DA MÍDIA SEM MORDAÇA
BLOG DO EGÍDIO SERPA
Terras prontas para irrigação não produzem
Publicado em 01/06/2012 - 5:29 por
Egídio Serpa
Hoje, toda essa área está a produzir absolutamente nada.
Os empresários cearenses do agronegócio, com os quais se reuniu segunda-feira, 21, o secretário Nacional de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, engenheiro Ramon Rodrigues, indagaram-lhe sobre a causa dessa inacreditável ociosidade.
Ele respondeu:
“Há especulação com a terra e faltam know-how e vocação aos pequenos irrigantes, que são 60% dos produtores”, explicou Ramon.
E acrescentou: “A agricultura irrigada é hoje altamente tecnificada”.
Inadimplência, o perigo
Publicado em 01/06/2012 - 5:26 por
Egídio Serpa
O perigo, porém, esconde-se na inadimplência.
Ela vem subindo tanto que os bancos travaram o financiamento para a compra de casas e carros novos.
Uma invenção cearense para a energia solar
Publicado em 01/06/2012 - 5:24 por
Egídio Serpa
Trata-se de um equipamento que produz energia solar.
Ele usou fibras de coco de praia para essa invenção.
O PVT produz energia para iluminar uma residência ou para aquecer a água que ele consome.
COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Empreiteiras fizeram 63 doações ao
PT, só em 2011
Partido mais rico do Pais, o PT arrecadou R$
50,7 milhões em 2011, ano em que não houve eleições, sendo metade de
empreiteiras que têm contratos com o governo. Somente a Andrade
Gutierrez doou R$ 4,6 milhões. Houve doações também de pessoas físicas,
33 no total, mas, curiosamente, apenas duas em cheques. Todas as demais
foram em dinheiro. As doações estão registradas na Justiça Eleitoral.Dinheiro em caixa
O PT obteve 89,5% das doações a partidos em 2011. Seu adversário PSDB, R$ 2,3 milhões (4,3% do total), e o PMDB, R$ 2,8 milhões.Sem queixas
O consultor e ex-ministro Antônio Palocci está mesmo bem de vida. Em 18 de agosto de 2011 presenteou o PT com um cheque de R$ 11.800.Pergunta no banheiro
Depois de dólares na cueca, chegou a era da grana na calcinha, encontrada há dias na Câmara dos Deputados?Prefeito petista do Recife ignora Lula e mantém candidatura
Baixinho abusado, o prefeito do Recife, João da Costa (PT), resolveu enfrentar Lula e sua facção, que controlam a direção do PT, e reafirmou sua candidatura à reeleição. Ele venceu as prévias contra o lulista Mauricio Rands, secretário de Governo de Pernambuco, mas a direção do partido anulou a vitória. Na quarta (30), Rands desistiu, numa jogada para fazer do senador Humberto Costa (PT) o “tercius”.Correndo por fora
O ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) descobriu “quase oculto no Diário Oficial” um termo aditivo no valor de R$ 16 milhões da prefeitura do Rio de Janeiro para uma obra da Delta.Destrambelhado
Após conversa desastrada entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes, os deputados se divertem com uma piada: “Se, como metalúrgico, Lula perdeu o dedo, como advogado, perderia a cabeça”.Pensando bem...
...com tanto mutismo dos depoentes, a CPMI do Cachoeira deveria ter um tradutor de sinais.BLOG RADAR ON LINE
Tá feia a coisa
Senado tem “apagão” de papel higiênico
Com tanta gente amedrontada andando pelo Congresso nesses dias de CPI
mista do Cachoeira, servidores do Senado ainda tiveram de conviver nesta
semana com um desses ingratos imprevistos mundanos: um “apagão” no
fornecimento de papel higiênico para os gabinetes dos senadores.
