PRIMEIRA EDIÇÃO DE 26-8-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 26 DE AGOSTO DE 2017
Apesar de todas as provas reveladas pela operação Lava Jato, levando à condenação de dezenas de executivos das maiores empreiteiras do Brasil, nenhuma delas foi considerada inidônea pelo governo. Apenas duas, Engevix e Galvão Engenharia, figuram no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS), mas por outras fraudes cometidas em licitações alheias à roubalheira perpetrada na Petrobras.
Empreiteiras da Lava Jato como Odebrecht e Andrade Gutierrez firmaram acordos de leniência com a Justiça para se livrar de punição.
A Galvão Engenharia foi suspensa até dezembro de 2018 de contratar com o governo por irregularidades na execução de obras da Eletrosul.
A Engevix, vendida por R$2 após a Lava Jato, está impedida de atuar para o governo devido a irregularidades em Furnas e na Eletrosul.
Nem mesmo a Odebrecht, com quase uma centena de confissões de culpa e bilhões obtidos de maneira criminosa, foi considerada inidônea.
Produtores de etanol do Nordeste denunciaram à Câmara de Comércio Exterior, sexta (25), manobra lesiva ao País de distribuidoras, inclusive estrangeiras, pedindo licença de importação de álcool podre americano (muito poluente, à base de milho), antes de o Diário Oficial publicar a resolução dos ministros da Camex, quarta (23), fixando taxa de 20% de importação após 600 milhões de litros com 0% de imposto. A manobra vai parar na Justiça, inclusive com acusação de crime de lesa-pátria.
As distribuidoras, algumas produtoras no Sudeste, pretendem inundar o País com álcool podre com imposto zero. E quebrar rivais nordestinos.
Só uma distribuidora – Raizen, controlada pela americana Shell e a brasileira Cosen – pediu licença para importar 400 milhões de litros.
A manobra das distribuidoras foi denunciada pelos presidentes de sindicatos de produtores (Sindaçúcar) de todo o Nordeste.
Lula não sente apenas ódio por jornalistas, ele os teme. Na contestada passagem por Alagoas, fugiu de entrevistas como o diabo da cruz. Só falou com a rádio Gazeta mas à distância, em “segurança”, ao telefone.
Lula tem tanto medo de comunicador que o locutor dos comícios, em Maceió, foi do MST. Deve temer que um profissional, sincero, diga ao microfone o que pensa do ex-presidente condenado por roubar o País.
Novos cálculos da Receita Federal dão conta de que a grana faturada com a compra e venda de dólares e ações pela JBS/J&F, no dia após a divulgação da delação de Joesley & cia., passa dos R$ 2 bilhões.
Amado pelos portugueses, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa foi flagrado quinta (24) à noite na fila do caixa eletrônico pagando contas. Discretamente, sem seguranças e sem ser incomodado. O flagrante, em vídeo, foi feito por um cliente do restaurante “Manolo”, em Cascais.
O governo lançou o Painel Estatístico de Pessoal, sobre cargos e gastos. Por isso dá para constatar que nunca o governo empregou tanto: são 656.298 servidores a um custo de R$ 29,54 bilhões por mês.
O chanceler Aloysio Nunes emocionou o advogado Fernando Tibúrcio, herói da defesa de perseguidos na ditaduras Maduro, Morales etc. Ao receber a procuradora-geral cassada (e caçada) Luisa Ortega, Nunes o chamou de “verdadeiro embaixador informal do Brasil na Venezuela”.
O deputado federal que ocupar o cargo de líder ou vice-líder recebe um adicional de R$ 1.353,04 por mês, além do salário de R$ 33.763,00, do “cotão” de até R$45 mil em “ressarcimento de despesas”. Todas.
Para Ivan Valente (PSOL-SP), seriam ilegais sorteios e bingos para arrecadar recursos nas campanhas, proposto por Vicente Cândido (PT-SP): “Permitiria lavagem de dinheiro e estabeleceria a jogatina”.
