PRIMEIRA EDIÇÃO DE 02 DE JUNHO DE 2019, DOMINGO

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
As empresas aéreas fizeram da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) porta-voz de uma nova lorota que não faz o menor sentindo. Sustentam que se a cobrança de bagagem for proibida, empresas aéreas “low cost” (de preços baixos) perderão o interesse no mercado brasileiro. Ao contrário do que se imagina na Anac, “o negócio dessas empresas é transportar pessoas e não bagagens”, diz Carlos Vieira, um dos principais agentes de viagem de Brasília, ex-presidente da Abav.
A Air Europa foi a primeira empresa “low cost” estrangeira autorizada a transportar passageiros em voos domésticos, no Brasil.
A Anac prometeu que a cobrança da bagagem reduziria o valor das passagens. Era mentira. Subiu 6%, em média, nas dez principais rotas.
O Tribunal de Contas da União abriu auditoria para verificar por que a cobrança de bagagem não derrubou tarifas. Resposta fácil: ganância.
Beneficiários do Fundo de Pensão dos Funcionários da Petrobras (Petros) sofrem descontos de até 40% dos proventos de aposentadoria para cobrir o rombo de R$27,7 bilhões produzido por seguidas gestões irresponsáveis de dirigentes indicados por políticos nos últimos anos. A cobrança abusiva foi alvo de ações na Justiça. O Ministério Público adverte para o risco de comprometer a subsistência das pessoas.
O déficit bilionário foi acumulado entre 2013 e 2015, no final do governo petista de Dilma Rousseff, gerando desespero em 145 mil beneficiários.
Aprovado em 2017, o equacionamento tem pagamento obrigatório para ativos, aposentados e pensionistas em 215 parcelas, cerca de 18 anos.
Ficou em R$2,8 bilhões o valor do acordo de leniência entre CGU/AGU e a Braskem, braço químico da Odebrecht. Uma ninharia para o tamanho da ladroagem e sobretudo dos prejuízos ao País. Saiu barato.
Os 2.415 portadores de cartões de pagamento do governo federal, os famosos cartões corporativos, gastaram até agora R$ 8,2 milhões. Em 2019. Em 2015, até este momento no ano, a conta era R$25 milhões.
O prefeito de Maceió, Rui Palmeira, reclama que o governo estadual se mantém alheio ao drama de milhares de moradores de três bairros que afundam, após mineração predatória do seu subsolo pela Braskem.
A CPI de Brumadinho tentará interrogar técnicos e gerentes da Vale para entender o rompimento da barragem que matou cerca de trezentas pessoas. A menos que o STF os autorizem a fechar o bico.

NO METRÓPOLES
Neymar é investigado por estupro em hotel de luxo de Paris
Boletim de ocorrência foi registrado em São Paulo, na 6ª Delegacia de Defesa da Mulher. Caso teria acontecido no dia 15 de maio deste ano
EAN CATUFFE/GETTY IMAGES

Por  MANOELA ALBUQUERQUE
manoela.albuquerque@metropoles.com
Sábado, 01/06/2019 18:21, ATUALIZADO 01/06/2019 18:54
O jogador Neymar da Silva Santos Junior é investigado, em São Paulo, depois que uma mulher o denunciou por um estupro que teria acontecido no Hotel Sofitel Paris Arc de Triomphe, em Paris. Em depoimento que durou mais de três horas, de acordo com o boletim de ocorrência (BO) obtido pelo Metrópoles, a mulher afirmou que, “aparentemente embriagado”, o jogador a forçou a ter uma relação sexual.
Segundo o relato da vítima, que não foi identificada no BO com base em um protocolo de segurança, o fato aconteceu no dia 15 de maio, mas só foi registrado nessa sexta-feira (31/05/2019), na 6ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Santo Amaro, em São Paulo. Ela disse à polícia que estava emocionalmente abalada e teve medo de registrar o caso na França.
Neymar curte festa de aniversário ao lado de suposto affair

