SEGUNDA EDIÇÃO DE SÁBADO, 04/01/2020

NO PODER360
Eis a newsletter de hoje 
Sábado, 04/01/2020
INTERNACIONAL
Defendeu ação do Exército dos EUA

INTERNACIONAL
6 morreram, segundo agência

GOVERNO
Presidente quer saída pacífica

GOVERNO
Reúne-se com ministros na 2ª feira

ECONOMIA
São 23 instituições representadas

INTERNACIONAL
País é conduzido por Jeanine Áñez

INTERNACIONAL
Foram 86 casos, diz consultoria

NO O ANTAGONISTA
“Instituição do juiz de garantias não é garantia de nada”
Sábado, 04.01.20 11:21
O delegado Eugênio Ricas, adido da Polícia Federal nos EUA, disse em artigo para o Tribuna Livre que o juiz de garantias “não convence”.
“Do ponto de vista prático, a implementação nos parece de difícil alcance e extremamente cara. Número do CNJ aponta que 40% das comarcas do Brasil possuem apenas um juiz, que é responsável pelo julgamento de todos os processos (cíveis e criminais).
Para a implementação do instituto, portanto, será necessária a realização de contratação de um número gigantesco de magistrados (…).
Os problemas não param por aí. Imaginemos, por exemplo, que em uma dessas comarcas que contam com apenas um magistrado, uma investigação contra corrupção seja feita sem a presença de um juiz de garantias. Poderemos ver todo o trabalho ser anulado por um tribunal superior.
Esperamos que não, mas aparentemente, a alteração legislativa tem um efeito potencial de impedir, principalmente, as investigações mais complexas. Os mais pessimistas dizem, inclusive, que o instituto pode evitar novas Operações Lava Jato, sendo um golpe quase total no combate à corrupção. Não é à toa que o próprio ministro Sergio Moro declarou, publicamente, ser contrário ao instituto. O juiz de garantias deixa, mais uma vez, nossa sociedade sem qualquer garantia de que avançaremos no combate à corrupção.”

Rússia condena ataque dos EUA
04.01.20 10:02
A Rússia condenou o ataque que matou Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária do Irã.
“O assassinato de Soleimani como resultado de um bombardeio em Bagdá, vemos como um passo aventureiro que levará ao aumento da tensão em toda a região”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
“Soleimani se dedicou a defender os interesses nacionais do Irã. Expressamos nossas sinceras condolências ao povo iraniano.”
Soleimani era bom camarada, ninguém pode negar.

Drone usado em ataque foi guiado dos EUA
04.01.20 09:38
O drone americano MQ-9 Reaper, usado no ataque que matou Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária do Irã, foi pilotado a longa distância, no centro-oeste dos Estados Unidos.
A localização exata não foi revelada.
Diz o Estadão:
“O Reaper é o maior modelo da sua classe, podendo permanecer em voo durante 14 horas levando carga externa máxima de 1,4 tonelada – uma combinação de sensores digitais e até quatro Hellfire, com alcance entre 500 metros e 11 km, guiados por um feixe de luz laser.”

Toffoli retira Minas e Rio Grande do Norte da lista de inadimplentes
04.01.20 09:21
Dias Toffoli mandou a União excluir os estados de Minas Gerais e Rio Grande do Norte dos cadastros de inadimplentes do governo federal, informa a Crusoé.
Para o presidente do STF, a inclusão dos estados nos cadastros restritivos de créditos da União poderiam violar o princípio do devido processo legal e ainda prejudicar a assinatura de contratos e convênios que dependem de verbas federais.
Leia a nota completa aqui.

Eduardo Fauzi vai pedir asilo na Rússia
04.01.20 08:39
Eduardo Fauzi assumiu a autoria do ataque à sede da produtora do Porta dos Fundos e afirmou que vai pedir asilo político na Rússia.
=“Eu sou o candidato típico [ao asilo]. Mas a decisão é política. Se não houver interesse político eles não me asilam”, disse ao site Projeto Colabora.
O nome de Fauzi foi incluído na quinta-feira na lista de procurados da Interpol.
No dia 29 de dezembro, um dia antes da expedição do mandado de sua prisão, ele embarcou para a Rússia.