...nada mais malandro que chamar auxílios e bônus de “rendimentos”, para burlar o limite do teto salarial dos servidores públicos.

NO DIÁRIO DO PODER
OMC PODE PUNIR O BRASIL PELA POLÍTICA INDUSTRIAL DO GOVERNO DILMA
POLÍTICA INDUSTRIAL DA PETISTA AFETA REPUTAÇÃO DO PAÍS NA OMC
Publicado: sexta-feira, 25 de agosto de 2017 às 16:35 - Atualizado às 20:11
Redação
O Brasil deve ser condenado na Organização Mundial do Comércio (OMC) por programas de política industrial adotados durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A instituição divulgará oficialmente um relatório sobre o tema em 30 de agosto.
Em um evento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília nesta sexta-feira, 25, o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, afirmou que o conteúdo dos "contenciosos" existentes contra o Brasil na instituição questionam regimes tributários aplicados à indústria.
Ele disse não ter lido o documento pois "é confidencial", mas afirmou que "muitas pessoas não ficaram surpresas com os resultados do relatório".
Segundo Azevêdo, uma vez que o processo se torne público, o País poderá recorrer contra a condenação. "Estamos na fase original, que é o primeiro exame das medidas demandadas pelos participantes (da OMC) em Genebra. (A partir do dia 30) o relatório vai para o órgão de solução de controvérsias. O Brasil pode, antes da adoção do relatório, apelar", explicou.
O diretor-geral da OMC argumentou que as regras comerciais da instituição garantem ampla margem para os países implementarem políticas. "As regras da OMC são recíprocas. O Brasil questionou subsídios industriais de países desenvolvidos várias vezes, como no setor aeronáutico e na agricultura", disse. 
"A reciprocidade e estes limites também beneficiam o Brasil. E também limitam o espaço de distorção que pode ser empregado por países desenvolvidos", concluiu Azevêdo. (AE)

RELATOR LIBERA RELATÓRIO DO INQUÉRITO CONTRA PARLAMENTARES DO PP
PARLAMENTARES SÃO ACUSADOS DA PRÁTICA DOS CRIMES DE CORRUPÇÃO PASSIVA E LAVAGEM DE DINHEIRO
Publicado: sexta-feira, 25 de agosto de 2017 às 19:48 - Atualizado às 19:56
Redação
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nesta sexta-feira (25) o relatório do Inquérito 3980, que deve ser julgado na sessão da próxima terça-feira (29) da Segunda Turma. O inquérito, instaurado em decorrência da Operação Lava-Jato, foi ajuizado pelo procurador-geral da República contra parlamentares do Partido Progressista (PP), acusados de suposta prática dos delitos de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em fatos relacionados à Petrobras.
Foram denunciados, nesse caso, os parlamentares João Pizzolatti Júnior, Mário Sílvio Mendes Negromonte, Mário Sílvio Mendes Negromonte Júnior, Luiz Fernando Ramos Faria, José Otávio Germano, Roberto Pereira de Britto e Arthur César Pereira de Lira.
De acordo com a denúncia, os citados parlamentares do PP sustentariam politicamente o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que tinha a função de garantir que apenas empresas cartelizadas, previamente combinadas e dispostas a pagar propina de 1% do valor dos contratos a serem celebrados, fossem vencedoras das contratações no âmbito da estatal. A indicação do diretor era essencial para implementação e manutenção de um projeto criminoso que visava a obter vantagens econômicas indevidas em contratos com grandes construtoras, sustenta o procurador-geral.
Os fatos que deram origem às acusações reunidas nessa denúncia foram investigados no INQ 3980, bem como nos Inquéritos 3992, 3999 e 4000, que tramitam apensados ao principal.