Brigitte Bardot no Congresso
O deputado federal Ricardo Tripoli convidou Brigitte Bardot para uma visita ao Congresso Nacional. Brigitte está em campanha internacional contra o abate e exportação de carne de jegues do Brasil para a China.Tripoli estima que se entrar em vigor um acordo firmado recentemente entre China e Brasil, cerca de 300 000 jegues serão abatidos anualmente no país.
BLOG DO CORONELEAKS
PT teme que CPI do Cachoeira vire CPI do PAC.
O PT teme perder o controle da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) do Cachoeira e que seu foco saia de "desvendar a farsa do
mensalão", a que se propôs, para outro, maior e mais perigoso para o
partido: uma "CPI do PAC", o Programa de Aceleração do Crescimento, que
seria possível a partir a quebra de sigilo da empreiteira Delta.
O sinal amarelo acendeu a partir dos resultados da comissão nesta
semana. A legenda tinha o objetivo principal de quebrar os sigilos do
governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e evitar que qualquer
governador fosse convocado agora. Acabou com uma tripla derrota.
Desistiu de colocar em votação a quebra de sigilo do tucano, não
segurou os aliados na quebra de sigilo da Delta e ainda viu o
governador correligionário, Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, ser
convocado para depor, assim como Perillo.
Ontem, petistas estavam preocupados com a situação, mas a
preocupação maior era com as próximas semanas. A eles chegou a
informação de que, a depender do caminhar das apurações, os partidos de
oposição podem vir a apresentar requerimentos para convocar a ministra
do Planejamento, Miriam Belchior, e a ex-ministra da Casa Civil Erenice
Guerra.
Ambas, em momentos diferentes, coordenaram o PAC no governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Belchior se manteve na
Esplanada com a eleição de Dilma. Mas para Erenice isso não possível.
Em setembro de 2010, denúncias de tráfico de influência a afastaram do
cargo. Até mesmo o ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, é citado
entre petistas como possível alvo.
Com a possibilidade de a investigação ser ampliada, o PT avalia
formas de se rearticular politicamente e consolidar a maioria que
sempre teve na CPI. A estratégia é mostrar aos aliados o risco de uma
apuração maior do que a prevista no objeto da comissão. O Rio de
Janeiro do governador Sérgio Cabral (PMDB), por exemplo, é o maior
contratante estadual da Delta no país. O Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit), a principal pagadora da
construtora no governo federal, ficou oito anos tendo a cúpula do PR à
frente. O mesmo argumento serve ao PP e ao Ministério das Cidades com
suas obras de saneamento. Ou seja, para petistas, se o foco ampliar, o
PT muito provavelmente não estará sozinho em eventuais delitos que
aparecerão.
Além disso, o Palácio do Planalto tem em construção um discurso
preventivo para atenuar sua participação em irregularidades que vierem a
ser descobertas na Delta.. A referência é ao pedido à
Controladoria-Geral da União que abrisse processo administrativo para
que a empresa seja declarada inidônea. Com isso, a União não mais a
contratará. Nos contratos vigentes, avaliará caso a caso se a mantém
nas obras ou se chama a segunda colocada nas licitações para
finalizá-las.
O problema é que essa estratégia pode falhar se a quebra do sigilo
demonstrar um PAC muito corrompido, conluios entre construtoras, bem
como obras estaduais afetadas, qualquer que seja o governador. Caso
atinja essa dimensão, o maior prejudicado pode ser o PT, tendo em vista
ser o governo federal o maior pagador de obras civis no país.
Por outro lado, os partidos, ao perceberem que pode sobrar para
todos, tendem a buscar um acordo e limitar a apuração. Ainda assim,
pode haver prejuízo, uma vez que as investigações poderão ser
continuadas pelos Ministério Público. Essa linha inclusive tem sido
defendida por petistas da CPI: de fazer um relatório ligado ao objeto
inicial da comissão, independentemente do rumo que ela tomar.
O PMDB, contudo, gostou do acerto com o PSDB nesta semana e acredita
que é o PT quem mais depende dele na CPI do que o contrário. Rejeita
também alinhamento automático com o aliado nas sessões, sob argumentos
diversos, compartilhados por outros aliados.