Brasil vai extraditar terrorista espanhol
04.01.20 08:23
O governo brasileiro autorizou a extradição de Carlos García Juliá, terrorista espanhol de extrema direita condenado a 193 anos pela Matança de Atocha.
Segundo o Itamaraty, a extradição deverá ser realizada em até 60 dias.
Em 1977, uma facção da Aliança Apostólica Anticomunista invadiu um escritório e matou cinco pessoas, entre advogados e militantes de esquerda.

STJ rejeita pedido de liberdade da namorada de Dario Messer
04.01.20 08:08
O ministro João Otávio de Noronha, presidente do STJ, negou o pedido de liberdade feito por Myra de Oliveira Athayde, namorada de Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”.
Segundo as investigações da Operação Câmbio Desligo, desdobramento da Lava Jato no Rio, Myra trouxe dinheiro do Paraguai para o Brasil e o remeteu para os Estados Unidos, enquanto o doleiro estava foragido.
Ela está presa desde 19 de novembro.

Vândalos ateiam fogo em igreja no Chile durante protesto
04.01.20 07:42
Durante o primeiro protesto do ano no Chile, a igreja de São Francisco de Borja, localizada em Santiago, foi incendiada nesta sexta-feira (03).
No Twitter, a polícia chilena publicou um vídeo da igreja em chamas.
Clique abaixo para assistir:
Lamentamos profundamente informar que la Iglesia Institucional San Francisco de Borja, donde fueron despedidos nuestros más de mil mártires, es incendiada por una turba de vándalos. El templo fue construído en 1876 y fue entregado a Carabineros hace más de cuatro décadas.

Exclusivo: pistas sobre o assassinato que assombra o PT. CONFIRA

Empresa turca diz que funcionário fraudou registro de jato usado por Ghosn
04.01.20 07:24
Uma empresa turca de locação de aviões afirmou que seus jatos foram usados ilegalmente para levar a cabo o plano de fuga de Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan-Renault.
Segundo o New York Times, a MNG Jet afirmou que um de seus funcionários falsificou registros para remover o nome de Ghosn da documentação do voo entre Osaka e Istambul, e entre Istambul e Beirute.
A MNG disse ainda que o funcionário agiu sozinho e sem o conhecimento da direção da companhia.
O nome do empregado não foi divulgado.

“Bolsonaro encontrou uma desculpa junto ao seu eleitorado para não vetar”
04.01.20 07:13
O jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, disse ao Estadão que a tese de que vetar o fundão eleitoral poderia ocasionar o impedimento de Jair Bolsonaro “é desculpa esfarrapada”.
=“Gostaria de conhecer alguém que conseguisse montar um pedido de impeachment com base nisso.”
=“Não vejo nenhum crime de responsabilidade. [Bolsonaro] já vetou tantas coisas antes. O veto é um exercício legítimo da Presidência da República. Ele está encontrando uma desculpa junto ao seu eleitorado para não vetar. Ele não quer vetar, se ele quisesse ele vetava.”

NO BLOG DO POLÍBIO BRAGA
O portal G1, da Rede Globo, acaba de apresentar novo levantamento sobre os processos criminais que são respondidos por deputados federais. Os dados mostram que, 10% deles, 55, são réus. Nenhum deles é do RS.
CLIQUE AQUI para saber mais e verificar de que Partidos e de que Estados são os réus.
Sábado, às 1/04/2020 09:00:00 AM

Veja o vídeo neste link: https://youtu.be/333lkdAQ1vs
Às 1/04/2020 10:00:00 AM

Este foi apenas um dos casos nos quais os deputados tentaram amordaçar a ação de Moro contra corruptos e criminosos comuns ligados a facções.