EX-GOVERNADOR SILVAL BARBOSA VAI PAGAR INDENIZAÇÃO DE R$ 70 MILHÕES
DEPOIS DE MAIS DE DOIS ANOS PRESO, SILVAL RESOLVER DELATAR ESQUEMA
Publicado: sexta-feira, 25 de agosto de 2017 às 17:07 - Atualizado às 17:38
Redação
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) vai pagar indenização de R$ 70 milhões aos cofres públicos de Mato Grosso, Estado que governou entre 2010 e 2014. O valor foi fixado no acordo de colaboração premiada que Silval fechou com a Procuradoria-Geral da República. Silval, delator, se compromete, ‘de modo irretratável’, a pagar indenização em razão dos diversos delitos por ele confessados.
As revelações do ex-governador foram classificadas de ‘monstruosa delação’ pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, que nesta sexta-feira autorizou abertura de inquérito contra um grupo de políticos de Mato Grosso, entre eles o ex-governador e atual ministro Blairo Maggi (Agricultura), a quem a Procuradoria atribui o papel de ‘liderança’ de organização criminosa que se instalou na administração pública estadual.
Silval ficou preso por mais de dois anos na Casa de Custódia da Capital Cuiabá. Para se livrar da prisão ele decidiu fazer delação. O ponto alto da colaboração do peemedebista são os vídeos que ele entregou à Procuradoria com imagens de políticos recebendo propinas em abundância em uma sala do Palácio do Governo de Mato Grosso.
Parte da indenização, no montante de R$ 46,6 milhões, será quitada com bens móveis e imóveis e em espécie. A quantia será destinada ao Estado de Mato Grosso, e será paga mediante dação em pagamento, com perdimento imediato, dos seguintes bens móveis e imóveis.
1) Um lote urbano, no município de Sinop/MT, com 2.500 m², avaliado em R$ 860 mil.
2) Uma área rural de 4.114,9550 hectares, localizada em Peixoto de Azevedo, denominada Fazenda Serra Dourada lI, avaliada em R$ 33.1 milhões.
3) Uma área rural de 248,6647 ha, localizada em Peixoto de Azevedo/MT, denominada Fazenda Lagoa Dourada I, avaliada em R$ 10,4 milhões.
4) Uma aeronave prefixo PT-VRX, fabricante Neiva, avaliado em R$ 910 mil.
5) Um imóvel localizado na rua Amsterdã, bairro Rodoviária Parque, em Cuiabá, avaliado em R$ 1, 22 milhão.
A quantia de R$ 23,4 milhões será depositada em conta judicial à disposição do Supremo Tribunal Federal, em cinco parcelas iguais de R$ 4,69 milhões, a serem quitadas entre 1º de março de 2018 a 1º de março de 2022. (AE)

PGR DENUNCIA RENAN, JUCÁ E SARNEY POR CORRUPÇÃO PASSIVA E LAVAGEM DE DINHEIRO
ESQUEMA CAMUFLOU PROPINA DA TRANSPETRO EM DOAÇÕES DE CAMPANHA
Publicado: sexta-feira, 25 de agosto de 2017 às 17:04 - Atualizado às 20:00
Redação
O Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, apresentou nesta sexta-feira (25) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nove denúncias, entre elas, contra o senador Renan Calheiros(PMDB-AL), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República José Sarney (PMDB), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, cometidos entre 2008 e 2012, em um esquema de propina da Transpetro.
Também foram denunciados os senadores Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Valdir Raupp (PMDB-RO), e os executivos Luiz Fernando Nave Maramaldo e Nelson Cortonesi Maramaldo, sócios da NM Engenharia, e Fernando Reis, ex-diretor da Odebrecht Ambiental. Além do ex-senador e ex-presidente do órgão, Sérgio Machado.
A denúncia pede a condenação dos denunciados pelos crimes imputados, a reparação à Transpetro dos danos materiais e morais transindividuais - já que as lesões atingem a ordem econômica, a administração da Justiça, a administração pública e a respeitabilidade do parlamento perante a sociedade brasileira - sendo dificilmente quantificados. E ainda pede a decretação da perda da função pública dos condenados detentores de cargo, emprego público ou mandato eletivo, principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade.
