PRIMEIRA EDIÇÃO DE 08-01-2018 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Segunda-feira, 08 de Janeiro de 2018
Lei de planos de saúde burla proibição de aumento
Os planos de saúde adoram o projeto de lei proposto na Câmara para alterar regras do setor. Após faturarem R$ 178,4 bilhões em 2016 no Brasil, as empresas fazem um lobby no Congresso para aprovar o projeto que é um primor de mau-caratismo. Se aprovada, a nova lei continuaria a permitir que planos aumentem o custo de segurados de 59 anos, em razão da proibição de fazê-lo a partir dos 60 anos. A novidade é que o aumento abusivo poderá ser “diluído” em cinco anos.
Manobra criminosa
De maneira criminosa, o projeto da nova lei dos planos revoga artigo do Estatuto do Idoso que proíbe aumento do seu valor após os 60 anos.
Manobra marota
Para burlar o Estatuto do Idoso, planos de saúde aumentam valores aos 59 anos do cliente, autorizados pela “agência reguladora” ANS.
Mau-caratismo
O cliente passa a vida pagando plano de saúde quase sem utilizá-lo, mas aos 59 anos os preços são aumentados para empurrá-lo ao SUS.
Lógica capitalista
Há deputados que defendem a ideia de que o idoso é problema do SUS. Para eles, planos são para os jovens, que pagam sem utilizá-lo.
Conheça 7 ações polêmicas no STF em 2018
Pelo menos sete casos de grande repercussão, e que dependem da palavra final do Supremo Tribunal Federal (STF), ficaram para serem julgados este ano. Alguns foram previstos para as últimas sessões de 2017, mas não houve tempo. A definição de foro privilegiado só para alguns casos (1) é um desses temas. Outro é o direito de candidatura avulsa (2), de interesse do ministro aposentado Joaquim Barbosa.
Transexuais
O caso do registro civil para transexuais (3), não menos polêmico, e a doação de sangue por homossexuais (4) também serão julgados.
Cigarro zero sabor
Ficaram também para 2017 o julgamento da permissão ou proibição do “sabor” de cigarros (5) produzidos no Brasil.
Outras polêmicas
Serão definidos a legalização do consumo de maconha (6) e a redução de 6 para 5 anos da idade para matricular criança no fundamental (7).
Falta de vergonha
O “dia de fúria” convocado pelo PT para o dia 24 poderia se chamar “dia da falta de vergonha”. Afinal, um amontoado de farsantes invadirá Porto Alegre para exigir, que tristeza, impunidade para um corrupto.
Fica a dica
Proibidos pela Justiça de acampar em Porto Alegre durante julgamento do ex-presidente Lula no TRF-4, os sem-terras ameaçam tocar o terror País afora. A luta pela “reforma agrária” virou coisa secundária.
Banco pessimista
O banco Santander prega o pessimismo. Em sua análise sobre perspectivas para a América Latina em 2018, diz que o governo Michel Temer “não tem apoio político suficiente para passar a reformar fiscal”.
Vai parar
As 168 matérias aprovadas pela Câmara dos Deputados em 2017 devem cair ainda mais este ano. A eleição está marcada para 7 de outubro, mas algumas restrições e prazos já valem a partir de janeiro.
Já está valendo
Desde 1º de janeiro os institutos de pesquisas de opinião pública estão obrigados a registrar junto à Justiça Eleitoral qualquer uma das pesquisas relativas às eleições ou aos possíveis candidatos.
Trump se mantém
Nos EUA, parece mais grave do que o fato original a investigação sobre se Donald Trump interferiu na devassa que o FBI fazia sobre suas relações com a Rússia. E ainda há mais acusações de assédio sexual, o tema quente do momento na terra do Tio Sam.
Retomada automotiva
A alta de 25% na produção de veículos em 2017, primeira em quatro anos, foi resultado do aumento nas exportações e de tímida melhora no mercado interno. Apesar disso, a ociosidade nas fábricas chega a 75%.
Showmício, não
Entre “Condutas Veladas a Agentes Públicos Federais em Eleições”, documento da AGU, está proibido a partir de 7 de julho contratar, com verba pública, shows para inaugurar obras etc. Só até a eleição.
Pensando bem...
...2018 já está na segunda semana e deputados e senadores ainda tem um mês de férias.

