PRIMEIRA EDIÇÃO DE 10-02-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 10 DE FEVEREIRO DE 2018
Após sucessivas derrotas na Justiça, que inclui a confirmação de sua condenação à cadeia no Tribunal Regional Federal da 4ª Região TRF-4, Lula virou motivo de preocupação para amigos mais próximos. Eles afirmam que o ex-presidente dá sinais de “abatimento severo”, num quadro que se aproxima da depressão, depois que se deu conta da sua prisão iminente pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Lula achava que seria “salvo” com a chegada do ministro aposentado Sepúlveda Pertence à sua defesa. Já desistiu dessa ideia.

Quando soube que o ministro Edson Fachin negou-lhe uma liminar que impedisse prisão, Lula oscilou da cólera, aos palavrões, ao desânimo.

Lula tem dito aos filhos e netos e a outros parentes mais próximos, que não será preso. Mas eles sabem que o ex-presidente está enganado.

Mesmo abatido, Lula telefonou ou atendeu ligações de aliados, estimulando “a resistência” e repetindo a lorota de ser inocente.
Saborearam uma moqueca e saíram do jantar sinalizando uma “solução pacífica”.

Preso sob a acusação de afanar R$300 milhões e já solto, o ex-secretário de Saúde de Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, carregava sacolas de compras no shopping Leblon. Até uma bolsa Louis Vuitton.

O PSB cansou de esperar o ministro aposentado do STF, Joaquim Barbosa, que tinha prometido dizer até janeiro se seria candidato do partido a presidente. O PSB voltou a conversar com o PSDB.

O senador José Medeiros (PSD-MT) pediu a demissão da presidente do Ibama por estar “travando o Brasil”. Ele citou a obra da BR-242, liberadas pelo órgão estadual, mas engavetada no Ibama há oito anos.

Analistas apostam que o PT de Lula deve eleger um máximo de 30 deputados federais, em outubro próximo. A bancada do PT chegou a ter 96 deputados, no auge, mas acabou lipoaspirada pela corrupção.

Impressiona a perda de relevância de Renan Calheiros (MDB-AL). De vez em quando ele dá sinal de vida, provoca, alfineta o presidente para bajular Lula, mas ninguém se dá ao trabalho de responder.

Ao contrário de 2017, as receitas do governo federal estão indo de vento em popa este ano e já superou os R$ 300 bilhões apenas no mês de janeiro. Nesse ritmo, pode chegar ao fim do ano com R$ 3,6 trilhões.

O ditador Kim Jong-Un é esperto: permitiu atletas do seu país unidos aos vizinhos inimigos, nas Olimpíadas de Inverno, para evitar uma humilhante comparação de desempenho entre as duas Coreias.

Para os que alegam não haver rombo, o secretario de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, explicou que o déficit superou o valor de mercado da Petrobras e atingiu nível recorde: R$268 bilhões.

…bem que poderiam abrir uma pizzaria “Três Poderes”.

NO DIÁRIO DO PODER
TRÍPLEX DE GUARUJÁ
RELATOR DA LAVA JATO NEGA A LULA LIMINAR PARA EVITAR QUE SEJA PRESO
FACHIN MANTÉM EXECUÇÃO DA PENA DE 12 ANOS E 01 MÊS DE PRISÃO
Publicado sexta-feira, 09 de fevereiro de 2018 às 17:24 - Atualizado às 17:43
Da Redação
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de medida liminar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar a prisão do petista até o esgotamento de todos os recursos no caso do tríplex de Guarujá. O ministro também decidiu submeter ao plenário da Corte a análise do caso.
Caberá à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, definir a data do julgamento. Ainda não há previsão de quando os 11 ministros da Corte vão discutir o habeas corpus.
A defesa de Lula havia solicitado a Fachin a “direta submissão” do pedido de medida liminar à 2ª Turma do STF, colegiado composto por Fachin e outros quatro ministros: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e o decano da Corte, ministro Celso de Mello.
Os advogados do petista recorreram ao STF depois de o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, rejeitar no mês passado o pedido de liminar para barrar a execução de sua pena de 12 anos e 01 mês no âmbito da Operação Lava Jato. O mérito da questão ainda será avaliado pela 5ª Turma do STJ, sob relatoria do ministro Félix Fischer.
“Diante de tal negativa, somente resta ao cidadão Luiz Inácio Lula da Silva bater à porta desta Suprema Corte, guardiã precípua da Constituição, para ver assegurada a eficácia de suas garantias fundamentais, notadamente a seu status dignitatis et libertatis e a presunção constitucional de inocência, instituída em cláusula pétrea na Lei da República”, alega a defesa do ex-presidente.
Para os defensores de Lula, a execução da pena antes do trânsito em julgado é uma afronta à Constituição Federal e às normas legais vigentes.

