PRIMEIRA EDIÇÃO DE DOMINGO, 03 DE FEVEREIRO DE 2019

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 03 DE FEVEREIRO DE 2019

O apoio do presidente Jair Bolsonaro à reeleição de Rodrigo Maia (DEM) somente foi concretizado após o presidente da Câmara convencê-lo dos seus compromissos com a agenda de reformas e diminuição do Estado. O discurso da vitória de Maia soou como música aos ouvidos do governo, ao afirmar que, nos últimos 30 anos o Brasil “foi capturado por interesses de corporações públicas e privadas”.

No discurso, o presidente da Câmara deixou claro o compromisso de aprovar projetos que levem à modernização do Estado e da economia.

A prioridade absoluta será a reforma da Previdência, mas Rodrigo Maia gosta muito da ideia de acabar com a Justiça do Trabalho.

Um dos maiores desafios da Câmara, ao qual Maia prometeu apoio, será o arrojado programa de privatização e extinção de estatais.

Pelo entendimento de Rodrigo Maia, as corporações comprometeram as despesas e deixaram o País sem capacidade de investimento.

A articulação do bloco de 301 deputados garantiu ao governo Jair Bolsonaro lugar nos principais cargos da Câmara dos Deputados. Além da presidência, que foi garantida a Rodrigo Maia (DEM), o bloco terá as vice-presidências e secretarias que nomeiam, contratam serviços, pagam passagens aéreas e administram imóveis funcionais e auxílios-moradia. Na prática, o bloco vai comandar todo o processo legislativo.

Os 301 deputados do blocão incluem parlamentares de onze partidos: PSL, PP, PSD, MDB, PR, PRB, DEM, PSDB, PTB, PSC e PMN.

Nos tempos de poder, com Mensalão e Petrolão por trás, os petistas presidiram a Câmara e controlaram a maioria dos seus cargos.

Hoje, com Mensalão e Petrolão revelados, PT e seus puxadinhos têm bloco de 97 deputados. Garantiu só uma suplência na mesa diretora.

O conselho editorial do importante jornal americano New York Times publicou editorial com a opinião dos seus editores, culpando a gigante de mineração Vale pela tragédia em Brumadinho. O jornal cita a manutenção precária de barragens. Já a imprensa brasileira…

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) levou as redes sociais à loucura respondendo a Renan Calheiros: “Eu imagino a autoridade que vossa excelência tem de dizer que estou agravando a imagem do Senado”.

A refinaria vendida por US$562 milhões (R$2 bilhões) custou o dobro à Petrobras estatal brasileira, em 2006. A mesma refinaria que em 2005 fora comprada pela Suíça Astra por US$42 milhões (R$155 milhões).

…em anos anteriores, a gritaria era restrita às eleições da Câmara, mas ontem o Senado bateu todos os recordes de eleição vergonhosa.

NO O ANTAGONISTA
“Quem não preveniu foi a Vale”, diz Pimentel
Domingo, 03.02.19 08:21
Em entrevista ao Estadão, o petista Fernando Pimentel falou pela primeira vez sobre a tragédia em Brumadinho.
Questionado sobre se sua administração errou ao não prevenir o rompimento da barragem, Pimentel respondeu:
“Na tragédia de Brumadinho, quem não preveniu, ou não fez a devida comunicação, foi a empresa e suas subcontratadas. E isso fica cada vez mais evidente à medida em que vão sendo reveladas as falhas e omissões da Vale na operação da barragem que se rompeu.”

Chanceler prepara encontro de Bolsonaro com Trump
03.02.19 08:07
O ministro Ernesto Araújo vai a Washington nesta semana para preparar o encontro de Jair Bolsonaro com Donald Trump.
Em entrevista ao Estadão, o chanceler afirmou que vai aproveitar sua estada na capital americana para fazer um intercâmbio entre as agências reguladoras dos dois países.
“Ao governo cabe fazer a regulação e facilitar os investimentos. Às vezes, as empresas querem investir, mas esbarram na regulamentação. Temos que colocar as agências em sintonia.”

“Vou levar para o túmulo”
03.02.19 08:04
Em entrevista ao site local MaisPB, o senador José Maranhão confirmou que pegou as duas cédulas de votação e as colocou no bolso na sessão de ontem.
Quando perguntado o que tinha nos papéis, o paraibano disse que “vai levar para o túmulo” a informação.
O Antagonista revelou ontem que eram dois votos em Renan Calheiros, segundo escrutinadores contaram a um dos candidatos.

