PRIMEIRA EDIÇÃO DE 12-3-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 12 DE MARÇO DE 2017
Além dos 81 senadores no exercício do mandato e outros quatro licenciados por mais de 120 dias, o contribuinte paga por mais 61 senadores aposentados como Aloizio Mercadante (PT-SP), José Sarney (PMDB-AP), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Jorge Bornhausen (ex-PFL, atual DEM-SC). Até 1999, parlamentares conseguiam emplacar a aposentadoria com só oito anos de contribuição. Agora é proporcional.
Ex-senadora e ex-ministra de Dilma, Ideli Salvatti (PT-SC) ficou no Senado por 7 anos. Hoje recebe aposentadoria de R$ 7,7 mil por mês.
Gerson Camata, ex-senador pelo PMDB do Espírito Santo, por exemplo, recebe aposentadoria integral de R$ 33,7 mil por mês.
O salário de senadores é de R$ 33,7 mil, além da cota parlamentar a título de “ajuda de custo” e auxílio-moradia de R$ 95 mil/mês.
Sempre que um senador se licencia, o contribuinte gasta no mínimo R$67,5 mil com o suplente que assume. Correspondem a dois salários pagos a título de “ajuda de custo”. Desde 2011, 108 titulares e 38 suplentes de senadores receberam salário extra, ao assumir mandato.
O caso da denúncia contra a reeleição de Dilma, no Tribunal Superior Eleitoral, tem sido na prática atrasado pelo PSDB, o autor. A cada novo aditamento, engrossando denúncias, reabre-se o prazo para defesa.
O ministro Roberto Freire (Cultura) revelou em artigo no portal Diário do Poder que uma força-tarefa examina a prestação de contas de 20 mil projetos beneficiados pela Lei Rouanet. O desleixo dos governos do PT foi criminoso: a PF identificou fraudes no valor de R$ 180 milhões.
Relator da reforma do Ensino Médio, o senador Pedro Chaves alerta para um dado alarmante: os custos dos altos índices de repetência e abandono escolar chega a custar R$ 35 bilhões por ano ao Brasil.
Artigo no site do PT no Senado defende a soltura do almirante Othon Pinheiro da Silva, ex-Eletronuclear, condenado na Lava Jato a 43 anos de cadeia por roubar o País. Para os petistas, “não há provas”.
O senador Lasier Martins (PSD-RS) reapresentou o texto original das “Dez Medidas Contra a Corrupção”, segundo ele, para proteger os investigadores “das investidas emasculadoras” em curso na Câmara.
...sobraria um bom dinheiro para aposentados e pensionistas se a reforma da Previdência incluísse o fim da aposentadoria de políticos.

NO DIÁRIO DO PODER
ZUMBI
EM GENEBRA, EX-PRESIDENTE TENTA 'CAVAR' REUNIÕES EM ORGANISMOS INTERNACIONAIS
DILMA ATÉ JANTOU EM RESTAURANTE CHIQUE COM FIGURA LIGADA A FHC
Publicado: sábado, 11 de março de 2017 às 20:56 - Atualizado às 21:33
Redação
À MESA, NO RESTAURANTE CHIQUE, MARCO AURÉLIO GARCIA, PAULO SÉRGIO PINHEIRO (DE COSTAS) E DILMA: CAVANDO AUDIÊNCIAS
Genebra - A ex-presidente cassada Dilma Rousseff está em Genebra, na Suíça, na companhia do antigo aspone para assuntos internacionais aleatórios, Marco Aurélio 'Top-Top' Garcia, tentando ser recebida por autoridades ou qualquer pessoa que exerça cargo minimamente importante. Neste sábado (11), a dupla jantou aos cochichos com Paulo Sergio Pinheiro, um professor aposentado da PUC-SP ligado ao PSDB e a FHC que integra, com outras sete pessoas, uma comissão de monitoramento de denúncias de violação de direitos humanos na Síria.
O jantar de Dilma com Top-Top Garcia e Pinheiro ocorreu no "Trois Verres", um dos restaurantes mais chiques de Genebra, localizado na Rue Hornung, com direito a vinhos caros. No "Les Trois Verres", um prato pode custar até 295 reais, segundo o site do restaurante. Nem Dilma e nem a sua assessoria divulgaram esclarecimentos sobre quem financia mais esse passeio à Europa. Há poucas semanas, ela fazia uma longa viagem pelo continente quando teve de retornar em razão do falecimento de Marisa Letícia, mulher de Lula.
O papel de Top-Top Garcia, nessa viagem de Dilma, é tentar que ela seja recebida por qualquer autoridade. Ela conseguiu ser recebida na OIT (Organização Internacional do Trabalho) com certa curiosidade. A assessoria da entidade nem sequer soube definir a natureza da visita, nem tampouco o teor de eventuais conversas.
Com ajuda de Pinheiro, Dilma conseguiu fazer discurso em um festival sobre direitos humanos, constrangendo a plateia com um filmete sobre "realizações" do seu governo. Criticou o presidente Michel Temer, mas não tomou a iniciativa de defender-se e aos demais petistas das múltiplas denúncias de corrupção em seu governo e no governo de Lula, seu antecessor.
Indagada por jornalistas brasileiros, Dilma negou que tenha recebido propina da Odebrecht, mas executivos da empreiteira Odebrecht confessaram ter pago propinas de cerca de R$150 milhões para financiar sua campanha de reeleição. Além de irregularidades variadas, Dilma também é acusada de tentativa de obstrução da Justiça em dois casos: quando nomeou Lula como ministro da Casa Civil com o objetivo de conceder-lhe imunidade em relação ao juiz Sérgio Moro, de primeira instância, e quando nomeou um ministro para o Superior Tribunal de Justiça, sob a condição de ajudar a livrar petistas e empreiteiros como Marcelo Odebrecht da cadeia.

LULA?
PF DESTACA ‘LUIS INÁCIO DA SILVA’ ENTRE CLIENTES DE EMPRESA DE LOBISTAS DO PMDB
EX-DEPUTADO LUIZ ARGOLO, ODEBRECHT E GDK TAMBÉM APARECEM NA LISTA
Publicado: sábado, 11 de março de 2017 às 15:12
Redação
A Polícia Federal destacou em um relatório da Operação Lava Jato” o registro de “Luis Inácio da Silva” como um dos clientes da Partners Air, empresa que mantinha contratos na Petrobras ligada aos operadores de propinas do PMDB João Augusto Henriques e Jorge Luz e seu filho Bruno Luz.
Em nenhum momento, a PF diz que ‘Luís Inácio da Silva’ se trata do ex-presidente Lula.
Além de “Luis Inácio da Silva”, foram destacados no Relatório de Análise de Mídia Apreendida Nº 37/2016, do grupo de trabalho da Lava Jato da Polícia Federal, outros clientes da Partners como Luiz Argolo, o ex-deputado do SD da Bahia, preso desde 2014, a Construtora Norberto Odebrecht e a GDK SA, ambas alvos das investigações.
“Foi encontrado um balancete da Partners Air referente ao período de janeiro a dezembro do ano de 2013, no qual várias pessoas físicas e jurídicas aparecem como clientes”, informa o documento da PF, anexado no pedido de prisão dos lobistas Jorge e Bruno Luz.
No arquivo digital, há referência a “saldos”, “créditos” e entrada de valores”. “380,00D como saldo de 2012, com entrada desse valor em 2013”, registra o documento da PF.
Jorge e Burno Luz são suspeitos de terem operado pelo menos US$ 40 milhões em propinas no esquema do PMDB, dentro da Diretoria de Internacional da Petrobras. Alvos da mais nova fase da Lava Jato, a Blackout, eles são considerados os mais antigos operadores de propinas na estatal. Os dois foram presos no dia 24, em Miami, nos Estados Unidos.
Relatórios da Receita Federal e do Ministério Público Federal (MPF) mostram a relação comercial comum entre os Luzes e Henriques nas empresas Partners Air Serviço e Comércio de Produtos de Petróleo S.A. e Partners Comércio de Combustíveis Automotivos.
A Polícia Federal identificou em planilhas apreendidas com Henriques balanço da Partners que mostra que entre 2009 e 2011 ela recebeu R$ 15,92 milhões da Petrobras. “Sendo geralmente devido por ‘Serviços de Tanqueio’”, informa o documento descritivo da planilha “BD Entradas”.
“Foi encontrada uma pasta do Excel contendo nove planilhas referentes a Fluxo de caixa que parecem se referir às contas da Hangar/Partners. Nesta pasta há uma planilha denominada “BD Entradas” de novembro de 2009 a outubro de 2011, cujo total de valores recebidos da PETROBRAS somou o montante de R$ 15.922.110,31.
Henriques foi preso em 21 de setembro de 2015, na Operação Ninguém Durma, a 19ª fase da Lava Jato – em fevereiro de 2016, o juiz federal Sérgio Moro o condenou a 6 anos e oito meses de reclusão pelo crime de corrupção em ação penal sobre afretamento do navio sonda Titanium Explorer pela Petrobras. Em junho de 2016, Moro decretou nova ordem de prisão preventiva de João Henriques – que tinha relação direta com o ex-diretor de Internacional Jorge Zelada, preso desde julho de 2015.
Quebra 
A Partners Air teve seu sigilo quebrado de 2005 a 2015 por ordem do juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato em primeira instância, em Curitiba. Relatório de Informação 06/2017, do Ministério Público Federal, mostra que a BR Distribuidora – subsidiária da Petrobras, responsável pela venda de combustíveis – foi a segunda maior fonte de recursos da empresa: R$ 5,39 milhões.
As ligações de Jorge e Bruno Luz e de Henriques com a Partners são por meio de outras empresas ligadas a eles. A Luz Participações e Eventos, da família dos lobistas alvos da Blackout, é uma das sócias da Partners. Henriques tem relação com a empresa por intermédio da Fortuna Tec Participações e Empreendimentos – que também tem elos com a GEA Projetos, de Jorge Luz. (AE)

ENGANADOS E SUFOCADOS
Por Carlos Chagas
Domingo, 12-3-2017
Quando o PT foi para o poder, frustrado desde sua fundação, derrotado três vezes com o Lula, mas afinal vitorioso, imaginava-se mudança fundamental na vida do país. Afinal, mesmo de forma lenta e gradual, porém segura, parecia ter chegado a hora do andar de baixo. Não mais a prevalência dos beneficiados pela fortuna, pelo berço ou pelas maracutaias, senão os primeiros passos para a conquista da melhoria das condições de vida dos despojados da fortuna e da ascensão dos trabalhadores a patamares menos cruéis de sobrevivência.
Empolgaram a imensa maioria dos cidadãos as pregações sobre igualdade, extinção dos privilégios de uns poucos e fim da livre competição entre quantidades e valores desiguais.
Seria extinta a miséria, reduzida a pobreza e gradativamente poderiam desaparecer as diferenças sociais responsáveis pelo fato de sempre os ricos ficarem mais ricos e os pobres, mais pobres.
Era nesse objetivo que se fixava o pequeno grupo de intelectuais e acadêmicos, entusiasmados com a experiência ímpar de ver um operário no governo. Também compareciam os sindicatos, a Igreja, os universitários e até parte da classe média.
Claro que mais se organizavam, desde muito já organizadas, as mesmas camadas beneficiadas de sempre, fáceis de identificar no empresariado, nos donos da terra, nos especuladores, banqueiros e demais condutores de uma sociedade que, pelo jeito, esgotara-se e se condenava ao fracasso.
Abria-se o palco para o confronto entre o passado e o futuro, ainda que subordinado a vícios de lá e de cá, corolário da imperfeição humana da qual jamais nos livraremos.
Pelo menos, estava evidente a importância de se alterar o modelo que nos acompanha desde o Descobrimento, cada vez mais sofisticado por maior sacrifício das massas e festa das elites. Criava-se no país a consciência da necessidade de interromper a progressão das vantagens que o dinheiro concede aos senhores e falta faz aos vassalos.
Imaginava-se, vale repetir, haver chegado o tempo do equilíbrio, pelo esforço de um grupo disposto não a recuperar, mas a criar o espaço de igualdade, porque liberdade, afinal, mesmo distorcida, já tínhamos, e fraternidade, conseguiríamos à força.
Alguma coisa se conseguiu, mas é preciso atentar para o fato de que desde a primeira eleição do Lula, as elites foram cooptando os personagens. Até o próprio, surpreendendo com uma anacrônica Carta aos Brasileiros, não endereçada aos seus eleitores, mas a leitores interessados em preservar benesses e vantagens. Ao redor, vicejaram falsos aliados, antigos cultores das mudanças, mas empenhados em isoladamente ascender de patamar através da corrupção, do roubo e da mistificação.
Apesar disso, algum resultado o primeiro companheiro conquistou, advindo daí sua reeleição. O diabo foi o segundo mandato. Sem reação, o Lula entregou-se aos destinatários da malfada carta.
O ideal igualitário naufragou e foi para as profundezas quando, não podendo disputar um terceiro período, vendeu sonhos que não eram mais dele. Assumiu a incompetência em forma de mulher. Foi simples questão de tempo as elites voltarem ao poder e às reformas que mais uma vez massacram e sufocam a maioria, de novo enganada e sufocada.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
É Cor de Rosa Choque” e outras cinco notas de Carlos Brickmann
Michel Temer teve tempo para elaborar um discurso memorável, mas preferiu a fórmula das revistas femininas da década de 1950
Por Augusto Nunes
Sábado,12 mar 2017, 06h51-Atualizado em 12 mar 2017, 06h52
Publicado na coluna de Carlos Brickmann
M de Michel, M de Marcela, M de Michelzinho, M do comando político do Governo. Só M, M de machos – que não entendem nada do M de mulher.
Michel Temer, como Dilma antes dele, não pode ver ninguém comendo banana na outra calçada sem atravessar a rua para ver se escorrega na casca. Teve tempo para elaborar um discurso memorável, mas preferiu a fórmula das revistas femininas da década de 1950, privilegiando o bom desempenho doméstico.
Temer até que fez coisas, há muito tempo, para ser bem lembrado pelas feministas. Criou, por exemplo, as delegacias da mulher, que de São Paulo se espalharam pelo Brasil. Mas os maus hábitos com relação a mulheres são comuns entre os políticos. Quando a ministra Ellen Gracie foi sabatinada no Senado, houve parlamentares que elogiaram seu porte, sua elegância, suas roupas. Alguém se lembrou de comentar os ternos e o porte do ministro Alexandre de Moraes?
Pior ocorreu quando Sylvia Kristel, a bela estrela do filme Emmanuelle, visitou o Congresso. Parlamentares de idade avançada, cabelos mal pintados, babavam diante da atriz. Um deputado, olhando para ela, levou um tombo... E qual era a participação de Sylvia Kristel na política? Zero. Nenhuma. Estava no Brasil para um ensaio fotográfico da revista Status, e passou pelo Congresso. Pois não é que naquele dia o Congresso estava cheio?
A fala infeliz de Temer tornou-o alvo dos defensores dos direitos das mulheres. Como adverte a música de Rita Lee, não provoque: é cor-de-rosa choque.