A mulher contou que conheceu Neymar pelo Instagram e os dois começaram a trocar mensagens. No dia 12 de maio, um assessor do jogador, identificado como “Gallo”, entrou em contato para fornecer passagens para o embarque no dia 14 de maio.
Ela chegou a Paris no dia seguinte e ficou hospedada no hotel de luxo, ao qual o jogador teria chegado por volta das 20h, com sinais de embriaguez. De acordo com o relato, houve troca de carícias, mas Neymar se tornou agressivo e usou a força para fazer sexo com ela. No dia 17 de maio, a vítima retornou ao Brasil.
A titular da 6ª DDM, Juliana Lopes Bussacos, solicitou exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e encaminhou o boletim de ocorrência para a abertura de um inquérito policial. A Polícia Civil informou, na tarde deste sábado (01/06/2019), que a investigação está sob sigilo. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de imprensa de Neymar.

NO BLOG DO FAUSTO MACEDO
Áudios apontam repasses de R$ 1,8 milhão a Paulinho
Valor teria sido pago pela Odebrecht e entregue na sede da Força Sindical ao chefe de gabinete do deputado
Por Fabio Leite
01 de junho de 2019 | 21h24
  
Conversas de Skype registradas pela transportadora de valores usada pela Odebrecht para efetuar pagamentos ilícitos em São Paulo indicam quatro entregas de dinheiro no valor total de R$ 1,8 milhão para o chefe de gabinete do deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força
Segundo as mensagens, os repasses foram feitos entre agosto e setembro de 2014 para Marcelo de Lima Cavalcanti na sede da Força Sindical, presidida por Paulinho até 2018.
Ouça: Audio Player (no link abaixo)
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/audios-apontam-repasses-de-r-18-milhao-a-paulinho/
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Os diálogos obtidos pelo Estado foram entregues à Polícia Federal por um ex-funcionário da Transnacional, empresa contratada pelo doleiro Álvaro José Novis para fazer entregas de dinheiro a serviço da Odebrecht. As mensagens apontam três pagamentos de R$ 500 mil com as senhas “ford”, “volkswagen” e “chevrolet” e um de R$ 300 mil com a palavra-chave “pandeiro” – todos destinados a Cavalcanti no 11.º andar da Rua Rocha Pombo, 94, prédio da Força Sindical, no bairro da Liberdade, centro da capital paulista.
A soma dos valores apontados no arquivo é quase o dobro do que a empreiteira afirmou ter pago a Paulinho em 2014 no acordo de colaboração firmado com o Ministério Público Federal (MPF). Em depoimento prestado em dezembro de 2016, Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, disse que, durante encontro em um café próximo ao prédio da Força Sindical, o deputado pediu doação em caixa 2 para a campanha dele à reeleição. “Acertamos R$ 1 milhão de contribuição.”
O ex-executivo relatou que o repasse foi feito em duas parcelas e estava vinculado ao apoio político de Paulinho à empresa em uma greve ocorrida na Embraport, empresa que era do grupo, no Porto de Santos, em novembro de 2013, e da invasão da sede da Odebrecht por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) em maio de 2014, em protestos contra a Copa do Mundo.
“Esse pagamento tinha como objetivo que a gente mantivesse com ele uma relação boa e, através dele, quase que uma tutoria para a gente saber lidar melhor com os movimentos sindicais e centrais sindicais”, disse Reis em depoimento prestado no dia 13 de dezembro de 2016 ao MPF. Segundo ele, a Odebrecht já contribuía legalmente com R$ 100 mil todo ano para a realização da festa de 1.º de Maio organizada pela Força.
Segundo planilha da Odebrecht anexada ao acordo de colaboração, dois pagamentos de R$ 500 mil foram feitos nos dias 4 e 11 de setembro de 2014 com as senhas “volkswagen” e “chevrolet”, respectivamente. A delação é parte de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso. Em fevereiro, ele prorrogou a investigação por mais 60 dias.
As conversas de Skype trocadas entre funcionários da transportadora indicam, no entanto, que outros dois pagamentos teriam sido feitos ao chefe de gabinete de Paulinho na sede da Força Sindical. Um de R$ 500 mil no dia 22 de agosto, com a senha “ford”, e outro de R$ 300 mil em 16 de setembro, com a senha “pandeiro”. Neste, inclusive, há uma ligação gravada entre um operador do doleiro da Odebrecht chamado Márcio Amaral e o assessor do deputado.
No áudio, obtido pelo Estado, Amaral avisa a Marcelo Cavalcanti que “meu pessoal vai entregar uma documentação para você”, e pede para que o assessor de Paulinho aguarde para receber a “encomenda”. “Tô no aguardo”, respondeu o chefe de gabinete.
Defesas 
Deputado federal pelo quarto mandato, Paulinho é alvo de ao menos outros dois inquéritos no STF. O advogado Eduardo Toledo afirmou que ainda não teve acesso às conversas de Skype nem áudio relacionado ao deputado, mas que ele “tem dito que não recebeu doação ilegal para campanha eleitoral e nenhum outro recurso ilegal da Odebrecht”. Segundo Toledo, a Odebrecht “tem tido sérias dificuldades de comprovar fatos que ela delatou”.
Procurado, Marcelo Cavalcanti não quis se manifestar. A Odebrecht disse que “tem colaborado de forma eficaz com as autoridades em busca do pleno esclarecimento dos fatos narrados pela empresa e seus ex-executivos”.