Aliados de Bolsonaro convocam militares para conversar com Mourão
03.02.19 07:56
Militares que atuam no governo Jair Bolsonaro foram escalados para uma conversa com o vice Hamilton Mourão.
Diz a Folha:
“É crescente o incômodo do Planalto com declarações do vice.
Mourão tem feito contrapontos e até críticas públicas a iniciativas do time escalado pelo presidente. Esses interlocutores querem arrancar dele um compromisso claro de alinhamento.”

O grupo de auxílio de Davi
03.02.19 07:43
Os senadores que trabalharam pela vitória de Davi Alcolumbre na disputa pela presidência da Casa vão organizar um grupo para auxiliar o parlamentar, relata a Folha.
“O gesto é não só um reconhecimento da inexperiência do eleito, mas também do potencial bélico dos adversários que foram abatidos no caminho — Renan Calheiros à frente.”
Tasso Jereissati convocou reunião do grupo para próxima terça-feira.

Presidente do Senado vai mandar apurar se houve fraude na votação
03.02.19 07:33
Davi Alcolumbre, novo presidente do Senado, disse na noite de sábado que vai mandar apurar se houve fraude na primeira votação de ontem para a presidência da Casa.
“Como presidente, agora, vou determinar que seja apurado o que aconteceu, se foi um envelope a mais ou se foi realmente essa suspeita [de tentativa de fraude]”, afirmou.
“Eu tenho que avaliar, parece que tem uma filmagem ou alguma coisa aí. Eu não queria me antecipar aos fatos, porque parece que houve uma fraude na eleição. O que há é que tinha um envelope a mais e pode ter sido na hora da contagem.”

Bolsonaro com paralisia no intestino
03.02.19 07:24
O cirurgião Antonio Macedo disse à Folha que as náuseas e vômitos apresentados por Jair Bolsonaro no último sábado ocorreram porque o intestino delgado dele parou de funcionar.
A condição clínica é chamada de “íleo paralítico”.
A declaração de Macedo contradiz os assessores da Presidência, que afirmaram ontem que os vômitos seriam uma “reação normal e decorrente da retomada da função intestinal”.
Outros especialistas ouvidos pelo jornal disseram que os sintomas apresentados por Bolsonaro representam uma piora no estado clínico e que no quinto dia depois da cirurgia, o paciente deveria estar comendo pela boca e evacuando.

Os cálculos de Renan
03.02.19 07:01
Renan Calheiros calculava ter cinco votos no PSD, quatro no PP e entre dois a quatro no PSDB, relata a Folha.
No meio da segunda votação, percebeu que apenas um senador do PSD o apoiaria.
Ontem, Renan atribuiu à decisão do PSDB de abrir os votos sua renúncia da disputa pela presidência do Senado.

Dinheiro das milícias
03.02.19 06:32
Elio Gaspari avisa (e, nesse caso, é bom acreditar nele):
“A próxima encrenca que azucrinará a vida de políticos do Rio poderá ser a comprovação de que dinheiro das milícias caía na conta de funcionários de gabinetes de alguns deputados.”

Toffoli tenta parabenizar Davi, mas não consegue
Sábado, 02.02.19 21:15
Dias Toffoli tentou entrar em contato com Davi Alcolumbre logo após sua vitória na presidência do Senado, mas não conseguiu falar para dar os parabéns.
O novo presidente do Senado deixou o ministro aguardando na linha enquanto ouvia outros senadores no plenário da Casa e deixou para falar com ele depois.

Guaidó diz que Venezuela receberá ajuda humanitária do Brasil
02.02.19 21:00
Juan Guaidó, que se declarou presidente interino da Venezuela, afirmou neste sábado que o Brasil será um ponto de entrada de ajuda humanitária no país.
“Hoje anunciamos uma coalizão mundial pela ajuda humanitária na Venezuela. Já temos três pontos de coleta para a ajuda: Cúcuta [Colômbia] é o primeiro, outro estará no Brasil e o terceiro será em uma ilha do Caribe. Conversamos com as Forças Armadas. Nos próximos dias, a coleta de ajuda humanitária começa, conforme necessário, porque entre 200 mil e 350 mil venezuelanos estão em risco de morte por desnutrição, falta de remédios ou suprimentos para diálise, de insulina ou de medicação para o câncer.”

Momento é de ‘reconstrução da credibilidade’ do Senado, diz Tasso sobre eleição de Davi
02.02.19 20:40
O senador Tasso Jereissati comentou na noite deste sábado sobre sua perspectiva para o futuro do Senado, agora que Davi Alcolumbre se tornou presidente da Casa.
“Hoje aconteceu, cearenses meus amigos, brasileiros, nós tivemos hoje um evento, uma vitória dentro da cúpula do Senado que muda a história do Senado dos últimos 20 anos. Pelo menos dos últimos 20 anos. Acredito que a gente vai começar, agora, um novo momento para reconstruir toda credibilidade, dignidade e respeito que o Senado merece e precisa ter, por sua história, por sua tradição e, principalmente, pelo papel que ele vai ter no futuro desse País.”