'TEMOS UM DÉBITO ENORME'
'O CIDADÃO ESTÁ CANSADO DE TODOS NÓS, INCLUSIVE DO JUDICIÁRIO', AFIRMA CÁRMEN
PRESIDENTE DO SUPREMO CRITICA SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
Publicado sexta-feira, 09 de fevereiro de 2018 às 13:46 - Atualizado às 18:12
Da Redação
Em sua segunda visita a Goiás neste ano, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou nesta sexta-feira, 09, que o cidadão brasileiro está cansado do Judiciário, durante a inauguração do novo presídio de Formosa (GO). "O cidadão brasileiro está cansado da ineficiência de todos nós, e cansado inclusive de nós do sistema Judiciário. Por mais que tentemos, e estamos tentando com certeza, temos um débito enorme”, afirmou. 
No dia 1.º deste ano,09 presos foram assassinados e 14 ficaram feridos em um confronto entre detentos do regime semiaberto no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A inauguração desta sexta-feira marca um mês do primeiro encontro da ministra com autoridades de Goiás, quando Cármen cobrou do governador do Estado, Marconi Perillo (PSDB), informações sobre as facções que atuam nos presídios locais. 
A cerimônia de inauguração começou por volta das 8h da manhã, com uma visita de Cármen ao novo presídio, acompanhada do governador Perillo. O tucano anunciou que o Estado terá quatro presídios de segurança máxima, para abrigar facções do crime organizado. “Boa parte dos recursos já está assegurada para que as obras sejam iniciadas imediatamente”, disse.
A ministra reiterou que a população espera poder voltar a confiar nas instituições, e citou trecho de música do cantor e compositor Gilberto Gil ao finalizar sua fala:“a fé não costuma falhar”. 
PRESÍDIO
O presídio de Formosa é o primeiro de cinco que serão abertos no Estado, que devem acrescentar 1.588 vagas ao sistema prisional de Goiás, segundo a Diretoria Geral de Administração Penitenciária do Estado. O próximo será inaugurado em Anápolis, no dia 16 fevereiro, também com capacidade para abrigar 300 presos. 
Planaltina, Águas Lindas de Novo Gama são as outras cidades do Estado prestes a receber novas instalações prisionais. Segundo Perillo, todos serão entregues neste ano. De acordo com a diretoria, os investimentos foram na ordem de R$ 110 milhões.
Durante a visita em Formosa, acompanhada por representantes e autoridades da cidade, do Estado, do CNJ e do STF, Cármen ouviu promessa de Perillo de que a capacidade do novo presídio será respeitada. “Temos o compromisso. 300 vagas são 300 vagas”, disse o governador.
FACÇÕES
Durante seu discurso, Perillo falou de mudanças em andamento do sistema de execução penal do Estado, pensado com o presidente do TJ-GO e outras autoridades regionais. “Teremos quatro presídios que serão de segurança máxima, para abrigar facções do crime organizado”. O governador afirmou que a questão já está organizada, e que “boa parte dos recursos já está assegurada para que as obras sejam iniciadas imediatamente”.
Sobre o local da rebelião que deixou nove mortos, o governo informou que a construção será demolida e substituída por uma nova, em outro espaço. (AE)

