PRIMEIRA EDIÇÃO DE DOMINGO, 26 DE MAIO DE 2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
26/5/2019
A articulação política do governo Bolsonaro conta com o cancelamento do recesso de quinze dias, em julho, para não correr o risco de atrasar a reforma da Previdência. O Palácio do Planalto guarda uma carta na manga que, na prática, suspende a folga parlamentar do meio do ano: a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Se os governistas fizerem corpo mole ou mesmo obstrução da LDO, o recesso estará suspenso.
“Se não votar a LDO, não tem recesso”, lembra o experiente ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que foi deputado federal por 25 anos.
O ministro conhece bem a regra que impede os parlamentares de saírem de recesso enquanto não for votada e aprovada a LDO.
Além do recesso, a rotina no Congresso será afetada pelo feriado de São João, que pode cancelar a semana de 24 a 28 de junho.
O deputado José Nelto (Pode-GO) anunciou que apresentaria projeto de resolução cancelando o recesso, mas talvez não seja necessário.
O governador do DF, Ibaneis Rocha, que doa todos os meses o próprio salário, talvez não saiba, mas três aposentados embolsaram em março R$531 mil (um defensor público), R$543 mil (tenente coronel da Polícia Militar) e R$545 mil (coronel da PM). A bolada saiu a título da infame pecúnia, na “venda” de licenças-prêmio de servidor público que se aposenta. Só DF e Acre obrigam o pagador de impostos a sustentar a pecúnia. Outros 117 servidores embolsaram mais de R$100 mil/mês.
No DF e Acre servidor ganha férias de 3 meses a cada 5 anos, e opta por receber isso em dinheiro, ao se aposentar. Já no setor privado…
O governador ganha R$24 mil, que é o teto do funcionalismo público no DF, mas mais de 1.000 servidores furam o teto e ganham mais.
Para cada 1 real que entra nos cofres do DF, 82 centavos vão para o bolso dos servidores. Em março, a folha totalizou R$1,7 bilhão.
O ministro Onyx Lorenzoni divulgou levantamento mostrando que foram recebidos até agora 386 parlamentares na Casa Civil. Do total, ele próprio atendeu 282. Os demais tomaram o cafezinho e bye, bye.
O Palácio do Planalto aceita aumentar as concessões aos Estados no pacote de ajuda econômica do ministro Paulo Guedes (Economia). Em contrapartida, cobra apoio formal à reforma da Previdência.
O governo está atento à manobra: o deputado Roberto de Lucena (Pode-SP) propõe “regra de transição”, com pedágio de 30%, para prolongar os privilégios de aposentadoria dos servidores.
O deputado Efraim Filho (DEM-PB) alerta que o jeito do PT de fazer oposição envelheceu. “O PT não se atualizou. Greve geral, intolerância, queima de pneus. Isso não adianta mais, a sociedade rejeita”, criticou.
O Portal da Transparência mostra que os ministros Osmar Terra, Onyx Lorenzoni e Tereza Cristina, todos deputados licenciados, ainda moram em seus apartamentos funcionais da Câmara.
No Senado, 500 servidores aderiram ao Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público). Querem contribuir com previdência mais justa, ao contrário de muitos servidores.
Na Câmara, projeto determina que a revisão periódica de segurança de barragens seja de domínio público e que os responsáveis treinem comunidades que poderiam ser afetadas em caso de rompimento.
O Instituto Fiscal Independente prevê melhorias nas receitas e gastos públicos dos estados e municípios, após a aprovação da reforma da Previdência. Estima mais dinâmica do resultado primário.
Dividindo a mesma cela em Curitiba, José Dirceu e Eduardo Cunha discutem a qualidade do rango ou a reforma da Previdência?

NO DIÁRIO DO PODER
A catástrofe humana e a omissão da mídia e dos intelectuais
Da Redação
Sábado, 25/05/2019
Por Eurico Andrade Neves Borba (*)
Os cientistas sociais não se pronunciam, a maioria dos políticos muito menos, as Igrejas Cristãs históricas estão silenciosas, a mídia desconhece a gravidade do assunto.
Não haverá empregos para todos, por maiores que sejam os investimentos. No Brasil, com o atual numero de desempregados, desalentados e subempregados, cerca de 27 milhões de pessoas, apenas escassos milhões poderão vir a ser empregados caso tudo o que seja necessário ser feito aconteça – um milagre de bom tamanho…
Por que escondem o óbvio de uma população crédula que espera, um dia, ter seu emprego? Um desrespeito.
É evidente que outra forma de sociedade precisa ser construída com fundamento na solidariedade, virtude que deve presidir as relações livres e justas entre as pessoas e os povos.
Com as progressivas novidades da tecnologia – inteligência artificial, machine learnig e robôs – com o individualismo egoísta e a ganância pelo poder presidindo a vida das sociedades, não há como gerar os milhões de empregos necessários: – a miséria e os desníveis na distribuição da renda aumentarão, resultando em crescentes níveis de tensão social.
Não estou me referindo à utopia do “pleno emprego”, mas a possibilidade de se propiciar, pelo menos, uma “pobreza digna” para a atual maioria dos pobres e miseráveis.
Com esta nossa displicente maneira de pensar e conviver, somada às consequências da deterioração ambiental, estamos construindo as pré-condições de uma imensa e incontrolável catástrofe humana.
Os homens e mulheres que têm acesso aos meios de comunicação parecem não perceber a realidade e se dedicam a comentar as superficialidades do momento. Beira a irresponsabilidade histórica tal atitude de não informar sobre o fato social mais importante que se desenrola sob nossos olhos. A imprensa e a televisão ainda são mais eficientes, para informar e esclarecer, do que o Facebook. É necessário transmitir um alerta global para o assunto da mais alta relevância e urgência para o futuro do nosso País e da Humanidade, alertando a população e convidando para a reflexão e ação.
(*) Eurico de Andrade Neves Borba, 78, aposentado, ex- professor da PUC Rio e ex Presidente do IBGE

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