DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 09-7-12


COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Aparelhou geral

A “cumpanherada” aparelhou para valer a Casa Civil do governo de Agnelo Queiroz (PT), ocupando 1008 cargos em comissão, com vencimentos bem atraentes. E nem há espaço físico para tanta gente.

Baixou o Assad

Não é Siria, palco de desenfreada matança, mas a temperatura e a pressão nos descontentes do PT que estão em clima de “barata voa”.

ACORDA, DILMA! ELES ENLOUQUECERAM!

Por Carlos Chagas

Em 1968, quando os tanques russos invadiram Praga, pondo fim a um movimento libertário que tomou conta do povo tcheco, a última resistência foi na universidade local. Atacados, antes de render-se, os estudantes escreveram no muro: “Acorda, Lênin! Eles enlouqueceram!”
Recorda-se o episódio porque uns por presunção, outros por cautela, os principais auxiliares econômicos da presidente Dilma evoluem sobre o conteúdo da segunda metade de seu governo. O que fazer, o que mudar, o que conservar?
Aqui mora o perigo, porque dando como certas algumas mudanças, ministros e dirigentes do PT demonstram arrogância e já tentam enquadrar o futuro conforme suas novas tendências e seus atuais compromissos. Começam a ameaçar com mais ajuste fiscal, mais sacrifícios, talvez mais neoliberalismo, depois da temporada de benesses e benefícios promovida no governo Lula.
Chega a ser agressiva a postura adotada pela equipe econômica, esperançosa de continuar e incapaz de perceber chegada a hora de mudar de vez o modelo que nos assola desde os tempos do sociólogo. Pregam tudo o que faz a alegria dos potentados, dos banqueiros e dos especuladores, esquecendo-se da classe média e até se preparando para retirar das massas o alpiste oferecido há pouco como embuste eleitoral. Senão vejamos:
Prevêem, os áulicos de Dilma, que desta vez virá a reforma da Previdência Social. Traduzindo: vão restringir direitos dos aposentados, desvinculando de uma vez por todas do salário mínimo os vencimentos de quem parou de trabalhar. Pensionistas, aposentados do INSS e inativos do serviço público que se virem, porque receberão sempre menos do que os funcionários e trabalhadores em atividade. Quem mandou envelhecer? Ao mesmo tempo, serão descontados como se disputassem novas aposentadorias, sabe-se lá se no céu ou no inferno.
Em paralelo, evidencia-se que os reajustes do salário mínimo vão minguar. Jamais acontecerão nos níveis de anos de eleições presidenciais. No máximo, encostarão na inflação, mas, mesmo assim, na dependência de os juros baixarem. Quer dizer, os responsáveis pelos juros ainda altíssimos são os assalariados e os aposentados, não os especuladores e os banqueiros cujos lucros, em todas essas previsões, só farão crescer.
No capítulo das reformas diabólicas, asseguram que desta vez virá a reforma trabalhista. Para restabelecer direitos surripiados nos oito anos de Fernando Henrique? Nem pensar. Virão para extinguir as poucas prerrogativas sociais que sobraram. Por exemplo: vão acabar com a multa por demissões imotivadas e vão autorizar o parcelamento em doze vezes ao ano do décimo-terceiro salário e das férias remuneradas. Como a cada ano os salários e vencimentos perdem parte de seu poder aquisitivo, em poucos anos as parcelas estarão incorporadas à perda, ou seja, desaparecerão.
Outra iniciativa a assolar o país na segunda parte do mandato de Dilma será a contenção dos gastos públicos, atendendo a exigências do poder econômico. Não apenas demissões e não reposição de vagas no serviço público, mas a retomada do processo de privatizações. Como também cortes em investimentos de infra-estrutura, saúde, educação, habitação e congêneres. Ninguém se iluda se, a prevalecer a cartilha dos neoliberais incrustados no governo, logo voltar a deletéria proposta da privatização da parte da Petrobrás que continuou pública, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e até dos presídios. Nada melhor do que, para atender as exigências do PCC, do CV e congêneres, vender as cadeias à iniciativa privada. Algumas vão virar hotéis de cinco estrelas, para os bandidos que puderem pagar. O resto que se vire...
Numa palavra, ainda que verbalmente, os auxiliares econômicos da presidente Dilma estão tramando. Trata-se da repetição de que desenvolvimento e crescimento econômico acontecerão às custas dos mesmos de sempre, porque está guardada para o fim a maior de suas pérolas: reconhecendo que a carga fiscal anda insuportável para quem produz e para quem vive de salário, voltam a prometer que na reforma tributária em gestação farão com que “mais cidadãos paguem impostos, para que todos os cidadãos possam pagar menos”. Trata-se do maior embuste produzido por esses embusteiros. Significa que o pobrezinho, até hoje livre de impostos por não ter o que comer, começará a pagar com um único objetivo oculto: aliviar a carga fiscal daquele que pode pagar e que ficará profundamente agradecido por pagar menos.
Diante dessas previsões, só resta mesmo gritar aos sete ventos: "acorda, Dilma! Eles enlouqueceram!"