Primeiro, que a coalizão não se estende à CPI, apenas ao processo
legislativo. Ainda mais em uma CPI armada, inicialmente, para abater os
inimigos petistas. Segundo, que os petistas buscam a hegemonia nas
eleições municipais e têm deixado os parceiros nacionais à míngua,
tanto em recursos da União quanto na disposição a apoio nas cidades.
Cita-se o caso do irmão do presidente da CPI, senador Vital do Rego
Filho (PMDB-PB), prefeito em Campina Grande (PB), que pena para o PT
desistir da candidatura própria e apoiar sua candidata em outubro. Algo
que não deve ocorrer.
Terceiro, que os petistas não cumprem acordos. Os dois partidos
tinham acertado na segunda-feira que a quebra do sigilo nacional da
Delta seria restrita às contas ligadas ao esquema da empresa do
Centro-Oeste. No início da votação, os petistas do Senado foram os
primeiros a votar pela quebra do sigilo nacional. O PMDB percebeu que
não teria votos suficientes e acompanhou. Sem falar no constantemente
ameaçado acordo para apoiar Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) na eleição
para presidência da Câmara em 2013.
Esse, aliás, é outro problema para o PT resolver. As bancadas da
Câmara e do Senado ainda não acertaram o passo. O que os separa é a
divisão na avaliação inicial do rumo que o partido deveria dar à CPI.
Os deputados sempre foram mais favoráveis a limitá-la ao Centro-Oeste e
a não convocar os governadores, enquanto os senadores não tinham a
convicção de restringir a apuração.
Há ainda os desacertos pessoais. Os senadores acabaram aceitando o
plano de trabalho da CPI, mas foram surpreendidos quando o relator
Odair Cunha (PT-MG) se disse favorável à quebra do sigilo da Delta.
Também não gostaram das declarações do líder do PT na Câmara, Jilmar
Tatto (SP), de que "esse é o PMDB", após a aliança da sigla com tucanos
na blindagem a Sérgio Cabral e convocação de Agnelo Queiroz.
Os deputados, por sua vez, não gostaram das manifestações do líder
do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), sobre o episódio em que o
deputado Cândido Vaccarezza (SP) foi surpreendido prometendo proteção a
Cabral. Pinheiro disse que cabia ao deputado analisar se deveria sair
da CPI. Outra declaração considerada desastrada por deputados foi a do
senador Humberto Costa (PE) sobre Cabral. Ao tentar defender o
governador, disse que tudo que havia contra Cabral eram imagens dele
com guardanapos na cabeça. O que é falso. Em nenhum momento o
pemedebista aparece nas fotos nessas circunstâncias.
O PMDB tem arrolada todas essas situações e avalia que, a partir de
agora, a CPI será tomada por articulações e acordos instantâneos e
pontuais, com PT, PSDB ou quaisquer outros. A única exceção para essa
linha, na visão da sigla, seria o governo intervir na CPI, mostrar
posição e compor maioria. Seria, assim, o único elemento aglutinador da
base que poderia reorganizar a condução da comissão. Algo, por ora,
improvável. (Valor Econômico)
Ministro do STF quer investigar dinheiro público para "blogueiros sujos".
O ministro
Gilmar Mendes acaba de informar à Rádio do Moreno que vai entrar com uma
ação na Procuradoria Geral da República, solicitando o substrato das
empresas estatais que usam o dinheiro público para o financiar blogs que
atacam as instituições. “É inadmissível que esses blogueiros sujos
recebam dinheiro público para atacar as instituições e seus
representantes. Num caso específico de um desses, eu já ponderei ao
ministro da Fazenda que a Caixa Econômica Federal, que subsidia o blog,
não pode patrocinar ataques às instituições.
