, no entanto, se dá o contrário, aí a gente começa a sentir o fedor dos fascistoides. E é precisamente esse o caso.
Cunha pede, por exemplo, o indiciamento do jornalista Policarpo Júnior, da VEJA (leia nota da revista) e de outros. Polícia Federal e Ministério Público investigaram as lambanças de Cachoeira. Nem um órgão nem outro falaram em indiciamento de Policarpo porque, como deixa claro o conjunto dos fatos, nada havia de irregular na relação do jornalista com uma de suas fontes. Na raiz desse pedido — e o relatório de Cunha nem procura esconder — está o rancor contra aquilo que os petistas e os blogs e sites sujos chamam “a mídia”.
Os próprios parlamentares da base do governo — os não petistas — deram sinais claros de descontentamento com o texto, e Odair Cunha já admite revê-lo:“É uma tentativa de constrangimento de quem faz jornalismo investigativo. Tem caráter de vingança. A fiscalização do desempenho das autoridades é feita por diversas entidades públicas, mas é a imprensa que tem feito denúncias. Este relatório não tem como ser consertado”, afirmou, por exemplo, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).
Que coisa! A direção do PT emitiu há dias uma longa nota atacando o STF e a condenação dos mensaleiros. Todos os réus tiveram amplo direito de defesa. Para os petistas, mesmo assim, assistimos à ação de um tribunal discricionário. Cunha não apresenta em seu relatório um único fato, um indício miserável que seja, que deponha contra o jornalista da VEJA. E não apresentou por que não há. Mesmo assim, o relator propõe o seu indiciamento. E aproveita a oportunidade para dar algumas aulas sobre o que considera bom jornalismo: parece ser aquele em que os petistas sempre se dão bem…
Cunha adota prática mensaleira
Cunha, à sua maneira, tornou-se também um “mensaleiro”. Explico-me. Os quadrilheiros — como restou fartamente demonstrado pela CPI dos Correios, pelo Ministério Público e pelo STF — assaltaram os cofres públicos em benefício de um projeto de poder. O relator da CPI resolveu assaltar a institucionalidade em proveito desse mesmo projeto.
Odair Cunha, quem diria?, já fez história. E que história!
Luiz Inácio Apedeuta da Silva, é fato, comprou a UNE. E proprietários, como é sabido, têm direito de uso. Por isso, a entidade que já estimulou os caras-pintadas no impeachment de Collor agora lidera os caras de pau — mas com os bolsos cheios de dinheiro. Leiam o que informa José Ernesto Credendio naFolha. Volto em seguida.
A UNE (União Nacional dos Estudantes) e políticos envolvidos no mensalão preparam atos para avaliar as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e manifestar apoio aos condenados no julgamento. O presidente da UNE, Daniel Iliescu, que esteve anteontem com o ex-ministro José Dirceu em Brasília, afirma que a ideia é reunir artistas, advogados e jornalistas para fazer uma “reflexão crítica” sobre as sentenças.
Iliescu fez ontem comparação entre as penas aplicadas aos condenados e a sentença de cinco anos de reclusão, em regime semiaberto, dada ao empresário Carlinhos Cachoeira. Há, de acordo com ele, uma desproporção entre os casos. Antes reticente em confrontar o STF, a UNE agora fala em “sanha condenatória” e que o julgamento foi “negligente” em relação aos “princípios democráticos”.
“É evidente que, politicamente, os atos vão ganhar uma conotação de apoio e solidariedade”, diz Iliescu, que é ligado ao PC do B. Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino confirmaram presença em um encontro que o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), também condenado, fará amanhã para debater o mensalão.
(…)
Voltei
O que é mesmo a UNE? No dia 6 de junho deste ano, reportagem de O Globodemonstravam que a entidade, com efeito, não está longe dos mensaleiros. Ao contrário. Eles se irmanam no amor pelos cofres públicos. Relembrem. Volto para encerrar.
TCU investiga convênios da UNE com o governo federal
Por Demétrio Weber e Regina Alvarez:
Investigação do Ministério Público aponta indícios de irregularidades graves em convênios do governo federal com a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) de São Paulo. Entre 2006 e 2010, essas entidades receberam cerca de R$ 12 milhões dos cofres públicos destinados à capacitação de estudantes e promoção de eventos culturais e esportivos. No caso da UNE, o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Marinus Marsico identificou o uso de notas fiscais frias para comprovar gastos. E detectou que parte dos recursos liberados pelo governo federal foi usada na compra de bebidas alcoólicas e outras despesas sem vínculo aparente com o objeto conveniado.
Ao analisar as prestações de contas do convênio do Ministério da Cultura com a UNE para apoio ao projeto Atividades de Cultura e Arte da UNE, o procurador Marsico constatou gastos com a compra de cerveja, vinho, cachaça, uísque e vodca, compra de búzios, velas, celular, freezer, ventilador e tanquinho, pagamento de faturas de energia elétrica, dedetização da sede da entidade, limpeza de cisterna e impressão do jornal da UNE. Além disso, encontrou diversas notas emitidas por bares em que há apenas a expressão “despesas” na descrição do gasto.
No fim de maio, o procurador formalizou representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que a Corte investigue o uso dos recursos federais repassados à UNE e à UMES, entre 2006 e 2010. O alvo da representação são 11 convênios, seis da UNE e cinco da UMES, celebrados com os seguintes ministérios: Cultura, Saúde, Esporte e Turismo. O valor total desses convênios é de R$ 8 milhões, destinados a projetos variados que vão desde a capacitação de estudantes de ensino médio até a realização de duas edições da Bienal de Artes, Ciência e Cultura da UNE. Marsico deu destaque a sete convênios — seis da UNE e um da UMES — no valor de R$ 6,5 milhões, que, segundo ele, concentram os “principais achados”.
(…)
Voltei
Vão dizer que a UNE não tem moral para defender Zé Dirceu e a quadrilha toda… Tem, sim!
O PT emite mais um sinal de que vai tentar levar adiante a proposta de instituir no país o financiamento público de campanhas eleitorais. Se acontecer, é mais um assalto ao erário —e, pois, ao bolso do contribuinte. Leiam o que informa oEstadão. Volto depois.
Lei eleitoral é a mãe da corrupção, diz ministro
Por Vera Rosa:
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, chamou ontem o financiamento privado de campanha de “maldito” e disse que a lei eleitoral é a “mãe da corrupção”. Ao participar de um seminário para movimentos sociais, no Palácio do Planalto, Carvalho pregou a reforma política e afirmou que o governo enfrenta contradições internas em relação à necessidade de democratização do Estado.
“Não há outra saída se nós, de fato, não pensarmos numa profunda reforma do Estado e numa reforma política, que ataque e enfrente as questões táticas e estratégicas. Tática é esse maldito financiamento privado de campanha, essa legislação eleitoral que é, a meu juízo, a mãe da corrupção. É onde tudo começa”, disse o ministro.
Sem citar o termo mensalão, Carvalho não escondeu a mágoa com a condenação de antigos companheiros pelo Supremo Tribunal Federal, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. “Nós, que estamos sofrendo esse processo que se passa no Judiciário, sabemos a dor de tudo isso”, argumentou.
Questionado depois pelo Estado sobre o fato de ter se referido à atual lei como “mãe da corrupção”, Carvalho voltou a defender mudanças. “O sistema eleitoral, do jeito que está estruturado, estabelece a dependência dos candidatos com o poder econômico”, afirmou. No seminário intitulado “Participação Social e Democratização do Estado: o papel político dos movimentos sociais”, o ministro elogiou a Lei da Ficha Limpa e destacou que o financiamento público de campanha e o voto em lista são “essenciais” para a prática da política decente.
(…)
Voltei
Por uma questão de lógica elementar, no dia em que a doação de recursos privados for proibida, a única consequência será o aumento do… caixa dois! Os petistas estão querendo enfiar uma vez mais a mão no bolso do contribuinte. A doação de recursos públicos a partidos teria de ser feita segundo um critério. Provavelmente, recorrer-se-ia ao tamanho da bancada dos partidos na Câmara — o que, é evidente, seria bom para o PT.
Finalmente, há a sugestão de que o mensalão só existiu porque há o financiamento privado. Não há nexo ou relação de causa e efeito entre uma coisa e outra. Os parlamentares e partidos, como é sabido, foram comprados com dinheiro sujo — público e estatal (vide a dinheirama do Banco do Brasil).
Por que o mensalão não poderia ter existido, com todas as suas características, ainda que houvesse financiamento público? A fala de Carvalho é só mais um desses golpes na lógica e na política a que o PT se dedica com afinco.
NO BLOG DO CORONELEAKS
A imprensa informa que o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, tomara que inadvertidamente, irá receber um abaixo assinado organizado por um blog, composto de 5.000 assinaturas virtuais e 10.000 que "curtiram" no Facebook. O gesto do ministro é tresloucado. Se ele tivesse lido o que lá está escrito, passaria longe de tal homenagem. Os elogios que recebe, no mais das vezes, trazem ofensas inaceitáveis aos seus pares no STF. Se Lewandowski leu e aceitou tal conteúdo, é porque, efetivamente, tem grande simpatia pela ala mais podre e corrupta do PT. O que nos permite pensar as piores coisas a respeito.
Abaixo, o texto insado e absurdo do "manifesto":
"Tardiamente, cumpre ao Blog da Cidadania fazer uma homenagem a um homem que, desafiando os poderes imensuráveis que colocaram seus pares no STF de joelhos,deu ao Brasil uma aula de decência e coragem.
O carioca Enrique Ricardo Lewandowski, de 64 anos, desde o primeiro momento do julgamento da ação penal 470 não se vergou a pressões, a intimidações, a insultos e à chacota.
Foi atacado, ridicularizado, achincalhado, difamado pela grande imprensa e até por grande parte dos seus pares no STF, sobretudo quando absolveu José Dirceu da condenação por corrupção ativa, e rejeitou a tese, jamais provada, de que o PT teria “comprado votos”.
Ao justificar seu voto absolvendo Dirceu, recorreu ao principal teórico da atualidade sobre a teoria jurídica usada para condenar o ex-ministro, o alemão Claus Roxin, que, segundo Lewandoski, divergiria da interpretação da maioria esmagadora do STF sobre o Domínio do Fato.
Em 11 de novembro de 2012, passadas as condenações com base nessa teoria, o jornal Folha de São Paulo publica entrevista do teórico alemão que repudia a interpretação que os pares de Lewandoski deram ao seu trabalho.
Os ministros Carlos Ayres Britto, Cezar Peluzzo, Carmem Lúcia, Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber e Celso de Mello, portanto, trocaram o julgamento da história pelo julgamento da mídia e da opinião publicada.
Até José Antonio Dias Tóffoli, apesar de nadar contra a maré quanto a Dirceu, em algum momento se deixou intimidar. Lewandoski, não. Permaneceu e permanece firme, impávido, em defesa do Estado de Direito.
Não é fácil fazer o que fez esse portento de coragem e decência. O grupo social que esses ministros freqüentam é impiedoso, medíocre e, não raro, truculento. E se pauta exclusivamente pela mídia.
Os aplausos fáceis que Joaquim Barbosa auferiu com suas cada vez mais evidentes pretensões político-eleitorais jamais seduziram Lewandowski, que desprezou o ouro dos tolos e ficou ao lado da verdade.
Convido, pois, os leitores deste blog a escreverem suas homenagens ao ministro Lewandowski, as quais lhe serão enviadas, com vistas a se contrapor aos ataques rasteiros e covardes que ele vem sofrendo."