NO DIÁRIO DO PODER
Marx Beltrão é investigado por desvio de R$ 43 milhões da Educação
PGR apura esquema na gestão de ex-prefeito, ministro do Turismo

Publicado segunda-feira, 08 de janeiro de 2018 às 00:53 - Atualizado às 02:07
Por Davi Soares
O ministro do Turismo, Marx Beltrão (PMDB-AL) foi alvo de reportagem que denunciou um desvio de mais de R$ 40 milhões de recursos da Educação, em sua gestão na Prefeitura de Coruripe, no Litoral Sul de Alagoas. A denúncia foi exibida no quadro ‘Cadê o dinheiro que estava aqui?’, na noite deste domingo (07), no programa do Fantástico, da TV Globo.
Na reportagem, o procurador da República em Alagoas, Marcelo Lobo, confirma que a Procuradoria Geral da República (PGR) já recebeu a documentação do Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas, sobre a investigação da conduta de Marx Beltrão, sob a perspectiva criminal, devido à prerrogativa de foro do ministro.
Marx vê relação entre notícia e sua pré-candidatura ao Senado
O esquema que envolveu 29 pessoas e mais de 25 empresas, para desviar R$ 43 milhões de verbas para ações no ensino público, merenda, transporte escolar e construção de escolas, financiadas pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
“Manicure, motorista, vigia da prefeitura, enfim, de pessoas de origem humilde que eram manipuladas por esse grupo que direcionou licitações e desviou recursos públicos da Prefeitura de Coruripe”, disse Marcelo Lobo.
Segundo a reportagem, o ministro é alvo de outras nove ações em que o MPF pede sua condenação por improbidade administrativa.
'PARAÍSO DOS LARANJAS'
A reportagem citou o belíssimo Município litorâneo de Coruripe como o paraíso dos laranjas, ao mostrar que, de 49 licitações da Prefeitura de Coruripe, em 2011 e 2012, 41 foram vencidas por empresas que tinham o mesmo contador. Sendo que 14 delas compartilhavam o mesmo número de telefone. E ainda foram admitidas como regulares a participar do certame, mesmo sem apresentar a certidões exigidas por lei.
Segundo o procurador do MPF em Alagoas, a esposa do contador Manoel de Souza Filho, tinha uma empresa que dividia o mesmo endereço com a empresa da mulher do diretor do departamento de compras de Coruripe, Francisco Beltrão, que é primo do prefeito. E as empresas de ambas disputaram licitação e venceram, quando a irmã do prefeito, Jeanine Beltrão (PRB), era secretária de Educação. Jeanine hoje é prefeita de Jequiá da Praia.
Segundo as investigações, o chefe de compras da Prefeitura de Coruripe também foi sócio do contador que é acusado de abrir as empresas participantes do esquema. “A mulher do chefe do setor de compras, o cunhado e o sogro constituíram empresas com essa finalidade criminosa, que é desviar os recurso de Coruripe”, disse o delegado da Polícia Federal, Daniel Granjeiro.
O servidor da secretaria da Educação, Diego Calixto, é apontado como operador da lavagem de dinheiro do esquema. Dezenas de cheques da Prefeitura de Coruripe, que somam mais de R$ 1 milhão, foram sacados na boca do caixa pelo servidor considerado um “entreposto financeiro” do esquema, pelos investigadores.
‘ESQUEMA TOSCO’
O professor da Fundação Getúlio Vargas, Michael Mohallem, considerou tosco o método do esquema denunciado. “Ao mesmo tempo que a Lava Jato mostra um alto grau de sofisticação, a gente vê a persistência e a existência de fraudes evidentes como estas. São fraudes toscas. Passou a ser uma atividade arriscada, em Brasília, se envolver em esquema de corrupção. Mas essa realidade parece não ter chegado aos pequenos municípios do Brasil”, disse o integrante da FGV.
Enquanto o contador afirmou que nenhuma dessas empresas havia sido aberta ilegalmente e sem a presença dos respectivos empresários, o servente de pedreiro, José Claudio dos Santos, disse à reportagem que entregou documentos para a suposta quadrilha, imaginando que seria para obter um emprego. Ele está há dois anos desempregado, fazendo bico. “Era um emprego. Eu não sabia que era negócio de empresa, não”, disse o servente, usado como laranja no esquema.
ESTRANHAMENTO ELEITORAL
Em nota enviada à TV Globo, a prefeita Jeanine Beltrão negou qualquer irregularidade à época em que esteve à frente da Secretaria de Educação de Coruripe. Ela ressaltou que não responde a processo ou inquérito relativo a verbas do Fundeb. E disse estranhar o fato de, depois de cinco anos de investigação, o fato ressurja no ano eleitoral, quando seu irmão Marx Beltrão é um dos pré-candidatos a senador, com proposta de renovação política.
Assim como sua irmã, Marx Beltrão respondeu por meio de nota, negando responder inquérito relativo à investigação citada na reportagem, e apontou avanços no ensino público sob sua gestão. Ele defendeu que se qualquer irregularidade for identificada, sejam punidos os responsáveis.
“O ministro estranha que o caso tenha voltado a público em ano eleitoral, quando o projeto de renovação política em Alagoas se prepara para enfrentar as forças da continuidade no Estado”, diz o trecho final da nota de Marx Beltrão. (Com informações do Fantástico)

Moro determina que PF mantenha aberto 'inquérito mãe' da Lava Jato
Juiz federal afirma que inquérito mãe ainda centraliza demandas

Publicado domingo, 07 de janeiro de 2018 às 17:01
Da Redação
O juiz federal Sérgio Moro determinou que a Polícia Federal não arquive o inquérito que originou a Operação Lava Jato, em Curitiba (PR), que deve completar, em 14 de março, quatro anos da deflagração de sua 1ª fase, que focava na atuação do doleiro Alberto Youssef na lavagem de R$ 1,4 milhão do ex-deputado federal José Janene (PP-PR) – morto em 2010 – no Posto Torre, em Brasília.
O procedimento de investigação inicial do escândalo da Petrobras foi encerrado em maio do ano passado, por decisão do delegado Igor Romário de Paula, dois meses antes da dissolução do Grupo de Trabalho de policiais que atuava exclusivamente na força-tarefa. Na ocasião, policiais e procuradores da Lava Jato denunciaram que o governo de Michel Temer estaria fazendo o “desmonte” da equipe que iniciou as investigações, em Curitiba.
“A autoridade policial requer o arquivamento do presente inquérito, eis que, ‘no que se refere às providências de investigação a cargo da Polícia Federal, não existem mais demandas a serem solucionadas nestes autos’. [...] Em que pese não haja mais diligências investigativas a serem realizadas neste inquérito, o fato é que veicula ele inúmeras demandas de forma centralizada, não sendo oportuno, no momento o seu arquivamento, por uma mera questão pragmática”, escreveu o juiz Sérgio Moro, em despacho de 27 de setembro de 2017.
O juiz Moro defende que, mesmo sem diligências mais vinculadas ao inquérito, “inúmeras demandas” estão centralizadas nele, não sendo oportuno seu encerramento.
Em 8 de novembro de 2013, o delegado Márcio Adriano Anselmo abriu o inquérito policial 1041/2013 que deu origem à Lava Jato e à prisão do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em 2014.
Em julho do ano passado, a PF de Curitiba informou oficialmente que os quatro delegados que ainda restaram no grupo de trabalho da Lava Jato passaram a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor). Em suma, os delegados deixaram de trabalhar exclusivamente no caso Petrobras. (Com informações do Estadão)

Bolsonaro e três filhos políticos têm R$ 15 milhões de patrimônio
Presidenciável fez transação suspeita ao adquirir casa na Barra

Publicado domingo,  07 de janeiro de 2018 às 10:03
Da Redação
O deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem um patrimônio de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões, juntamente com seus três filhos que exercem mandato. A maioria dos imóveis está localizada em alguns dos pontos mais valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca.
Documentos registrados em cartórios atestam que os principais apartamentos e casas, comprados nos últimos dez anos, tinham preços bem abaixo da avaliação da Prefeitura do Rio quando foram comprados. As informações são de reportagem da Folha.
O levantamento identificou um caso em que a ex-dona de um imóvel adquirido por ela quatro meses antes, assumiu, formalmente, um prejuízo de R$ 180 mil pela venda de uma casa em condomínio à beira-mar da Barra da Tijuca a Bolsonaro.
De acordo com os documentos oficiais, Bolsonaro adquiriu a casa por R$ 400 mil em 2009, mas esta já era avaliada pela Prefeitura do Rio de Janeiro por R$ 1,06 milhão. No mesmo condomínio, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Bolsonaro comprou outra casa por R$ 500 mil, em 2012. Mas esta também era avaliada em R$ 2,23 milhões, à época.
O preço atual de mercado das duas casas juntas é de pelo menos R$ 5 milhões, segundo a reportagem.
O presidenciável tem salário líquido de R$ 24 mil, como parlamentar, além de R$ 5.600 brutos, de soldo do Exército, como capitão da reserva.
PATRIMÔNIO 'ACELERADO'
A reportagem também relatou que o filho mais velho do presidenciável, o deputado estadual no Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, negociou 19 imóveis, nos últimos 13 anos.
Bolsonaro tem 62 anos, está no terceiro casamento e tem cinco filhos, três deles são políticos e, juntos, disputaram 19 eleições. Além de Flávio, tem Carlos Bolsonaro como vereador desde 2001, e Eduardo Bolsonaro, deputado federal desde 2015. Todos com evolução patrimonial acelerada.
Até 2008, a família declarava à Justiça Eleitoral bens em torno de R$ 1 milhão, o que incluía apenas três dos atuais 13 imóveis. As principais aquisições ocorreram nos últimos dez anos.
Os bens dos Bolsonaro incluem ainda carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de R$ 1,7 milhão, como consta na Justiça Eleitoral e em cartórios do Rio de Janeiro e Brasília.
Antes dos sete mandatos de deputado federal, sua única profissão há cerca de três décadas, Jair Bolsonaro ingressou na política como vereador, em 1988, declarando ter apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes de pequeno valor em Resende, no interior no Rio – valendo pouco mais de R$ 10 mil em valores atualizados.
SUSPEITA
A reportagem afirma que as transações que resultaram na compra da casa em que Bolsonaro vive, na Barra, têm, em tese, indícios de uma operação suspeita de lavagem de dinheiro, segundo os critérios do Coaf (Ministério da Fazenda) e do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci).
A responsável pela empresa, Marta Xavier Maia, disse à Folha que comprou o imóvel num estado ruim, reformou-o e vendeu-o para o deputado quatro meses depois, com redução de 31%. E disse ter decidido ter prejuízo porque precisava dos recursos para adquirir outro imóvel.
O Cofeci aponta "sérios indícios" de lavagem de dinheiro uma operação na qual há "aparente aumento ou diminuição injustificada do valor do imóvel" e "cujo valor em contrato se mostre divergente da base de cálculo do ITBI", o imposto cobrado pelas prefeituras. Desde 2014, operações do tipo devem ser comunicadas ao Coaf – a unidade que detecta operações irregulares no sistema financeiro.
Jair Bolsonaro não respondeu a questionamentos enviados pela reportagem. E apenas Flávio e Carlos responderam. Flávio afirmou que estava em viagem ao exterior e que ficaria à disposição quando retornar ao Rio. E a assessoria de Carlos disse que seu patrimônio é modesto e igual há vários anos. (Com informações da Folha)

NO BLOG DO JOSIAS
FHC sugere união para evitar Lula e Bolsonaro

Por Josias de Souza
Segunda-feira, 08/01/2018 01:21
No primeiro artigo que publicou no ano de 2018, Fernando Henrique Cardoso sustentou a tese segunda a qual as “forças não extremadas” da política deveriam se unir para “criar consensos em favor do País e do povo.” Do contrário, “o pior acontecerá”. E o que seria o pior? Para FHC, o mais deletério que poderia ocorrer neste ano eleitoral seria a vitória de Lula ou de Jair Bolsonaro.
“Nas pesquisas brasileiras de opinião, pelo menos até agora, sem o quadro eleitoral formado, despontam um capitão irado de cujas propostas pouco se sabe e um líder populista sobre o qual pesam acusações (e mesmo condenações) que destroem o sonho que outrora representou”, anotou FHC.
O ex-presidente tucano enumerou os presidenciáveis que deveriam, na sua opinião, se juntar em torno de consensos mínimos. Citou Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (PSD). Incluiu na lista Joaquim Barbosa, que flerta com a ideia de disputar o Planalto pelo PSB.
Na opinião de FHC, esses personagens “precisam entender que os riscos” do tipo que ele enxerga por trás das pretensões políticas de Lula e Bolsonaro “se transformam em realidade pela inércia, pela covardia ou pela falta de visão dos que poderiam a eles se opor.”
As novas manifestações de FHC sobre a disputa presidencial ganharam as páginas poucos dias depois de ele ter declarado que o PSDB poderá apoiar “alguém com capacidade para juntar e que tenha princípios próximos aos nossos”, caso Alckmin não consiga atingir três objetivos: aglutinar as forças de centro, convencer o eleitorado e deslanchar como um candidato viável.
O artigo de FHC transmite mais dúvidas do que certezas. A começar pelo título: “Ainda há tempo?” Ele dedicou parte do texto às mazelas que eletrificaram o cenário de 2018 no mundo. Quanto à conjuntura brasileira, FHC só consegue se manifestar com clareza até certo ponto. O ponto de interrogação.
“Já não terá bastado o descalabro econômico-financeiro produzido pelo ‘capitalismo de laços’ que o lulopetismo patrocinou, envolvendo e beneficiando empresas e partidos políticos, para que aprendamos a lição de que não há atalhos fáceis para o desenvolvimento e que este requer o império da lei?”, ele pergunta a certa altura.
“Será que o Bolsa Família (que se originou em governos anteriores e sem tanto alarde) foi suficiente para amortecer a consciência popular e fazer crer que a esperança em dias melhores se contenta com migalhas?”, indaga o articulista, como se colocasse em dúvida a capacidade de discernimento do pedaço mais pobre do eleitorado.
FHC se absteve de oferecer respostas —“É cedo para responder”. E ainda destilou pessimismo. Disse que, se não houver uma ação vigorosa dos atores políticos, os horizontes despejarão “novas tempestades” sobre a conjuntura. “Que não se iluda o leitor: o pior pode sempre acontecer. Evitá-lo depende de cada um e de todos nós. Não há fé cega na Razão ou nos bons propósitos que barre o Irracional se não se criarem alternativas que impeçam o pior de prevalecer, pela guerra ou pelo voto.”, escreveu. “As consequências, já dizia o conselheiro Acácio, do Eça de Queiroz, vêm sempre depois…”
Se alguma certeza pode ser extraída do artigo de FHC é a seguinte: o presidente de honra do PSDB não leva a menor fé em Geraldo Alckmin. Se enxergasse viabilidade eleitoral no presidenciável tucano, não estaria propondo a abertura de diálogo com outras forças antes do início do jogo, ainda na fase de aquecimento. Leia aqui a íntegra do texto de FHC.

Filiação ao PSL deixa Jair Bolsonaro sem nexo
Por Josias de Souza
Domingo, 07/01/2018 20:14 Há no projeto presidencial de Jair Bolsonaro uma insustentável teatralização do novo. A bordo do seu sétimo mandato parlamentar, o candidato apresenta-se como uma fulgurante novidade, única alternativa radical contra os maus costumes. Ajudou a apertar o nó que asfixiou o mandato de Eduardo Cunha. “Com a coerência de sempre”, votou duas vezes a favor da abertura de processos criminais contra Michel Temer. A teatralização da ética tornou-se escancarada no instante em que o capitão sentou praça no Partido Social Liberal, o PSL.
Dono de uma bancada nanica, o PSL compôs a milícia parlamentar de Eduardo Cunha. Seus dois deputados, o líder Alfredo Kaefer (PR) e Dâmina Pereira (MG) acompanharam o ex-presidente da Câmara até a beira do abismo. O mandato de Cunha foi interrompido por 450 votos a 10. Alfredo agarrou-se na beirada, optando pela abstenção. Dâmina pulou no precipício, votando a favor de Cunha.
No apreciação das duas denúncias criminais contra Temer, a bancada do PSL, engordada pela presença do suplente de deputado Luciano Bivar (PE), presidente nacional da legenda, juntou-se à ala dos coveiros da Câmara. Bivar, Alfredo Kaefer e Dâmina Pereira ajudaram a enterrar as acusações, impedindo o Supremo Tribunal Federal de converter Temer em réu, o que levaria ao seu afastamento do cargo.
Na última sexta-feira, 05, Bolsonaro e Bivar divulgaram uma nota conjunta. Nela, escreveram: “É com muito orgulho que o PSL recebe o deputado Jair Bolsonaro e sua pré-candidatura à Presidência da República. Outrossim, é com muita honra que o deputado se sente abrigado pela legenda, e muito à vontade em um partido onde existe total comunhão de pensamentos.”
Orgulhoso de seu passado militar, Bolsonaro costuma dizer que, eleito, proverá “ordem e progresso” aos brasileiros. Movimenta-se no palco, porém, como administrador de um regresso. Ou informa de onde vem a “comunhão de pensamentos” que o uniu ao PSL ou desfilará pelo palco de 2018 com um discurso desconexo.
Segundo colocado nas pesquisas, o capitão do social-liberalismo faz pose de contraponto extremo ao general do PT. Sapateia sobre a derrocada moral de Lula, o favorito, sem olhar para o próprio rastro. Noutros tempos, era o petismo que rodopiava em cena como símbolo da nova moralidade. Em 2005, foi apanhado no Mensalão. Em 2014, foi pilhado no Petrolão. Ou seja: no Brasil, o novo é uma coisa muito antiga.

NO O ANTAGONISTA
Sem dinheiro para Lula
Brasil Segunda-feira, 08.01.18 08:05
Lula ainda tem eleitores, mas ninguém cai na conversa de que o julgamento no TRF-4 é um golpe para afastá-lo da campanha.
O PT está arrecadando dinheiro para organizar a baderna em Porto Alegre. Até agora, porém, só 201 doadores se dispuseram a colaborar.
Os eleitores de Lula sabem que ele está sendo julgado pelo dinheiro roubado da Petrobras e que a Lava Jato nunca perseguiu sua candidatura.

Lula desiste de acompanhar seu julgamento
Brasil 08.01.18 07:19
Lula desistiu de ir para Porto Alegre no dia de seu julgamento no TRF-4.
Em comunicado aos militantes, reproduzido pela Folha de S. Paulo, o PT diz que “Lula ficará provavelmente em SP, onde haverá ocupação da Paulista desde cedo”.
O condenado sente que será condenado.
Fundo eleitoral rouba de hospitais e escolas
Brasil 08.01.18 07:34
O fundo eleitoral roubou 472,3 milhões de reais da Saúde e da Educação.
O levantamento foi feito pelo Estadão:
“O fundo receberá 121,8 milhões de reais remanejados da Educação e 350,5 milhões de reais da Saúde.
O valor corresponde à transferência de dinheiro das emendas de bancadas – que seria destinado a esses setores – para gastos com as campanhas eleitorais deste ano.”
O bolso de Bolsonaro
Brasil 08.01.18 07:03
Jair Bolsonaro embolsou auxílio-moradia apesar de ter um apartamento em Brasília.
Ele e seu filho, segundo a Folha de S. Paulo, receberam 730 mil reais desde outubro de 1995.
Diz a reportagem:
“O presidenciável Jair Bolsonaro e um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro, recebem dos cofres públicos R$ 6.167 por mês de auxílio-moradia, mesmo tendo um imóvel em Brasília.
Ambos são deputados federais. O apartamento de dois quartos (69 m²), em nome de Jair, foi comprado no fim dos anos 90, quando ele já recebia o benefício público, mas ficou pronto no início de 2000 (…).
A reportagem visitou o prédio em que está o apartamento em nome do presidenciável, que fica no Sudoeste, uma dos bairros do Plano Piloto, a região central de Brasília.
Segundo funcionários do edifício, Eduardo Bolsonaro é visto semanalmente no local.”

O atropelamento da imprensa
Brasil 08.01.18 06:53
A Folha de S. Paulo continua a prestar assessoria a Lula.
Nesta segunda-feira, uma reportagem acusa o TRF-4 de ter “atropelado” outros sete casos apenas para poder julgar o comandante máximo da ORCRIM.
O desembargador Leandro Paulsen, “responsável por pautar as datas dos julgamentos, tem dito que os processos andam de acordo com a complexidade e o ineditismo de cada um”.
E o presidente da Corte, Carlos Eduardo Thompson Flores, explicou que “o julgamento dos processos pela ordem cronológica de distribuição no Tribunal não é regra absoluta. O próprio art. 12 do Código de Processo Civil afirma que é preferencial essa observância”.
O jornal, porém, recusa os argumentos do TRF-4. E é premiado por Gleisi Hoffmann.
Carminha frustra Andrade Gutierrez
Brasil Domingo, 07.01.18 16:30
O Painel da Folha mostra que Cármen Lúcia atrapalhou os planos da Andrade Gutierrez.
“A construtora foi ao STF pedindo uma liminar que suspendesse o julgamento no TCU do caso que aponta um superfaturamento bilionário nas obras da usina de Angra 3. Alegou que havia risco de que a Corte de contas decidisse inabilitá-la em janeiro, no recesso do Judiciário.
O TCU, porém, não marcou o julgamento, o que fez Cármen Lúcia negar a liminar rechaçando o argumento de que havia risco de decisão neste mês. A ministra ressaltou que o STF tem um encontro marcado com o conflito em torno das leniências firmadas na Lava Jato.”



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