O Estadão de hoje demonstra com números que a ação do ministro Sérgio Moro está manietada pela maioria renegada da Câmara dos Deputados.
O jornal tabulou as propostas do ministro e constatou:
- 80% das propostas de Moro para combater a corrupção e as facções criminosas foram torpedeadas pela maioria formada de deputados federais. 
A Câmara continua sob o controle do Eixo do Mal. 5% dos seus membros são réus em processos criminais e outros 45% são objeto de investigações ou denúncias.
CLIQUE AQUI para ler tudo e entender cada caso no qual deputados impediram a ação de Moro. A reportagem só pode ser lida por assinantes. O editor é assinante e recomenda que os leitores façam o mesmo. Custa pouco.
Às 1/04/2020 10:28:00 AM

NO BLOG DO ALUÍZIO AMORIM
Sexta-feira, janeiro 03, 2020
Já escrevi em algumas das minhas análises políticas aqui no blog que o Estado brasileiro foi estruturado a partir do golpe da República de 1889, e lá se vão 130 anos, de uma forma que para funcionar tem de ser dirigido por um Presidente afinado com o establishment, e isto não depende do partido político ao qual esteja filiado. Não pesa, igualmente, de nenhuma maneira, o viés ideológico do partido, desde que, repito, o Presidente da República represente os interesses do establishment, ou seja, grupo de poderosos - empresários, banqueiros, operadores do mercado e similares. Prova disso é a associação dos grandes capitalistas nacionais e internacionais à bandalha comunista, sobretudo a partir da dita "Nova República'.
Portanto, a assunção de Jair Bolsonaro à Presidência é um ponto fora da curva. A última eleição presidencial entrou para a história política do Brasil de forma especial por ser a primeira vez que o povo brasileiro fez valer sua vontade à revelia dos poderosos. Destarte Jair Messias Bolsonaro passou ser o primeiro Presidente da República que não representa os interesses do establishment, e este é portanto o nó górdio da questão. 
O que estou afirmando fica evidente. É como se o Presidente da República estivesse dentro de um grande labirinto onde todas as saídas conduzem a um precipício. E o exemplo do que afirmo se revela agora com todas as letras. Refiro-me ao tal "Fundão" a fabulosa montanha de dinheiro destinada a ser dividida entre os partidos políticos, aprovada pelo Congresso Nacional cabendo ao Presidente da República sancionar ou vetar. 
Como o Presidente Jair Bolsonaro inclina-se a não vetar passa a ser alvo justamente dos operadores do establishment, sobretudo seus empregadinhos em redações da grande mídia, sem falar na anuência dos próprios donos desses veículos midiáticos. E o troço chega a ser cômico se não fosse trágico, quando se ouve os mais interessados nesse fabuloso butim assacar contra o Presidente da República, censurando-o por ter manifestado a intenção de não vetar o tal fundão. A coisa se resume no velho dito popular: "Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come". 
Se os seus contumazes detratores, ou seja, os beneficiários diretos do fundão atacam o Presidente por inclinar-se a sancionar a decisão do Legislativo há algo estranho. O nível da canalhice dos operadores do establishment no Congresso Nacional e nos veículos midiáticos é algo inaudito em toda a história política do Brasil!
Tanto é que, pelas redes sociais, o Presidente Jair Bolsonaro publicou o seguinte texto. Em facsímile, como segue abaixo, reproduzo a postagem do Presidente Jair Bolsonaro em sua página no Facebook. Seu conteúdo resume tudo. Ou precisa desenhar? Se vetar, o Presidente pode, sim, ser suscetível de impeachment! Leiam:

NO GAZETA DO POVO
Com a morte de Qasem Soleimani, Irã perdeu o seu maior terrorista
National Review
[Sexta-feira, 03/01/2020] [17:30]
General Qassem Soleimani, do Irã, morreu em bombardeio no Iraque.
General Qassem Soleimani, do Irã, morreu em bombardeio no Iraque.| Foto: Handout/ KHAMENEI.IR / AFP

O presidente Donald Trump estabeleceu que, uma agressão do regime iraniano contra os americanos, seria a linha que os Estados Unidos jamais aceitariam que fosse cruzada. Isso era para valer e agora Qasem Soleimani está morto.
Os EUA mataram o maior terrorista iraniano no aeroporto de Bagdá, onde ele teria acabado de chegar da Síria. Chefe da Força Quds, comando de elite da Guarda Revolucionária, Soleimani foi o instrumento do imperialismo iraniano em toda a região, construindo alianças, supervisionando operações e executando sua visão geopolítica. Ele estava bem no centro do regime iraniano e era excepcionalmente habilidoso em seu papel, aperfeiçoado por décadas de crueldade e astúcia.
Ele também foi um assassino a sangue frio de americanos, responsável pela morte de centenas de militares durante a guerra do Iraque. De acordo com uma declaração do Pentágono, Soleimani estava desenvolvendo planos para atacar diplomatas e militares americanos no Iraque e em toda a região, o que não é difícil de acreditar, já que esse era o trabalho dele.
O governo Trump e Teerã estão envolvidos em um jogo de gato e rato há meses, com o Irã envolvido em provocações destinadas a obter uma resposta americana. Trump havia sido extremamente cauteloso, apenas dando um aviso contra um ataque aos americanos. Depois de um bombardeio de uma milícia apoiada pelo Irã, o Kataib Hezbollah, em uma base no Iraque, que matou um empreiteiro americano, os EUA retaliaram com ataques aéreos contra o grupo. Isso levou à invasão, organizada pelo Irã, da embaixada dos EUA em Bagdá. O assassinato de Soleimani, um ato legal contra um combatente inimigo sob as regras da guerra, é um impressionante contramovimento do presidente Trump.
Nem George W. Bush nem Barack Obama se atreveram a dar esse passo, e isso certamente abalou totalmente o regime iraniano. A questão agora é como o Irã vai reagir. Ele tem cartas para jogar, seja agitando ainda mais a situação no Iraque, atingindo os aliados americanos por meio dos seus próprios aliados, ou realizando ataques terroristas no Ocidente ou mesmo em solo americano. Mas os EUA têm o poder de elevar as apostas contra o Irã em qualquer escalada, e Teerã, já lutando sob rigorosas sanções dos EUA e enfrentando distúrbios internos, tem mais a perder.
O conflito de décadas com o Irã pode estar prestes a entrar em uma fase de hostilidades abertas, não vistas desde o governo Reagan. 
O presidente Trump fez uma jogada ousada. Nas próximas semanas, ele e sua equipe terão de combiná-lo com planejamento, perspicácia e perseverança. Enfrentamos um inimigo determinado que, felizmente, agora está desfalcado de um terrorista sanguinário, graças a um drone americano.
© 2019 National Review. Publicado com permissão. Original em Inglês.
Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

NO BLOG DO LEONARDO COUTINHO
Calma, o mundo não vai acabar
Por Leonardo Coutinho
[Sexta-feira, 03/01/2020] [15:57]
O ano de 2020 começou quente. A frase surrada não tem nada a ver com debate modorrento que lançou a menina Greta à fama. O bombardeio americano ao comboio que transportava o general iraniano Qasem Soleimani foi um golpe fatal na cadeia de poder da teocracia do Irã. Soleimani era o principal militar do país e comandante de uma força de elite independente das forças armadas que tem por única missão servir aos interesses do líder supremo e à exportação da revolução islâmica para fora de suas fronteiras, as Quds. Considerado “herói” nacional, ele carregava um currículo de guerras. Sobreviveu com louvor à longa guerra do Iraque (1980-1988), treinou as milícias iraquianas que combateram os americanos na invasão iniciada em 2003, e foi peça chave no comando das ações do Hezbollah na guerra contra Israel, em 2006. Recentemente, foi quem desenhou a estratégia russa-iraniana na Síria. Geralmente festejado por seu sucesso contra os terroristas do Estado Islâmico, Soleimani também deveria ser lembrado pelo apoio ao ditador Bashar al-Assad e sua cota monumental no rastro de mais de meio milhão de mortes no conflito civil.
A gloriosa carreira militar de Soleimani, que era pupilo do aiatolá Ali Khamenei e cotado para ser presidente do Irã, tem outro ingrediente: o terrorismo. Ele e seus comandados das Forças Quds têm suas assinaturas em uma série de atentados ao longo da História. Sua estreia foi em 1983, quando caminhões carregados de explosivos foram detonados em frente a instalações militares dos Estados Unidos e da França, países que faziam parte da Força Multinacional que atuou no país durante a guerra civil. O atentado que matou 241 americanos e 58 franceses foi reivindicado pela organização palestina Jihad Islâmica, que embora tenha sido a executora, atuou sob financiamento e coordenação dos Quds e do Irã.
Em 1992 e 1994, os Quds valeram-se do Hezbollah para aplicar a sua lógica de vingança e terror. Os dois alvos foram a nossa vizinha Argentina, mostrando para o mundo que os conflitos do Oriente Médio não se restringiriam mais aos limites fronteiriços geográficos. O primeiro atentado foi contra a Embaixada de Israel, em Buenos Aires (que matou 29 pessoas e feriu outras 242). E o segundo contra a sede da Associação Mutual Israelita (Amia), que deixou um saldo de 85 mortes e cerca de 300 feridos.
O bombardeio que resultou na morte de Soleimani e de Abu Mahdi al-Muhandis – líder da milícia xiita Kataib Hezbollah (algo como “Batalhão do Partido de Deus”), que é o braço paramilitar do Irã em solo iraquiano – teve início com uma série de agressões mútuas nas últimas semanas. A primeira delas vitimou um prestador de serviços do Departamento de Defesa que morreu em um ataque perpetrado pelo Kataib Hezbollah. Os americanos revidaram com um bombardeio a um acampamento dos terroristas, matando 25 deles.
No último dia de 2019, o Kataib Hezbollah, sob a coordenação de Soleimani e al-Muhandis cercou a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá e promoveu uma série de depredações que faziam lembrar a tomada da representação americana em Teerã (1979) ou a destruição do consulado em Benghazi, que resultou na morte do embaixador Christopher Stevens e outros três cidadãos americanos na Líbia. Tudo sobre as lentes da estatal iraniana de TV, em transmissão ao vivo. Estava claro que não haveria final feliz.
