PRIMEIRA EDIÇÃO DE 30-7-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 30 DE JULHO DE 2017
O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) é uma espécie de último fiapo de credibilidade do governo Michel Temer, mas têm sido insistentes os rumores de sua saída, em razão de supostas desavenças com Eliseu Padilha. Segundo interlocutores, o ministro da Casa Civil acha que o colega deveria ser mais enfático na defesa do presidente. O PSDB já sugeriu o nome de Armínio Fraga, ex-Banco Central no governo FHC.
Diante de suposta ameaça de Meirelles de sair do governo, a turma palaciana atribui a Padilha o desabafo: “Quer ir, vai! A fila anda...”
Com a saída de Meirelles, o governo teria a chance de “fidelizar” os tucanos. Em troca, os apoiaria nas eleições presidenciais de 2018.
Armínio Fraga no lugar de Meirelles agrada a alguns governistas, mas a dúvida no PSDB é de que valerá o apoio do governo Temer em 2018.
Temer não quer nem ouvir falar na saída de Meirelles, a quem é muito grato por topar o desafio de comandar o enfrentamento da crise.
Voltou a Caracas no início do mês o embaixador Ruy Carlos Pereira, chamado de volta a Brasília em setembro de 2016, quando desandou a relação entre os países. Ao retomar contatos com o regime autoritário de Nicolás Maduro, indignou a oposição venezuelana. Mas colegas o respeitam: “Maduro pode achar que ele é confiável. Melhor que pense. Ele é confiável para nós”, afirma alta fonte do Itamaraty. “Tenho-lhe horror”, diz um embaixador, “mas na guerra eu o quero ao meu lado”.
Ruy Pereira foi chamado de volta quando a Venezuela levou o seu embaixador, no impeachment de Dilma. O venezuelano não retornou.
O Itamaraty avaliou que a Maduro ignoraria o pedido de agrément de eventual substituto de Ruy Pereira, só para hostilizar o governo Temer.
Com Ruy Pereira, o governo Temer fez opção por um embaixador capaz de fazer chegar suas mensagens ao governo venezuelano.
Há uma estatal federal chamada Empresa de Planejamento e Logística, criada para “promover o transporte ferroviário de alta velocidade”. Mas só promoveu boquinhas: custa R$ 37,5 milhões ao ano só em salários.
Com o fim do recesso parlamentar, o Congresso terá de votar 23 medidas provisórias de Michel Temer, incluindo a MP que cria o programa de demissão voluntária dos funcionários públicos (PDV).
O ministro Celso de Mello completa 23 anos de atuação do Supremo Tribunal Federal no próximo dia 17. Se desejar, ele pode ficar no STF até novembro e 2020 quando, aos 75 anos, terá que pendurar a toga.
Bem situado para governador do Amazonas, na eleição do dia 6, Amazonino Mendes está feliz com o coordenador da sua campanha: o governador cassado José Melo não lhe deixa faltar nada.
Caio Asfor, primogênito de César Asfor, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, estimulado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deve disputar vaga de deputado federal pelo sucedâneo do DEM.
Após duas semanas de férias, os parlamentares voltam oficialmente ao batente nesta segunda (31), mas só devem aparecer na terça. Na Câmara, quarta-feira, eles votam a denúncia contra Michel Temer.
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado discute no dia 2 um projeto que transforma em crime hediondo o homicídio de maiores de 60 anos: “idosicídio”. O projeto é do senador Elmano Férrer (PMDB-PI).
Em 1997, eram integrais 12.141 aposentadorias civis do funcionalismo público federal, o que representava 48,2% do total. Em 2016 passaram a 14.723, mas representam 95% do total, segundo o Planejamento.
...de tão maduro, o governo venezuelano apodreceu. E já já deve cair.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Roberto Pompeu de Toledo: Minha doce prisão
No mesmo dia em que Geddel estaria de volta, depois de dez dias na Papuda, sua mulher foi flagrada a comprar uísque, vinhos e queijos num supermercado
Por Augusto Nunes
Sábado, 29 jul 2017, 11h19
Publicado na edição impressa de VEJA
Valeu o choro. Geddel Vieira Lima ganhou a troca da prisão-prisão pela prisão domiciliar e agora cumpre pena no condomínio Pedra do Valle, no Jardim Apipema, em Salvador. Não é o lar de seus sonhos, ele que, se os leitores se lembram, queria desfrutar a vista da Baía de Todos-os-Santos no La Vue, uma torre em construção na Ladeira da Barra, em desafio às posturas que regem o tombamento da área. O Pedra do Valle tem seu valor, no entanto. Quem o localizar no Google verificará que alcança cotação máxima numa tabela de avaliações. A primeira pessoa a opinar, um visitante que teve a fortuna de ali ser hospedado, afirma: “Lugar tranquilo… Sem barulho e sem baderna. Todos aqui são bem-educados e respeitadores uns dos outros, sem causar incômodo à vizinhança. E todos aqui estão de parabéns… Obrigado, Salvador, por me receber tão bem”.