Esperando Janot – bom
O Supremo Tribunal Federal solicitou aos veículos de comunicação interessados na Lista de Janot (os pedidos formulados pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot), que enviassem um HD em que coubesse todo o material disponível. Isso indica que as acusações da Promotoria estão para ser liberados, e os jornalistas terão conhecimento de tudo que os procuradores solicitam ao Supremo, sem vazamentos seletivos. Não haverá mais boatos de que fulano será investigado, já que todas as suspeitas dos procuradores estarão na Lista de Janot.
Esperando Janot – mau
Acontece que o Supremo pediu à mídia que envie equipamentos com capacidade de memória de um terabyte – um trilhão de bytes. Um smartphone bem recente, o iPhone 7, tem na versão mais cara a capacidade de 256 gigabytes, GB. Um terabyte equivale a 1.024 GB. Com um terabyte, dá para guardar umas 200 mil músicas; e gravar 730 filmes de 1h30, com qualidade de imagem de DVD.
Quem é que vai analisar tudo isso de arquivos? Este é o problema da Lava Jato e das operações conexas: o volume da ladroeira é tamanho que fica impossível acompanhar tudo, individualizar as culpas, analisar convenientemente as provas, julgar os réus. Há quem diga que essa foi a tática dos principais envolvidos: contar tudo, até superar o limite operacional de quem os julga. Ninguém é jovem entre os acusados na bandalheira. Se o julgamento demorar, talvez nem ocorra.
Esperando Janot – real
Hoje há 800 réus de ações penais aguardando julgamento no foro privilegiado do Supremo. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, publicado no bom site jurídico Espaço Vital, “o tempo de espera de um processo para uma nova providência do ministro relator ou revisor, que era de sete dias em 2002, saltou para 42 dias em 2015”. O pessoal apanhado na Lava Jato deve, claro, se preocupar. Mas talvez não seja preciso preocupar-se muito.
A magia eleitoral
Depois de anos de guerra fiscal, São Paulo e Goiás chegaram a um acordo. Goiás festeja os termos da paz: “Os incentivos fiscais foram determinantes para o crescimento de Goiás nos últimos anos”, diz o governador Marconi Perillo, “e agora estão garantidos em nossa política de desenvolvimento”. O governador Geraldo Alckmin determinou a retirada da ação que pedia o fim dos incentivos fiscais goianos; e o Supremo retirou a questão da pauta de julgamentos.
Nada como interesses eleitorais comuns para promover reconciliações, não é mesmo? Alckmin quer ser candidato à Presidência da República em 2018, mas precisa vencer no PSDB seus adversários Aécio Neves e José Serra. O goiano Perillo agora está a seu lado; e pode ser vice de Alckmin, ou senador.
O terror eleitoral
O problema das eleições é que todos os candidatos se transformam automaticamente em alvos. Antigos aliados que se julgam abandonados, por exemplo. E agora os adversários do PSDB querem atingir simultaneamente Alckmin, Serra e o senador Aloysio Nunes – que substituiu seu amigo José Serra no Itamaraty – com o caso Paulo Preto. O poderoso Paulo Preto, ou Paulo Vieira de Souza, foi presidente da Dersa, que administra as mais modernas rodovias paulistas, e, depois de acusado de se relacionar bem com Carlinhos Cachoeira e Fernando Cavendish – um, bicheiro; outro, presidente da Delta, empresa que acabou sendo proibida de realizar obras para governos – deixou o cargo. Queixou-se de Serra, dizendo que aliados feridos não podem ser abandonados. E agora há quem diga que ele prepara uma delação premiada. Seria um problema sério para o PSDB.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza
Domingo, 12/03/2017 05:47
Em conversa com um amigo, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, chamou de “kafkiano” o processo que mantém sub judice a Presidência de Michel Temer. A definição é inexata. Na verdade, o processo é pós-kafkiano. O barulhinho que se ouve ao fundo é o ruído de Franz Kafka se contorcendo no túmulo ao perceber que o absurdo perturbador de sua ficção foi superado por uma história fantástica passada num país imaginário. Uma história bem brasileira.
A realidade dos autos relatados pelo ministro Benjamin está cada vez mais inacreditável. O interesse pelo julgamento do processo diminui na proporção direta do aumento das evidências de que a vitória de 2014 foi bancada com dinheiro roubado da Petrobras. Autor da ação que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff—Michel Temer, o PSDB anda tão ocupado em salvar o país que já não tem tempo para cobrar a punição dos crimes que apontou.
O tucanato tornou-se o esteio do governo Temer. O derrotado Aécio Neves virou um levantador de ministros. O vice-derrotado, Aloysio Nunes Ferreira acaba de ser nomeado chanceler. Na oposição, o PSDB era incapaz de reconhecer a honestidade dos governantes. No governo, esqueceu que o PMDB é incapaz de demonstrá-la. Todo o dinheiro sujo que a Odebrecht investiu em 2014 não daria para vestir 1% das desculpas esfarrapadas dos tucanos para conspirar contra a lógica no TSE.
Devolvida a Porto Alegre e à sua insignificância, Dilma Rousseff entregou-se a duas atividades. Quando não está cuidando dos netos, dedica-se a denunciar o ''golpe''. No TSE, os defensores de madame se juntam aos advogados de Michel Temer numa tabelinha a favor da protelação. Difícil saber se golpeados e golpistas fogem de um julgamento rápido por que são capazes de tudo ou por que são incapazes de todo.
Há mais: Temer, o processado, indicará entre abril e maio, dois dos ministros que o julgarão no TSE. Há pior: o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, frequenta o noticiário na condição de conselheiro do acusado. Quando Dilma ainda estava sentada na poltrona de presidente, Gilmar pegou em lanças pela abertura do processo, evitando que a podridão das contas eleitorais descesse para o arquivo. Agora, o mesmo Gilmar afirma: o mais importante é a exposição do lixão, não o resultado do julgamento.
Em meio a este cenário pós-kafkiano, um período excepcional da história do país, a qualquer momento se verá a maioria dos ministros do TSE declarar a respeito dos milhões em verbas sujas que passaram pelas arcas de 2014: “Calma! É só caixa dois, gente!”. E o brasileiro perceberá que não é que o crime não compensa. É que, quando ele compensa, muda de nome.

NO O ANTAGONISTA
Lula não engana ninguém
Brasil 12.03.17 08:07
Lula, na última segunda-feira, reuniu-se com Luciana Santos e Orlando Silva, do PCdoB, e anunciou sua candidatura presidencial.
De acordo com o Estadão, ele disse:
“Para vocês posso dizer: eu serei candidato à Presidência da República”.
Os comunistas, que não são tolos, sabem que essa candidatura é um engodo.
De fato, diz a reportagem, o PCdoB “já faz previsões para se descolar do PT, lançando o governador do Maranhão, Flávio Dino, à sucessão do presidente Michel Temer”.
Apenas para lembrar
Brasil 12.03.17 08:04
Quem indica os membros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é o governador. Segundo os candidatos a delatores da Andrade Gutierrez, o esquema funcionava desde os anos 90.
Bittencourt acumulou patrimônio de R$ 50 milhões no TCE de São Paulo
Brasil 12.03.17 07:50
Alguns dos membros do TCE citados pelos candidatos a delatores da Andrade Gutierrez são velhos conhecidos da Justiça.
Eduardo Bittencourt Carvalho, apontado como o receptador e distribuidor da propina entre os membros da corte, foi acusado de enriquecimento ilícito e afastado do TCE no fim de 2011.
Durante o período que integrou a Corte, Bittencourt acumulou um patrimônio de R$ 50 milhões, segundo a acusação do Ministério Público acolhida pela Justiça.
Posteriormente, conseguiu se reintegrar à Corte por uma decisão do STJ para se aposentar.
Segundo a Folha, por meio de seu advogado, ele nega qualquer irregularidade.
O duplo desespero de Lula
Brasil 12.03.17 07:56
O Estadão, em editorial, explicou o desespero de Lula:
“É compreensível que Lula da Silva queira antecipar o processo eleitoral de 2018, manifestando desde já sua disposição de concorrer uma vez mais à Presidência da República.
Com tal gesto, o ex-presidente evidencia o duplo desespero que o move: o medo de ser condenado e preso e o temor de ver extinto o seu partido político, afogado no mar de lama que ele mesmo criou”.
A agonia de Lula
Brasil 12.03.17 07:39
Lula quer se candidatar a presidente da República antes de ser interrogado por Sergio Moro, em 3 de maio.
Muita coisa vai ocorrer daqui até lá, porém.
Nesta segunda-feira, 13, Emilio Odebrecht e Pedro Novis vão prestar depoimento no processo contra Antonio Palocci. Eles vão explicar que o Italiano administrava a conta corrente da propina do PT e que seu chefe era Lula.
Em 10 de abril, Marcelo Odebrecht será interrogado no mesmo processo. Ele vai dizer que, além de administrar a propina destinada ao PT, Antonio Palocci administrava também a propina destinada a Lula, depositada na conta corrente “Amigo”.
Em 20 de abril, Léo Pinheiro, da OAS, deve repetir o que já disse à PGR:
1 – Que o triplex foi descontado da conta da propina do PT.
2 – Que Lula sabia de tudo.
Daqui a algumas semanas, teremos acesso aos depoimentos de Alexandrino Alencar e de outros delatores da Odebrecht.
Eles vão detalhar os pagamentos para a reforma do sítio do Lula, para a compra do terreno do Instituto Lula, para a compra da cobertura do Lula, para as palestras do Lula, para o marqueteiro do Lula em países da América Latina e da África, para o filho do Lula.
Lula vai sangrar e agonizar nas próximas sete semanas.
O candidato no banco dos réus
Brasil 12.03.17 07:38
Lula quer oficializar sua candidatura presidencial antes de 3 de maio, quando será interrogado por Sergio Moro pelo triplex no Guarujá.
Segundo O Globo, “petistas avaliam que o anúncio da intenção de disputar a eleição de 2018 cria um fato político e, em caso de condenação, reforça o discurso de vitimização e perseguição que o ex-presidente tem adotado desde que passou a ser investigado na Lava-Jato. A condição de pré-candidato ajudaria ainda a mobilizar os simpatizantes do ex-presidente a irem a Curitiba para acompanhar a audiência. A CUT planeja organizar caravanas para fazer um espécie de vigília na frente do prédio da Justiça Federal”.
ANDRADE GUTIERREZ: PROPINA ERA DE 1% PARA O TCE PAULISTA
Brasil 12.03.17 07:27
Ainda segundo a Folha, um dos candidatos a delator contou à Lava Jato que a Andrade Gutierrez pagava 1% do valor do contrato em análise pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
O dinheiro era entregue em espécie a Eduardo Bittencourt Carvalho, que se encarregava de dividir a propina com os demais conselheiros do TCE.
A Folha informa que há uma divergência sobre a participação de um dos conselheiros no esquema. Um dos candidatos à delação afirmou que o único que não recebia dinheiro era Antonio Claudio Alvarenga. Já o outro possível delator declarou que todos recebiam.
Janetê soltá o verbô na Suíçá
Cultura 12.03.17 01:14
Janetê falandô un idiomá aindá maís estrranhô dôquêôdê costumê:
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Embaixadas abertas por Lula e Dilma são péssimo negócio
Brasil Sábado, 11.03.17 18:29
Das 44 embaixadas abertas por Lula e seu poste, 22 não servem para nada, segundo um relatório do Senado ao qual a Época teve acesso. O cálculo leva em conta, principalmente, as trocas comerciais com os países. Alguns exemplos:
Togo: retorno negativo de 157% desde a sua criação;
Ilha de Santa Lúcia: retorno negativo de 126%;
Bósnia: retorno negativo de 27%;
Albânia: retorno nulo.


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