O presidente Donald Trump usou o Twitter para dizer que a agressão não sairia barata. Os aiatolás retrucaram dobrando a aposta como parte da mesma narrativa iniciada por eles desde maio de 2018, quando os americanos se retiraram do acordo nuclear com o Irã e anunciaram duras sanções contra o país. Desde então, Teerã sequestrou navios no Estreito de Ormuz, região por onde passam 30% da produção mundial de petróleo. Patrocinou atentados contra petroleiros e instalações petroleiras dos inimigos de fé, os sunitas da Arábia Saudita, e trabalhou diuturnamente para aumentar a temperatura na região por meio de grupos insurgentes aliados. Todos sob as ordens e a coordenação estratégica de Soleimani.
Em julho de 2018, o general Soleimani lançou uma ameaça aos americanos: 
=“Venham. Estamos esperando. Vocês podem começar uma guerra, mas somos nós que determinaremos o seu fim”. E a sua morte tem sido entendida como um ato de guerra. Em certa medida é algo correto. Mas não é o tipo de guerra convencional. O Irã provocou, mas não esperava o golpe. Portanto, vai tentar retaliar na justa medida. É assim que eles trabalham. É assim que os Quds agem. O caso argentino é o melhor exemplo do modus operandi iraniano.
Em 1992, as relações entre Argentina e Irã se desmantelaram depois que o então presidente Carlos Menem determinou o cancelamento de um contrato de transferência de tecnologia nuclear para os iranianos. Teerã entendeu como uma traição e um golpe fatal para colocar de pé os seus sonhos nucleares interrompidos em 1979, quando os alemães da Siemens deixaram o país sem concluir a usina nuclear em construção. O rompimento com o Irã coincidiu com a morte do secretário-geral do Hezbollah, o clérigo xiita Abbas al-Musawi, em um ataque aéreo de Israel. Al-Musawi morreu juntamente com sua mulher, o filho e seu corpo de guarda-costas. A ação foi uma retaliação ao assassinato de três militares israelenses dois dias antes. As semelhanças com eventos da semana são didaticamente surpreendentes.
Em 18 de fevereiro de 1992, dois dias depois da morte de Al-Musawi o líder espiritual do Hezbollah, o sheik Mohammad Hussein Fadlallah proferiu uma sentença de morte e de frieza: 
=“Israel não vai escapar da vingança. Recebemos a mensagem de que não há nenhuma necessidade de responder de forma emocional”. Fadlallah completou que “haveria muito mais violência e correria muito mais sangue”. E assim foi. Um mês depois, às 14h45 de 17 de março de 1992, um carro-bomba explodiu depois em frente à Embaixada de Israel em Buenos Aires. O duplo ato de vingança, que combinou uma punição aos argentinos e israelenses, foi reivindicado pelo grupo Jihad Islâmica, os mesmos “laranjas” do Irã no atentado em Beirute anos antes.
O exemplo argentino ensina que a reação iraniana segue uma lógica própria e não caminha para uma guerra regular. A tática deles é mais assemelhada com a de organizações terroristas do que com exércitos formais. É isso que os faz perigosos e imprevisíveis. Essa foi a escola de Soleimani. Esse é a alma dos Quds que ele formou e liderou. Mas não está por vir nenhuma III Guerra Mundial ou apocalipse. Os iranianos cobrarão a vida do líder por meio de prepostos que podem estar tanto na Europa, quando nos Estados Unidos ou mesmo na América Latina, como nos dois casos argentinos. Isso, portanto, não deixa ninguém a salvo. Nem o Brasil. O estado de alerta que os aiatolás imporão ao mundo deveria servir de lição para mostrar a marca terrorista que o Irã carrega em seu DNA. Mas, como o mundo anda de cabeça para baixo a conta ainda será debitada no cliente errado. Quer apostar?"
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NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Reportagem inédita revela uma outra história sobre o crime que assombra o PT há quase duas décadas
Sexta-feira, 03/01/2020 às 10:51
Foto montagem: Jornal da Cidade Online.