Quem é Davi Alcolumbre
02.02.19 20:18
A Crusoé publicou em janeiro um perfil de Davi Alcolumbre, o novo presidente do Senado.
A reportagem relata que o político amapaense circulou pelos estados e telefonou a senadores pedindo voto e se apresentando como o candidato com mais acesso ao governo Jair Bolsonaro, por causa de sua proximidade com Onyx Lorenzoni.
Ele também é investigado no STF por supostas fraudes cometidas nas eleições de 2014. “Em um dos inquéritos, a Procuradoria-Geral da República reuniu elementos que mostram que cinco notas fiscais apresentadas por ele na prestação de contas, no valor de 155 mil reais, eram frias.”
Leia a reportagem completa aqui.

Brumadinho: 121 mortos
02.02.19 20:03
O Corpo de Bombeiros atualizou neste sábado o balanço de vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho.
São 121 mortos, sendo 93 identificados, além de 226 desaparecidos.

NO BLOG DO JOSIAS
Feitiço de Toffoli virou-se contra feiticeiro Renan
Por Josias de Souza 
Domingo, 03/02/2019 | 03h30min
Ao candidatar-se à presidência do Senado pela quinta vez, Renan Calheiros livrou a Instituição de um mito que arruinava sua imagem: a esperteza da velha raposa de Alagoas. Em má fase, Renan demonstrou que, entre o certo e o errado, há sempre espaço para mais erros na política.
De todos os equívocos que produziram a derrota de Renan o despacho noturno do amigo Dias Toffoli foi a macumba mais surpreendente. A raposa e seu séquito celebraram efusivamente a anulação judicial da votação na qual 50 senadores haviam instituído o voto aberto na escolha do comandante do Senado. Enxergaram uma luz no fim do túnel. Era pus. 
Há no Senado 81 senadores. Ao restabelecer o voto secreto, Toffoli tornou-se uma espécie de 82º senador, mais poderoso que os demais. Sua presença invisível no plenário transformou a eleição do novo presidente da Casa numa espécie de teatro de bonecos — do tipo em que o boneco é manipulado por pessoas vestidas de preto dos pés à cabeça. Nessa modalidade de teatro, a plateia sabe que os manipuladores dos bonecos estão em cena. Entretanto, para o bom andamento do espetáculo, convencionou-se que os espectadores devem fingir que eles são invisíveis. 
A interferência de Toffoli deixou o teatro do Senado muito parecido com o original. Com uma diferença. A diferença é que, na apresentação convencional, a presença dos manipuladores de preto é enfatizada. A plateia sabe que a cumplicidade do fingimento é parte show. No palco do Senado, os manipuladores querem que o brasileiro acredite que eles não estão lá. Pior: desejam que todos se convençam de que os bonecos são seres independentes. 
Os adeptos do voto aberto desnudaram o truque ao decidir expor seus votos na marra, dando de ombros para a decisão monocrática de Toffoli. O gesto constrangeu o grupo de senadores-bonecos — aqueles que só admitiam votar em Renan, um aliado radioativo, no escurinho do escrutínio secreto. O feitiço de Toffoli transformou Renan numa pequena criatura. 
Ao se dar conta do próprio encolhimento, Renan bateu em retirada: "Para demostrar que esse processo não é democrático, eu queria dizer que o Davi não é o Davi. O Davi é o Golias. Ele é o novo presidente do Senado e eu retiro a minha candidatura, porque eu não vou me submeter a isso." Fora de si, Renan exibiu o rancor que tem por dentro: "Eles querem ganhar de todo jeito, com voto da minoria. Onde é que nós estamos? O PSDB anunciou agora que estava abrindo o voto para retirar, contra decisão do Supremo, qualquer possibilidade de termos os votos de José Serra e de Mara Gabrilli. O Flávio Bolsonaro, diferentemente do que fez na votação anterior, abriu o voto, abriu o voto!"
Renan conseguiu um milagre: transformou uma vitória na Suprema Corte em pedrinhas de brilhante para ladrilhar a avenida que conduziu o adversário Davi Alcolumbre à presidência do Senado. Restou uma mágoa com o Planalto, pois o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) inflou a candidatura de Alcolumbre. 
Nos próximos meses, uma das boas diversões da política será assistir às piruetas que Renan fará para se vingar do governo e, ao mesmo tempo, negociar com a gestão de Jair Bolsonaro a liberação de verbas federais para o governo de Renan Filho em Alagoas.

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