PRIMEIRA EDIÇÃO DE 1º-9-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'


NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

SEXTA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2017
Habituados a trabalhar às terças e quartas e “vazarem” às quintas de manhã cedo, deputados estão inconformados com mudanças, após esta coluna revelar o esquema. O painel de presença era aberto às 6h da matina, a fim de que eles pegassem o primeiro voo. Era como se tivessem trabalhado o dia todo. Por decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o painel passou a ser aferido somente às 14h, na quinta.
Assis do Couto (PDT-PR) foi porta-voz da irritação dos deputados. Diz que viaja no voo das 10h de quinta para “poupar dinheiro público”.
A alegação do deputado não procede. Pesagens de quinta de manhã custam 50% a mais que as noturnas. E o dobro de sexta-feira.
Passagem Brasília-Curitiba às 9h55 desta quinta custava R$1.199. Outro voo, às 19h e sem escalas, saía por R$ 814.
As justificativas são basicamente a mesma: deputados dizem que viajam quinta pela manhã porque têm reuniões em seus Estados. Anrã.
A máfia dos importadores de etanol podre, à base de milho, aproveita o atraso da Câmara de Comércio Exterior (Camex) na publicação da própria resolução, aprovada há 9 dias, para importar quase meio bilhão de litros de álcool sem pagar impostos. A resolução fixou tarifa de 20% a partir dos 600 milhões de litros importados, mas a Camex se finge de morta, não publica sua decisão e permite que a máfia importe o produto e provoque prejuízos ao Brasil estimados em mais de R$160 milhões.
Importando etanol podre, com o Nordeste iniciando sua produção neste dia 1º, a máfia objetiva sufocar a concorrência e comprar suas usinas.
Produtores vão pedir à Polícia Federal e ao MPF para investigar a relação da máfia de importadores com a Camex, e o rombo na Receita.
A suspeita é que navios de etanol podre já estão a caminho do Brasil, mesmo sem autorização de importação, para criar o “fato consumado”.
A quebra de sigilo de Lúcio Funaro na CPI dos Correios, em 2005, mostrou que ele pagava o apartamento de Eduardo Cunha no flat Blue Tree Tower, em Brasília, incluindo aluguel e “despesas extras”.
Só no Distrito Federal, mais de 2.000 professores estão fora da sala de aula, segundo dados citados pelo ministro Walton Rodrigues no plenário do Tribunal de Contas da União. Ganham gratificação “pó de giz” de 40% para dar aulas, mas estão cedidos a outros órgãos.
Levantamento do Paraná Pesquisas constatou que tucanos e petistas são mais parecidos que imaginam: 66,3% dos eleitores disseram acreditar que o PSDB ficou igual ao PT, desde o início da Lava Jato.
Deixou Geraldo Alckmin enciumado a viagem de João Dória a Campina Grande (PB), para receber homenagem e fazer palestra. O governador fez inesperada declaração assumindo a candidatura presidencial.
A posse de Raquel Dodge na procuradoria-geral da República será na manhã do dia 18, porque o presidente Michel Temer viajará nesse dia a Nova York: vai discursar na abertura da assembleia geral da ONU.
A queda do desemprego para 12,8% (14,2 milhões de desempregados para 13,3 milhões) quase virou notícia negativa, em veículos de comunicação “Fora, Temer”. E ainda é a quarta queda seguida.
É constrangedora a explicação do Itamaraty para permitir que o Brasil seja representado no exterior por um diplomata, Américo Fontenelle, que respondeu duas vezes por assédio: “Ele já pagou sua pena”.
O serpentário diz que há no Itamaraty um “clube de embaixadores”, beneficiando uns aos outros. Isso explica Fontenelle cônsul em Ciudad del Este. Como dizem os argentinos, “entre bueyes no hay cornadas”.
...bons eram os tempos em que a “crise” podia viajar.