Janot defende que há farto conjunto probatório reunido a partir dos acordos de colaboração de Sérgio Machado, Fernando Reis e Luiz Fernando Maramaldo. E afirma que os senadores e o ex-presidente do Senado, "com vontade livre e consciente, comunhão de desígnios e divisão de tarefas", solicitaram, em razão de seus cargos, vantagem indevida ao então presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
PROPINA DISSIMULADA
Para ocultar e dissimular a natureza do dinheiro, os senadores e o presidente da Transpetro ajustaram o pagamento da vantagem indevida por meio de doação efetivada a diretórios estaduais e municipais do PMDB, indicados pelos políticos. E Sérgio Machado solicitou aos administradores da operação, via doação oficial a diretórios.
Em contrapartida a esses pagamentos, Sérgio Machado praticou atos de ofício para promover, autorizar e direcionar as licitações e contratações da Transpetro em favor da NM Engenharia. 
Esses valores seguiram, parcialmente, conforme relata a denúncia, para aliados de José Sarney, mediante diversas operações fracionadas, de forma a ocultar e dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de valores provenientes, direta ou indiretamente, de prática de crime contra a administração pública. Havia uma outra parte do pagamento das vantagens indevidas que era feito em espécie, por meio de intermediários.
O mesmo esquema de corrupção ocorreu na Odebrecht Ambiental. Os senadores Renan Calheiros e Valdir Raupp solicitaram a Fernando Reis pagamento de vantagem indevida mediante doação oficial ao diretório nacional do partido. Em 2012, Raupp procurou Sérgio Machado para ajudar financeiramente a campanha da Gabriel Chalita para prefeito de São Paulo, a pedido de Michel Temer. Por se tratar de fatos estranhos ao mandato de presidente da República, existe vedação constitucional para promover investigação relativa aos fatos narrados sobre ele (art. 86, parágrafo 4º).
O dinheiro foi repassado aos seguintes diretórios: Diretório Estadual do PMDB no Rio Grande do Norte em 2008; Diretório Estadual de Roraima do PMDB em 2008; Diretórios Estaduais do PMDB, o do Maranhão e o do Amapá em 2008 e Diretório Nacional do PMDB em 2012 (Gabriel Chalita); Diretório Municipal de Aracaju do PMDB em 2008; Diretório Estadual do Tocantins do PMDB em 2010; Comitê Financeiro Único do PSDB em Alagoas em 2010.
“Os dados mostram que os Estados de alguns dos membros do PMDB que são alvo da Operação Lava Jato receberam em 2010 e em 2014 recursos em montante desproporcional ao tamanho do eleitorado. Por outras palavras, os Estados de domicílio eleitoral desses investigados ou denunciados, e não os de maior eleitorado, receberam os maiores volumes de recursos”, explica Janot. Esses 12 Estados, apesar de concentraram apenas um terço dos eleitores, receberam dois terços dos recursos das campanhas majoritárias do PMDB de 2010 e de 2014.
'EXTRAIR O MÁXIMO'
Sérgio Machado tinha o apoio político de senadores do PMDB, inclusive dos denunciados, e do ex-presidente José Sarney, para sua manutenção no cargo de presidente da Transpetro. Esse fato foi, inclusive, demonstrado em gravação feita pelo ex-presidente da subsidiária. Em troca do apoio, omitiram-se quanto ao cumprimento do dever parlamentar de fiscalização da administração pública federal, viabilizando assim, indevidamente, o funcionamento de organização criminosa voltada para a prática de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da subsidiária da Petrobras. A sistemática de apoio político em troca de vantagens indevidas se repetiu exaustivamente na Petrobras, como revelado pelas investigações da Operação Lava Jato.
No caso da Transpetro, o ex-presidente da subsidiária participava de reuniões individuais, mensais ou bimensais, com os políticos e os presidentes e controladores das empresas pagadoras de vantagem indevida para acertar o montante que seria pago. Tais reuniões ocorriam na sede da Transpetro ou, em se tratando de políticos, em Brasília. Isso era fato conhecido por outros parlamentares, a exemplo do ex-senador Delcidio do Amaral. Fernando Luiz, da Odebrecht Ambiental, em depoimento, disse que Sérgio Machado apresentou-se como arrecadador de vantagem indevida para o PMDB em 2008, especificamente para Renan Calheiros e Romero Jucá.
