DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 27-10-12

JORNAL O POVO


APAGÃO (CLIQUE NA MANCHETE ABAIXO E LEIA A NOTÍCIA)

Governo admite que sistema elétrico não
é confiável

Crítica da crise energética do governo FHC, Dilma agora amarga ataques da oposição. Na última madrugada, todo o Nordeste e parte do Norte ficaram no breu por quatro horas


COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Chagas: Vergonha nacional

O que dizer do apagão da madrugada de ontem, iniciado na noite de quinta-feira? Vergonha nacional, importando menos saber de quem foi a culpa. A verdade é que não dá para um país tido como a sexta economia do mundo conviver com seguidos colapsos na distribuição de energia. Dessa vez, atingindo o Nordeste e parte do Norte e do Centro-Oeste. Seria bom que o mensalão frutificasse em outras atividades: há que apurar as responsabilidades, bem como as causas. Leia mais no artigo de Carlos Chagas.

Piada comunista
O governo cubano autorizou a volta dos que fugiram. Tem o mesmo efeito de pedir ao ladrão que por favor devolva o relógio e a carteira.

Vidente

Como no outro apagão, é o caso de perguntar se não é hora de trocar o Chipp – Hermes Chipp, do Operador do Sistema Elétrico.

Luz de velas

Pergunta inspirada no Twitter, após a luz voltar: “Cadê Lampião quando o Nordeste mais precisa dele”?

Gleisi pode ficar

Melhoraram as relações da presidenta Dilma com a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que pode não retomar o mandato de senadora. O objetivo dela era cuidar da candidatura a governadora do Paraná.

Bem-querer

Dilma tem dito na intimidade que uma eventual reforma ministerial permitirá que ela se livre de quem não gosta e foi “obrigada” a tolerar no governo. E entre estas pessoas não está a ministra Gleisi Hoffmann.

Bela vista

O incêndio na cobertura de dois andares na Lagoa, Rio, revelou como morava bem Sérgio Cortes, secretário de Saúde flagrado com o chefe, governador Sérgio Cabral, na célebre farra de Paris. Com guardanapos amarrados à cabeça, ao lado de Fernando Cavendish (dono da Delta).

É mentira, Terta?

Lula levou corda à casa do “enforcado” o candidato petista Nelson Pelegrino em Salvador (BA): do alto do palanque, atacou o rival ACM Neto dizendo que “o povo não merece político mentiroso”.

Merchan na tela

Noveleiros do Planalto, fãs de “Avenida Brasil”, estão desapontados com “Salve Jorge”, que consideram um merchandising do governador Sérgio Cabral. A novela tenta dar cores amenas às favelas ocupadas pelas forças de segurança, que a propaganda chama de “pacificadas”.


BLOG DO NOBLAT

O mensalão e a cultura da impunidade (Editorial)

O Globo
Nos dias que correm, a coincidência da condenação de mensaleiros com a prisão preventiva de um banqueiro, Luiz Octávio Índio da Costa, do Cruzeiro do Sul, atende aos anseios de Justiça da opinião pública. Mas não significa que a impunidade no Brasil esteja banida, é claro.
A audiência obtida pela transmissão ao vivo das históricas sessões do STF de julgamento do mensalão indica o alto interesse no assunto. As seções de cartas dos jornais, por sua vez, estão repletas de votos esperançosos de que o fato de mensaleiros de trânsito fácil no PT e em Brasília terem sido condenados sirva de “marco zero” de uma forma ética de se fazer política no país.
Quanto mais não seja, pelo temor diante dos limites estabelecidos pela maioria dos ministros do STF para o exercício da representação pública.
Mensaleiros punidos e um banqueiro atrás das grades devido a fraudes cometidas — e que podem, cedo ou tarde, espetar uma conta no bolso dos contribuintes — aplacam a indignação pessoal diante da questão grave da impunidade na sociedade brasileira. Mas não encobrem a extensão do problema.
A questão é fazer com que o exuberante exemplo de eficácia da Justiça e de cumprimento do seu papel na democracia que vem sendo dado pelo Supremo no processo do mensalão não seja um caso único, mas se torne um padrão para os tribunais.
Bem como o Ministério Público, responsável pela formulação da denúncia contra os mensaleiros.
O mesmo vale para a ação dos organismos de Estado no caso do Banco Cruzeiro do Sul. Precisa ser a norma no tratamento de fraudes financeiras.

Os mensaleiros venceram

Guilherme Fiuza, O Globo
O Brasil continua assistindo ao julgamento do mensalão como um filme de época. O STF está prestes a dar as sentenças, e o público aplaude a virada dessa página infeliz da nossa história, quando a pátria dormia tão distraída etc. O problema é que a pátria continua dormindo profundamente.
José Dirceu, o grande vilão, o homem que vai em cana condenado pelo juiz negro, nesse duelo que faz os brasileiros babarem de orgulho, não é um personagem do passado. Está, hoje mesmo, regendo o PT no segundo turno das eleições municipais. Ainda é a principal cabeça do partido que governa o país.
E o eleitorado não está nem aí. A campanha de Fernando Haddad em São Paulo é quase uma brincadeira com o Brasil. Um candidato inventado por essa cúpula petista que só pensa naquilo (se pendurar no poder estatal) consegue uma liderança esmagadora no segundo turno.
O projeto parasitário de Dirceu, que tem Lula como padrinho e Dilma como afilhada, pelo visto não vai sofrer um arranhão com a condenação no Supremo. O eleitor não liga o nome à pessoa.
Fernando Haddad foi um sujeito inexpressivo de boa aparência colocado no Ministério da Educação para fazer política. Sua candidatura é a menina dos olhos de Lula, mais um plano esperto dessa turma que descobriu que pode viver de palanque sem trabalhar.
O fenômeno Haddad conseguiu bagunçar a vida dos vestibulandos por três anos seguidos, com erros primários no Enem, típicos de inépcia e vagabundagem. Se fosse no Japão, o então ministro teria se declarado humilhado e se retirado da vida pública. No Brasil, vira um “quadro” forte da política. 
Leia a íntegra em Os mensaleiros venceram

O voluntarismo de Barbosa, por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo
As críticas do relator Joaquim Barbosa ao sistema penal brasileiro, feitas no ardor de uma das muitas discussões com o revisor Ricardo Lewandowski, explicam seu empenho em dar penas mais pesadas aos réus, tratando cada crime separadamente, sem a preocupação de calcular a pena como um todo, no dizer do revisor.
Lewandowski alega que vê “a floresta inteira” enquanto Barbosa “olha apenas uma árvore”, dizendo que o relator não tem uma visão holística das condenações.
Ao contrário, tudo indica que é a preocupação com a pena total que leva o ministro Barbosa a ter o máximo rigor com cada um dos crimes. Ele estaria, ao cuidar de cada árvore separadamente, querendo preservar a floresta como objetivo final.
Quando Barbosa disse que, ao dar uma pena mínima para Marcos Valério em certo crime, o revisor estava “barateando” a punição, pois o réu não passaria mais que seis meses na cadeia, estava sofismando, como afirmou Lewandowski, mas tinha o objetivo de manter Valério o maior tempo possível na cadeia em regime fechado, evitando as brechas que o sistema penal brasileiro, que ele, o “New York Times” e boa parte da opinião pública brasileira consideram “risível”, proporciona aos condenados.
A mesma coisa pode-se dizer quando Barbosa ironizou o pedido do advogado de Ramon Hollerbach, sócio de Valério, para que fosse levado em conta o voto do ex-ministro Cezar Peluso, que dera pena mínima a ele na lavagem de dinheiro.
Leia a íntegra em O voluntarismo de Barbosa

Procurador-geral pede apreensão de passaportes dos réus do mensalão

Medida tem como objetivo evitar que condenados saiam do País e fujam da Justiça
Mariângela Gallucci, Ricardo Brito e Eduardo Bresciani, O Estado de S. Paulo
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu nesta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) que determine a apreensão dos passaportes dos condenados no processo do mensalão. A medida, preventiva, tem como objetivo de evitar que os réus fujam do País para escapar da prisão.

Quinto apagão em um mês afeta 50 milhões e expõe falhas de manutenção

Para ministro interino, blecaute que atingiu todo o Nordeste e áreas de Tocantins, Pará e DF, nesta sexta-feira não pode ser considerado normal. ONS descarta hipótese de sabatogem
O Globo
Depois do apagão que deixou sem energia nove estados da região Nordeste e áreas de Tocantins e Pará, afetando mais de 50 milhões de brasileiros na madrugada de ontem, o quinto em pouco mais de um mês, o governo admitiu a fragilidade do sistema de transmissão do país.
Pelas contas do ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, no entanto, teria sido o quarto apagão, desde setembro, provocado pelas mesmas causas.
Ontem, após reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), Zimmermann afirmou que o sistema está perdendo confiabilidade. Para especialistas em energia, o problema está na manutenção e na operação do sistema.

Berlusconi pode pegar 15 anos de cadeia em processo de prostituição

‘Cada um fazia o que queria’, diz Ruby, peça-chave contra ex-premier
O Globo
Peça-chave no processo de prostituição de menores contra Silvio Berlusconi, Karima el-Mahroug, mais conhecida como “Ruby Rouba-Corações”, reapareceu na imprensa para voltar a negar ter feito sexo com o ex-premier nas famosas festas bunga-bunga quando ainda era menor de idade.
Em entrevista ao programa de TV “Servizio Pubblico”, a jovem deixou claro, no entanto, que nos “jantares elegantes” do Cavaliere, as relações sexuais faziam parte das comemorações.

Foto: AFP

- Cada um fazia o que queria. Havia a típica garota mais desenvolta e outra que era menos. Se quisesse fazer, fazia, se não ficava sentada no sofá. As garotas eram todas maiores de idade e vacinadas, o único problema era eu - disse.
Berlusconi pode pegar três anos de prisão pela acusação de pagar para fazer sexo com uma prostituta menor de idade. Ele ainda enfrenta uma acusação de abuso de poder, por supostamente ter interferido para tirar Ruby da cadeia quando ela foi presa por roubo. De acordo com a Promotoria, ele teria dito aos policiais de Milão que ela era a neta do então ditador egípcio Hosni Mubarak.

Nova York se prepara para a chegada de furacão Sandy

Autoridades municipais já cogitam interromper o tráfego urbano
O Globo
Depois do estado de alerta decretado nesta sexta-feira pelo governador da Virgínia, é a vez de Nova York se preparar para a chegada do furacão Sandy - que já deixou 40 mortos nas Bahamas.
O escritório do governador Andrew Cuomo advertiu em um comunicado para a possibilidade de “chuva forte, ventos, inundações, tornados, ondas costeiras e falta de energia generalizada” tão logo a tormenta toque a terra na terça-feira.


As autoridades municipais já cogitam interromper o tráfego urbano antes da chegada da tempestade e funcionários estavam considerando fechar as linhas de ônibus e do metrô na próxima semana, uma medida que só foi tomada em 2011, com a chegada do furacão Irene.
No norte do estado, no condado de Greene, geradores e unidades de bombeamento foram implantados em zonas propensas a inundações.

Morre Menoyo, o 3º comandante estrangeiro da revolução cubana

Guerrilheiro que lutou contra Batista deixa testamento em que diz que 'a revolução naufragou'
O Globo
Morreu o galego Menoyo. E morreu em Cuba, onde queria. Após o guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara e o americano William Morgan (fuzilado em 1961), Eloy Gutiérrez Menoyo foi o terceiro comandante da revolução cubana não nascido na ilha. Nasceu em Madri, em 1934, mas lutar contra a ditadura de Fulgêncio Batista e descer a montanha em 1959 com o cargo de comandante fizeram de Gutierrez Menoyo um cubano e um guerreiro revolucionário.
Filho de republicanos militantes do Partido Socialista Espanhol, teve um irmão mais velho, José Antonio, morto aos 16 anos na frente de Majadahonda durante a Guerra Civil. Seu irmão Carlos se exilou na França e lutou contra as tropas nazistas. Depois da Segunda Guerra Mundial, se instalou em Cuba com sua família e dirigiu a tomada ao palácio presidencial contra Fulgencio Batista em 1957, ação armada em que morreu.

Foto: AFP

Gutierrez Menoyo, então, fundou a Segunda Frente Nacional de Escambray, grupo guerrilheiro independente ao de Fidel em Serra Maestra. Após o triunfo da revolução, fez parte do comando por alguns meses, mas logo foi contra o rumo socialista tomado por Fidel. Fugiu para os Estados Unidos e de lá preparou uma ação armada em 1965, que fracassou. Foi condenado a 30 anos de prisão, dos quais cumrpiu 22. Saiu em 1986 graças a movimentações pessoais de Felipe González em sua viagem à ilha.


BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Dirceu pede clemência ao tribunal que ele despreza. Então precisa ler um poema de Gonçalves Dias, ué!

A defesa de José Dirceu, cassado por corrupção pela Câmara dos Deputados e condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha pelo Supremo Tribunal Federal, encaminhou à Corte um pedido de redução de pena. O argumento principal: o “relevante valor social” do rapaz. O memorial, assinado por José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua, vejam vocês!, traz um série de depoimentos atestando que Dirceu lutou contra a ditadura e ajudou a democratizar o Brasil. Um dos que asseveram os valores do condenado é… Luiz Inácio Lula da Silva — que pode vir a ser, ele próprio, a depender das circunstâncias, um réu do mensalão (ver post de ontem).
Então fica combinado assim: ter lutado contra o regime militar, não importam a qualidade dessa luta e os meios empregados, não só dá direito à Bolsa Ditadura como também a uma espécie de “bônus” penal. Se esses novos varões de Plutarco se tornam corruptores e quadrilheiros, esse passado meritório deve ser levado em conta. É um acinte à inteligência e ao bom senso no mérito e, como diriam os ministros do Supremo, “na espécie”. Ademais, que história é essa de Dirceu pedir clemência a um tribunal que ele despreza? O nome disso é covardia!
Vamos ao mérito. Ao dosar as penas de um condenado, é claro que um juiz pode e deve levar em conta o seu passado, mas isso não se confunde com o viés evocado pela defesa de Dirceu. Se for réu primário — não tiver sido apenado antes —, com bons antecedentes, o condenado tende a receber uma punição mais branda; se o contrário, então mais dura. Com a devida vênia, a defesa de Dirceu tenta perverter esse fundamento, emprestando-lhe um viés militante, ideológico, quiçá partidário. Digam-me aqui: um outro no lugar de Dirceu, sem o seu passado de supostas glórias, deveria, então, receber uma pena maior do que a dele?
Até onde acompanho, o passado distante e o recente de Dirceu, no que concerne à sanção moral ao menos, deveriam ser usados como agravantes. Na juventude, diz-se, lutou contra a ditadura e o estado autoritário. Desde a juventude, pois, entende o significado do embate político e conhece suas balizas. Em tempos mais próximos, foi nada menos do que o segundo homem da República. Bastava estalar os dedos para que a máquina fosse posta à sua disposição. Justamente porque tinha tão grandes e tão graves responsabilidades; justamente porque concentrava tanto poder e podia mover tantas vontades, seus crimes se tornam especialmente graves.
Agora algumas considerações sobre o caso em espécie. José Dirceu — e já conversei com alguns contemporâneos seus — se especializou em adensar a própria biografia. Nunca foi um líder destemido, e disso todo mundo sabe. Mas não quero me perder nesse particular. Uma coisa é certa: a democracia que temos não lhe deve uma vírgula. Quando tentou criar um movimento à cubana no Brasil, com o seu “Molipo” (Movimento de Libertação Popular), estava em busca de democracia? Viria daí a sua “relevância social”?
O curioso é que essa linha de defesa já foi testada no tribunal pelo advogado de José Genoino, condenado por corrupção ativa (9 a 1) por um placar ainda mais amplo do Dirceu (8 a 2). Os ministros deixaram claro que seu passado não estava em julgamento. Alguns até deram a entender que, se estivesse, talvez fosse um bônus. Pegar em armas com o objetivo de instaurar uma ditadura comunista num país é uma dessas glórias que ainda estão para ser demonstradas, não é mesmo?
Agora a covardiaDirceu já emitiu uma nota pública afirmando ter sido vítima de um julgamento de exceção. Sustenta que o STF o condenou sem provas. Na sustentação oral que fez, seu advogado afirmou que sua eventual condenação seria um “ousado” ataque ao estado de direito. Muito bem! Como é que Dirceu pode pedir clemência a um tribunal de cujos critérios ele desconfia? Como pode pedir clemência a um tribunal que estaria a conduzir um julgamento de exceção? Trata-se de uma contradição inelutável, não é mesmo?
Nessas horas, sempre lembro do Canto VIII do poema “I Juca Pirama”, de Gonçalves Dias. Alguns ex-alunos meus que andam por  aí — de vez em quando, um deles me acha e se manifesta; felizmente, sempre para o bem — devem se lembrar de como eu gostava de dar aula sobre esse texto.
Reproduzo o trecho em que o pai deplora e amaldiçoa o filho que, feito prisioneiro, pediu clemência à tribo inimiga. E olhem que o jovem índio o havia feito por amor ao pai, para cuidar dele na velhice. Mas não se brinca com a honra nesses casos, disse o velho. Sabem cumé… Gonçalves Dias era um poeta romântico…
VIII
“Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste?
Não descende o cobarde do forte;
Pois choraste, meu filho não és!
Possas tu, descendente maldito
De uma tribo de nobres guerreiros,
Implorando cruéis forasteiros,
Seres presa de vis Aimorés.
“Possas tu, isolado na terra,
Sem arrimo e sem pátria vagando,
Rejeitado da morte na guerra,
Rejeitado dos homens na paz,
Ser das gentes o espectro execrado;
Não encontres amor nas mulheres,
Teus amigos, se amigos tiveres,
Tenham alma inconstante e falaz!
“Não encontres doçura no dia,
Nem as cores da aurora te ameiguem,
E entre as larvas da noite sombria
Nunca possas descanso gozar:
Não encontres um tronco, uma pedra,
Posta ao sol, posta às chuvas e aos ventos,
Padecendo os maiores tormentos,
Onde possas a fronte pousar.
“Que a teus passos a relva se torre;
Murchem prados, a flor desfaleça,
E o regato que límpido corre,
Mais te acenda o vesano furor;
Suas águas depressa se tornem,
Ao contacto dos lábios sedentos,
Lago impuro de vermes nojentos,
Donde festas como asco e terror!
“Sempre o céu, como um teto incendido,
Creste e punja teus membros malditos
E o oceano de pó denegrido
Seja a terra ao ignavo tupi!
Miserável, faminto, sedento,
Manitôs lhe não falem nos sonhos,
E do horror os espectros medonhos
Traga sempre o cobarde após si.
“Um amigo não tenhas piedoso
Que o teu corpo na terra embalsame,
Pondo em vaso d’argila cuidoso
Arco e frecha e tacape a teus pés!
Sé maldito, e sozinho na terra;
Pois que a tanta vileza chegaste,
Que em presença da morte choraste,
Tu, cobarde, meu filho não és.”
Texto publicado originalmente às 5h52

DEM atribui apagão a aparelhamento de cargos pelo PT

Na VEJA.com:
O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), responsabilizou o aparelhamento dos cargos públicos pelo governo do PT pelos apagões ocorridos no país. Em nota divulgada nesta sexta-feira, Agripino lembra que, desta vez, a falta de energia atingiu o Nordeste e o Norte. “A origem do novo apagão de Dilma está no abandono da meritocracia pelo governo do PT, nas estatais e na ocupação desenfreada e inconsequente de cargos estratégico por critérios exclusivamente partidários”, acusa.
Na avaliação do partido Democratas, a desorganização das empresas de energia nos governos petistas “fragiliza a manutenção e a operação do sistema”. “Some-se a isso a falta de investimento”, acrescenta. A nota lembra que os apagões ocorreram em várias regiões do Brasil, onde as estatais operam no limite da capacidade.
“O alívio de carga não funciona. É o retrato do desprezo pela qualidade técnica”, reitera. “Esses apagões não acontecem por causas naturais ou simples falhas, como procura sistematicamente justificar o governo do PT. Há o uso das empresas estatais de forma irresponsável pelo governo”, afirma a nota.
Marco regulatórioO texto destaca ainda que a sequência de fatos lamentáveis de suprimento de energia elétrica de Norte a Sul no Brasil decorre de um marco regulatório defeituoso que minimizou novos investimentos no setor. “Esse marco foi proposto e pessoalmente defendido pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, hoje presidente da República”, lembra ainda a nota do DEM.
O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) anunciou que pedirá a realização de audiência pública na Câmara dos Deputados para debater a “sequência de apagões”. “Quando incidentes como esse acontecem com frequência, fica evidente a fragilidade do sistema”, disse o deputado, que é membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara. Ele lembra que, em pouco mais de um mês, o Nordeste foi atingido por dois apagões de grande proporção.
(com Agência Estado)