NO DIÁRIO DO PODER
OPERADOR DE PROPINA
DELAÇÃO DE FUNARO VOLTA AO SUPREMO APÓS AJUSTE NA PROCURADORIA-GERAL
RELATOR DA LAVA JATO HAVIA DEVOLVIDO ACORDO PEDINDO ALTERAÇÕES
Publicado: quinta-feira, 31 de agosto de 2017 às 17:14
Redação
O acordo de delação premiada do operador Lúcio Funaro retornou ao Supremo Tribunal Federal na tarde desta quinta-feira (31) após passar por ajuste na Procuradoria-Geral da República, com quem o investigado firmou o acordo.
Na quarta-feira, um dia depois de receber a delação para análise, o ministro Edson Fachin, do STF, devolveu o acordo à PGR apontando necessidade de alteração em uma das cláusulas da colaboração firmada com o operador financeiro que evitava que Funaro fosse processado em casos de improbidade administrativa.
O retorno dos autos após a ida à PGR está registrado no andamento processual disponível no site do Supremo Tribunal Federal.
Sobre o fato de Fachin ter pedido ajustes, a PGR e o gabinete não comentam o assunto, já que a colaboração é mantida em sigilo. A interlocutores, no entanto, Fachin lembrou que esse procedimento já foi adotado pelo seu antecessor na relatoria da Lava Jato, o ministro Teori Zavascki, morto em janeiro. Teori chegou a pedir ajustes nos acordos do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado; do senador cassado, Delcídio Amaral; e do ex-deputado Pedro Corrêa. Em todos os casos, a delação foi homologada depois dos acertos.
Depois que o material voltar ao gabinete de Fachin, o ministro irá convocar Funaro para confirmar se o acordo foi firmado de forma espontânea. Só depois disso estará pronto para homologação.
Janot pretende usar informações prestadas por Funaro na denúncia que prepara contra Temer. Para isso, a delação precisa estar homologada pelo ministro do STF. Nas contas feitas por investigadores, Fachin deve validar o acordo até o início da semana que vem, possibilitando que a denúncia seja oferecida na sequência. (AE)

DELAÇÃO PREMIADA
FUNARO CONFIRMA QUE RECEBEU GRANA DE JOESLEY BATISTA PARA FICAR EM SILÊNCIO
DECLARAÇÃO ESTÁ NA DELAÇÃO PREMIADA ACORDADA COM O MPF
Publicado: quinta-feira, 31 de agosto de 2017 às 15:32 - Atualizado às 16:23
Redação
O doleiro Lúcio Funaro confirmou, em um dos depoimentos da delação premiada, que recebeu dinheiro do empresário Joesley Batista, dono da JBS, para permanecer em silêncio e não revelar o que sabia sobre corrupção e movimentação ilegal de recursos por parte de influentes políticos do País.
Segundo o jornal O Globo, em um primeiro momento, Funaro afirmou à Polícia Federal que recebeu o dinheiro por intermediar negócios negócios da JBS, mas em novo depoimento, o operador alinhou a sua versão à de Joesley Batista, sobre a compra do silêncio.
O conteúdo da delação de Funaro – que voltou ao Ministério Público Federal (MPF) para que sejam feitas adequações – deve ser usado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em uma possível nova denúncia contra o presidente Michel Temer por obstrução da Justiça e envolvimento em organização criminosa. A primeira, por crime de corrupção passiva, foi suspensa por decisão da Câmara dos Deputados.
Na conversa entre Joesley e Temer, no Palácio do Jaburu, o empresário revelou uma série de crimes que cometeu. Entre os trechos do diálogo está o que ele informou que vinha fazendo pagamentos a Funaro e ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A PGR interpretou a conversa como compra de silêncio de ambos.
O ex-ministro de Governo, Geddel Vieira Lima, também é citado na delação de Funaro. Em depoimento à Polícia Federal, o operador relatou que Geddel telefonou diversas vezes para a mulher dele no fim do primeiro semestre deste ano. O ex-ministro estaria "sondando" a disposição dele em partir para uma delação. Esta e outras revelações acabaram levando a decretação da prisão de Geddel, que seria um dos interlocutores de Temer junto a Joesley.
Lúcio Funaro delatou também o ex-ministro do Turismo de Temer, Eduardo Henrique Alves. Ele informou ter intermediado o repasse de R$ 7 milhões em espécie para a campanha do ex-ministro ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014. O montante foi enviado, segundo o delator, por Joesley Batista.
Funaro relatou que usou um avião do grupo Bertin para transportar o dinheiro a Natal.

NO BLOG DO JOSIAS
Governo atinge o estágio dos erros amazônicos
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 01/09/2017 04:52
Diz-se que Julio César tinha sempre do seu lado um serviçal cuja atribuição era a de se aproximar das orelhas do imperador para cochichar de tempos em tempos: “Lembra-te de que és mortal, César”. Imagine quantas turbulências seriam evitadas se, em vez do Eliseu Padilha, Michel Temer tivesse do seu lado alguém para lembrá-lo de vez em quando de que ele também está sujeito à condição humana.
O brasileiro não aguenta mais. Quando parece que está tudo mal — a meta do déficit fiscal estourada, a delação do Lúcio Funaro quase homologada, a segunda denúncia contra o presidente no forno, o centrão feliz, a usina de habeas corpus do Supremo funcionando a vapor pleno — surge o decreto de Temer acabando com uma reserva ambiental do tamanho do Estado do  Espírito Santo em plena floresta amazônica.
Faltou decididamente a Temer um cochichador para soprar na sua orelha, na hora da assinatura do decreto: “Não mexas com a Amazônia, presidente. Lembra-te de que és mortal.” Ou ainda: “Se beberes, não te aproximes de canetas e de mineradoras.” Como quem estava do seu lado era o Padilha, Temer tascou sua rubrica no tal decreto.
Barulhenta, a má repercussão embarcou junto com Temer no jato presidencial que o levou à China. Membro da comitiva, o ministro Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) trocou um dedo de prosa com o chefe. E mandou divulgar em Brasília, na noite de quinta-feira, uma nota. O texto abre assim:
“O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, após consultar o presidente da República, determinou a paralisação de todos os procedimentos relativos a eventuais direitos minerários na área da Reserva Nacional do Cobre e Associados – Renca. A partir de agora o Ministério dará início a um amplo debate com a sociedade sobre as alternativas para a proteção da região. Inclusive propondo medidas de curto prazo que coíbam atividades ilegais em curso.”
Qualquer pessoa está sujeita ao erro, mas só Temer parece decidido a provar que tem vocação para o equívoco. Um presidente pode conviver com o erro por descuido. Mas ir atrás do erro, cortejar o erro, mimar o erro, entregar-se ao lobby de mineradoras… Nesse ritmo, o brasileiro acabará assumindo o papel de cochichador do Temer, gritando alertas desde as ruas.
Em sua nota oficial, o ministro Fernando Coelho escreve que o governo suspendeu a suspensão da reserva por “respeito às legítimas manifestações da sociedade e à necessidade de esclarecer e discutir as condições que levaram à decisão de extinção da Renca. No prazo de 120 dias, o ministério apresentará ao governo e à sociedade as conclusões desse amplo debate e eventuais medidas de promoção do seu desenvolvimento sustentável, com a garantia de preservação.”
O texto do ministério cria algo inusitado: o respeito retardado. E avisa que, em 120 dias — período também conhecido como 4 meses — o erro voltará à carga. Com Eliseu Padilha no lugar do cochichador, Temer vai consolidando a impressão de que, no seu governo, entre um erro e outro há sempre espaço para erros ainda maiores, talvez amazônicos. No momento, a frase mais popular em Brasília é: “Sabe a última do Michel Temer?”

Temer tratou a saída constitucional do impeachment como uma porta giratória
Por Josias de Souza
Quinta-feira, 31/08/2017 23:48
Quando Dilma sofreu o impeachment, o petismo dizia que as ruas exigiriam a sua volta. Um ano depois, nem o PT deseja tamanho pesadelo. Quando a Presidência lhe caiu no colo, Michel Temer dizia que uma ponte para o futuro levaria o País à prosperidade. Hoje, o futuro do seu governo é um passado que não passa. Se dependesse das ruas, Temer também seria ex-presidente. Mas ele carrega algo que faltou à sua antecessora: uma experiência parlamentar de três décadas.
Com a corda no pescoço, Temer terceirizou sua gestão ao arcaísmo. Fornece, em cargos e verbas públicas, os recursos para alimentar as forças congressuais que, se quisessem, demitiriam mais um presidente da República. Dilma tentou a mesma coisa. Mas ela fazia cara de nojo. E os congressistas puxaram a corda.
Muita coisa aconteceu em um ano. Mas quando a posteridade puder falar sobre esse período, desprezando os detalhes, dirá que Temer tratou a saída constitucional do impeachment como uma porta giratória. Manteve o País rodando em torno dos seus defeitos como um parafuso espanado. Continuamos às voltas com o desemprego, a ruína fiscal e a roubalheira. Dilma só não acusa Temer de plágio porque sua relação com a verdade é conflituosa.

NO O ANTAGONISTA
O candidato Joaquim Barbosa
Brasil 01.09.17 06:03
Joaquim Barbosa deu o primeiro passo para sua candidatura presidencial.
Em entrevista ao Valor, ele testou seu discurso de campanha.
O plano é herdar o eleitorado de Lula e incorporar uma parte do centro.

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