BLOG DO CORONELEAKS

CUT será usada por Zé Dirceu e a sofisticada organização criminosa do Mensalão para pressionar o STF.

A CUT aparelhada e entupida de dinheiro público quer matar dois coelhos com uma cajadada. Ao mesmo tempo em que vai acampar em Brasília para comandar a greve de servidores públicos, também fará passeatas até o STF para pressionar os ministros durante o julgamento do Mensalão. É o dedo do Zé e da sua quadrilha tentando desestabilizar tanto o Executivo quanto o Judiciário. Resta, como sempre, a imprensa para alertar a opinião pública. Ou Brasília vai virar Caracas.

Carteiraço.

Demonstrando pressa, Aécio Neves (PSDB-MG) entrou semana passada no elevador do Anexo 1 do Senado, onde fica seu gabinete, e disse ao ascensorista:
-Toca pro 11, por favor!
O funcionário não vacilou e foi direto para o 11º andar, sem considerar que vários funcionários da Casa já estavam no elevador e ficariam em andares inferiores.
Aécio desceu no andar requisitado e agradeceu. Quando saiu, os servidores reclamaram do privilégio.
-Tá louco, rapaz? Manda quem pode e obedece quem tem juízo -, defendeu-se o ascensorista.
(Do Painel da Folha)

PT emplaca advogada da campanha de Dilma como ministra do TSE.

Luciana Lóssio, que defendeu Dilma da acusação de crimes eleitorais na campanha de 2012, foi a escolhida pela "presidenta" para compor o TSE. Ela será um dos sete membros da mais alta corte que julgará as pendengas eleitorais de 2012 e 2014. Para colocar a sua advogada lá, Dilma rifou dois outros candidatos sem ligações partidárias.

PT ameaça Marta de expulsão.

Se não quiser cansar a sua beleza em carreatas e palanques, tudo bem. Mas se Marta Suplicy se recusar a gravar mensagens de apoio ao candidato petista Fernando Haddad, pode dizer adeus ao partido. É a ameaça que paira sobre a cabeça da senadora, segundo a Veja desta semana. Haddad tem 9% dos votos em homens e apenas 3% em mulheres.