BLOG ALERTA TOTAL

Os cínicos funcionais em democracia



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net 
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Neste sábado, véspera de segundo turno eleitoral, com início às 13h e a previsão de término às 22h, os movimentos contra corrupção de São Paulo (NasRuas e Revoltados on Line) farão um megaevento na Praça Franklin Roosevelt. DJ’s e bandas animarão a festança em homenagem ao STF e pedido de justiça quanto ao repatriamento de nossos bens. Uma performance remeterá à condenação dos quadrilheiros do Mensalão.

José Dirceu será um dos “anti-homenageados” no evento cívico. Aliás, o caso dele promete se transformar em uma piada jurídico-política, até que seja definida a pena (que não deve levá-lo à cadeia, por ser réu primário e com “excelentes antecedentes”). Enquanto solta sua radicalóide e fanática militância para atacar a Justiça – xingando os ministros que o condenaram no Mensalão de “analfabetos funcionais em doutrina democrática” -, a defesa de José Dirceu zomba da cara de quem conhece a verdadeira história do Brasil.

Os advogados José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dall´Acqua, que defendem o mega-consultor José Dirceu de Oliveira e Silva, pedem aos ministros do Supremo Tribunal Federal que abaixem sua pena nos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha levando em conta seu "relevante valor social" e "compromisso" com o Brasil.

Os advogador apelam para o Código Penal que determina que a pena de alguém deve ser atenuada quando o condenado tenha "voluntariamente, realizado, antes do fato, relevante ato de solidariedade humana e compromisso social". O papo furado é que Dirceu “lutou contra a ditadura e contribuiu para a redemocratização do País”.

O argumento é de matar de rir: "Independente de qualquer valoração política ou ideológica, é fato incontestável que José Dirceu atuou por décadas em prol de importantes valores da nossa sociedade. José Dirceu apresenta inúmeros fatos de grande valor social que, no momento da fixação da pena, devem ser vistos como uma causa efetivamente importante de grande valor pessoal e específica do agente".

Data vênia - como se fala lá no STF -, os advogados só podem estar de sacanagem com a nossa História. Dirceu nunca teve compromisso com a democracia. O projeto dele, desde a juventude, era implantar o comunismo no Brasil. E fez isso apoiando a sanguinária e covarde luta armada até quanto conseguiu. Na “luta revolucionária”, se não praticou diretamente, pelo menos apoiou os nada democráticos assassinatos, sequestros, assaltos a bancos e outros esquemas para financiar a implantação do comunismo no Brasil.

Ficando mais velho, pragmaticamente, Dirceu descobriu que o melhor negócio é usar a ideologia como instrumento de mentira. Assim, de cascata em carcata, descobriu que bom mesmo é o sistema Capimunista tupiniquim. Nele, o bom negócio é ser controlador de um imenso partido. E o partido que ele sempre manipulou ocupou o poder, e seus militantes aparelhadores da máquina estatal tiveram a chance de se locupletar ou, no mínimo, arrumar uma boquinha. Esta é a ideologia cínica de Dirceu, que agora volta a se fingir de vítima – sua especialidade ao longo da vida.

Dirceu é o capitão do grande time dos cínicos e mentirosos funcionais em democracia. O Brasil não merece o triunfo da vontade deles e de outros componentes do Governo do Crime Organizado. Eles agora querem afrontar, ainda mais, nosso precário estado democrático de Direito. Apelam para as mentiras, a intimidação e a violência. Ou alguém duvida que a crescente criminalidade, sempre coincidentemente perto das eleições, para gerar medo na população, não faz parte da cartilha pseudo revolucionária dos nazipetralhas.

Não podemos permitir a vitória deles. Ou pagaremos caro pela derrota. A visão totalitária e mistificadora imposta ao Brasil pelos petralhas não merece triunfar. Mas, como sempre, o triunfo da minoria petralha vai depender da vontade da maioria (ignorante) dos brasileiros. Aí mora o perigo...

As galinhas estão chocando o ovo da serpente e vai nascer uma ratazana com alma de crocodilo...

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 27 de Outubro de 2012.
























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