Machado disse que sua atividade na Transpetro era guiada por duas diretrizes: “extrair o máximo possível de eficiência das empresas contratadas pela estatal, tanto em qualidade quanto em preço, e o máximo possível de recursos ilícitos para repassar aos políticos que o garantiam no cargo”. As empresas que não aderissem ao pagamento de vantagem indevida ou cessassem unilateralmente o pagamento delas depois não conseguiam novos contratos. Na gestão de Sérgio Machado, a NM Engenharia foi a segunda empresa com maior montante de recursos recebidos, à frente de empreiteiras como a Queiroz Galvão, a Galvão Engenharia e a Camargo Corrêa. (Com informações da PGR)

STF ABRE INQUÉRITO CONTRA BLAIRO MAGGI POR ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
MINISTRO QUER INVESTIGAR CRIMES CITADOS POR SILVAL BARBOSA
Publicado: sexta-feira, 25 de agosto de 2017 às 16:01 - Atualizado às 16:11
Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux autorizou abertura de inquérito para investigar as declarações do ex-governador do Mato Grosso Silval Barbosa sobre o funcionamento de um suposto esquema de corrupção no estado entre 2004 e 2014.
Fux determinou a retirada do sigilo da delação de Silval. Não há suspeitos nominados no inquérito. O pedido é para apurar o envolvimento de todos os citados na delação, entre eles o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Segundo Janot, Maggi "exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa".
“Entre os agentes políticos, destaca-se a figura de Blairo Borges Maggi, o qual exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa, embora se possa afirmar que outros personagens tinham também sua parcela de comando no grupo, entre eles o próprio Silval Barbosa e José Geraldo Riva”, afirma Janot no pedido de abertura de inquérito, autorizado por Luz Fux.
Silval fechou acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Ararath. Ao homologar o acordo, o ministro Luiz Fux chegou a dizer que o conteúdo da delação era ‘monstruoso’ e, ‘depois da Lava Jato, a maior operação’.
No pedido de investigação enviado ao Supremo, a PGR cita que empresários e políticos locais formaram uma organização criminosa para garantir a "manutenção da governabilidade e para o pagamento de dívidas de campanha”. Segundo a acusação, políticos cobravam propina em obras do governo.
"A organização criminosa, por meio de seus integrantes que exerciam funções como agentes políticos e/ou servidores públicos, solicitavam propina ou 'retorno' de pagamentos devidos pelo estado às empresas contratadas para a execução de obras e serviços", diz a PGR.
Segundo o pedido de abertura de inquérito, Silval Barbosa deu 94 depoimentos na delação. Juntos, os outros quatro delatores mais 49 depoimentos, totalizando quase 150.
Silval também entregou à PGR vídeos que mostram políticos do Estado recebendo dinheiro vivo. O ex-governador alega que as gravações foram feitas pelo então chefe de gabinete, Silvio César, que seria o responsável por entregar os valores. O dinheiro, segundo o ex-governador, era de esquemas de propina no Estado.
Entre os políticos flagrados nas imagens estão o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), que chegou a colocar tantas notas em seus bolsos que parte delas caiu no chão. O vídeo mostra Emanuel agachando-se para juntar as cédulas espalhadas.
O deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) aparece nas imagens recebendo o dinheiro em uma caixa de papelão. O então deputado estadual, Hermínio Barreto (PR) é flagrado com os maços em u'a mala. A atual prefeita de Juara (MT), Luciane Bezerra (PSB), também pode ser identificada no vídeo levando o dinheiro na bolsa. O ex-deputado estadual, Alexandre César (PT) aparece levando notas em uma mochila.

