Lambanças na Petrobrás
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Brasil Acima de Tudo, 08 de agosto de 2012
Por Celso Ming (*)

As razões puramente técnicas e as explicações contábeis para o primeiro prejuízo trimestral da Petrobrás nos últimos 13 anos estão sendo desfiladas uma a uma pela atual diretoria, que atribui, com certa razão, todas as mazelas da empresa à administração anterior.
Esse prejuízo tem algo a ver com questões cambiais, que elevaram em reais dívidas em moeda estrangeira. E está ligado também à redução da produção, que encolheu as receitas com exportações. Mas isso não é tudo. É o resultado de oito anos de uma administração que decidiu levar às últimas consequências o slogan dos anos 50: “O petróleo é nosso”.
O “nosso”, no caso, é o possessivo que se refere à turma que se apropriou da gestão pública para fazer jogo político. O setor administrativo da Petrobrás foi loteado para atender a interesses da base do governo Lula. E isso ajuda a explicar o que a atual presidente, Graça Foster, admite como existência de focos de hemorragia da empresa – desvios que agora pretende corrigir com um Programa de Eficiência Operacional para o qual já estão destinadas despesas de US$ 5,6 bilhões.
Um dos sinais desses focos de hemorragia, também denunciado por ela, foi a até agora inexplicada disparada dos custos de construção da Refinaria Abreu e Lima (em Pernambuco), cujo orçamento saltou inexplicavelmente de US$ 2,3 bilhões, em 2005, para US$ 20,1 bilhões, neste ano. Graça se limita a afirmar que é um exemplo do que não se pode fazer.
Outro desvio marcante é o uso do caixa da Petrobrás para executar a política populista de preços que acabou por subsidiar combustíveis. Mesmo com os tímidos reajustes, os atrasos dos preços da gasolina e do óleo diesel alcançaram a magnitude de entre 15% e 17%.
É o que explica o avanço do consumo de gasolina, de 17%, em 2011, e, nos primeiros seis meses de 2012, já de 7%. Como as refinarias não têm mais capacidade para novos aumentos de produção, neste ano a Petrobrás se vê obrigada a importar 315% a mais de gasolina do que em 2011, além de ter de revendê-la internamente por preços mais baixos.
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