Doce prisão domiciliar. No mesmo dia em que Geddel estaria de volta, depois de dez dias na infausta Papuda, sua mulher foi flagrada pelo jornal A Tarde a comprar uísque, vinhos e queijos num supermercado. Havia o que comemorar. Na prisão domiciliar, os lava-jatistas reencontram o conforto de antes. Na maioria usam tornozeleira eletrônica (não Geddel, porque está em falta o produto no mercado) e não podem sair de casa, mas que sacrifícios são esses para quem vive em mansão com piscina ou cobertura de frente para o mar? Um deles, o ex-senador sul-mato-­grossense Delcídio do Amaral, passa boa parte do tempo em sua fazenda no Pantanal. Que é não sair de casa para quem mora numa fazenda?
Outros também não podem se queixar. O ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró está trancafiado num condomínio amplo e verde de apenas nove casas no bairro de Itaipava, em Petrópolis. Outro diretor, o pioneiro delator premiado, Paulo Roberto Costa, também vive numa mansão de Itaipava, de onde sai para ministrar aulas de reforço a alunos de uma escola das redondezas, o serviço comunitário a que está obrigado. Outro ainda, o operador Fernando Baiano, apesar do apelido popular, trancafiava-se até há pouco numa cobertura de 800 metros quadrados na Barra da Tijuca. De lá mudou-se para uma casa, no mesmo bairro, onde montou uma academia doméstica para cumprir pesada rotina de exercícios físicos.
Casos como esses, e ainda há muitos outros, abrangendo virtualmente a totalidade dos contemplados com o mimo da prisão domiciliar, levaram dona Biloca a se dobrar sobre o assunto, em busca de maior justiça. Dona Biloca é uma sábia amiga e conselheira do colunista. É dela a máxima: “O barato sai caro, mas o caro sai mais caro ainda”. Também lhe pertence a constatação de que os apartamentos das novelas de TV estão proibidos de ter interfone. Os estranhos chegam à moda antiga, tocando a campainha. Abre-se a porta e ─ surpresa! A comoção de o intruso chegar de repente, a ser desenvolvida no próximo capítulo, é tão indispensável às tramas quanto as secretas paternidades.
No caso em exame, dona Biloca recomenda que os premiados com a prisão domiciliar a cumpram num conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida. Falta finalizar o projeto que ela pretende enviar ao Ministério Público, mas alguns detalhes estão adiantados. A casa seria adquirida, em transação transparente, sem malas de dinheiro, por mais que isso lhe causasse constrangimento, pelo próprio futuro morador. Só lhe custaria um pouco mais do que a taxa de condomínio numa cobertura de frente para o mar. Mas precisaria ser um Minha Casa Minha Vida autêntico, não falso como o tríplex no Guarujá, que seu suposto proprietário equiparou a “um Minha Casa Minha Vida, um em cima do outro”.
O interessado o mobiliaria a seu gosto. O que não poderia é comprar as casas vizinhas, ou até o conjunto inteiro, na miragem de produzir uma nova Itaipava, com piscina e quadras esportivas. O lado bom é que, ao contrário do comum dos moradores do programa, apelidado pelos críticos de Minha Casa Meu Fim de Mundo, não estaria condenado a perder horas percorrendo longas distâncias ─ a obrigação de ficar em casa tem dessas vantagens. O colunista atalhou se a casa não poderia ser no Complexo do Alemão. Dona Biloca discordou, em respeito aos moradores de lá. Mas reconhece que ouvir tiroteios na madrugada poderia ajudar. “Acorda! Este é o Brasil que você ajudou a construir”, diriam os tiros.

NA VEJA.COM
Roussef: ‘Eu disse que derrubaria a República. E derrubei’
Doleiro Alberto Youssef falou com exclusividade a VEJA e contou o dia a dia da prisão e a rotina de políticos e executivos detidos no Petrolão
Por Robson Bonin
Sábado, 29 jul 2017, 08h00
Um dos principais delatores da Operação Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef é hoje um homem em busca de emprego. Cumprindo pena em regime aberto depois de revelar como funcionava o esquema clandestino de pagamento de propina a políticos, o operador financeiro do Partido Progressista (PP) no Petrolão recebeu VEJA em duas oportunidades e esmiuçou o dia a dia da cadeia que hoje abriga, em Curitiba, o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Descreveu a compulsão do herdeiro Marcelo Odebrecht por ginástica, os roncos do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque e avaliou o papel dos partidos políticos no maior escândalo de corrupção do País.
