155 ANOS DO O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Por José Estênio Gomes
Negreiros
(estenionegreiros@hotmail.com)
Desenho mediúnico
No dia 18 de abril deste ano de 2012 completaram-se 155 anos
em que veio à luz o <O Livro dos Espíritos>, de Allan Kardec, em Paris, França
(1857), obra que marca, oficialmente, o nascimento do Espiritismo, haja vista
ter sido a primeira das que constituem o que é denominado <Pentateuco Espírita>.
Considerada uma das mais
extraordinárias produções literárias de todos os tempos, mormente porque “não
tem autor, como em geral se entende a autoria; não é anônima, como em geral se
entende o anonimato, nem é de origem supostamente divina, como a Bíblia e o
Corão”, pois foi ditada por inteligências que afirmaram terem vivido e deixado
os seus nomes registrados na História do Planeta Terra.
A respeito do principal livro da
Doutrina Espírita, J. Herculano Pires (1915-1979) assim se expressa:
“Sobre este livro se ergue todo um
edifício: o da Doutrina Espírita. Ele é a pedra fundamental do Espiritismo, o
seu marco inicial. O Espiritismo surgiu com ele e com ele se propagou, com ele
se impôs
e consolidou no mundo. Antes deste livro não havia
Espiritismo, e nem mesmo esta palavra existia. Falava-se em Espiritualismo e
Neo-Espiritualismo, de maneira geral, vaga e nebulosa. Os fatos espíritas, que
sempre existiram, eram interpretados
das mais diversas maneiras. Mas, depois que Kardec
o lançou à publicidade, “contendo os princípios da Doutrina Espírita”, uma nova
luz brilhou nos horizontes mentais do mundo.”
Sabe-se que o
ponto inicial do Espiritismo foram os fenômenos de Hydesvile, lugarejo situado
nas proximidades da cidade de Nova Iorque, Estados Unidos, ocorridos no ano de
1847, envolvendo as irmãs Fox, duas meninas de família pobre e humilde, dotadas
de extraordinária mediunidade, e que posteriormente tanta sensação e polêmica
causaram
na Europa de então. O alfabeto por elas inventado,
através de pancadas ou raps, para se comunicarem com o espírito do mascate que
se manifestou em sua residência durante muito tempo foi o início do
estabelecimento de um novo meio de comunicação mais inteligível e prático entre
o mundo material e o mundo espiritual até então.
Anos depois dos fenômenos de Hydesvile,
Kardec, utilizando-se de sistema semelhante ao adotado pela meninas Fox, começou
- em sessões privadas e com o auxílio de diversas pessoas dotadas das mesmas
faculdades mediúnicas daquelas crianças estadunidenses
- a dirigir perguntas às mesas girantes ou
falantes, tendo esse sistema sido posteriormente substituído pelo do lápis
adaptado a uma prancheta e posto entre os dedos dos médiuns.
Não demorou muito para que os medianeiros passassem
a escrever diretamente em papel as mensagens recebidas dos Espíritos.
A
partir de 1854 Kardec deu início a um questionário formulado às entidades
invisíveis, por meio de inúmeros médiuns, e em oportunidades distintas, sobre os
mais variados assuntos do interesse humano e sempre supervisionado pelo Espírito
de Verdade, o guia espiritual do Codificador, constituído de 1018 perguntas
básicas, cujo material, depois de enfeixado e organizado deu origem ao
“Le Livre des Esprits”, Écrit sous le dictée et publié par
l'ordre des esprits superieurs, ou <O Livro dos
Espíritos>, dado a público em 18 de abril de 1857.
Dentre as recomendações feitas a Allan
Kardec por Entidades Superiores Invisíveis, a respeito do <O Livro dos
Espíritos>,
destacamos a seguinte:
“Abrirás o livro com o ramo de parreira
que te desenhamos (v. desenho no cabeçalho), dado que ele é o emblema do trabalho do Criador: os
princípios materiais que melhor representam o corpo e o espírito nele se acham
reunidos; o corpo é o ramo; o espírito é a seiva; a alma, ou Espírito encarnado,
é o bago. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho, e tu sabes que somente
pelo trabalho do corpo o Espírito adquire conhecimentos.”
Com aquele admirável livro nasceu o
Espiritismo, ciência experimental e doutrina filosófica que deste modo foi
resumidamente definido por Allan Kardec: “O Espiritismo é
ciência que cuida da natureza, origem e destino dos Espíritos, tanto quanto de
suas relações com o mundo corporal.”
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Fortaleza,CE, abril de 2012.
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Fonte consultada:
Allan Kardec – Obras Completas (Opus Editora - 2ª Edição)
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