DIRETOR DA FETRANSPOR É PRESO AO TENTAR ESCONDER COMPUTADOR DA LAVA JATO
PAULO FERREIRA PEDIU A UM FUNCIONÁRIO PARA RETIRAR COMPUTADOR DE SUA SALA
Publicado: sexta-feira, 25 de agosto de 2017 às 17:01
Redação
Um diretor da Fetranspor e um funcionário do setor de informática da entidade foram presos nesta sexta-feira, 25, sob suspeita de tentar esconder da Força-Tarefa da Lava Jata do Rio um computador com supostas provas de irregularidades. A prisão em flagrante aconteceu quando os procuradores e policiais federais cumpriam um mandado de busca e apreensão da federação.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o diretor administrativo e financeiro, Paulo Marcelo Ferreira, foi preso depois de pedir a um funcionário de informática para retirar o computador de sua sala. Àquela altura, procuradores da República chegavam ao prédio, com mandado de busca e apreensão.
Ferreira teria tentado enganar os representantes do MPF. Segundo procuradores, ele levou a equipe da Lava Jato para outro andar do prédio, enquanto o técnico, que não teve o nome divulgado, retirava o computador da sala. Os procuradores foram alertados da ação e conseguiram recuperar o equipamento. Os dois foram presos acusados de obstrução de Justiça.
Investigações
A busca foi determinada pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio para aprofundar as investigações sobre o esquema de corrupção no setor de transportes do Rio de Janeiro. A partir de informações obtidas nas investigações da Operação Ponto Final, a força-tarefa resolveu analisar os dados sobre repasses da Fetranspor às empresas de ônibus para ressarci-las por despesas com vale-transporte e com o bilhete eletrônico Riocard, de integração de transportes.
Os procuradores consideram que há indícios de que o sistema de bilhetagem eletrônica e as ordens de ressarcimento de valores às empresas podem ter sido manipulados por denunciados para pagamento de propina.
O MPF afirma que, na Operação Ponto Final, apurou que o ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) recebeu do setor de transportes R$ 144,7 milhões entre os anos de 2010 e 2016. No mesmo período, o então presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro), Rogério Onofre recebeu R$ 43,4 milhões.
A propina teria sido paga com recursos de um caixa dois formado pela Fetranspor a partir da arrecadação junto a 26 empresas de ônibus, que somou R$ 250 milhões entre 2013 e 2016.
Os acusados têm negado irregularidades. (AE)

NO BLOG DO JOSIAS
Juiz Bretas, o rabo, abanou Gilmar, o cachorro
Por Josias de Souza
Sábado, 26/08/2017 04:47
A desforra veio mais cedo que se imaginava. Dias atrás, o ministro Gilmar Mendes abespinhou-se com o juiz Marcelo Bretas. Chamou de “atípico” o fato de o magistrado expedir nova ordem de prisão contra detentos que ele, com uma canetada suprema, mandara soltar horas antes. ''Em geral, é o cachorro que abana o rabo, não o rabo que abana o cachorro'', rosnou. Nesta sexta-feira, Bretas, o rabo, abanou acintosamente Gilmar, o cachorro.
Responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, Bretas ordenou o reencarceramento de Rogério Onofre, outro libertado por Gilmar. O magistrado agiu com método. O encrencado presidira o departamento que deveria fiscalizar empresas de ônibus. É acusado de receber R$ 44 milhões em propinas. Sua libertação fez saltar dos autos um áudio tóxico. Nele, a voz do preso que Gilmar devolveu ao meio-fio ameaça dois clepto-empresários que lhe deviam propinas: “Vocês não estão acreditando, rapaz, na sorte. Vocês ainda não morreram porque eu quero receber, 'mermão'.”
Acionado pela Procuradoria, Bretas enviou o áudio para Gilmar. Alertou para a gravidade da encrenca. E indagou quais são os limites da sua ação como juiz de primeira instância. Bingo! Gilmar miou. Em despacho endereçado a Bretas, o ministro rendeu homenagens ao óbvio. Reconhecer que a bola estava com a Vara do Rio, não com o Supremo. Até a madrugada deste sábado, Onofre era tratado como foragido. Não foi encontrado no domicílio onde Gilmar ordenara que ficasse. Seus advogados asseguravam que ele se entregaria.
