PRIMEIRA EDIÇÃO DE 28-5-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 28 DE MAIO DE 2017
Chegou ao governo federal e a autoridades de segurança do governo do DF informações sobre a suposta participação de integrantes de torcidas organizadas do Corinthians nos atos violentos do badernaço de quarta (24), em Brasília. Conhecidos pelo estilo “briga de rua” que levam aos estádios, os grupos teriam sido recrutados por ex-dirigentes do clube ligados ao PT. Também tem sido atribuído a sindicalistas e “mortadelas” ligados à Força Sindical parte significativa da brutalidade.
Líder da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) se credenciou junto a Lula, em sua tentativa de reaproximação.
Sindicalistas ligados à CUT atribuem à Força Sindical cachê de R$360 a cada “mortadela” levado a Brasília em ônibus. A CUT pagaria R$50.
Foi de R$49,6 milhões em 2016 a receita da Força só com contribuição sindical, em vias de extinção na reforma que, claro, a entidade deplora.
No dia 23, senadores do PT pediram ao governador do DF para a PM não revistar ônibus que chegavam a Brasília para o protesto do dia 24.
O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral do pedido de cassação do registro da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), nas eleições de 2014, tem início marcado para 6 de junho, mas não tem data para acabar. Cada um dos sete ministros da Corte Eleitoral tem direito a pedido de vista, para analisar melhor os fundamentos da ação. As defesas de Dilma e Temer também têm direito a recursos.
O ex-governador do Amazonas José Melo (Pros) foi julgado por 9 meses somente no TRE. No final, acabou condenado.
No TSE, José Melo foi julgado em menos de 45 dias: o julgamento teve início em 23 de março, pedido de vistas, e foi encerrado em 4 de maio.
Antes da delação-bomba da JBS, poucos acreditavam na cassação de registro da chapa Dilma-Temer. Depois disso, a expectativa inverteu.
A base de apoio de Temer, incluindo o PSDB, não confia que o vice da Câmara, Fábio Ramalho(PMDB-MG), dará seguimento à agenda de reformas caso assumisse a Casa, com Rodrigo Maia presidente.
Aliados do governo perderam o otimismo da aprovação da reforma previdenciária, tão necessária ao País. O próprio relator Arthur Maia (PPS-BA) não esconde que a delação de Joesley foi um tiro mortal.
Comissão do Senado aprovou mudar a correção do FGTS dos míseros 3%, atuais, para a Selic. O senador Anastasia (PSDB-MG) não quer “novos usos”, além dos atuais compra de imóvel e saque na demissão.
Benvindo Sequeira, que interpretará Itamar Franco no filme “Real - O Plano por Trás da História” é inimigo de Roberto Freire desde que o presidente do PPS rompeu com Lula, após o Mensalão. O deputado, no entanto, sempre foi respeitado e querido por Itamar.
Se antes eram os servidores que reclamavam de Eduardo Cunha por não dar folga para as festas de São João, agora são os deputados que sonham com a semana a mais de folga, para evitar a poeira da JBS.
O projeto do deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) pune o acusado beneficiado de informação privilegiada da própria delação, como no caso JBS. Prevê multa de 50 vezes o valor recebido. E não precisaria ser identificado o dolo, apenas a mera transação já geraria a punição.
O PSDB da Câmara comemorou a exclusão do deputado Betinho Gomes (PE), pelo ministro Edson Fachin, do rol de inquéritos da Lava Jato. Delatores da Odebrecht o acusam de receber doações no Caixa 2.
A saída de Maria Silvia Bastos do comando do BNDES ocorreu 24h após o Senado autorizar a instalação de CPI Mista para investigar a empréstimos concedidos, na gestão do PT, pelo BNDES à JBS/J&F.
O senador Tasso Jereissati diz que o PSDB fica no governo até Michel Temer ser cassado. Ou seja, só desce do muro se este cair.

NO DIÁRIO DO PODER
CONTAS NA SUÍÇA
INVESTIGAÇÃO VÊ ELO ENTRE EMPRESA DE FACHADA DA JBS E A TRANSPETRO
DINHEIRO DA JBS NA SUÍÇA ABASTECEU SÉRGIO MACHADO, VIA PANAMÁ
Publicado: sábado, 27 de maio de 2017 às 09:43
Redação
A empresa fundada no Panamá, Lunsville International, era controlada pela JBS e mantinha suas contas no Banco Julius Baer como forma de distribuir pagamentos de propinas. Com base em Zurique, a empresa de fachada usava três contas – em euro, dólar e franco suíço – para fazer as movimentações.
O nome oferecido pela JBS como o gerente da conta na Suíça, o brasileiro Fernando Marques, não se pronunciou ao ser procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, que revelou as informações. Entre os documentos apresentados ao Ministério Público, estava um cartão de visitas do gerente de contas. 
No caso de Machado, o nome da empresa de fachada também aparece em sua delação premiada. É seu filho, Expedito Machado da Ponte Neto, que explica aos procuradores como seu pai recebia o dinheiro da propina no exterior. Uma das empresas que fazia o depósito era a Lunsville International.
Segundo Expedito Machado, existia uma planilha que ele usava para “prestar contas” a seu pai. Nela, aparecia o nome Lunsville International. Essas transferências teriam ocorrido em 2007 e 2008. O que se busca saber agora é o motivo pelo qual o mesmo nome de empresa aparece tanto no caso da Transpetro como no caso da JBS.
Machado fechou um acordo de delação premiada e indicou que repassou propina a mais de 20 políticos de seis partidos. (AE)

NA VEJA.COM
Família de Gilmar Mendes é fornecedora da JBS
Revelação foi feita pelo ministro após ser questionado a respeito de um encontro com Joesley Batista
Por Da Redação
Sábado, 27 maio 2017, 14h27
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro do STF Gilmar Mendes revelou que sua família fornece gado para a processadora de carne de Joesley Batista, a JBS. Disse o ministro à reportagem: “Minha família é de agropecuaristas e vendemos gado para a JBS no Mato Grosso”. Ainda de acordo com Mendes, quem negocia valores com a companhia é um de seus irmãos.
O ministro acredita que a relação comercial entre as famílias não o impede de participar de votações futuras relacionadas à JBS no Supremo. A revelação foi feita quando o ministro foi questionado a respeito de um encontro recente que teve com Joesley, em Brasília. O encontro, afirmou Gilmar Mendes, ocorreu para tratar de questões ligadas ao agronegócio.

Lava-Jato mira em Gilmar Mendes
Guerra total
Por Gabriel Mascarenhas, Mauricio Lima
Sábado, 27 maio 2017, 10h00 - Atualizado em 27 maio 2017, 10h43
A varredura a um dos endereços de Aécio Neves em Minas não mirou só no tucano. A Lava-Jato procurava informações sobre Gilmar Mendes. Os agentes tinham ordens explícitas com o nome do ministro.
No grampo realizado nos números de telefone de Aécio Neves, o ministro Gilmar aparece em conversa com o senador tucano. Os dois falam sobre o projeto de lei sobre o abuso de autoridade.
Na transcrição dos diálogos, Aécio pede ajuda ao ministro para conquistar um voto na comissão do Senado que analisava o projeto.
Aliás, cabe a Gilmar Mendes, mais do que nunca, o destino a curto prazo de Michel Temer. Nada acontecerá no TSE, no dia 6 de junho, que não seja o desejo do ministro do STF.

NO O ANTAGONISTA
"A rara chance de haver uma limpeza histórica na vida pública"
Brasil Domingo, 28.05.17 07:47
O Globo, em editorial, repudia os golpes contra a Lava Jato, em particular aqueles tramados pelo STF:
“O novo risco vem da defesa feita pelo ministro do Supremo Gilmar Mendes para que a Corte reexamine decisão reafirmada em outubro do ano passado, segundo a qual sentença confirmada em segunda instância pode começar a ser cumprida, enquanto recorre-se a instâncias superiores. Este voto vencedor — por seis a cinco — teve efeito vinculante, ou seja, precisa ser seguido por todos os tribunais (…).
Gilmar Mendes se diz agora convertido à proposta de Dias Toffoli. Isso significa que, colocado o assunto novamente em votação, a tese de permitir mais um recurso aos condenados nas duas primeiras instâncias tem grandes chances de ser vencedora. Confirma-se, infelizmente, que as maquinações contra a Lava Jato não estão apenas no Congresso, mas se infiltraram no Supremo. Consta, não se deve esquecer, que a possibilidade de prisão na rejeição de recurso na segunda instância teria convencido a cúpula da Odebrecht a fechar o acordo de delação premiada.
Um aspecto grave é que isso ocorre depois dos testemunhos de Joesley Batista que envolvem Michel Temer, a cúpula do PMDB, o presidente do PSDB, Aécio Neves, além de Lula e Dilma Rousseff. As delações da JBS e da Odebrecht atingem o núcleo do poder político, e, por isso, dão rara chance de haver de fato uma limpeza histórica na vida pública — se forem conjugadas a uma reforma política sensata. O Supremo precisa ser firme, ainda mais nesta hora, e não desarmar as primeiras instâncias do Judiciário e o MP nesta luta contra a corrupção, justo quando se aproximam julgamentos-chave na Lava Jato”.
O foro do homem da mala
Brasil 28.05.17 08:17
O Antagonista registrou em 18 de maio:
"É bom lembrar que Rodrigo Rocha Loures, maleiro de Michel Temer, assumiu a cadeira na Câmara quando Osmar Serraglio foi nomeado ministro da Justiça. Ah, Osmar."
Neste domingo, 28, o Painel da Folha registra:
"A manutenção de Serraglio na pasta garante uma vaga na Câmara — e o foro privilegiado — a Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer filmado pela PF com uma mala de dinheiro."
Ah, Temer.
A fidelidade de Rodrigo Maia
Brasil 28.05.17 07:46
Rodrigo Maia (DEM-RJ) será o último a pular do barco do governo de Michel Temer.
Foi o que o presidente da Câmara, favorito para eventual eleição indireta, disse a aliados, segundo o Painel da Folha.
Motivo: "qualquer movimento precipitado afastaria o PMDB de sua órbita, reduzindo suas chances numa disputa conduzida pelo Congresso. Não quer repetir o que considera ter sido um erro do PSDB, hoje visto com desconfiança pelos aliados".
Ou seja: Maia não abandona Temer para ter ainda mais força para substituí-lo.
É um companheiro fiel.
O picadinho do sucessor de Temer
Brasil 28.05.17 07:33
Os cleptocratas que tramam um golpe para salvar Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer (e também a cúpula tucana) precisam ler o aviso de Eliane Cantanhêde, no Estadão:
“Suas Excelências que querem livrar a cara dos alvos da Lava Jato e exigir do eleito indiretamente um indulto para todos os ex-presidentes, eis um aviso: isso explodiria de vez o País. A sociedade e as instituições fariam picadinho do sucessor de Temer”.
Maioria do Congresso é contra "PEC do Lula"
Brasil 28.05.17 07:10
A Folha ouviu os líderes dos dez maiores partidos sobre a ideia de mudar a Constituição para convocar eleições diretas caso o presidente Michel Temer deixe o poder.
Fora PT, PSB e PDT, todos (PMDB, PP, PSDB, PR, PSD, DEM, PRB) se disseram contra o que governistas chamam de "PEC do Lula", considerando a vontade do comandante máximo de fugir para o Palácio do Planalto antes de ser condenado em segunda instância e declarado inelegível.
Placar dos 513 deputados:
– 284 contra
– 113 a favor
– 116 não consultados
* São necessários 308 votos para aprovação de PEC.
Placar dos 81 senadores:
– 54 contra
– 18 a favor
– 9 não consultados
* São necessários 49 votos para aprovação de PEC.
A asfixia da Lava Jato
Brasil Sábado, 27.05.17 22:02
O Estadão publica que a asfixia financeira da Lava Jato é pior do que se imagina:
"A operação Lava Jato e a Superintendência da Polícia Federal do Paraná tiveram quase um terço de seu orçamento cortado neste ano pelo governo federal. O Ministério da Justiça destinou para ambos R$ 20,5 milhões – R$ 3,4 milhões para os gastos extras da operação – ante os R$ 29,1 milhões de 2016 – dos quais R$ 4,1 milhões especificamente para a Lava Jato –, uma queda de 29,5%. O aperto financeiro é ainda maior, pois, além da redução, houve contingenciamento de 44% da verba destinada, conforme mostrou o Estadão na semana passada."
O pior é que pode piorar.
Barroso é contra mudar termos de delação homologada
Brasil 27.05.17 18:27
"Uma vez homologada, a delação deve prevalecer sem nenhum tipo de modificação futura".
Foi o que disse o ministro do STF, Luís Roberto Barroso à Folha.
"A delação só faz sentido se o colaborador tiver a segurança de que o acordo feito será respeitado. Se ela puder ser revista, em breve o instituto deixará de existir."
Barroso se posicionou contra a mudança dos termos negociados pela PGR com o grupo JBS, de Joesley Batista, mas se absteve de comentá-los.
"Não li o acordo, e portanto não tenho condições de opinar."
Barroso: "A jurisprudência não pode ir mudando de acordo com o réu"
Brasil 27.05.17 18:37
Luís Roberto Barroso se opõe à ideia de Gilmar Mendes de rever a decisão do STF que, por 6 votos a 5, determinou a prisão de réus condenados em segunda instância.
O Judiciário não pode servir como "um instrumento para perseguir inimigos e proteger amigos", disse Barroso, agora que a Lava Jato chegou a Michel Temer(PMDB) e Aécio Neves (PSDB). "A jurisprudência não pode ir mudando de acordo com o réu".
O Antagonista destaca as demais declarações do ministro à Folha sobre o tema:
"Você só muda a jurisprudência quando existe mudança na realidade ou na percepção social do direito. Não aconteceu nem uma coisa nem outra".
"É preciso mostrar às novas gerações que o crime não compensa e que o mal não vence no final. Será uma pena se o Brasil retroceder nisso".
"Voltar ao modelo anterior é retomar um sistema que pune os pobres e protege os criminosos que participam de negociatas com o dinheiro público".
"O risco de impunidade dos criminosos de colarinho branco continua real, e a percepção da sociedade é de que a Justiça precisa enfrentá-los com punições mais céleres".
Áudio expõe bronca de Aécio em Perrella
Brasil 27.05.17 16:57
“Olhe, poucas vezes eu vi uma declaração tão escrota”.
Foi o que disse Aécio Neves (PSDB-MG) a Zezé Perrella (PMDB-MG), em telefonema de 13 de abril, interceptado pela Polícia Federal na investigação do caso da JBS.
Motivo: Perrella havia afirmado à rádio Itatiaia que o Brasil atravessava um "mar de lama" e acordava "estarrecido" com a lista de investigados decorrente da delação da Odebrecht.
Eunício cancela 'Bolsa-UTI-Família'
Brasil 27.05.17 15:27
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), telefonou para O Antagonista para avisar que, ao tomar conhecimento, determinou o cancelamento do edital para contratar uma empresa de UTI aérea.
Um assessor de Eunício acrescentou que o TCU havia recomendado à primeira secretaria que fizesse uma licitação estimativa, com a qual o pagamento do serviço fosse feito apenas em caso de uso.
A repercussão geral negativa, porém, selou o destino do que chamamos de "Bolsa-UTI-Família" para senadores, ex-senadores e familiares.
O "inimigo" Gilmar
Brasil 27.05.17 13:16
A PGR, chefiada por Rodrigo Janot, trata o ministro do STF Gilmar Mendes como inimigo da Lava Jato, segundo a coluna Expresso, da Época.
"O que era um mal-estar constante se tornou uma convicção. As rusgas entre os dois lados vão longe."

NO BLOG DO MERVAL PEREIRA
Nossos malvados preferidos
POR MERVAL PEREIRA
Domingo, 28/05/2017 08:19
A Operação Lava-Jato está nos revelando um país que suspeitávamos existir, mas nos recusávamos a enfrentar de maneira rigorosa. Explicitações desmoralizantes de um modo de ser nada republicano revelam uma ética pública que reflete a moral privada, não apenas de corruptos e corruptores, mas de todos nós, cidadãos, que afinal de contas somos os responsáveis por colocar no Congresso e no Executivo figuras que necessariamente nos representam como sociedade.
Tão chocante quanto ver e ouvir delações de executivos da Odebrecht, especialmente de seu patriarca Emilio, explicando as relações promíscuas com parlamentares e governantes com um ar de superioridade de quem está nessa vida subterrânea há muitos anos, foi ver e ouvir o dono da JBS descrever um leilão de deputados contra e a favor do impeachment da ex-presidente Dilma, como se fossem os bois que compra para seu abatedouro.
Em consequência, revela-se outro defeito de nossa formação: temos malvados preferidos. Os nossos, quando denunciados, são perseguidos por conspirações subterrâneas, em alguns casos guiados até mesmo do exterior. Os outros, nossos inimigos, mais que adversários, são culpados de tudo e muito mais. O Ministério Público e a Polícia Federal têm o estranho dom de descobrir todas as safadezas de nossos inimigos e de perseguir implacável e injustamente nossos preferidos.
E é nessa dicotomia moral que está a raiz de nossos problemas. Enquanto perdoarmos nossos companheiros, encontrando as mais bizarras explicações para situações indefensáveis, e quisermos a letra dura da lei, ou mesmo aceitarmos ignorar a lei para punir nossos adversários, o País não sairá desse lamaçal em que nos encontramos faz tempo.
A situação é tão esdrúxula que os mesmos procuradores, a mesma Polícia Federal, são instituições respeitáveis quando descobrem as falcatruas em que um figurão tucano está metido, e passam a ser vendidos, com atuação política enviesada, quando anunciam os atos corruptos de um figurão do PT. E vice-versa.
Aproveitando essa lassidão moral, os corruptores agem nos dois lados, sem partidarização, oferecendo os mesmos préstimos a tucanos, petistas, peemedebistas e outras siglas menores, da mesma maneira que as raízes do Mensalão estavam no empresário mineiro que ajudara o PSDB a testar sua tecnologia de corrupção com o dinheiro público.
Deu tão certo que o PT importou o método, mais aperfeiçoado até, e ampliando seu escopo, recém-chegado ao poder e carente de tecnologia mais avançada. Tinham experiência municipal, logo acostumaram-se aos novos ares federais, institucionalizando a roubalheira como método de governo.
A impunidade que campeava no País em relação aos criminosos do colarinho branco, fossem empresários ou políticos, permitia que esses esquemas se disseminassem na política partidária, assim como é apartidária a maioria parlamentar que hoje sustenta um governo do PMDB, PSDB, DEM e ontem sustentava um governo petista, e se prepara para novamente apoiar outro governo.
Hay gobierno? Soy a favor parece ser o lema desses nossos representantes, que continuam a agir da mesma maneira, sem se dar conta de que o País, aos trancos e barrancos, vai mudando e exigindo uma nova postura diante dos escândalos. E qual é a solução que está sendo tramada por baixo dos panos em Brasília?
Uma anistia ampla, geral e irrestrita que permita que ex-presidentes não vão para a cadeia, que atuais e antigos parlamentares sejam perdoados pelos financiamentos de Caixas 1, 2 e quantas mais apareçam nas investigações criminais.
Não há uma alma que inclua nessa negociação uma mea-culpa generalizada, não há quem imagine que é preciso colocar limitações às falcatruas, limitações apenas à atuação dos que os investigam. Mas há esperanças à vista. Assim como o esquema de corrupção nacional parece ser o maior já registrado na política internacional, justamente por isso nenhum país teve que realizar uma crítica tão drástica de suas práticas políticas, tendo os valores éticos como objetivo. 
As instituições brasileiras resistem à crise, mesmo quando parecem consumidas pelas mazelas que estão sendo combatidas. Mas a sociedade precisa permanecer em estado de alerta para impedir que se perca essa oportunidade de avanços democráticos. 
Porque ainda há quem considere que é preciso fechar os olhos a certos desvios éticos escancarados, para permitir que as reformas avancem. Ou que a suposta melhoria da desigualdade social justifica um ou outro desvio do líder populista. Sem compreender que todos os avanços conseguidos através de métodos corruptos são um atentado à democracia e têm bases falsas, que logo ruirão.

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