Abaixo, alguns "apoios" que, com certeza, envergonhariam qualquer ministro do STF que deles tivessem conhecimento:
<Ministro Levandowski
Parabéns pela conduta exemplar, no mais sórdido capítulo da história do STF.
Manifesto apoiado!
Justiça se faz com regras claras e definidas e não ao sabor dos ventos e para saciar a sede de vingança dos abutres das grande Mídia!
O único juiz, de fato, no STF. Os demais são marionetes vaidosas do PIG. Loucas por poder, fama e holofotes. Uma vergonha para o direito!
Infelizmente esse manifesto é uma prova irrefutável da falta de parcialidade da maior corte do Brasil! O STF, o Sr. Barbosa se curvaram a máfia da mídia Brasileira, uma verdadeira vergonha!
Parabéns MINISTRO Lewandowski.
Ainda tem ministros no STF e não apenas SINISTROS.
Estamos com ele, único juiz sensato num tribunal de loucos vaidosos.>
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Senhores e senhoras, este é o nível dos "apoios" que Lewandowski vai receber. Alguém avise o ministro!
NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Inconformado com a descoberta de que daqui a poucos meses só poderá conversar com alguns companheiros nas visitas dominicais à cadeia, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, transformou-se no crítico mais feroz do ministério da Justiça, comandado por José Eduardo Cardozo. Em entrevistas e artigos, o homem que administra há dois anos o sistema carcerário governado há dez por gente do PT anda colérico com a situação do sistema carcerário.
Neste domingo, Cardozo resumiu a paisagem carcerária num parágrafo do texto que assinou na página 3 da Folha de S. Paulo: “Celas abarrotadas, violência, degradação, ofensas a direitos humanos, ausência de políticas que propiciem a reinserção social dos detentos. Nossos estabelecimentos penais se transformaram em escolas de criminalidade. Do lado de dentro dos seus muros nascem e florescem organizações criminosas que comandam o narcotráfico e praticam abomináveis atos de violência que aterrorizam a população.”
E o que tem feito o ministro para tornar menos apavorantes o que chama de “masmorras medievais”? “Em novembro de 2011, lançamos um ousado programa de auxílio aos Estados visando à ampliação e a construção de unidades prisionais até 2014 no valor de R$ 1,1 bilhão de reais. Considerando as 24 mil vagas já contratadas e as 42 mil que contrataremos no governo Dilma, temos por meta entregar 66 mil vagas, zerando o histórico déficit existente para mulheres presas e retirando presos de delegacias”.
O articulista garante que são visíveis a olho nu notáveis mudanças na paisagem: “Já entregamos, até a presente data, 7.106 vagas, estando já em execução de obras a criação de mais 16.000 vagas. Para o enfrentamento do crime organizado, em cooperação com os Estados, temos ainda oferecido vagas nos sistema penitenciário federal (832) para presos de alta periculosidade, com excelentes resultados”.
Quer dizer que as coisas melhoraram, certo? Calma no Brasil, recua Cardozo: “Nosso sistema prisional não deixará de ser medieval, da noite para o dia”. Seria injusto esperar que Cardozo transformasse masmorras em hospedarias no prazo de 24 horas. Ocorre que o governo do PT cuida da política carcerária há 10 anos. Nesse período de tempo, o que era péssimo ficou pior. E não há perigo de melhorar: desde que assumiu o cargo, o ministro usou só um quinto da verba destinada à melhoria do sistema penitenciário.
Como entender o funcionamento de uma cabeça dessas? Melhor nem tentar, recomenda a foto republicada na seção Vale Reprise. A imagem eterniza o momento em que o advogado paulista instalado no mais antigo dos ministérios escavou um largo buraco na agenda para encontrar-se com o ídolo teen Justin Bieber. Jamais se soube o teor da conversa. Pelo que Cardozo tem declarado ou escrito, é improvável que tenha havido uma troca de ideias. O ministro não tem ideia nenhuma para trocar.
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