(Eu sei bem
de quem o ministro está falando, mas, como me disse Jobim sobre essa
confusão toda, “eles que são brancos que se entendam”). Jobim, Heraldo,
FH e eu vamos ficar na nossa. No caso, Heraldo, não é pra menos, quer
distância desse blogueiro. Eu só não sabia que a Caixa Econômica
patrocinava esse tipo de blog )O ministro
explicou que, nem de longe, sua decisão visa atingir a liberdade de
expressão. Pelo contrário, é em defesa que se luta - contra as pessoas
que não se acostumaram a viver dentro de um regime democrático. “O
direito de crítica, de opinião, deve ser respeitado. Mas o ataque às
instituições é intolerável”, acrescentou o ministro Gilmar Mendes.(Publicado ontem pelo jornalista de O Globo, Jorge Moreno)
BLOG DO REINALDO AZEVEDO
LEIAM ABAIXO
— No Ratinho, Lula rói a Lei Eleitoral, os fatos, as instituições, o decoro, o bom senso… É o passado que insiste em não passar; é a rabada privada paga com a rabada pública!;— Um certo Paulo Nogueira pede a minha cabeça à Editora Abril. Ou: O bravo quer sair da obscuridade às minhas custas. Pois não!;
— Gilmar questiona uso de dinheiro público por blogs e sites para atacar instituições;
— Love is in the air… “Haddad, manda um beijão para o Chalita”;
— Novo tombo da indústria reforça sinais pessimistas;
— Bovespa tem em maio o pior mês desde outubro de 2008;
— Cheques que pagaram casa vendida por Perillo são de conta que recebeu depósito da Delta;
— Jornalista diz que recebeu de Cachoeira por serviço eleitoral prestado a Perillo; governador diz desconhecer caso;
— Dá com uma das mãos e tira com a outra - Os novos aumentos de impostos para compensar a redução no setor automotivo;
— O PT, que sabe muito bem como o dinheiro público financia o JEG, decide perseguir uma revista, acusada de ser… tucana!;
— Deputado petista recorre a vocabulário de jagunço e pistoleiro para se referir a ministro do STF;
— A ministra Menicucci, aquela do “faça você mesma o seu aborto”, e o apoio à “marcha das vadias”;
— A pornográfica disputa no PT de Recife. Ou: O que ocorre quando a herança leninista é interpretada por Lula e Humberto Costa, sob os auspícios de Eduardo Campos;
— Violência retórica na CPI e estrelismo só colaboram com os acusados;
— Está em curso uma operação para tentar desestabilizar Mendes e forçá-lo a se declarar impedido de julgar o mensalão. Ou: Desavergonhados, petistas proclamam por aí ter quatro votos certos pela absolvição da súcia;
— Eu quero debater Maquiavel com a senadora Marta Suplicy; parece que ela fez uma leitura muito particular do autor;
— Tumulto e bate-boca na sessão com Demóstenes na CPI. Ele mesmo escolheu ficar calado;
BLOG DO AUGUSTO NUNES
Num país sério, os estupradores da lei eleitoral sairiam algemados do SBT
A
captura do achacador de juízes do Supremo libertou o atropelador da
legislação eleitoral. Nesta quinta-feira, com a cumplicidade militante
do apresentador do Programa do Ratinho, Lula deixou em casa o
chantagista a serviço da quadrilha do mensalão para incorporar num
estúdio do SBT, durante 40 minutos, o animador de palanque a serviço de
si próprio e de companheiros do PT. O que se viu na tela foi mais que
propaganda eleitoral antecipada. Foi um comício ilegal estrelado por um
pecador sem remédio nem limites, permanentemente empenhado em
desmoralizar as normas que regem eleições no Brasil.
Na primeira parte da afronta transmitida ao vivo, o protagonista do espetáculo do deboche deixou claro que transforma até câncer em instrumento de caça ao voto. O relato da temporada no hospital foi enfeitado por um fundo musical de teatrão, mensagens açucaradas, cenas do filme “Lula, o Filho do Brasil”, depoimentos lacrimosos e reportagens pautadas pela sabujice. “Ele foi um grande presidente para nós brasileiros, que o adoramos, o amamos”, derramou-se, por exemplo, o ex-jogador Ronaldo. Há poucos anos, o Fenômeno aposentado só achava que “ele bebe pra caramba”.
