Colunista de Época diz que esquerda privatizou o Estado
Segundo Guilherme Fiúza, não é só Lula quem atropela instituições; Dilma já teria avançado sobre o BC, a Receita Federal e até a Comissão de Ética
247 – Um dos autores da minissérie “O Brado
Retumbante”, exibida na Globo, o jornalista Guilherme Fiúza argumenta
que o PT privatizou o Estado brasileiro. Leia:
Guilerme Fiúza, ÉPOCA
Luiz Inácio da Silva procurou o ministro Gilmar Mendes,
do STF, para discutir a escalação do Corinthians. Até porque, graças
aos esclarecimentos do ex-presidente, o Brasil hoje sabe que o mensalão
não existiu.
E isso é um grande alívio. Seria uma temeridade o país continuar
sendo governado por um grupo político que tivesse criado um duto entre
os cofres públicos e a conta bancária do seu partido.
Felizmente, foi só um pesadelo. Seria grave demais se os principais
homens do presidente tivessem usado um publicitário picareta para roubar
dinheiro do Banco do Brasil e entregar ao PT, entre outros golpes.
É uma história tão absurda, que só poderia ser fantasiosa. E é por
isso que esse escândalo – que não houve – completou sete anos sem que os
réus fossem julgados. O Supremo Tribunal Federal tem mais o que fazer
do que julgar crimes fictícios.
Na já famosa reunião no escritório de Nelson Jobim, não se sabe o que
ficou decidido sobre a escalação do Corinthians. Mas segundo Gilmar
Mendes, Lula lhe disse que é melhor o STF deixar o julgamento do
mensalão para depois das eleições.
Deve ter sido um comentário ameno, na hora do cafezinho. Ameno e
enigmático: por que Lula se preocupa com a data do julgamento de um
delito que não existiu?
Aí vale dar uma olhada na paisagem desse encontro. Se as paredes do
escritório de Nelson Jobim falassem, talvez contassem um bocado sobre a
lenda do mensalão.
Quando Jobim era ministro do Supremo, tentou com bravura intervir no
Congresso para barrar o julgamento político de José Dirceu – acusado de
mentor desse crime imaginário.
Sete anos se passam, e lá está Nelson Jobim de novo, agora como anfitrião de Lula, metido nesse assunto. Deve ser coincidência.
Dizem que é um absurdo um ex-presidente da República, padrinho da
presidente atual, se insinuar na penumbra em assunto do Poder Judiciário
– que envolve o partido governante. Dizem até que assim Lula pode
atrapalhar Dilma.
Ledo engano. Não há esse perigo. Parece até que o Brasil se esqueceu
da equação eleitoral de 2010, que garantiu o tricampeonato do PT: Lula é
Dilma e Dilma é Lula.
Seria injusto atribuir só ao padrinho a refinada tecnologia chavista
de atropelar as instituições. Com o mesmo jeitinho, Dilma já domesticou a
Comissão de Ética da Presidência (que fuzilara as ONGs de Lupi, mas
anistiou as lanchas de Ideli).
Como ministra, ela já invadira a autonomia da Receita Federal para
defender José Sarney. E o Banco Central já aprendeu, graças ao governo
Dilma, que taxa de juros também se resolve no grito.
Portanto, não há surpresa alguma no cafezinho de Lula com Gilmar
Mendes sobre o mensalão. É só mais uma cena da privatização do Estado
brasileiro pela esquerda patriótica.
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