SEGUNDA EDIÇÃO DE SEXTA-FEIRA, 08 DE MAIO DE 2020

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sexta-feira, 08/05/2020
A perspectiva de o ex-presidente Lula sair da prisão apenas aos 80 anos, após cumprir um sexto da pena, ligou o sinal de alerta de órgãos de inteligência, que desconfiam de possível fuga do condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Lula admitiu em entrevistas haver recusado vários acenos para fugir, antes de ser preso em Curitiba. Se fugir, o petista só não será deportado caso escolha um país que não tem acordo de extradição com o Brasil. Ele já visitou oito desses países.

São da África a maioria dos países sem acordo de extradição. Lula prefere o exílio dourado na Europa, claro, mas seria preso sem demora.

Fugitivos da Justiça logo são inscritos na lista de procurados da Interpol e de outras polícias de alcance internacional.

Apesar do discurso simpático a ditaduras, Lula já segredou a amigos próximos que jamais viveria em países como Cuba ou Venezuela.


Em 2018, o MPF alertou para o risco de fuga de Lula e o juiz federal Ricardo Leite vetou uma viagem dele à Etiópia, país sem acordo.

O presidente Bolsonaro tem sido criticado por querer entregar apenas trechos da reunião ministerial. A alegação é que, como investigado, ele não pode “editar” o conteúdo das provas. Mas os mesmos críticos calam quanto ao fato de Sérgio Moro, também investigado no inquérito, haver liberado acesso à Polícia Federal apenas de trechos de conversas suas com o presidente, alegando “privacidade” ou que as teria “apagado”.

A AGU sustenta que a reunião tratou de temas sensíveis inclusive de segurança nacional, que nada tem a ver com a investigação em curso.

Moro pediu que o STF exija a íntegra do vídeo da reunião, mas não vê problemas em disponibilizar apenas a versão editada das conversas.

Outro caso famoso, em que investigados forneceram provas editadas à Justiça, foi da JBS. Com o esquema desmascarado, foram condenados.

Às voltas com seu impeachment iminente e alvo de processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por compra superfaturada de respiradores, o governador do Amazonas, Wilson Lima, circulou em Brasília com um Alessandro Bronze, lobista que teria “grande influência” nos tribunais.

As sessões virtuais tornaram mais produtivas as decisões da Câmara, mas servem também para demonstrar que não há necessidade de tantos parlamentares, tampouco do exército de assessores que pagamos.

Achando pouco a presepada que jogou o peso da crise nas costas dos trabalhadores e empreendedores do setor privado, dispensando o setor público de qualquer sacrifício, o deputado Rodrigo Maia fez discurso entregando todos que o “ajudaram” no orçamento de guerra. Bem feito.

O vice-presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta, faz campanha pedindo apoio de entidades do setor produtivo para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. O governador Ibaneis Rocha até tem planos para a secretaria, mas neles Abritta não está incluído.

Coleguinhas que entrevistam a secretária de Cultura, Regina Duarte, mal escondem o inconformismo com sua decisão de permanecer no cargo. Deveriam estar envergonhados por haverem endossado fake news.

Previsão do ministro Alexandre Belmonte, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), até parece uma praga. Para ele, haverá uma “enxurrada de ações” contra os acordos de redução de salários, na pandemia.

O Uber avisou que nas cidades onde o uso de máscaras é obrigatório, a viagem pode ser cancelada caso o cliente não use a proteção. Faltou dizer como deve agir o cliente diante do motorista que não use máscara.

Apenas agora, após pedido da Advocacia-Geral da União, a Justiça bloqueou de R$312 mil de uma ex-servidora do INSS que, em 2014, concedeu fraudulentamente aposentadoria à mãe de um ex-namorado.

...entre políticos, só se assume a responsabilidade em caso de sucesso.

Poder sem Pudor
Ainda em 1960, nos tempos áureos do Palácio Tiradentes, o deputado José Maria de Alkmin estava num corredor conversando com o jornalista Murilo Melo Filho quando de ambos se acercou um mineiro: 
—Dr. Alkmin, minha mulher está grávida há nove meses. O nosso filho vai nascer a qualquer momento. E eu estou desprevenido porque não tenho um cruzeiro para o enxoval. 
E Alkmin, rápido: 
—Meu filho, se você, que teve nove meses para preparar-se, será pego desprevenido, imagine eu, que somente agora estou sendo apanhado e inteiramente de surpresa...

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