Um ex-amigo íntimo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu falar.
Durante 25 anos, o fazendeiro Valter Sâmara foi muito próximo do petista.
Em 2018 ele mandou que um emissário procurasse a Operação Lava Jato. Pretendia colaborar.
No repertório apresentado aos investigadores, estavam fatos envolvendo o tríplex de Guarujá, a compra do segundo apartamento em São Bernardo do Campo e o assassinato de Celso Daniel, em janeiro de 2002.
Em excelente trabalho de reportagem da Revista Crusoé, Valter Sâmara revelou fatos inéditos vinculados à morte de Celso Daniel.
Tais fatos, ele pretendia contar para a Lava Jato, mas um episódio criminoso cometido contra familiares, fez com que recuasse.
Narra a Crusoé:
“Passava das cinco horas da tarde quando dois homens, um deles de boina e bengala, desceram de um Spacefox preto em frente a uma loja de roupas de grife em um bairro residencial de Ponta Grossa, no interior do Paraná. Era quinta-feira, 26 de abril de 2018, e a rua estava calma, como de costume. Armada, a dupla rendeu duas pessoas logo na entrada e anunciou o assalto. Outros dois comparsas chegaram em seguida para invadir a casa que fica nos fundos do mesmo imóvel, fazendo 11 reféns, entre eles uma idosa e uma criança. Mas em vez de dinheiro e objetos de valor, os bandidos queriam ‘os documentos do PT’. As vítimas foram amarradas, amordaçadas e agredidas, enquanto parte da quadrilha quebrava as paredes atrás de um cofre onde o material poderia estar escondido. Após mais de uma hora de terror e destruição, o bando não achou nada e fugiu levando apenas carteiras, celulares, bijuterias e algumas peças da loja. Apesar da explícita conotação política, a Polícia Civil do estado concluiu, poucos meses depois, que o caso foi um típico crime comum, contra o patrimônio, sem indiciar ou prender ninguém.”
Porém, a soltura do meliante petista encorajou Valter Sâmara a quebrar o silêncio.
Eis o relato do fazendeiro:
"Sâmara conta que, em abril de 2002, três meses após o assassinato de Celso Daniel, recebeu uma fita cassete com a gravação de uma conversa entre Gilberto Carvalho e Miriam Belchior, que eram secretários da administração petista na cidade do ABC. Ele diz que obteve o material das mãos de um antigo amigo, Álvaro Lopes, um lobista conhecido nos corredores do poder de Brasília. que, à época, segundo o fazendeiro, atuava como emissário do então deputado Michel Temer, ex-presidente da Câmara.
Na conversa, relata Sâmara, Carvalho pede para Miriam continuar de luto pela morte de Celso Daniel, com quem foi casada por dez anos antes do sequestro e assassinato dele. E diz à então secretária municipal de Habitação e Inclusão Social de Santo André para guardar por mais alguns dias uma misteriosa encomenda que ele iria retirar em outra ocasião — o fazendeiro diz acreditar que, pelos termos da conversa, os dois tratavam de dinheiro. O conteúdo da fita impressionou Sâmara. Na mesma semana, ele foi a São Paulo mostrar a gravação a Lula, no apartamento do petista em São Bernardo. ‘Fiquei bem preocupado quando ele disse que era uma montagem. Eu tinha ouvido a fita e falei que não, aquilo não era montagem nenhuma’, diz o fazendeiro. Ele conta ter deixado a gravação com o petista. À época, Lula já rodava o país em pré-campanha na sua quarta e, desta vez, vitoriosa tentativa de chegar ao Planalto.
O áudio ouvido por Sâmara chama a atenção por dois fatos importantes: 1) ao contrário dos grampos feitos pela PF, cujas cópias chegaram a ser apresentadas na CPI dos Bingos em 2005, a gravação contida na fita cassete, segundo ele, não era de uma ligação telefônica, mas produto de uma escuta ambiental, o que indica tratar-se de áudio inédito; 2) a conversa fazia alusão à arrecadação ilícita de dinheiro na Prefeitura de Santo André, um suposto esquema nunca comprovado, mas que converge com a acusação feita pelos irmãos de Celso Daniel, João Francisco e Bruno Daniel, contra Gilberto Carvalho, de que o então secretário e futuro chefe de gabinete de Lula coletava propinas provenientes de um esquema de corrupção municipal, para entregá-las a José Dirceu, à época o presidente nacional do PT.
Para Sâmara, o assassinato de Celso Daniel foi um crime político, ao contrário do que concluiu a polícia de São Paulo em duas investigações, segundo as quais o ex-prefeito petista foi vítima de um sequestro seguido de morte por uma quadrilha da favela Pantanal. Pela tese do ex-amigo de Lula, também defendida pelos irmãos do petista, o ex-prefeito era conivente com os desvios de dinheiro para o partido, mas teria reagido contra o enriquecimento ilícito pessoal de aliados e empresários amigos do setor de transportes. “Ninguém até hoje teve interesse em descobrir os fatos verdadeiros sobre isso”, afirma Sâmara. O fazendeiro acredita que os bandidos que invadiram a casa de sua irmã em abril de 2018 estavam atrás da fita cassete que ele diz ter deixado com Lula em 2002. Sâmara jura que não ficou com nenhuma cópia da gravação.
A gravação ouvida pelo ex-amigo de Lula nunca chegou ao conhecimento das autoridades que investigaram a morte de Celso Daniel. O promotor que apurou o caso, Roberto Wider Filho, diz que o áudio, se ainda existir, pode contribuir para iluminar a história do crime.
Da Redação


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