DA MÍDIA SEM MORDAÇA 05-11-12

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO



Réus do mensalão
podem ir até o 
fim do mandato

Condenados por maioria no Supremo Tribunal Federal, os deputados réus do mensalão João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) podem concluir o mandato na Câmara antes de ir para prisão. Segundo especialistas, após a condenação e a definição das penas – processo chamado de dosimetria –, os ministros precisam publicar o acórdão, de seis mil páginas, revisado por todos.

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Governo teme falta de combustível

O governo federal já começou a traçar um plano de emergência, que envolve a ampliação da capacidade de transporte e de armazenamento, para evitar a falta de combustível neste ano. "Há uma grande preocupação com o curto prazo. O governo já sabe que será preciso um forte ajuste entre Petrobras e distribuidoras para que não ocorram problemas no fim do ano", diz Antônio de Pádua Rodrigues, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), que participa das reuniões. As reuniões tiveram início em outubro, com técnicos do Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional do Petróleo, Petrobras e representantes das distribuidoras e dos produtores de etanol. 

Só em 2014

Uma vez finalizada a dosimetria, advogados de réus do mensalão esperam adiar em pelo menos um ano o cumprimento da pena.

Leva tempo

Segundo o jurista Erick Pereira, acórdãos muito menores levam hoje cerca de quatro meses para serem revisados e publicados.

Protelatórios

A defesa também pode apresentar embargos de declaração (para esclarecer dúvidas) e infringentes, a fim de reverter a condenação.

Pergunta no PT

Afinal, Marcos Valério é um “desqualificado” agora, como disse o presidente da Câmara, Marco Maia, ou já era antes no mensalão?

Líderes da oposição querem inquérito
sobre mensalão em Santo André

Após denúncias do empresário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República (PGR), líderes do PSDB, PPS e PSOL vão pedir a abertura de inquérito para apurar a suposta conexão entre o valerioduto e o caso Santo André. Para a oposição, as declarações do operador do mensalão impõem nova investigação sobre esquema de corrupção na gestão do prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, e a possível participação de outros personagens, entre eles o ex-presidente Lula.

Câmara
também ‘dedura’
quem indaga salários

Como no Senado, também no site da Câmara dos Deputados já é possível saber os salários recebidos pelos seus servidores, muitos deles dignos de marajás, mas o pesquisado é imediatamente informado sobre a identidade e o endereço do contribuinte que busca a informação. No Senado, o “dedurismo” provocou situações de constrangimento, com servidores reagindo à curiosidade com insultos.

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A vida é bela

O ex-banqueiro Salvatore Cacciola, que viveu no Rio ora à beira-mar, ora no xilindró, não sai de Porto Alegre, onde vive a namorada. Utiliza charmoso apartamento na rua Fernando Gomes, mais conhecida como “Calçada da Fama”, promissor pólo gastronômico da capital gaúcha.

Tucanos são como irmãos

Foto
Fernando Henrique conhece bem José Serra. Por isso Itamar Franco, então presidente, chamou-o no Ministério das Relações Exteriores para opinar sobre a nomeação de Serra como ministro da Fazenda.
- O sr. pretende renunciar? – perguntou FHC.
- Não estou entendendo, ministro – respondeu Itamar, intrigado.
- É que, ao nomear Serra, o sr. vai abdicar do poder. Conheço bem o Serra, ele é da turma do “eu sozinho”, tome muito cuidado...
Assim Serra acabou queimado, e FHC virou ministro da Fazenda.


Dolce vita

Além da alegada participação de Lula e Antonio Palocci no esquema do mensalão, dá calafrios nos envolvidos o que Marcos Valério sabe das festas que organizou na famosa casa do Lago Sul, em Brasília.

Guardanapo sujo

O Ministério Público Federal abriu inquérito para investigar indícios de patrimônio ilícito do ex-subsecretário de Saúde do Rio, Cesar Romero Vianna Jr, primo da mulher do secretário Sérgio Côrtes. Cesar se envolveu no escândalo das ambulâncias superfaturadas da Toesa.

Toque de ‘Clarín’

Os argentinos vivem o tal “efeito Orloff” ao contrário: já são nós amanhã.


NO BLOG DO NOBLAT

À espera do pior, por Ricardo Noblat


O medo e o ranger de dentes parecem ter cedido lugar à cautela e à sensatez como atitudes mais indicadas para orientar o comportamento do PT diante do que está por vir – a cadeia, destino certo de alguns dos seus festejados ex-dirigentes, e a possível, embora ainda incerta, investigação sobre o papel desempenhado por Lula no esquema do mensalão.
O PT estava pintado para a guerra. Guardou as armas. Fez bem.
Deu-se, por exemplo, como definida a ausência da presidente Dilma Rousseff na posse do ministro Joaquim Barbosa, o novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula não queria vê-la por lá nem com manto, cetro e coroa. Está furioso com o rigor que tem pautado as intervenções de Joaquim durante o julgamento do mensalão.
Imperdoável, por suposto.
E pensar que Joaquim deve a Lula o cargo que ocupa... E pensar que seu nome foi selecionado por Frei Betto, assessor especial de Lula no primeiro governo dele.
Ingrato!
Afinal, prevaleceu a moderação. Dilma viajará à Espanha. Mas voltará às vésperas da posse de Joaquim na vaga a ser aberta com a aposentadoria do ministro Carlos Ayres de Britto.
Trata-se de um rito de Estado a presença do presidente da República na posse do chefe do Judiciário. Pelo menos assim entende Dilma.
O contrário seria no mínimo um desaforo. Ou para ser exato: um ato de provocação.
Presidente da República pode muito, mas não pode tudo.
A condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), um dos envolvidos no crime do mensalão, desatou no PT uma onda de ataques duros e inconsequentes ao STF.
Como se aquela corte fosse composta por homens fracos, covardes, que cedem à pressão de uma imprensa supostamente ávida por cabeças e de uma opinião pública bobinha movida a manchetes e artigos.
O barulho provocado pelo julgamento talvez fosse capaz de influenciar o resultado de uma eleição nacional. Mas a que tivemos há pouco foi local.
O PT saiu dela celebrando alguns prodígios – o único de fato retumbante, a reconquista da prefeitura de São Paulo.
É o terceiro partido em número de prefeitos. Mas é o primeiro em número de pessoas que governa.
O PMDB e o PSDB perderam prefeituras.
O PSB foi o partido que mais cresceu – 40%. Embora tenha obtido vitórias em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, se mantém um partido basicamente regional. Nordestino. Deixou de ser satélite do PT – e isso não foi pouco.
Alguém deve ter-se dado conta de que a rebelião do PT contra o STF poderia agravar a situação do partido aos olhos do distinto público e na reta final do julgamento.
Aconselhado pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, Lula reuniu-se com José Dirceu e José Genoino e ordenou que baixassem a bola. A ordem foi repassada ao deputado Ruy Falcão, presidente do PT.
Nada de nota oficial para censurar o STF. Nem de manifestações hostis promovidas pela Central Única dos Trabalhadores.
A hora é de esperar para ver no que vai dar.
O PT imaginou que o STF absolveria algumas de suas estrelas – Dirceu e Genoino com certeza. Foram condenadas.
O PT imaginou que, se condenadas, elas acabariam poupadas de cumprir pena atrás de grades. Tudo sugere que não serão.
Para completar, o ex-publicitário Marcos Valério, um dos operadores do mensalão, pediu para ser ouvido pelo Procurador Geral da República e, em depoimento assinado, disse que tem muito a revelar.


Reza o PT para que Valério não tenha como provar o que a VEJA e o jornal O Estado de S. Paulo publicaram nas últimas semanas – que Lula era o chefe do mensalão; que Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, participou do esquema da compra de apoios políticos; e que ele, Valério, enviou para o exterior dinheiro destinado ao PT.
Terá Valério abastecido ou tido acesso à caixa-mãe de todos os Caixas 2 onde o PT esconde dinheiro obtido irregularmente? Será trágico para o partido se isso tiver ocorrido.
Valério quer contar o que diz saber em troca de menos anos de cadeia. O Procurador Geral da República poderá ou não aceitar sua proposta.
Mas caso Valério formalize uma denúncia contra quem quer que seja, e desde que ela seja minimamente fundamentada, o Procurador não poderá ignorá-la. É sua obrigação providenciar para que uma denúncia de crime seja apurada.
Então talvez saberemos se Lula foi de fato apenas um idiota, um panaca, feito de trouxa por seus acólitos, alheio ao que se passava a poucos metros do seu gabinete no Palácio do Planalto.
Ou então se Lula mente ao país até hoje.

STF já avalia redução da pena de Valério

Felipe Recondo, Estadão

Os ministros do Supremo Tribunal Federal já começam a debater uma possível redução da pena do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza por causa de sua contribuição às investigações que resultaram na condenação dos acusados de integrar o esquema de pagamento de parlamentares durante o primeiro mandato do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de Valério, que entregou ao Ministério Público Federal uma lista de beneficiários dos pagamentos do mensalão, o presidente do PTB e deputado cassado Roberto Jefferson também poderá ser beneficiado com redução da pena - foi o político quem trouxe a público o esquema em 2005.

Mensalão: o dinheiro que o brasileiro nunca mais verá

Veja

A condenação dos principais mensaleiros pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pulverizou o argumento, amplamente usado por petistas, de que não passavam de “piada de salão” as denúncias de que deputados recebiam mesada para apoiar o recém-eleito governo Lula.
Ao confirmar que 25 réus terão de pagar pelo rosário de crimes do mensalão, alguns deles cumprindo pena atrás das grades, a mais alta corte do país também começou a discutir como devolver aos cofres públicos ao menos uma parte do dinheiro desviado. Essa reparação está prevista em lei, mas as ferramentas para alcançá-la não são das mais eficazes. O caminho para reaver os recursos será árduo e pode terminar em frustração.

Nem o leite das crianças escapa das fraudes contra programas sociais

Alessandra Duarte e Carolina Benevides, O Globo

No canto da casa de apenas um cômodo, Esmeralda, nascida há um ano, dorme envolta por um pano à tarde, e não é porque faz frio — estamos no semiárido paraibano, na cidade de Boa Vista. O pano é para impedir que a menina fique coberta de moscas, presenças constantes, pois, além do calor, a casa não tem banheiro nem fossa. A família “vai aqui do lado no mato”, conta a mãe, Silene Ferreira da Silva (foto abaixo).
Ela tem mais três filhos, que fazem de Bibita, uma cabra da vizinha, o seu animal de estimação. É a miséria de Silene e Esmeralda que está sendo explorada por fraudes ocorridas no Programa do Leite no estado, onde 112 mil famílias de baixa renda estão sem receber o leite do programa desde maio. Naquele mês, o programa foi suspenso na Paraíba após a Operação Amalteia, da Polícia Federal, da Controladoria Geral da União e do Ministério Público Federal, descobrir fraudes como laranjas, adição de água no leite e até de soda cáustica, para estender sua validade.

Foto: Hans von Manteuffel / O Globo


A energia que o Brasil precisa gerar para crescer

O Globo e Estadão

O Brasil pode se orgulhar do título de país com a melhor matriz energética do mundo, com mais de 80% da energia provenientes de fontes renováveis. Mas o sistema vem se mostrando frágil, sujeito a frequentes desligamentos que deixam boa parte da população no escuro. A instabilidade tende a se agravar com a construção de grandes usinas em regiões distantes e sem reservatórios — por restrições ambientais.
Pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), usinas eólicas e unidades movidas a biomassa vão contribuir para manter a elevada participação das fontes de energia limpa e renovável no país, mas tornam mais complexa a operação, com riscos crescentes dos chamados “apaguinhos”.

Nova lei da internet pode gerar cerca de 17 mil processos por ano

Henrique Gomes Batista, O Globo

A discussão sobre o novo Marco Civil da internet pode afetar os direitos autorais no país, alertam entidades que representam autores, compositores, escritores e artistas. O motivo é que o projeto, da forma como está escrito, cria muita burocracia e custos para a retirada de conteúdo publicado sem autorização na rede.
Marisa Galdeman, diretora-executiva da União Brasileira dos Compositores (UBC) afirma que a nova regra pode gerar cerca de 17 mil processos judiciais por ano, de forma totalmente desnecessária. Marisa, entre outros especialistas do setor, participa na tarde de hoje de debate sobre o tema na Academia Brasileira de Letras, no Rio.

Empate em pesquisas força Obama e Romney a intensificarem esforços

Fernanda Godoy e Flávia Barbosa, O Globo

O presidente Barack Obama e o ex-governador Mitt Romney chegam à véspera das eleições americanas, nesta terça-feira, empatados nas pesquisas e com o pé na estrada para a última arrancada de comícios em estados sem inclinação partidária, que definirão o vencedor do pleito de 2012.
Com 48% das intenções de voto cada um nas últimas pesquisas ABC/Washington Post e Politico/George Washington University, e 48% para Obama e 47% para Romney na pesquisa NBC/Wall Street Journal, os candidatos trabalham nas 24 horas finais de campanha em cima do xadrez do Colégio Eleitoral. Obama tenta manter a vantagem consistente, ainda que dentro da margem de erro, em cinco dos nove estados essenciais, especialmente no Meio-Oeste, o suficiente para assegurar a reeleição. 


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Não vi no detalhe a prova do Enem. Sei que professores de cursinho divergem sobre a resposta de algumas questões, a maioria relacionada a interpretação de texto, que costuma mesmo ser terra de ninguém. Mas não vou me ater a isso agora. Quero aqui comentar o tema da redação.
Poucas pessoas se deram conta de que o Enem — quem quer tenha elaborado a prova — deu à luz uma teoria e obrigou os pobres estudantes a escrever a respeito, a saber: “O movimento imigratório para o Brasil no século XXI”. Ainda que houvesse efetivamente um fenômeno de dimensão tal que permitisse tal afirmação — não há —, cumpre lembrar que estamos apenas nos 12 primeiros anos do referido século.
“Século”, em ciências humanas, não é só uma referência temporal. É também um tempo histórico. Mais 30 anos podem se passar, sem que tenhamos chegado à metade do século 21, e podem diminuir drasticamente as correntes — que nem são fluxo nem são movimento — de migração para o Brasil. Tratar esse evento como característica de século é burrice. Provo: “O PT é o partido que mais elegeu presidentes no século XXI”. O que lhes parece? Ou ainda: “O PSDB é o maior partido de oposição do século XXI no Brasil”. Ou isto: “O PMDB, no século 21, participa de todos os governos”.
Ao estudante, são apresentados três textos de referência. Um deles trata da imigração para o Brasil no século 19 e começo do século 20 e de sua importância na formação do país. Um segundo aborda a chegada dos haitianos ao Acre, e um terceiro trata dos bolivianos clandestinos que trabalham em oficinas de costura em São Paulo.
Vejam que curioso. O examinador acabou fazendo a redação — e das ruins, misturando alhos com bugalhos. Tenta-se induzir os alunos a relacionar essas duas ocorrências recentes — a chegada de haitianos e de bolivianos — aos fluxos migratórios do passado, quando houve um claro incentivo oficial à entrada de imigrantes. Os fatos de agora não guardam qualquer relação de forma ou conteúdo com o que se viu no passado.
Mas e daí? O Enem não está interessado em rigor intelectual — e bem poucos alunos do ensino médio teriam, com efeito, crítica suficiente para estabelecer as devidas diferenças. A prova não quer saber dessas diferenças — e chego a temer que um aluno mais preparado e ousado, coitado!, possa quebrar a cara. Um ou outro poderiam desmoralizar a “teoria”, com o risco de ser desclassificado.
Na formulação da proposta, pede-se que o aluno trate do tema “formulando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos”. Assim, exige-se do pobre que, além de defender e sustentar com argumentos uma tese estúpida, ainda se comporte fomo um verdadeiro formulador de políticas públicas ou, sei lá, um especialista em populações.
Essas duas exigências foram já incorporadas às provas de redação do Enem. Muito bem: digamos que um estudante seja contrário a que se concedam vistos a quaisquer pessoas que cheguem clandestinas ao Brasil, defendendo que sejam repatriadas. Esse aluno hipotético estaria apenas cobrando respeito à lei — pela qual deve zelar o Poder Público — o mesmo Poder Púbico que realiza a prova.
Digam-me cá: a repatriação de clandestinos é uma “intervenção aceitável”, ou o estudante está obrigado a concordar com o examinador, como há de ceder que, afinal, dois mais dois são quatro? A repatriação, no caso, seguindo os passos das leis democraticamente instituídas no Brasil, caracteriza um atentado aos direitos humanos? Até agora, o próprio governo federal não sabe o que fazer com os haitianos, e o Ministério Público do Trabalho não consegue coibir a exploração da mão de obra boliviana. Por que os estudantes teriam de ter para isso uma resposta?
Atenção! Eu nem estou aqui a defender isso ou aquilo. Noto apenas que a imigração ilegal divide opiniões no mundo inteiro e que é um absurdo, uma arrogância inaceitável, que se possa, depois de inventar uma tese, estabelecer qual é a opinião correta que se deve ter a respeito, exigindo ainda que os estudantes proponham “intervenções”, porém vigiados pelo “Tribunal dos Direitos Humanos”. Aí o bobinho esperneia: “Mas defender os direitos humanos não é um bem em si, um valor em si?”. Claro que é! Assim como ser favorável ao Bem, ao Belo e ao Justo. A questão é saber que tribunal decide quando “os direitos humanos” estão ou não a ser respeitados. Eu, por exemplo, considero que seguir leis democraticamente instituídas ou referendadas, segundo os fundamentos da dignidade humana (a integridade física e moral), é uma expressão eloquente dos… direitos humanos!
A prova é apenas macumbaria multiculturalista mal digerida — não que possa haver uma forma agradável de digeri-la, é bom deixar claro! As provas de redação do Enem — e de vários vestibulares — têm cobrado que os alunos sejam mais bonzinhos do que propriamente capazes.
Não por acaso, nas escolas e nos cursinhos, as aulas de redação têm-se convertido — sem prejuízo de o bom professor ensinar as técnicas da argumentação — numa coleção de dicas politicamente corretas para o aluno seduzir o examinador. Com mais um pouco de especialização, o pensamento será transformado numa fórmula ou numa variante do “emplastro anti-hipocondríaco”, de Brás Cubas (o de Machado de Assis), destinado “a aliviar a nossa pobre humanidade da melancolia”.
É o que têm feito os professores: um emplastro antipoliticamente incorreto, destinado a “aliviar os nossos pobres alunos da tentação de dizer o que eventualmente pensam”.
Isso, como todo mundo sabe, é o contrário da educação.
A partir de hoje, começo a escarafunchar as teses de especialistas brasileiros em geografia humana e populações em busca do “Movimento Migratório para o Brasil no século 21″ — nada menos. Segundo critérios estritamente intelectuais, essa prova de redação deveria ser simplesmente impugnada.
Sei que não é conforto para os alunos que fizeram a prova, mas escrevo mesmo assim: se vocês não tinham muito o que dizer a respeito, não fiquem preocupados: vocês foram convidados a falar sobre uma falácia, sobre o nada.

A situação de Marcos Valério vai se complicando a cada dia. Seus quarenta anos de cadeia poderiam lhe acenar com uma possibilidade já nada confortável: cumprir um sexto da pena em regime fechado, depois o semiaberto… Mas ele, definitivamente, não é um réu qualquer — e não só pelo tamanho da pena.  À diferença do que afirmou Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, o mensalão NÃO É uma página virada. Continua agora em processos que correm na primeira instância. Leiam o que informa Flávio Ferreira na Folha. Volto depois.
O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou a abertura de investigação para apurar se Marcos Valério de Souza, apontado como o operador do mensalão, realizou tráfico de influência no Banco Central em favor dos bancos Rural e Econômico. A nova apuração, encaminhada para a Justiça Federal do Distrito Federal, foi decidida em agosto pelo ministro Joaquim Barbosa, após a Procuradoria-Geral da República dizer que há “indícios de que foram praticadas condutas ilícitas” nas gestões feitas por Valério no BC — que avaliava processos de socorros financeiros às instituições.
Marcos Valério já foi condenado no julgamento do mensalão a mais de 40 anos de prisão e, nas últimas semanas, tem aventado a possibilidade de revelar mais detalhes sobre esse e outros casos envolvendo petistas. A defesa do empresário enviou um fax ao STF pedindo para ele ser ouvido e relatando temer por sua vida. Ministros entenderam que a movimentação faz parte de uma estratégia de Valério para tentar reduzir as penas.
A defesa de Valério receia que a situação dele se agrave ainda mais, no futuro, com investigações desmembradas do processo do mensalão e enviadas para as primeiras instâncias das Justiças de SP, Minas e Distrito Federal. Essas apurações não ficam no STF por não envolver pessoas com foro privilegiado.
(…)
Relatório da PF (entregue em 2011) afirma que as investidas de Valério tinham como alvo os socorros financeiros ao Banco Mercantil de Pernambuco, do qual o Rural era um dos donos, e ao Banco Econômico. Esses processos estavam em curso no BC na época do mensalão. O trabalho da PF aponta que Valério fez 17 reuniões no BC entre 2003 e 2005, oito delas sobre o levantamento da liquidação extrajudicial do Banco Mercantil de PE, nas quais se apresentava como representante do Rural.
VolteiCumpre voltar ao processo de julgamento no Supremo. Essas reuniões de Valério, que negociava em nome do Banco Rural ajudaram a condenar por corrupção ativa a banqueira Katia Rabello e o ex-ministro José Dirceu.
Que instituição era o Banco Central do Brasil para receber por 17 vezes um lobista como Marcos Valério? É um vexame — para dizer pouco.


NO BLOG DO JOSIAS DE SOUSA

Em 2010, Dirceu ‘defendeu’ estatuto e regras disciplinares que o PT evita aplicar contra ele 

Em novembro de 2010, logo após a vitória de Dilma Rousseff sobre José Serra na eleição presidencial, José Dirceu concedeu uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. A certa altura, a conversa descambou para o mensalão. Um dos entrevistadores questionou o ex-chefe da Casa Civil de Lula sobre o fato de o PT não ter explicado convenientemente o escândalo. Dirceu retrucou:

“O PT não só explicou como tomou medidas disciplinares e estatutárias. Delúbio Soares foi expulso do partido. Silvio Pereira se desfiliou do PT. O PT tomou uma série de medidas estatutárias, regimentais, criou um código de ética, adotou uma série de medidas em relação ao procedimento dos seus filiados. O que não pode é um partido político como o PT, que tem 30 anos de história no país, tem um erro grave, paga por esse erro e o partido ser também demonizado por causa desse erro.” Qual foi o erro do PT?, perguntou-se a Dirceu. E ele, seco: “Caixa dois.”
O tempo passou. Decorridos seis meses da entrevista, no final de abril de 2011, Delúbio Soares foi readmitido nos quadros do PT. Com o aval de Lula, a volta do ex-tesoureiro foi aprovada pelo diretório nacional da legenda por maioria acachapante: 60 votos a 15. Na mesma reunião, elegeu-se para a presidência do partido Rui Falcão, que soou assim: “Como não existe pena perpétua, nós encaramos esse retorno do Delúbio com naturalidade”.
O tempo passou mais um pouco. José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino foram condenados pelo STF por corrupção ativa e formação de quadrilha. Para casos assim, de condenação na última instância do Judiciário, o estatuto do PT, aquele que Dirceu enaltcera na entrevista de 2010, preconiza a expulsão. A pena está prevista no item VII do artigo 231. Anota que os filiados serão excluídos da legenda quando houver “condenação por crime infamante ou por práticas administrativas ilícitas, com sentença transitada em julgado.”
Na semana passada, Rui Falcão disse que o PT não expulsará Dirceu, Delúbio e Genoino. “O estatuto não se aplica a eles”, disse. Os réus condenados não se dão por achados. As reprimendas éticas criadas pelo partido na fase pós-mensalão viraram letra morta. A entrevista daquele Dirceu de dois anos atrás virou pó. E o PT perambula pela cena política como ex-PT.
- Pressionando aqui, você chega ao vídeo com a entrevista de José Dirceu ao Roda Viva. As referências ao rigor estatutário começam aos 18min15s da gravação.

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A consciência ecológica chegou tarde. Já não há o que fazer. Foi extinto aquele espécime raro de brasileiro, o cordial. Houve tempo em que até as matas eram virgens. Hoje, violam-se até meninas indígenas.
Nos fundões da Amazônia, conta a repórter Kátia Brasil, homens brancos ‘compram’ a virgindade de índias menores –entre 12 e 15 anos— a preços módicos: R$ 20, um aparelho celular, uma peça de roupa, até caixas de bombom.
A encrenca se desenrola na cidade amazonense de São Gabriel da Cachoeira. Acionada pelas mães, a Polícia Cilvil investiga o caso há um ano. E nada. No mês passado, entrou em campo a Polícia Federal.
Ouviram-se por ora 12 meninas. Apontaram nove violadores. Entre eles comerciantes, um ex-vereador, dois militares do Exército e um motorista. Ainda não se sabe aonde vai dar o inquérito. Mas tudo aponta para uma evidência: a culpa é do Cabral.

NO BLOG ALERTA TOTAL

PCC contrata snipers de aluguel do Oriente Médio e do Leste europeu para matar policiais em São Paulo

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net 
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net  
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net 

Exclusivo - A facção criminosa que tem hegemonia no Estado de São Paulo contrata matadores de aluguel bem pagos, para cumprir a missão de assassinar policiais fora do horário de serviço. Os atiradores profissionais seriam ex-militares e snipers com experiência em forças especiais de países estrangeiros e prática de ações terroristas, principalmente do Oriente Médio e do Leste Europeu.

Além dos ataques aos policiais, alguns dos atiradores são também especialistas em bombas e ações assimétricas de guerrilha urbana. São eles quem coordenam ataques incendiários a ônibus. Também aprimoram os brasileiros na tática de difusão de boatos, para provocar medo na população). O PCC também trabalha com parceiros recrutados das FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - cujos membros são exportadores de pasta de coca e cocaína para o narcovarejo no Brasil.

O esquema de recrutamento de matadores de aluguel pelo Primeiro Comando da Capital é sigilosamente monitorado por empresas transnacionais de segurança que atuam em São Paulo e contam com especialistas em ações anti-terror. Os analistas avaliam que os atuais “sicários” do PCC são os mesmos usados nas 251 ações urbanas de terrorrismo, em maio de 2006, em São Paulo. Na ocasião, PMs, guardas municipais, famílias de policiais, seguranças privados e civis também foram alvos dos ataques e ameaças.

A especialidade dos matadores é tiro certeiro de pistola de grosso calibre, com precisão milimétrica, a partir da garupa de motocicletas. Este é o sistema mais comum e “seguro” empregado nas quase cem mortes de policiais em São Paulo. Só este ano foram assassinados 100 policiais – uns 90 PMs, sendo que apenas 5 deles em serviço fardado. O Estado responde por 43% das mortes de policiais em 2012. No Brasil, temos hoje a macabra média de um policial assassinado a cada 32 horas.

A Polícia de São Paulo é vítima de uma guerra assimétrica. A Secretaria de Segurança Pública nem pode cometer o desatino admitir o assunto publicamente. Mas investiga o esquema do PCC, que também é monitorado, em sigilo, pelas inteligências das Forças Armadas, da Polícia Federal e de empresas privadas de segurança e gerenciamento de risco. 

Até agora, nenhum matador de aluguel foi apanhado em flagrante – o que dificulta a comprovação da “tese de emprego assimétrico do terrorismo urbano”. Por isso, não se tem nem ideia precisa de quanto custa a “terceirização” de um assassino pela facção hegemônica do crime organizado em São Paulo.

O que a polícia sabe – e não divulga – é que o PCC também possuiu ramificações em milícias que promovem “serviços de segurança” em áreas perifericas da capital e cidades do interior. Neste “negócio”, o PCC “concorre” com empresas privadas de segurança ou com policiais que prestam tais serviços legalmente, nos seus horários de folga. Outro problema: o Estado se limita a praticar ações táticas contra os criminosos – e não contra a organização criminosa.

O curioso é que a ação do PCC hoje muito se assemelha ao modelo de guerrilha urbana para implantação do comunismo que o Exército brasileiro conseguiu derrotar na década de 70. Além do tráfico de drogas e dos “serviços ilegais de segurança”, o PCC usa os recursos obtidos em assaltos e sequestros para financiar suas operações – tal qual a “luta armada” do passado, cujos membros da cúpula, muitas vezes, embolsavam a grava “expropriada dos burgueses e imperialistas”.

A diferença agora é que, com o dinheiro arrecadado, o PCC presta serviços de assistência social aos seus filiados. A facção tem “planos” de assistência médica, dentária e funeral para seus membros e familiares deles. Boa parte do dinheiro também é investida em assessoria jurídica e em “bolsas de estudo” para formar estudantes de Direito. O PCC também promove melhorias nas condições de sobrevivência de seus filiados que se encontram nos presídios. 

Em suma, estruturado profissionalmente, o PCC tem chances de sustentar um movimento político-ideológico, inclusive financiando, ocultamente, candidaturas de vereadores, deputados e prefeitos. Para fugir do estigma de organização criminosa, o PCC adota o apelido de “partido”, cujo lema é “Paz, Justiça e Liberdade”. Seu líder mais famoso é Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, condenado a 44 anos de prisão por assalto a banco. 

O PCC usa a simbologia chinesa do ying-yang como bandeira. Também adota os números 15.3.3 como senha de identificação e tradução para as letras P, C e C. Com cerca de 130 mil “irmãos integrados” (terminologia que adotam entre si), o “partido” usa tatuagens específicas para qualificar seus membros. A facção tem até hino veiculado no YouTube, desde 4 de junho de 2010. Vide o link: http://www.youtube.com/watch?v=T3VAWPyXBdc 

É só cena de terror, aqui não tem perdão. Paz, Justiça e Liberdade é o lema do ladrão”...

Guerra negada

O governo de São Paulo nega a existência de uma guerra entre bandidos e a polícia na capital.

O secretário de Segurança, Antônio Ferreira Pinto, alega que não existem toques de recolher em alguns pontos de capital e em cidades da Grande São Paulo.

O fato objetivo é que, em quatro semanas, mais de cem assassinatos foram registrados na cidade e nos municípios da região metropolitana.

CSI Sampa?

O Instituto Médico Legal de São Paulo talvez seja obrigado a comprar um detetor de metais para análise do corpo humano.

Alguns mortos que chegam para necropsia no IML apresentam tantos tiros que os legistas perdem horas para dissecar os cadáveres à procura de projéteis.

Com o detetor, ficará menos complicado localizar onde estão as balas deixadas nas vítimas da guerra urbana negada oficialmente.

Hospedagem?

Desabafo da professora Mara Montezuma Assaf ao ler nos jornais que o PCC abriga em Heliópolis traficantes fugidos do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro:

“Na época em que o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro - José Mariano Beltrame - anunciou que no dia seguinte ele comandaria a invasão do Morro do Alemão, estranhei sua atitude, ainda mais que depois, durante a ação filmada pelas câmeras da Globo num helicóptero, percebi que a "porta de saída" da favela não tinha sido cercada, e que os bandidos fugiam na maior correria , indo se refugiar sabe-se lá Deus onde...Ao ser inquirido sobre sua "metodologia" ele respondeu que desta forma ele evitou a morte de muita gente, que este tinha sido seu maior ganho , e estranhei mais ainda esta resposta, pois aqueles fugitivos nunca pensam duas vezes antes de meter uma bala num policial ou mesmo num civil desarmado.Fiquei me perguntando se aqueles fugitivos não viriam buscar abrigo em São Paulo e hoje ao ler o jornal, soube que muitos criminosos do Morro do Alemão se refugiaram na favela Heliópolis a convite do PCC (Primeiro Comando da Capital). Quanta gentileza e hospitalidade! O resultado é que os homens do CV (Comando Vermelho) pagaram esta prova de amizade com a moeda mais forte que eles possuem: o repasse de seu know-how na prática da criminalidade. Por isso agora estamos vivendo este inferno em São Paulo. Sr. José Mariano Beltrame, o PT , de olho na posse do Estado de São Paulo, deve estar muito grato ao senhor ! Já para nós, paulistas e paulistanos, sua atitude foi deplorável ! Parece que alguns políticos usam as forças do crime organizado para desestabilizar governos de adversários políticos”

PCCard

Médicos legistas já encontram provas de como funciona o plano de assistência médica, odontológica e funerária bancado pelo PCC.

Vários cadáveres, crivados de balas, apresentam dentição perfeita, sem cáries, com obturações recentes, implantes e até aparelhos ortodonticos que custam nada barato.

E as famílias das vítimas reclamam à Polícia e ameaçam fazer queixa ao Ministério Público e aos grupos de direitos humanos, se o corpo (geralmente crivado de tiros) for muito mexido por quem fizer as perícias.

Leia, abaixo, o artigo de Antônio José Ribas Paiva: Raízes da violência em São Paulo.

Leia, também, nosso artigo de domingo: Como superar o Ignorante Cinismo Pragmático 
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.


NA TRIBUNA DA INTERNET

Criaram Lula para enfraquecer Brizola e a criatura fugiu do controle

Robert Silva
É impressionante o desespero dos conservadores, que criaram Lula para tirar Brizola da luta pelo poder, mas a criatura fugiu do controle dos criadores. A eleição de Haddad foi um golpe mortal.
A Tribuna, apesar do ótimo articulista, trocou a análise isenta pelo proselitismo, apostando todas as fichas no fracasso do PT em SP. A vitória do PT estava mais do que escrita. Russomano radicalizou com os evangélicos e tentou polarizar com o candidato do Vaticano, que vinha desmoralizado da campanha presidencial, especialmente por tentar emplacar no debate a obsessão da igreja para encarcerar as mulheres que praticam aborto.
Achando pouco, Serra convocou o pastor Malafaia para atacar os gays. O caminho ficou fácil para vitória do PT e, na briga de evangélicos e católicos, os gays deram o voto de minerva. O mensalão serviu só de tempero, pois os mensaleiros de São Paulo  foram todos devidamente afastados pra não contaminar a campanha do novo PT com Haddad.
Assim, o eleitor votou tranquilo, a parte podre do PT enquadrada e o projeto social resgatado. Insistir agora em atingir Lula será o suicídio político dos conservadores. Pactuaram com a violência para atingir Brizola e agora estão provando do próprio veneno.

Uma semana eletrizante. Lula era ou não o chefe do mensalão? E o caso BMG, Lula será condenado ou não?

Carlos Newton
Em matéria de novelas políticas, não faltará emoção nos próximos meses. O noticiário estará garantido nas primeiras páginas. Esta semana, a Procuradoria-Geral da República receberá o requerimento da oposição para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso,a Justiça Federal também terá de decidir se Lula será sentenciado ou não por improbidade administrativa.
Lula e o ex-ministro da Previdência Social, Amir Lando, são acusados pelo Ministério Público Federal de usar a máquina pública em favor do BMG, um dos bancos que cederam empréstimos irregulares ao PT no mensalão, segundo o ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza.
Se for aceito o pedido de delação premiada apresentado ao Supremo por Marcos Valério, ninguém sabe o que pode acontecer, porque o caso do Banco BMG, em que Lula se envolveu diretamente, é mesmo muito grave.
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FAVORECIMENTO
O responsável pelo processo de Lula e Lando é o juiz Paulo Cezar Lopes, da 13ª Vara Federal. A ação foi apresentada pelo Ministério Público em fevereiro de 2011. Segundo a procuradora responsável, Luciana Loureiro Oliveira, a irregularidade se refere ao envio de mais de 10 milhões de cartas a segurados do INSS, entre outubro e dezembro de 2004, ao custo de R$ 9,5 milhões, que informavam sobre a possibilidade de obtenção de empréstimos consignados. Após as cartas, o lucro do BMG pulou de R$ 90 milhões, em 2003, para quase R$ 280 milhões, em 2004.
Na defesa de Lula, apresentada em fevereiro, a Advocacia-Geral da União pede o arquivamento da ação, e argumenta que Lula não fez “propaganda gratuita” para o BMG, porque, quando do envio da carta, o banco concorria com a Caixa, que já estava no mercado de consignado. Mas acontece que a mensagem assinada por Lula não mencionava a Caixa.
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RÉU CONFESSO
É importante destacar que o BMG está entrando na história como réu confesso. No final de julho, a Folha de São Paulo publicou uma matéria paga do banco, que tentava rebater pontos de um a reportagem publicada na véspera, sobre os empréstimos ao PT e a agências de publicidade ligadas – diz o próprio BMG – a Marcos Valério.
O BMG admitia ter concedido empréstimos a tomadores que não possuíam conta no próprio banco. Por isso, os valores foram depositados em contas correntes em outras instituições financeiras. Trata-se de fatos sem precedente na história bancária, como assinalou Pedro do Coutto aqui no Blog, questionando:
“Quer dizer que o BMG liberava créditos para não clientes? E depositava os recursos em outras instituições? O dinheiro era creditado em outros estabelecimentos e as promissórias ficavam com quem? Qual a garantia então que o BMG possuía? Os outros bancos recebiam os recursos através da compensação? Como eram feitas as transferências?
Assunto deve ser objeto de estudo pelo aspecto de sua singularidade. Ninguém atribuiu tal operação financeira ao BMG. Ele próprio à Folha de S. Paulo pagou para divulgá-la”, destacou Pedro do Coutto.
PS – O assunto é apaixonante. Daqui a pouco a gente volta para divulgar a íntegra da carta de Lula e Amir Lando favorecendo o BMG.

O país está todo prostituído, a começar por Brasília

Francisco Vieira
O país todo está prostituído! Vejam esta reportagem de hoje,  de Gabriella Furquin, publicada no jornal Correio Braziliense:
DETENTO LIBERADO NO SAIDÃO DE FINADOS É PRESO APÓS TENTAR MATAR DESAFETO
Liberado do Centro de Prisão Provisória (CPP) no saidão do feriado de finados, um detento foi preso no sábado (3/11) em Ceilândia por volta de 0h. Ele tentou matar um desafeto na QNN 23, em Ceilândia Norte. Ao fugir da Polícia Militar, o criminoso invadiu uma casa e fez quatro moradores como reféns. Os policiais conseguiram detê-lo dentro da residência. O acusado estava armado com uma pistola .40 com mira laser.
Na Delegacia, os policiais descobriram que a arma foi roubada da casa de um policial militar em fevereiro de 2011. O CRIMINOSO POSSUI 23 PASSAGENS PELA POLÍCIA, ENTRE ELAS QUATRO HOMICÍDIOS, AMEAÇA, DESACATO, ROUBO E TRÁFICO DE DROGAS. Ontem ele foi autuado por disparo de arma de fogo, porte ilegal de arma, ameaça e cárcere privado.
1-Os nossos governantes e autoridades  venderam, prostituíram, a nossa liberdade para os bandidos de todas as classes sociais, ou porque estes podiam pagar mais ou por existir mais afinidade ideológica entre eles! Não dá para explicar o fato acima apenas dizendo que o magistrado não considerava que o indivíduo oferecia perigo à sociedade ou que ele estava em fase de “reinserção social”.
2-Os secretários de segurança deveriam estar todos presos, pois ganham polpudas gratificações vendendo um produto (segurança pública) e entregam outro ao cidadão! Só servem para andar em carrões reluzentes com seguranças armados, enquanto o povo, desarmado, é caçado feito bicho!
Ou são cínicos ou são incompetentes. Ou as duas coisas.






























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