SEGUNDA EDIÇÃO DE SÁBADO, 22 DE SETEMBRO DE 2018

NO O GLOBO
Delator aponta caixa 2 para irmão de Ciro Gomes no Ceará
Colaboração da Galvão Engenharia cita pagamento de R$ 1,1 milhão para Lúcio Gomes, além de doações eleitorais
POR AGUIRRE TALENTO E BELA MEGALE
Sábado, 22/09/2018 4:30 / atualizado 22/09/2018 8:09
BRASÍLIA — Em acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os executivos da empreiteira Galvão Engenharia relataram que Lúcio Gomes, irmão do candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes, recebeu R$ 1,1 milhão em dinheiro vivo e captou R$ 5,5 milhões via doações eleitorais oficiais para o PSB em troca da liberação de pagamentos de obras no governo do Ceará durante a gestão de Cid Gomes (2007-2014), outro irmão do presidenciável.
O  GLOBO teve acesso à delação de Jorge Henrique Marques Valença, ex-executivo da construtora, homologada em dezembro passado e mantida até hoje sob sigilo. Ele afirma que “havia uma sistemática por meio da qual se conectava a liberação de pagamentos devidos pelo Estado do Ceará com financiamento de campanhas e doações oficiais e não-oficiais”.
Segundo Valença, Lúcio “orientava a empresa a procurar diretamente Ciro ou Cid para uma ‘conversa institucional’, na qual deveriam indicar a ordem dos recebimentos das pendencias que deveriam ser cobradas”, diz o delator. A construtora detinha alguns dos principais contratos da gestão cearense, como a Arena Castelão, Eixão das Águas e o Centro de Eventos da capital.
Valença afirma, no entanto, que nunca esteve com Ciro e que o presidenciável e o governador procuravam “dar uma aparência institucional ao serem abordados sobre pagamentos devidos pelo Estado do Ceará à empresa”. Procurado, Ciro Gomes negou a acusação e disse que processará o delator. Cid Gomes não quis se manifestar.
O delator frisou que Lúcio Gomes “fazia questão de sistematicamente verbalizar que não estava vinculando uma coisa com a outra, no entanto expressamente fazia pedidos de doação para as campanhas justamente no contexto de cobranças”. O delator afirma que tratava Lúcio por três pseudônimos nos e-mails da companhia: “LG”, “Tela” e “Tela plana”. Procurado, Lúcio Gomes também negou as acusações, embora reconheça que o partido recebeu doações legais da Galvão.
O caso mais emblemático citado na delação envolve uma negociação, em 2010, para o pagamento de um crédito de R$ 28 milhões relativos à construção do Eixão das Águas. O delator afirma ter sido recebido na casa de Lúcio Gomes, onde ouviu do irmão de Ciro o pedido de R$ 6,4 milhões em espécie para ser empregado nas eleições daquele ano. A empreiteira teria autorizado a negociação e recebeu ao longo do ano seguinte R$ 18 milhões do governo cearense — o saldo de R$ 10 milhões foi prometido para o ano seguinte, mas nunca teria sido pago.
Em função do pagamento apenas parcial, o delator afirma que repassou R$ 1,1 milhão em espécie para Lúcio Gomes. Jorge Valença anexou à delação uma planilha em que discrimina a entrega de seis parcelas entre R$ 150.000 e R$ 200.000, que teriam sido recebidas no apartamento do delator e no escritório da Galvão Engenharia em Fortaleza.
Para corroborar seus relatos, o ex-executivo entregou comprovantes bancários dos repasses oficiais, trocas de e-mails e planilhas internas com o controle da entrega de dinheiro em espécie.
Em um e-mail, de 16 de dezembro de 2010, a seus superiores na empreiteira, Valença avisa que já havia previsão para o pagamento ser feito e pede que os executivos da empreiteira procurem Cid e Ciro: “Já tem orçamento!!! Só falta ok do governador (Cid Gomes). Estou agindo, mas é importante a ajuda do Mário (Galvão, sócio da empresa e também delator) com o irmão mais velho (Ciro Gomes), que já está no Brasil”. Naquela semana de dezembro de 2010, a imprensa noticiou que Ciro Gomes estava em viagem à Europa e retornaria ao Brasil na quarta-feira 15. O e-mail foi enviado, portanto, no dia seguinte ao seu retorno.
CIRO E LÚCIO DESMENTEM
Procurado, Lúcio Gomes confirmou que conhece Jorge Valença e que esteve na empreiteira diversas vezes, mas negou que tenha negociado recursos. “Eu trabalhava na Oi, que vendeu para o consórcio da empreiteira, administrador da Arena Castelão, todo o sistema de bilhetagem, controle de vigilância e telões. Como eu era gerente de vendas, participei de reuniões, mas aí foi uma relação privada privada. Só estive na empresa nesse contexto”, disse Lúcio. Ele confirmou, no entanto, que a Galvão contribuiu legalmente para as campanhas de 2010 e 2012 do PSB no Ceará.
Ciro Gomes também negou as acusações: “Isso é uma completa mentira. Me causa grande constrangimento ver um jornal como O GLOBO, há poucos dias da eleição, reproduzir uma infâmia dessas em cima de uma história de 38 anos de vida pública sem nunca ter me envolvido em nenhum escândalo ou roubalheira. Quem quer que sustente essa calúnia, será por mim processado, como sempre fiz”.

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
“Febre pró-Bolsonaro” em MG pode derrubar candidatura de Dilma
Da Redação
Sábado, 22/09/2018 às 05:50
Justamente Minas Gerais, o Estado onde ocorreu o atentado contra o candidato à presidente da República, Jair Bolsonaro, vive atualmente um momento de êxtase, que no meio político vem sendo tratado como “febre pró-Bolsonaro”.
Deputados de outros partidos, relata o jornal Folha de S.Paulo, estão “irritados, praguejam o que chamam de ódio irracional e relatam que o PSL está furando o teto do antipetismo na região, sendo encarado agora como a opção ANTISSISTEMA”.
Ainda segundo a Folha, “o clima na cúpula da campanha de Geraldo Alckmin, o presidenciável do PSDB que teve o crescimento travado pela evolução da candidatura de Bolsonaro, é quase de resignação. ‘Não há nenhuma racionalidade. Tem que aceitar, não dá para tentar entender’, diz um aliado do tucano”.
Por outro lado, atento observador, percebe que a tal “febre” tem força suficiente para também frear a candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff e culminar numa inusitada “zebra” eleitoral no próximo dia 7 de outubro, com uma acachapante derrota da petista.
A derrota de Dilma seria ótima para o País. Uma demonstração de maturidade do eleitorado.
A conferir...







NO O ANTAGONISTA
Bolsonaro recebe alta da unidade semi-intensiva
22.09.18 09:58
Jair Bolsonaro recebeu alta do tratamento semi-intensivo na manhã deste sábado.
O candidato será transferido para um quarto e continuará com a dieta oral.
Os médicos do hospital Albert Einstein também começaram a reduzir o fluxo de alimentação parenteral de Bolsonaro. Segundo boletim, ele está aceitando bem os alimentos por via oral.











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