Planilha de transportadora mostra R$ 500 mil da Odebrecht para Kátia Abreu
As datas, valores e senhas são as mesmas que aparecem nas planilhas do doleiro Álvaro José Novis e da Odebrecht relacionados ao codinome “Machado”, atribuído à senadora
Por Fabio Leite
01 de junho de 2019 | 21h24
Registros da transportadora de valores usada pela Odebrecht indicam dois pagamentos de R$ 250 mil cada feitos em hotéis de São Paulo a codinome dado por executivos da empreiteira à senadora Kátia Abreu (PDT-TO). Segundo a planilha, os pagamentos foram feitos nos dias 3 e 9 de outubro de 2014 com as senhas “bigode” e “volante” a uma pessoa chamada Álvaro. As datas, valores e senhas são as mesmas que aparecem nas planilhas do doleiro Álvaro José Novis e da Odebrecht relacionados ao codinome “Machado”, atribuído à senadora.
O suposto caixa 2 de R$ 500 mil pago a Kátia Abreu foi delatado pelos ex-executivos da Odebrecht Cláudio Melo, Fernando Reis e Mário Amaro, em acordo de colaboração fechado com o Ministério Público Federal. Segundo eles, os repasses foram negociados com o marido de Kátia, Moisés Pinto Gomes, porque a Odebrecht tinha a concessionária de água e esgoto de Tocantins e “era importante manter uma boa relação com a senadora”.
A planilha da transportadora, obtida pelo Estado, foi entregue em dezembro de 2017 à Polícia Federal por um ex-gerente da Transnacional, contratada por Novis para efetuar os pagamentos ilícitos da Odebrecht. Nos registros, constam ao menos 187 supostos pagamentos da Odebrecht a 57 codinomes de políticos, agentes públicos e marqueteiros, que somam R$ 97,5 milhões. O arquivo, que é mantido sob sigilo pelo Supremo Tribunal Federal, revela nomes dos intermediários que teriam recebido o dinheiro e endereços de entrega. No caso vinculado ao codinome atribuído a Kátia Abreu, os pagamentos teriam sido feitos em dois hotéis, no Itaim Bibi e na Vila Olímpia, em São Paulo.
Em nota, a senadora ressalta que o inquérito sobre o suposto repasse foi arquivado “sem que quaisquer elementos de prova tenham sido apresentados à Justiça” e que “desconhece” o Álvaro citado na planilha da transportadora. O arquivamento foi decidido em setembro passado pela Segunda Turma do STF.



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