CRIME DE EMBARAÇO
MPF PEDE PENA DE SETE ANOS DE PRISÃO PARA GEDDEL VIEIRA
EX-MINISTRO FOI DENUNCIADO POR TENTAR IMPEDIR DELAÇÃO DE FUNARO
Publicado sexta-feira, 09 de fevereiro de 2018 às 19:23 - Atualizado às 20:28
Da Redação
O Ministério Público Federal (MPF) pediu hoje (9) que a Justiça Federal condene o ex-ministro Geddel Vieira Lima a sete anos de prisão pelo crime de embaraço às investigações das operações da Polícia Federal (PF) Cui Bono? e Sépsis, que apuram desvios na Caixa Econômica Federal (CEF). Em alegações finais, última fase da ação penal na qual Geddel é réu, os procuradores responsáveis pelo caso afirmam que o ex-ministro tentou evitar a delação premiada do empresário Lúcio Funaro, operador financeiro do suposto esquema de corrupção.
No entendimento do MPF, Geddel atuou para constranger Funaro, telefonando por diversas vezes para a esposa dele, Raquel Pitta, quando o operador já estava preso, com objetivo de convencê-lo a não se tornar um delator.
“Dessa forma, era incutida em Lúcio Funaro a apreensão e o temor por represálias, para que não colaborasse espontaneamente com as investigações, causando, portanto, embaraço a investigação de crimes praticados por organização criminosa no âmbito da CEF”, argumentam os procuradores.
Em depoimento prestado nessa semana ao juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, onde corre o processo, Geddel voltou a negar que tenha tentado amedrontar Funaro. Segundo ele, seus telefonemas eram para manifestar solidariedade à família do operador financeiro detido, para que não se sentissem isolados.
“Falei algumas vezes com a senhora [Raquel]. Posso dizer que esses telefonemas amigáveis devem ter lhe feito bem”, comentou o ex-ministro, comparando a situação de Raquel Pitta à de sua própria família após ele próprio ter sido preso. “Amigos de longa data me lançaram ao degredo, ao Vale dos Leprosos”, queixou-se Geddel, que não respondeu às perguntas feitas pelos procuradores, por orientação da defesa.
Após as alegações finais da defesa do ex-ministro, o processo estará pronto para a sentença do magistrado.
Geddel está preso desde o dia 8 de setembro do ano passado em função de outra investigação, a que trata da origem de R$ 51 milhões encontrados no apartamento de um amigo do político, em Salvador.
Segundo a Polícia Federal, parte do dinheiro seria resultante de um esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013, quando Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição. (Com informações da Agência Brasil)

NO BLOG DO JOSIAS
Fachin antecipou Quarta-Feira de Cinzas de Lula
Por Josias de Souza
Sábado, 10/02/2018 03:55
A Quarta-feira de Cinzas chegou mais cedo para Lula. O condenado do PT paga o preço por ter sambado sobre os processos da Lava Jato, entoando um samba-enredo sem nexo. Lula e seus advogados confundiram defesa técnica com lero-lero político. Esse tipo de tática é ótima para animar palanques. Mas vem se revelando inútil nos tribunais. Ao negar a liminar pedida pela defesa, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, manteve Lula perto da cadeia e distante da urna.
Considerando os aspectos técnicos, a defesa de Lula portou-se como se estivesse desesperada. Pediu ao STF um habeas corpus preventivo para tentar impedir a prisão de Lula. Ora, esse mesmo pedido já tinha sido feito no STJ, que negou a liminar, mas não julgou o mérito. E há uma súmula do Supremo que impede seus ministros de tomarem conhecimento de processos que ainda estão pendentes de julgamento em outro tribunal superior.
A defesa de Lula alegou que a eventual prisão do pajé do PT ''terá inevitáveis desdobramentos no processo democrático do País.'' Ora, Lula foi condenado em 2ª instância por corrupção. De duas uma: ou pune-se o condenado ou desmoraliza-se o Judiciário. Dias atrás, a ministra Cármen Lúcia disse que mudar a regra da prisão agora seria “apequenar” o Supremo. Ao negar a liminar pedida por Lula, Fachin enviou o julgamento do mérito para o plenário do Tribunal. Logo saberemos qual é o tamanho da Suprema Corte brasileira. 

Maduro ameaça Guiana e Brasil diz ser inaceitável qualquer saída pela força
Por Josias de Souza
10/02/2018 03:15
Guardadas todas as proporções, Caracas e Washington têm algo em comum: sempre que precisam unir a nação em seu apoio, seus governantes costumam comprar briga com outro país. Os Estados Unidos, em matéria de política internacional, acreditam ter uma missão no mundo, cuja inspiração divina torna inquestionável. A Venezuela é movida pela mesma crença. A diferença é que, não podendo se impor no mundo, dedica-se a ameaçar de invasão a vizinha Guiana, que integra o ranking dos vinte países mais pobres do Planeta, abaixo do Burundi.
Nesta sexta-feira, 09, de passagem por Georgetown, capital da Guiana, o ministro Raul Jungmann (Defesa) fez uma dura declaração sobre o acirramento do conflito provocado pela pretensão da Venezuela de anexar ao seu mapa a região de Essequibo, que corresponde a dois terços do território da Guiana —algo como 159.000 km².
Disse Jungmann: “Não se pode admitir, para o equilíbrio da região, qualquer saída pela força. O Brasil não aceita essa possibilidade e isso vale não só para esse dissenso, como para qualquer outro, pois esse é um princípio constitucional de nosso país.”
“O dissenso do Essequibo diz respeito à Venezuela e à Guiana”, declarou o ministro da Defesa, “Mas o Brasil, que possui uma das maiores fronteiras do mundo, construiu seus limites sempre por vias diplomáticas, ou recorrendo ao arbitramento, deixa sua História como um legado de que a solução pacífica para os litígios de fronteiras é fundamental para a estabilidade da região”.
A encrenca é antiga. Os limites territoriais entre os dois países foram ajustados num tratado firmado em 1899 entre a Venezuela e o Reino Unido, que ocupou a Guiana até 1966, quando o país obteve sua independência. Foi nessa ocasião que a Venezuela passou a questionar o tratado, apontando a existência de fraude.
Sob Hugo Chávez, que presidiu a Venezuela entre 1999 e 2013, o litígio permaneceu anestesiado. O sucessor Nicolás Maduro ressuscitou-o por razões econômicas. Há três anos, a multinacional Exxon Mobil descobriu petróleo no litoral de Essequibo. Presidente de uma nação em ruínas, Maduro autorizou a Marinha venezuelana a navegar sobre as reservas petrolíferas. E questionou o direito da Guiana à exploração econômica das jazidas.
A ONU tentou, sem sucesso, mediar o conflito. Jogou a toalha. E o presidente da Guiana, David Granger levou o caso à Corte Internacional de Justiça, um foro cuja legitimidade Maduro não reconhece. Em setembro do ano passado, Granger esteve em Brasília. Reuniu-se com Michel Temer. Firmaram acordos de parceria em várias áreas. Durante a conversa, o presidente guianês fez referência a uma crescente animosidade da parte de Maduro. Insinuou que esperava contar com o apoio do governo brasileiro.
Jungmann foi a Georgetown acompanhado de outros dois ministros: Torquato Jardim (Justiça) e Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional da Presidência). Por ironia, os três passaram, antes, por Roraima. Ali, testemunharam o drama humanitário dos venezuelanos que cruzam para o lado brasileiro da fronteira, fugindo do caos.
O problema da tentativa do governo de Michel Temer de influir nos rumos do conflito entre Venezuela e Guiana é que a iniciativa surge num instante em que a política externa do Brasil beira à irrelevância. A pseudoliderança brasileira na América Latina é solenemente ignorada. Autoridades estrangeiras que visitam esse pedaço do mapa se esquivam de fazer escala em Brasília. É como se enxergassem em Temer um chefe de Estado radioativo.

STF não julgará pedido de Lula, mas a si mesmo
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 09/02/2018 19:06
Ao negar a liminar pedida pela defesa de Lula, o ministro Edson Fachin transferiu para o plenário do Supremo Tribunal Federal a decisão sobre o mérito do recurso que tenta impedir a prisão de Lula. Mas os 11 ministros do Tribunal não julgarão apenas a petição dos advogados do condenado do PT. Os magistrados emitirão um veredicto sobre a própria Suprema Corte.
No essencial, Fachin seguiu o manual previsto na Súmula 691. Conforme já noticiado aqui, essa súmula estabelece que o Supremo não pode analisar recursos como o de Lula, que tratam de encrenca ainda pendentes de julgamento em outro tribunal superior, o STJ. Antevendo a decisão do relator da Lava Jato, a defesa de Lula já havia solicitado que o habeas corpus fosse submetido à Segunda Turma. Não colou.
Há duas turmas no Supremo, cada uma com cinco ministros. A Primeira, mais draconiana no tratamento dos réus, foi apelidada de “Câmara de Gás.” Ali, respeita-se a súmula 691. Excetuando-se o ministro Marco Aurélio Mello, os outros quatro — Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber e até Alexandre de Moraes — costumam mandar para o arquivo recursos como o de Lula.
A Segunda Turma, mais benevolente, é chamada de “Jardim do Éden”. Nesse colegiado, a súmula 691 só é tomada ao pé da letra por Fachin. Por isso, ele se tornou um ministro minoritário. Seus colegas Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e, por vezes, até o decano Celso de Mello são, por assim dizer, concessivos ao julgar pedidos de habeas corpus.
Ao farejar o risco de derrota, Fachin saltou sobre o “Jardim do Éden” e jogou a batata quente diretamente no plenário do Supremo. Esse tipo de pulo do gato não deixa felizes os outros membros da turma. Mas está previsto no regimento interno do Supremo. Fachin já havia utilizado o artifício num caso envolvendo o ex-ministro petista Antonio Palocci.
Os advogados de Lula questionam no habeas corpus a regra que autoriza o encarceramento de condenados na primeira e na segunda instância. A matéria já foi analisada três vezes pelos ministros no Supremo. Em 2016, prevaleceu por maioria magra: 6 a 5. Cármen Lúcia, a presidente da Corte, já declarou que dar meia-volta agora significaria “apequenar” o Supremo.
Para além da punição de Lula, há na atmosfera uma fome de limpeza. A retórica da malandragem ainda engana um terço do eleitorado, mas agoniza. Na visão da grossa maioria dos brasileiros, a salvação dos condenados da Lava Jato seria a desmoralização do País.
Não parece razoável que um País inteiro tenha que fenecer para salvar uma biografia que não se deu ao respeito. Ao julgar qual deve ser o seu papel nesse enredo, o Supremo dirá que tamanho deseja ter.

NO O ANTAGONISTA
STF: o placar atual no caso da prisão de condenados em segunda instância
Brasil Sábado, 10.02.18 10:30
Quais ministros do STF votariam hoje a favor da manutenção da execução de pena para condenados em segunda instância?
Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Alexandre de Moraes.
Quais votariam contra?
Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli.
Quais são incógnitas?
Rosa Weber e Celso de Mello. Ambos, que votaram contra no último julgamento sobre o tema, em 2016, poderiam votar a favor da execução de pena de condenados em segunda instância, em nome da segurança jurídica e contra a jurisprudência de encomenda (para salvar Lula).

Delegados da PF reagem à declaração de Segóvia
Brasil 10.02.18 09:00
Como publicamos ontem, a PF ficou revoltada com a declaração de Fernando Segóvia de que o inquérito sobre a lambança dos portos, que investiga Michel Temer, deve ser arquivado por falta de provas.
A coluna de Andreza Matais teve acesso a uma mensagem enviada em grupo de WhatsApp de delegados da PF:
“Os integrantes do Grupo de Inquéritos da Lava Jato no STF informam que a manifestação do Diretor Geral da Polícia Federal que está sendo noticiada pela imprensa, dando conta de que o inquérito que tem como investigado o Presidente da República tende a ser arquivado, é uma manifestação pessoal e de responsabilidade dele. Ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referenda essa manifestação, inclusive pelo fato de que, em três de anos de Lava Jato no STF, nunca houve uma antecipação ou presunção de resultado de Investigação pela imprensa.”

SEGÓVIA: “EU NÃO DISSE QUE O INQUÉRITO SERÁ ARQUIVADO”
Brasil 10.02.18 10:40
Fernando Segóvia entrou em contato com O Antagonista para dizer que suas declarações foram distorcidas pela Reuters.
“É um absurdo essa distorção. Eu não disse que o inquérito será arquivado. O delegado Cleyber Lopes tem total independência na investigação e está fazendo as diligências necessárias para total elucidação dos fatos.”
O diretor-geral da PF prepara uma nota à imprensa (sempre culpada, claro…) com a sua versão dos fatos.

Lula e a Justiça para quem voa de jatinho
Brasil 10.02.18 08:00
Ontem ficou ainda mais claro que, no Brasil, existe a Justiça para quem viaja de classe econômica e a Justiça para quem voa de primeira classe ou jatinho.
Lula conseguiu o que nenhum outro cidadão condenado alcançou: a reapreciação de questão já julgada pelo regime de repercussão geral, no plenário do STF.
O regime da repercussão geral, cujo objetivo republicano é submeter a todos, indistintamente, a uma mesma decisão, agora vai valer com ressalvas oligárquicas: desde que não sejam graves crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, desde que o condenado não seja poderoso como Lula e desde que o advogado não seja Sepúlveda Pertence.

Só resta rezar um terço em memória de Teori
Brasil 10.02.18 07:45
Um observador privilegiado da cena jurídica fez o seguinte comentário:
“No STF, o único jurista de verdade era Teori Zavascki. Cada vez que Ricardo Lewandowski critica a execução de pena de condenados de segunda instância, brilhantemente defendida por Teori, um terço deveria ser rezado em memória do falecido.”

“O STF deixou de existir. É uma reunião de diletantes bancada com dinheiro público”
Brasil 10.02.18 07:12
Depois da decisão de Edson Fachin de enviar o mérito do HC de Lula ao plenário do STF, juízes e juristas concluíram, ontem, em conversas que avançaram noite adentro, que o STF não é mais um tribunal.
No caso da prisão por decisão de segunda instância, ministros como Ricardo Lewandowski e agora o próprio Fachin não respeitam a jurisprudência do STF firmada em regime de repercussão geral.
No julgamento sobre a prerrogativa de foro, que ainda não acabou, Luís Roberto Barroso está aplicando a jurisprudência que não existe – exatamente porque o julgamento não acabou.
A conclusão geral de juízes e juristas é que “o STF, como tribunal, deixou de existir. É uma cara reunião de diletantes sustentada com muito dinheiro público. Em toda a sua centenária história, o STF ainda não havia sido, como agora, depredado pelos seus próprios ministros”.

HC de Lula: o que Fachin chama de “divergência” é afronta ao próprio STF
Brasil 10.02.18 07:00
Na sua decisão de enviar o mérito do habeas corpus de Lula a julgamento no plenário, Edson Fachin escreveu:
“Acolho a pretensão que veicula pedido para apreciação colegiada sobre a questão de fundo e afeto a presente impetração ao Tribunal Pleno do STF. É legítima a pretensão preventiva da impetração ao almejar célere pronunciamento colegiado quanto à matéria de fundo, vale dizer, a execução imediata da pena após sentença criminal confirmada em segundo grau.”
E ainda:
“Há, portanto, relevante questão jurídica e necessidade de prevenir divergência entre as Turmas quanto à questão relativa à possibilidade de execução criminal após condenação assentada em segundo grau de jurisdição.”
Não há divergência nenhuma. O que há é uma afronta de ministros da Segunda Turma ao princípio da repercussão geral no caso das prisões de condenados em segunda instância.
É o Supremo afrontando o Supremo.
É o Supremo aviltando o Supremo.

PGR se opõe a pedido de Aécio Neves
Brasil Sexta-feira, 09.02.18 20:45
Raquel Dodge enviou manifestação ao STF na qual se disse contra o desmembramento de um inquérito que tem Aécio Neves entre os investigados, informa o G1.
O inquérito foi aberto para investigar duas acusações ao senador tucano – lavagem de dinheiro e obtenção de vantagens indevidas pelo grupo J&F.
Os advogados de Aécio tinham pedido que só a apuração referente a ele ficasse no STF e as outras, incluindo a de Andrea Neves, fossem remetidas à primeira instância.
Dodge argumentou que a investigação ainda está na fase inicial e a produção de provas está ligada a todos os envolvidos – o que, segundo ela, não permite o desmembramento.

O Antagonista se recusa a achar normal
Brasil 09.02.18 20:22
Vocês lerão na imprensa tradicional análises de que Edson Fachin foi um gênio ao enviar para o plenário do STF o habeas corpus de Lula, evitando que ele caísse nas mãos da Segunda Turma.
E que, assim, Cármen Lúcia poderá esperar a decisão do TRF-4 de prender o ex-presidente, ganhando tempo também para que o STJ conclua a análise do outro HC, rejeitado liminarmente.
O problema é que essas análises tratam como normal que ministros do STF decidam politicamente.













































































Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA