PRIMEIRA EDIÇÃO DE 25-12-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Segunda-feira, 25 de Dezembro de 2017
Brasil gasta R$10 bilhões por ano com vereadores
O Brasil é dos poucos países que paga salários a vereadores e cargos similares. E paga muito bem. São cerca de R$10 bilhões por ano com salários, auxílios, verba indenizatória e outras regalias pagas aos 57.736 vereadores eleitos no ano passado, segundo dados do Tesouro Nacional. E esse valor pode ser muito maior, já que só cerca de 80% dos municípios sequer disponibilizam informações contábeis e fiscais.
Sumiu do mapa
Proposta de 2012 extinguia salários de vereadores dos municípios de até 50 mil habitantes (88% dos 5.570 existentes). Foi “assassinada”.
Não é emprego
Na maioria dos países, os vereadores não têm Câmara. Se reúnem em locais gratuitos e debatem melhorias para a comunidade. De graça.
Virou profissão
No Brasil, vereador ganha dois terços dos salários de deputado estadual, que recebem dois terços dos ganhos de deputado federal.
Surra na urna
Protagonista no maior escândalo de corrupção da História, o PT viu o número de vereadores cair quase pela metade, de 5.067 para 2.795.
TV ainda é principal fonte de informação política
Apesar da avalanche que redes sociais representam na disseminação de informações políticas, estudo do banco suíço Credit Suisse sobre as perspectivas para o Brasil em 2018 mostra que a televisão é, de longe, a principal fonte de informação sobre política para 69% da população. Sites de notícias ficam em segundo lugar, com influência sobre 24% da população, e 22% preferem obter notícias políticas nas redes sociais.
Jornal e rádio
Em 5º lugar, o rádio é o veículo usado por 17% dos eleitores para se informar, ficando atrás dos jornais (19%).
Facebook
Entre as redes sociais a mais utilizada para acesso a notícias políticas é o Facebook, disparado em 1º lugar: 77% dos usuários.
WhatsApp
O WhatsApp, considerado a menos regulada das redes sociais, é também a segunda mais influente em notícias políticas: 48% usam.
Lula e Bolsonaro, tudo a ver
Em Goiás, segundo o Paraná Pesquisa, se Lula se tornar inelegível, seus votos seriam distribuídos entre vários rivais, partidos à parte. Sobrariam até para Jair Bolsonaro: cerca de 10% dos votos do petista.
Folha recorde
Despesas do governo federal bateram recorde em novembro: R$34,1 bilhões. É o maior valor gasto em um mês, no ano de 2017. Só com salários de servidores civis foram R$13,1 bilhões. Militares, R$2,88 bi.
Produção elevada
Michel Temer chefia um dos governos menos populares, mas, curiosamente, mais produtivos. Conseguiu aprovar projetos polêmicos, como teto de gastos públicos, reforma trabalhista, reforma política etc.
Motivação para o trabalho
A sessão da Câmara dos Deputados que mais reuniu parlamentares em 2017 foi a votação da primeira denúncia do ex-PGR, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer: 492 participaram da sessão.
O Brasil nos tempos de cólera
Quem aprecia a Astrologia afirma que o ano eleitoral de 2018 será um ano tutelado por Júpiter. Desse modo, a diplomacia, a sociabilidade e a comunicação serão necessárias para resfriar a cólera.
Férias da cadeia
Em São Paulo, foram assustadores 30 mil, e em Brasília 1.057 detentos ganharam saidão de Natal. Como sempre, muitos não voltarão na data marcada, segunda (26), e a criminalidade aumentará.
Sem stress
O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pré-candidato ao governo paulista em 2018, tem revelado a interlocutores que teme a vitória de Lula na disputa presidencial.
Pergunta natalina
A um mês do julgamento que pode deixá-lo inelegível, e possivelmente preso, foi animado o Natal dos Lula da Silva?


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Natal nos Trópicos
Há um certo orgulho jurídico em contrariar a opinião pública, uma certeza aristocrática de que eles sabem o caminho para tratar a corrupção no Brasil 

Por Fernando Gabeira
Segunda-feira, 25 dez 2017, 07h08
Encontrei neste Natal, em Gramado,RS, algo que não via há muitos anos: uma campanha para que as pessoas se abracem. Vi isto na Suécia, no fim da década de 1970. Achávamos estranho porque a campanha sueca estimulava as pessoas a se tocarem. Latinos, aparentemente, não tinham esse problema de fechamento e timidez. Ao contrário, tocávamos em excesso e, às vezes, isto aborrecia os escandinavos.
Um quarto de século depois, reencontro a campanha pelo abraço e me pergunto o que houve conosco nos trópicos. Foi o crescimento econômico, ou a revolução digital? Felizmente as pessoas se abraçaram e se confraternizaram na praça de Gramado, sob uma espuma que simulava neve e molhava minhas lentes.
Ultimamente, as multidões andam zangadas no Brasil, a julgar pelo que fizeram no Maracanã. O espírito de Natal, pelo menos neste período, deve ser mais forte que o espírito de porco. Independentemente de análises mais profundas, é algo de bom que a Cristandade nos dá, anualmente.
O papa Francisco é um importante interlocutor e talvez fosse bom mencionar o que disse ao receber o Prêmio Europeu Carlos Magno:
“Há uma palavra que nós nunca deveríamos cansar de repetir. É esta: diálogo. Somos chamados a construir uma cultura de diálogo por todos os meios possíveis e assim reconstruir o tecido da sociedade.”
Em outro trecho, Francisco diz:
“A paz será durável na medida em que armarmos nossos filhos com a arma do diálogo, que os ensinarmos a travar a boa luta do encontro e da negociação.”
No Brasil isso é necessário também, mas muito difícil. É preciso estar com um olho no espírito de Natal e nas peças que os poderosos nos pregam, precisamente, nesta época. Em dezembro de 1968, decretou-se o AI-5, uma forte inflexão do autoritarismo. Fomos protestar na rua, mas o AI-5 foi engolido pelo espírito de Natal e dissolveu-se docemente como um panetone na boca.
A Segunda Turma do Supremo aproveitou, especialmente Gilmar Mendes, de nossa distração natalina e deu mais alguns golpes na Lava-Jato, soltando gente, arquivando processos e proibindo a condução coercitiva.
Como aplicar aqui a arte do diálogo, conforme ensina o Papa Francisco? Há um certo orgulho jurídico em contrariar a opinião pública, uma certeza aristocrática de que eles sabem, e apenas eles, o caminho correto para tratar a corrupção no Brasil. Não há diálogo entre o sentimento social e um grupo de juízes que resolveu bloquear um avanço na luta contra a corrupção, reconhecido por quase todos nos últimos anos. Se as multidões forem às ruas, correm o risco de apenas confirmar o orgulho de votar contra elas, a certeza de que a verdade solitária pertence aos juízes togados.
Uma parte do Supremo poderia dialogar com eles. Mas ali, também, o diálogo parece ter sido reduzido a um puro choque de opiniões. Além do mais, é difícil resolver no âmbito do Supremo porque eles compõem uma turma com autonomia.
Os militares poderiam dialogar com eles? Seguramente não, uma vez que há consenso sobre o poder da própria sociedade em resolver esse problema.
Os políticos não dialogariam em nome da sociedade, precisamente porque estão realizando o que eles mais querem: deter o processo de investigação e voltar o máximo possível ao período pré-Lava-Jato.
A única referência que ainda resta são os procuradores, a PF e a Justiça Federal. Vai ser preciso encontrar uma forma de combater esses cavaleiros do apocalipse, mas isso não é algo para se encontrar agora, em pleno espírito de Natal. São apenas obstáculos que esperam o Brasil num ano de ansiada renovação.
Por enquanto, a confraternização fortalece o diálogo e a paciência com o outro. E nos dará força para o ano que entra. Saímos de um período de confrontos muito desgastante. Vamos entrar numa frase brava de choque de extremos nas eleições.
Sob a bandeira do diálogo, por mais frustrante que seja, como no caso do Supremo, será possível alguma coisa, sobretudo se o diálogo se intensifica entre aqueles que querem a renovação e estão perplexos com a resiliência das velhas práticas que arruinaram o Brasil.
Dialogar com quem acha que não há mais jeito, dialogar com quem quer esfolar o adversário — enfim, há um longo percurso pela frente.
Um feliz Natal ajuda. O encontro familiar sempre acende a ideia da continuidade: os que já foram, os que estão aí, os que acabaram de chegar.
Transplantado para a dimensão nacional, esse sentimento é um bom combustível para rodar o delicado ano de 2018 e, quem sabe, emergir das cinzas de um período que se esgotou.
São os meus votos.

NO O ANTAGONISTA
Juízes ‘contestadores’ escrachados pelos veteranos
Brasil Segunda-feira, 25.12.17 10:34
O Antagonista sabe que magistrados mais novos estão questionando as presidências de tribunais pelo país e, principalmente, as entidades representativas — Ajufe e AMB — sobre o posicionamento favorável ao auxílio-moradia (até para quem trabalha na mesma comarca onde mora) e a outros privilégios.
Estão sendo escrachados pelos veteranos.
Humanitarismo e sem-vergonhice
Mundo 25.12.17 08:10
Depois de escapar do impeachment, acusado de receber propina da Odebrecht, o presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski concedeu indulto ao ex-presidente Alberto Fujimori, que sofre de uma doença degenerativa e foi hospitalizado anteontem.
Fujimori, de 79 anos, cumpria pena de 25 anos por corrupção e crimes contra a Humanidade.
Kuczynski alegou razões humanitárias. Já o indulto natalino de Michel Temer, que poderá livrar 37 condenados pela Lava Jato, é sem-vergonhice mesmo.
Não esbarrem no juiz Glaucenir
Brasil Domingo, 24.12.17 13:47
O juiz eleitoral Glaucenir de Oliveira, que acusou no Whatsapp Gilmar Mendes de receber propina para libertar Anthony Garotinho, já esteve no noticiário em 2009.
Um empresário disse que Glaucenir o ameaçou com um revólver apontado para a sua cabeça, depois de um show do Skank. Segundo o empresário, a confusão começou porque o juiz havia mexido com a sua mulher.
Glaucenir negou a história. Disse que apenas colocou a mão sobre o coldre, porque recebeu um esbarrão e uma cotovelada.
Piada natalina
Brasil 24.12.17 11:17
Fernando Collor de Mello, do PTC, tem dito que será candidato ao Planalto em 2018. A Expresso, da Época, diz que “ele poderia se lançar na aventura porque seu mandato no Senado só vencerá em 2022”.
É Natal, podem rir.
Coitada da Carminha…
Brasil 24.12.17 11:05
Em levantamento com base em informações do CNJ, o Estadão publica que os “penduricalhos” dos juízes de primeira instância são, na média, maiores do que os de ministros de tribunais superiores.
É de 5 mil reais por mês para juízes e desembargadores dos Tribunais de Justiça e de 2,3 mil reais para ministros do STJ e do Superior Tribunal Militar.
O TSE e o STF não entraram na conta. O TST enviou planilhas imprecisas ao CNJ.
Coitada da Carminha…


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