No atual estágio, Gilmar frequenta a controvérsia em posição análoga à dos cachorros de antigamente. Eles gostavam de correr atrás de carros. Perseguiam os veículos por algum tempo. Passavam a impressão de que iriam trucidá-los. Mas logo desistiam. Por mal dos pecados, Gilmar não é de desistir. Deve voltar à carga. O prolongamento dos latidos revigora-lhe a alma.

Temer confunde a vida pública com a privada
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 25/08/2017 20:20
Alguma coisa subiu à cabeça de Michel Temer durante uma entrevista que concedeu ao SBT. Questionado sobre seu hábito de promover encontros noturnos no Palácio do Jaburu, o presidente declarou: ''Eu converso com quem eu quiser, na hora que eu achar mais oportuna e onde eu quiser.''
De duas, uma: ou Temer recebeu o espírito do ditador de alguma republiqueta africana ou decidiu transformar o palácio residencial numa gafieira, onde se dança até altas horas, em ambiente de penumbra. Seja qual for a hipótese, o tom adotado por Temer não é o que se espera de um presidente da República.
Temer é um funcionário público. Afora o salário, desfruta de todas as comodidades que o contribuinte pode pagar: cama, comida, roupa lavada, segurança, carro com motorista e avião no hangar. A lei obriga que seus encontros sejam registrados na agenda. E os bons costumes recomendam evitar conversas vadias como a que manteve com o delator Joesley Batista. Se quiser fazer da vida pública uma continuação da privada — com trocadilho — Temer dispõe de uma ótima saída. Pode renunciar. Fará muita gente feliz. E poderá falar com quem quiser, na hora que julgar conveniente, na gafieira de sua preferência.

Lula elogia aliados que PGR tacha de corruptos
Por Josias de Souza
Sexta-feira, 25/08/2017 19:21
Em sua caravana pela região Nordeste, Lula vem gastando baldes de saliva para sustentar que os governos petistas foram limpinhos. Ainda não se deu conta de que sua fantasia é desvirtuada pelos fatos. Nesta sexta-feira, a Procuradoria denunciou por corrupção a cúpula do PMDB do Senado. Numa entrevista radiofônica, Lula recobriu de elogios Renan Calheiros e José Sarney, dois 'cleptoaliados' que ardem no Supremo Tribunal Federal.
''Renan pode ter todos os defeitos'', mas ajudou o governo, disse Lula. ''Sou grato a Sarney”, declarou também. “É importante que se diga. Sou grato a Sarney como presidente do Senado.''
A Lava Jato trouxe à luz uma roubalheira tão desavergonhada que comprometeu até o benefício da dúvida. Mas uma característica curiosa de Lula, já condenado a 9 anos e 6 meses de cadeia, é que ele só enxerga os corruptos adversários. Do seu lado, “todo mundo é inocente até que se prove o contrário''.
A denúncia desta sexta-feira foi escorada pela Procuradoria na colaboração judicial de Sérgio Machado, um ex-senador que Renan Calheiros plantou na Transpetro, subsidiária da Petrobras. Nomeado sob Lula, Machado foi mantido no governo Dilma. Desviou verbas em nome do PMDB, na mesma função, por 14 anos.
A despeito de tudo, Lula dá graças a Deus pela existência de personagens como Renan e Sarney. Só não perdoa a imprensa. Disse que, se voltar à Presidência, tratará como “questão de honra” a regulamentação da mídia. Prefere retocar a radiografia a tratar da doença. Não há Lava Jato que dê jeito numa consciência assim, digamos, tão inconsciente.

NO O ANTAGONISTA

Vem Pro Gilmar
Brasil 26.08.17 06:02
O Vem Pra Rua, neste domingo, 27 protesta contra a impunidade.
Gilmar Mendes é o melhor garoto-propaganda dos eventos.

O acordo está vivo
Brasil 26.08.17 09:24
O acordo de Antonio Palocci com a Lava Jato já foi dado como morto.
Algumas das melhores fontes de O Antagonista, porém, apostam que ele será fechado.
Castelo de Lula
Brasil 26.08.17 08:25
Antonio Palocci disse que o repasse a César Asfor Rocha para enterrar a Castelo de Areia “foi comandado pelo advogado Márcio Thomaz Bastos”, ministro de Lula.
A reportagem da Folha de S. Paulo está certa.
Como publicamos na segunda-feira, Antonio Palocci citou também outro escritório de advocacia, ligado à Camargo Corrêa.
Se Antonio Palocci fechar um acordo com a Lava Jato, a empreiteira terá de esclarecer esses fatos.
Palocci delata propina no STJ
Brasil 26.08.17 06:32
Antonio Palocci contou que César Asfor Rocha, do STJ, recebeu suborno de 5 milhões de reais – depositados em conta no exterior – para enterrar a Castelo de Areia.
A reportagem foi publicada pela Folha de S. Paulo.
Releia o que O Antagonista disse na última segunda-feira:
O mal-estar no STF
Brasil 26.08.17 10:38
No STF, ministros consideram que a opção de Gilmar Mendes de conceder os habeas corpus aos empresários da Operação Ponto Final gerou mal-estar, segundo O Globo.
Mas a opção de levar para julgamento em plenário o pedido de Rodrigo Janot para que Gilmar seja impedido de atuar em processos sobre Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira “seria pior porque deixaria o tribunal em situação mais incômoda.
Carminha Maia
Brasil 26.08.17 10:23
Rodrigo Maia engaveta na Câmara dos Deputados pedidos de impeachment contra Michel Temer.
Cármen Lúcia faz o mesmo no STF com três questionamentos da isenção de Gilmar Mendes feitos por Rodrigo Janot.
O pedido relativo a um habeas corpus que Gilmar concedeu a Eike Batista está parado na mesa da ministra desde 26 de maio.
Os outros, para que Gilmar seja impedido de atuar em processos sobre os também empresários Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira, chegaram à Corte na segunda-feira e ainda estão parados no gabinete de “Carminha Maia” também.
Sem propina, não tem Copa
Brasil 26.08.17 09:09
Obras da Copa do Mundo de 2014 foram suspensas em razão do atraso no pagamento de uma superpropina de R$ 53 milhões para conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso.
Foi o que disse o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) em delação premiada, de acordo com o Estadão.
Segundo Silval, a relação entre o governo e o TCE era de “muitas pressões e extorsões” em troca de apoio aos programas do Palácio Paiaguás – sede do Executivo estadual –, especialmente as obras da Copa, como a do MT Integrado.
“O colaborador se recorda que, no segundo semestre de 2012, foi procurado pelo então presidente do TCE-MT, o conselheiro Noveli, com a notícia de que ele e os conselheiros Sérgio Ricardo, Valter Albano, Antonio Joaquim e Valdir Teis queriam receber valores para garantir o bom andamento das citadas obras”, diz o anexo entregue à PGR.
Silval contou que Sérgio Ricardo paralisou as obras do MT Integrado alguns dias após o ex-governador reclamar com ele sobre a pressão do TCE pelo pagamento de propinas.
Resultado: Silval procurou Noveli e reassumiu o compromisso de pagar tudinho.
Vaccarezza atuou no BNDES
Sem categoria 25.08.17 20:24
Além do registro de encontro com Lula, o relatório policial da Operação Abate traz outras pérolas, como email de Cândido Vaccarezza para Luciano Coutinho pedindo que lhe arranjasse um interlocutor para repassar demandas de deputados.
“Eu recebo muitas demandas de deputados que tenho de dar encaminhamento no BNDES, umas boas outras nem tanto. Não quero te incomodar, portanto gostaria que você indicasse uma pessoa que eu pudesse me reportar”, escreveu o então deputado petista, líder do governo Dilma, em outubro de 2011.
Luciano disse que encarregaria o chefe de gabinete Álvaro Correa para tratar com Vaccarezza. A PF ainda não sabe que tipo de demandas foram encaminhadas.

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