Às vésperas de concluir um livro que mostrará o que considera a “verdadeira história” do Petrolão, Youssef afirma, com a autoridade de quem conhece os meandros da distribuição de dinheiro sujo no mundo político: “essa fase de Lava-Jato vai passar e vai continuar tudo como está. O sistema vai continuar”.
(Leia esta reportagem na íntegra assinando o site de VEJA ou compre a edição desta semana para iOS e Android.
Aproveite também: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.)

NO O ANTAGONISTA
Moro: "Tornar tudo público protege Lava Jato contra obstrução de Justiça"
Brasil Domingo, 30.07.17 07:09
Do juiz Sérgio Moro, em entrevista à Folha, sobre ter tornado pública a conversa entre Lula e Dilma Rousseff relativa ao envio do termo de posse do petista como ministro:
"A escolha adotada desde o início desse processo era tornar tudo público, desde que isso não fosse prejudicial às investigações. O que aconteceu nesse caso [dos grampos de Dilma e Lula] não foi nada diferente dos demais. As pessoas tinham direito de saber a respeito do conteúdo daqueles diálogos. E por isso que foi tomada a decisão do levantamento do sigilo.
Um efeito indireto ao dar publicidade para esses casos foi proteger as investigações contra interferências indevidas. Afinal de contas, são processos que envolvem pessoas poderosas, política e economicamente. Na prática, pode haver tentativas. Então, tornar tudo público também acaba funcionando como uma espécie de proteção contra qualquer obstrução à Justiça. E isso é muito importante.

Foi seguida a Constituição. Dentro de uma democracia liberal como a nossa, é obrigatório que essas coisas sejam trazidas à luz do dia".
Exclusivo: Dida se cala, seu operador pode falar
Brasil Sábado, 29.07.17 20:01
Aldemir Bendine avisou que não planeja delatar.
Seu operador, André Gustavo Vieira da Silva, por outro lado, sinalizou que quer contar tudo.
A troca de favores de Maia e Temer
Brasil 29.07.17 18:55
Merval Pereira afirma que a ação militar no Rio de Janeiro está no rol das medidas para reforçar politicamente Rodrigo Maia.
A tentativa do presidente da Câmara "de conseguir o quórum mínimo de 342 deputados para a votação" da denúncia contra Michel Temer por corrupção passiva "é a contrapartida para tirar da frente esse problema do presidente Temer, pois tudo indica que o governo tem até um pouco mais de 175 votos ou ausências para ganhar a parada".
"Mas nada disso faz passar uma imagem de governo com capacidade operacional. Ao contrário, a cada dia que passa o governo fica mais vulnerável aos humores de uma minoria."
A "situação precária" do Brasil
Brasil 29.07.17 18:42
Embora Michel Temer tente valorizar alguns resultados da economia, outro dado econômico revelado na sexta-feira, 28, "mostra como o País está em situação precária", segundo Míriam Leitão.
"A dívida pública continua subindo de forma acelerada e já atingiu 73% do PIB. E não há sinal de melhora alguma no horizonte com a sucessão de déficits primários que o País tem colecionado e a chance cada vez menor de o governo Temer conseguir aprovar qualquer reforma significativa na Previdência."
"A pátria de Lula é Lula"
Brasil 29.07.17 17:51
Lula disse, em recente entrevista, que "metade da frescura [do PSOL] vai acabar" quando eles "governarem a cidade do Rio de Janeiro".
"Eles vão perceber que não dá para nadar teoricamente. Entra na água e vai nadar, porra."
Eis o trecho final do artigo de Demétrio Magnoli na Folha sobre o "pragmatismo" do petista:
"A pátria de Lula é Lula, e nenhuma outra. Ele calcula o que fala – e fala exclusivamente aquilo que interessa à sua carreira política. Mas, num ponto específico, tem razão: 'não dá para nadar teoricamente'. O PSOL, alternativa esquerdista a um PT dizimado pelo lulismo, repete incansavelmente as orações ideológicas de uma bíblia encanecida e ajoelha-se diante das lápides de seus estimados tiranos, que se chamam Castro, Che ou Chávez. O legado de Lula é uma esquerda prostrada, de olhos fixos no passado. Do ponto de vista da nossa democracia, eis um desastre ainda maior que os outros."




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA