DESGASTE ÓBVIO
sábado, 05 de maio de 2012 | 05:00
Carlos Chagas
Por maior que seja a maquiagem, outra conclusão não há: a presidente
Dilma Rousseff mexeu na poupança. Reduziu o ganho das cadernetas.
A explicação oficial é de ser a alteração inevitável para manter a
queda dos juros. Há quem suponha ter sido, também, para dar aos bancos a
compensação que vinham exigindo por conta da diminuição dos juros. O
sistema financeiro vai lucrar um pouco mais nos financiamentos
imobiliários.
Em termos políticos, indaga-se porque a presidente decidiu-se por
esse passo arriscado, capaz de gerar óbvio desgaste na imagem de seu
governo.
No passado, não deu certo. Fernando Collor começou a cair quando
congelou as cadernetas de poupança. Não que elas significassem grandes
lucros para os aplicadores, mas, em especial, porque eram seguras.
Deixaram de ser naquele interregno, sem que a bala única disparada para
matar o tigre da inflação acertasse no bicho. Agora, haverá que aguardar
a queda dos juros.
###
DIREITOS PERMANECEM
DIREITOS PERMANECEM
No pronunciamento que fez quando da posse do novo ministro do
Trabalho, a presidente Dilma deixou claro que não cederá à pressão do
empresariado para reduzir prerrogativas trabalhistas. De forma clara,
acentuou que ao invés de tirar direitos do trabalho, prefere educar e
capacitar o trabalhador. Faz tempo que as elites invocam o tal “custo
Brasil” para acabar de desmontar o legado de Getúlio Vargas.
Muito já conseguiram, a começar pela estabilidade de emprego,
suprimida pelo então presidente Castello Branco, por influência de
Roberto Campos. Fernando Henrique Cardoso avançou mais com a chamada
“flexibilização” da Constituição. Agora, querem acabar com a multa por
demissões imotivadas e desejam fatiar o décimo-terceiro salário e as
férias remuneradas em doze parcelas anuais.
###
ESBULHO
ESBULHO
Abominável, mesmo, está sendo saber que no Tribunal de Justiça de São
Paulo pratica-se a “liberação antecipada” para funcionários e
desembargadores. Quer dizer, o cidadão envia ofício à direção do
tribunal alegando despesas variadas e pedindo para receber
antecipadamente os vencimentos dos próximos meses, quem sabe anos.
Deferida a pretensão, embolsa a quantia pretendida, sem juros e sem a
garantia de que, se demitir-se ou morrer, os cofres públicos nada
receberão de volta. Já imaginaram se a moda pega?
###
SOBRE BIGODES
SOBRE BIGODES
Gratuitamente, Aloísio Mercadante ofendeu José Sarney. Desafiado para
tirar o bigode em troca de 200 mil reais, o ministro da Educação
negou-se, mas completou: “ofereçam ao Sarney, que ele aceita…”
Ora, o bigode do ex-presidente da República vem sendo sua marca
fundamental, desde antes de eleger-se deputado. Brincadeira tem hora…
Comentários
Postar um comentário