SEGUNDA EDIÇÃO DE SÁBADO

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sábado, 16/05/2020
O presidente Jair Bolsonaro tem dificuldades para definir o novo ministro da Saúde, mas não por falta de opções. Ele novamente tentou levar ao cargo a médica Nise Yamaguchi, defensora do uso da hidroxicloroquina, mas dispõe de opções que tem sobre a mesa. Como o almirante Luiz Fróes, diretor de Saúde da Marinha, ou ainda Osmar Terra, ex-ministro, médico e deputado pelo MDB-RS. E ainda “corre por fora” o “Centrão”, grupo majoritário no Congresso cujo apoio Bolsonaro tenta sacramentar.

Claudio Lottenberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que gerencia o hospital, é cotado.

O “nº 2” de Nelson Teich, general Eduardo Pazuello, é uma das opções mais fáceis para Bolsonaro. Na prática, já atua como ministro.

Ludhmila Hajjar, diretora do Departamento de Tecnologia e Inovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, está entre os nomes mais cotados.

O problema maior de Bolsonaro é encontrar alguém disposto a correr o risco de passar vergonha, como ocorreu com o ex-ministro Marcelo Teich.

Apoiadores de Jair Bolsonaro podem prejudicar mais do que ajudar seu ídolo. Nesta sexta (15), centenas deles se reuniram na Praça dos Três Poderes para dar vivas ao presidente e gritar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. Não é atitude inteligente: nada atiça mais o corporativismo no STF. Além disso, o protesto cutuca com vara curta o ministro Celso de Mello, que neste fim de semana deve selar o destino de Bolsonaro, no caso das denúncias do ex-ministro Sergio Moro.

Celso Mello nunca escondeu sua antipatia por Bolsonaro, mas será dele a decisão que pode selar o destino do presidente.

Mello decidirá se joga no lixo o vídeo da reunião do dia 22 ou vê agulha em palheiro e abre processo que pode custar o mandato a Bolsonaro.

Decano do STF, que se aposenta em 1º de novembro, Celso de Mello tem revelado pressa incomum ao fixar prazos curtos, no inquérito.

O Tribunal Superior Eleitoral segue o calendário eleitoral como se 2020 fosse ano normal. Em vez de discutir adiamento, liberou pré-candidatos a arrecadar recursos com financiamento coletivo. Só pensam nisso.

O ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) está disposto a reunir sua equipe e conversar com os líderes do Centrão, sem problemas e nem preconceitos. Mas, no DNIT, a turma não quer mais ouvir falar em Valdemar Costa Neto voltar a influir no órgão. Da outra vez, deu cadeia.

O Senado de Davi Alcolumbre divulgou pesquisa garantindo que a população está feliz da vida: 96% aprovam projetos aprovados na Casa durante a pandemia. Até parece pesquisa de opinião na Coreia do Norte.

Mostra que o Brasil ainda é um bom negócio a revelação do ministro da Economia de que houve mais investimento estrangeiro direto no primeiro trimestre, durante a pandemia, que no mesmo período de 2019.

STF vai derrotar Bolsonaro outra vez, na ação de entidades de imprensa ligadas a Psol, PCdoB, Rede, etc contra a MP que pune servidores em medidas contra a covid-19 apenas se agirem com dolo ou erro grosseiro.

A federação e as câmaras de dirigentes lojistas de São Paulo lançaram manifesto que pede “negócios como de costume”. E diz: “Sem trabalho e a produção que geram renda, as pessoas perdem sua dignidade”.

Lojistas de shoppings já perderam R$ 27 bilhões em menos de dois meses no isolamento, e propõem 20 compromissos para a reabertura; uso de máscara, horário reduzido e controle do número de clientes.

O Índice de Performance do Varejo (IPV), compilado por consultorias e plataformas de gestão, revelou uma queda de 92,51% no fluxo de consumidores em lojas durante temporada de vendas do Dia das Mães.

...vai faltar general para tanto ministério.

Poder sem Pudor
1967. Numa cerimônia de casamento, no Rio, Nininha Leitão, mulher do embaixador Vasco Leitão da Cunha, encontrou Artur Lima Cavalcanti: “O senhor é o deputado Artur Lima?” Ele confirma: “Era. Fui cassado.” Ela foi puxando papo: “Por ser deputado?” Ele ficou em dúvida: “Não sei. Talvez por ter sido prefeito do Recife.” A gentil Nininha fez então a pergunta que queria fazer: “O senhor me permite perguntar uma coisa? Com esses cabelos louros, os olhos verdes, um Lima Cavalcanti... o senhor é comunista?” Artur se empolgou: “Minha senhora, antes eu não era. Agora me nego a dizer que não sou.”

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