Num dos vídeos que escancararam o crime premeditado, a locutora caprichou no fecho glorioso, ilustrado por imagens do herói que acabara de nocautear a doença: “Parecia a fênix renascendo das cinzas. O homem está de volta. E com a corda toda”. Ratinho deu-lhe mais corda ainda: por que a saúde não é tão boa?, quis saber o anfitrião da farra eleitoreira. Por culpa da oposição, garantiu Lula sem ficar ruborizado. Se o imposto do cheque não tivesse acabado, mentiu, os pacientes do Sírio Libanês hoje estariam morrendo de inveja dos fregueses do SUS.
Animado com a sintonia da dupla, Ratinho fez a proposta ao vivo: “Vamo montá um programa de entrevistas, Lula? Teve um monte de jornalista que bateu em você, vamo dá o troco neles”. O convidado gostou da ideia. ”Um dia desses vocês vão se surpriendê, que eu vou vir aqui trabalhá com o Ratinho”, ameaçou, olhando para a plateia. Foi a senha para o início da segunda parte do show repulsivo, concebida para resgatar Fernando Haddad do buraco dos 3% nas pesquisas.
“Por que você escolheu o Haddad?”, cochichou Ratinho. Close no ex-ministro da Educação, risonho na fila do gargarejo. “Acho que São Paulo precisa do Haddad”, comunicou o palanque ambulante. Outro close na salvação dos paulistanos. “Vem pra cá, Haddad”, ordenou Ratinho, que retomou o tema que o preocupa enquanto o candidato se ajeitava na poltrona: o que pode fazer um prefeito para melhorar a saúde?
“As coisas que dependem do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma, que é gerar emprego e distribuição de renda, isso está sendo feito”, declamou Haddad. Na maior cidade brasileira, ensinou, a saúde só não é de primeiro mundo porque o prefeito é do PSD e o governador é do PSDB. O padrinho aparteou o afilhado para jurar que nunca antes neste país houve um ministro da Educação tão competente. Quem construiu uma escola por dia é capaz de inaugurar um hospital por mês já no primeiro ano de governo.
Liquidada a questão municipal, começou a sucessão presidencial. Lula será candidato em 2014?, passou a bola Ratinho. “A única hipótese de eu sê candidato é a Dilma não querê se candidatá, eu não vô deixá que um tucano dirija esse país”, devolveu Lula. “O Zé Serra tá ralado”, chutou Ratinho de bico. Só na prorrogação o apresentador pareceu lembrar que andou lendo alguma coisa sobre Lula e Gilmar Mendes. O que houve mesmo?, perguntou.
“Quem inventou a história que prove a história”, cortou o lobista dos mensaleiros. Ratinho completou de canela: “”Quem gosta de você, gosta de você. Quem não gosta de você, não gosta de você. Quem é indiferente, vai ser indiferente”. Tradução: quem tem chefe não pode deixar de aplaudi-lo mesmo que apareça nu no Parque do Ibirapuera, com uma carabina engatilhada e avisando aos berros que vai liquidar a tiros a herança maldita legada por FHC. Lula, é verdade, não fez isso. Fez coisas piores.
Num país sério, a dupla sairia algemada do SBT por determinação da Justiça eleitoral. Nestes trêfegos trópicos, o ex-presidente continua fazendo impunemente o que quer. A apresentação de Lula e Ratinho começou com todo mundo cantando o hino do Corinthians. Deveria terminar com a chegada de um batalhão da polícia. Como isto é o País do Carnaval, só não terminou com a entrada de um batalhão de mulatas por falha da produção.