BLOG DO JOSIAS

CPI recebe um lote de extratos da Delta: R$ 7 bilhões



Técnicos do Prodasen, serviço de processamento de dados do Senado, levaram aos computadores da CPI do Cachoeira um lote de informações bancárias da Delta Construções. Chegaram na semana passada. Referem-se à quebra do sigilo das contas da matriz da empreiteira, sediada no Rio. Cobrem um período de dez anos. E registram uma movimentação de mais de R$ 7 bilhões.
Sem estrondos, as cifras começaram a ser apalpadas pelos congressistas da CPI na sexta-feira (6). Começa nesta semana a tarefa mais intrincada. Com o auxílio dos respectivos assessores, deputados e senadores tentarão refazer o caminho do dinheiro da Delta –de onde veio e, sobretudo, para onde foi.
É desse trabalho, realizado atrás das cortinas, que podem sair os dados que darão rumo à CPI, não dos depoimentos teatrais colhidos sob holofotes no palco da comissão. Logo de saída, verificou-se que a empreitada exige cuidado e método. Numa primeira análise, esbarrou-se num equívoco trilionário.
A assessoria do líder tucano Alvaro Dias, uma das primeiras a correr os olhos sobre os dados da Delta, espantou-se com a disparidade entre o volume de dinheiro que ingressara nas contas da empreiteira –cerca de R$ 1,4 trilhão— e o montante sacado –pouco mais R$ 7 bilhões.
Acionado, Alvaro Dias chegou a telefonar para o Banco Central, que prometeu verificar o que se passava. Porém, antes que a autoridade monetária se pronunciasse, a equipe técnica da própria CPI se deu conta de que havia sido cometido um erro na hora de transpor os dados recebidos dos bancos para as máquinas do Senado.
Refeitos os lançamentos, as colunas de ingresso e de saída ficaram do mesmo tamanho. “Os números eram alucinantes. Era evidente que havia um erro”, relatou o líder tucano ao repórter. Depois da correção, chegou-se ao equilíbrio entre o que entrou como crédito e o que saiu. Ficou em pouco mais de R$ 7 bilhões.”
Nesta terça (10), enquanto seus assessores estarão mergulhados no mar de cifras, os membros da CPI interrogarão mais um personagem pilhado às margens do escândalo Cachoeira. Vai ao banco da CPI o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), estrela de um vídeo içado à superfície há dez dias.
Raul aparece na peça negociando verbas de campanha com Cachoeira. Em troca, oferece “oportunidades” de negócios ao contraventor. Eleito em 2008, o prefeito petista contratou a Delta para realizar a coleta de lixo na capital do Tocantins. Investigações realizadas pelo Tribunal de Contas de Goiás e pelo Ministério Público verficaram que os contratos cheiram mal.
Raul deve repetir na CPI o que disse em entrevistas. Cachoeira, de fato, custeou umshowmício e borrifou R$ 150 mil nas arcas de sua campanha. Mas os contratos com a Delta, sustenta o prefeito, são regulares. Quer dizer: desse mato não sairá coelho. É na moita dos extratos que se escondem os repasses a empresas de fancaria, as propinas, as contribuições ao caixa dois eleitoral e outros bichos.
Dono da Delta, o empreiteiro Fernando Cavendish também foi convocado a depor na CPI. O requerimento que prevê sua presença foi aprovado na semana passada, num arrastão que incluiu o prefeito Raul Filho, Luiz Antonio ‘Dnit’ Pagot e Paulo ‘Dersa’ Preto. Mas Cavendish e os demais só serão chamados a depor depois do recesso legislativo do meio do ano, de agosto em diante.
O mandachuva da Delta já mandou dizer que não cogita abrir o bico. Vai servir-se do direito constitucional de não se auto-incriminar. De novo: ou a CPI mergulha no mar dos extratos ou tende a afogar-se na parte rasa do caso Cachoeira.


COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Os curandeiros no comando da economia acham que ufanismo rastaquera cura crise

Desarticulação e ineficácia, resume o título do editorial do Estadão que analisou, neste domingo, o que tem feito o governo (ou deixado de fazer) desde que foi confrontado com as sombras que escurecem o horizonte da economia. Além de números fornecidos por organismos oficiais, o texto se vale também de análises feitas por especialistas ligados à administração federal para mostrar que o Planalto se recusa a enxergar o tamanho do perigo.
“A política econômica está se transformando num emaranhado de medidas desconexas, pontuais, que não estão atuando no sentido de ganhar tempo para que se encontrem estratégias de longo prazo”, adverte Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. “As estratégias de longo prazo passaram a ficar de lado. Estamos perdendo o foco da política econômica”, inquieta-se o especialista do IPEA.
Entre outros espantos, a sigla inventou a fórmula milagreira que permite a um brasileiro pobre entrar na classe média sem sair da pobreza. Pois nem os economistas do IPEA conseguem engolir sem engasgos o otimismo tatibitate de Dilma Rousseff e a numerologia embusteira de Guido Mantega. Como o mestre Lula, os dois discípulos acreditam que ufanismo rastaquera cura crise. A cada sinal de perigo, a presidente recita que com o Brasil ninguém pode. A cada trinta dias, o ministro da Fazenda repete que o mês não cumpriu o combinado, mas o próximo será bem melhor, embora não tão bom quanto o seguinte.
Neste fim de semana, contra todas as evidências, Lula, Dilma e Mantega voltaram a receitar aos brasileiros outra dose de paciência. É só uma questão de tempo, garantiu o coro dos contentes. As medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo vão dar certo. Há 18 anos, quando apareceram os primeiros efeitos positivos do Plano Real, a mesma trinca também achou que era só uma questão de tempo: tudo iria dar errado.
O Brasil já atravessou zonas de turbulência econômica até sem piloto. O problema agora é o excesso de fanfarrões na cabine. Sobram comandantes de araque. Falta plano de voo.


BLOG DO LAURO JARDIM

A ministra “sem noção” de Dilma


"Cadê a minha ministra da Desarticulação?"
Veja como a vida de ministra da Articulação também não é fácil. Dilma Rousseff costuma tratar Ideli Salvatti pelo apelido carinhoso de “sem noção” no dia-a-dia do Planalto. Quando fica sabendo das travessuras da base aliada pela imprensa (como a rejeição de Bernardo Figueiredo na ANTT, por exemplo), Dilma pergunta:
– Cadê a minha ministra da Desarticulação? Por que eu nunca sei de nada antes da imprensa?

Com o carimbo dos petistas


Marcio Lacerda vai usar elogios de adversários
Recentemente, numa cerimônia pública em BH, Dilma Rousseff soltou o verbo:
-Márcio Lacerda é um dos maiores prefeitos que esta cidade já teve.
Lula já disse coisas parecidas. Assim como Fernando Pimentel.
Pois é, todas essas falas, que não seriam repetidas hoje, entrarão na TV durante o horário eleitoral de Lacerda.

Jogo de cena


Livre de provocações

A convocação de Fernando Cavendish, Luiz Antonio Pagot e outros personagens ilustres do escândalo da CPI mista do Cachoeira é vista por alguns integrantes do governo como mera “jogada de marketing” dos parlamentares da comissão. O motivo?
No mesmo dia em que aprovaram a convocação de Cavendish, os parlamentares estabeleceram uma regra que autoriza o depoente que não quiser falar a se retirar da CPI sem ser incomodado pelos parlamentares.
Nessa lógica, Cavendish só terá o desgaste de enfrentar o fuzuê de jornalistas no dia do depoimento. Se resolver ficar em silêncio (o que parece mais do que provável), não precisará ficar sentado na CPI durante horas ouvindo as ironias e provocações dos deputados e senadores. Diz um conselheiro palaciano:
– A CPI matou dois coelhos de uma vez: livrou-se do rótulo da blindagem ao Cavendish e evitou que ele fique bravo com as provocações e acabe falando besteira no depoimento.


O “bando”


Bando na agenda

Na agenda institucional divulgada hoje pelo Ministério da Fazenda chama a atenção o compromisso do secretário-executivo substituto Dyogo Henrique de Oliveira.
Consta da agenda que, por volta de 10h, em Fortaleza, Dyogo participou da reunião do “conselho executivo do bando do nordeste”.
Que a equipe econômica de Dilma Rousseff não está lá muito feliz com o Banco do Nordeste todo mundo sabe. Mas chamar de bando…










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