Na primeira parte da afronta transmitida ao vivo, o protagonista do espetáculo do deboche deixou claro que transforma até câncer em instrumento de caça ao voto. O relato da temporada no hospital foi enfeitado por um fundo musical de teatrão, mensagens açucaradas, cenas do filme “Lula, o Filho do Brasil”, depoimentos lacrimosos e reportagens pautadas pela sabujice. “Ele foi um grande presidente para nós brasileiros, que o adoramos, o amamos”, derramou-se, por exemplo, o ex-jogador Ronaldo. Há poucos anos, o Fenômeno aposentado só achava que “ele bebe pra caramba”.
Num dos vídeos que escancararam o crime premeditado, a locutora caprichou no fecho glorioso, ilustrado por imagens do herói que acabara de nocautear a doença: “Parecia a fênix renascendo das cinzas. O homem está de volta. E com a corda toda”. Ratinho deu-lhe mais corda ainda: por que a saúde não é tão boa?, quis saber o anfitrião da farra eleitoreira. Por culpa da oposição, garantiu Lula sem ficar ruborizado. Se o imposto do cheque não tivesse acabado, mentiu, os pacientes do Sírio Libanês hoje estariam morrendo de inveja dos fregueses do SUS.
Animado com a sintonia da dupla, Ratinho fez a proposta ao vivo: “Vamo montá um programa de entrevistas, Lula? Teve um monte de jornalista que bateu em você, vamo dá o troco neles”. O convidado gostou da ideia. ”Um dia desses vocês vão se surpriendê, que eu vou vir aqui trabalhá com o Ratinho”, ameaçou, olhando para a plateia. Foi a senha para o início da segunda parte do show repulsivo, concebida para resgatar Fernando Haddad do buraco dos 3% nas pesquisas.
“Por que você escolheu o Haddad?”, cochichou Ratinho. Close no ex-ministro da Educação, risonho na fila do gargarejo. “Acho que São Paulo precisa do Haddad”, comunicou o palanque ambulante. Outro close na salvação dos paulistanos. “Vem pra cá, Haddad”, ordenou Ratinho, que retomou o tema que o preocupa enquanto o candidato se ajeitava na poltrona: o que pode fazer um prefeito para melhorar a saúde?
“As coisas que dependem do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma, que é gerar emprego e distribuição de renda, isso está sendo feito”, declamou Haddad. Na maior cidade brasileira, ensinou, a saúde só não é de primeiro mundo porque o prefeito é do PSD e o governador é do PSDB. O padrinho aparteou o afilhado para jurar que nunca antes neste país houve um ministro da Educação tão competente. Quem construiu uma escola por dia é capaz de inaugurar um hospital por mês já no primeiro ano de governo.
Liquidada a questão municipal, começou a sucessão presidencial. Lula será candidato em 2014?, passou a bola Ratinho. “A única hipótese de eu sê candidato é a Dilma não querê se candidatá, eu não vô deixá que um tucano dirija esse país”, devolveu Lula. “O Zé Serra tá ralado”, chutou Ratinho de bico. Só na prorrogação o apresentador pareceu lembrar que andou lendo alguma coisa sobre Lula e Gilmar Mendes. O que houve mesmo?, perguntou.
“Quem inventou a história que prove a história”, cortou o lobista dos mensaleiros. Ratinho completou de canela: “”Quem gosta de você, gosta de você. Quem não gosta de você, não gosta de você. Quem é indiferente, vai ser indiferente”. Tradução: quem tem chefe não pode deixar de aplaudi-lo mesmo que apareça nu no Parque do Ibirapuera, com uma carabina engatilhada e avisando aos berros que vai liquidar a tiros a herança maldita legada por FHC. Lula, é verdade, não fez isso. Fez coisas piores.
Num país sério, a dupla sairia algemada do SBT por determinação da Justiça eleitoral. Nestes trêfegos trópicos, o ex-presidente continua fazendo impunemente o que quer. A apresentação de Lula e Ratinho começou com todo mundo cantando o hino do Corinthians. Deveria terminar com a chegada de um batalhão da polícia. Como isto é o País do Carnaval, só não terminou com a entrada de um batalhão de mulatas por falha da produção.
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