PRIMEIRA EDIÇÃO DE 31-01-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Terça-feira, 31 DE JANEIRO DE 2017
Os governos do PT abriram os cofres para financiar projetos do ex-bilionário Eike Batista, preso nesta segunda-feira (30) no Rio. Até 2013, ainda no primeiro governo Dilma, o BNDES beneficiou ao menos onze empresas do “Grupo EBX”, de Eike, num total de R$10,4 bilhões em financiamentos diretos. Outros negócios possibilitados pelos governos Lula e Dilma podem ter rendido ao menos R$20 bilhões ao empresário.
Eike ainda contava com as lorotas da cúpula do BNDES para explicar o dinheiro fácil, definindo os ativos da EBX como “sólidos e valiosos”.
O BNDES também utilizou recursos do FAT, o Fundo de Amparo ao Trabalhador, para bancar as aventuras de Eike Batista.
Lula se utilizou do jatinho de Eike em viagens, e Dilma visitou a EBX, quando em discurso disse que o empresário é “orgulho do Brasil”.
A ordem para financiar as aventuras de Eike com dinheiro público saía do Planalto, nos governos do PT, apesar dos sinais da derrocada.
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O PT, que tem a terceira maior bancada do Senado Federal, corre sério risco de se perder nas menores forças da Casa se repetir, em 2018, o fracasso nas urnas do ano passado. Dos atuais dez senadores petistas, oito terão que enfrentar as urnas no ano que vem, entre eles, enroladíssimos em escândalos como Gleisi Hoffmann (PR), ré na Lava Jato, e Lindbergh Farias (RJ), duas vezes condenado por improbidade.
Condenado por improbidade administrativa em duas ações, Lindbergh pode ser enquadrado na Ficha Limpa e não poderá disputar a eleição.
A denúncia da PGR contra Gleisi foi aceita por unanimidade no STF. A acusação é de embolsar de R$1 milhão na roubalheira à Petrobras.
Atual vice-presidente do Senado, Jorge Viana (AC), é outro na mira da polícia. Ele seria o “menino da floresta” em planilhas da Odebrecht.
Renan Calheiros marcou reunião com a bancada do PMDB, na residência oficial do Senado, tentando assumir o controle da própria sucessão. Desmarcou por causa da baixa adesão, para evitar vexame.
João Dória Jr. gosta de reunir auxiliares às 7h da manhã, num cenário semelhante à “Escolinha do Professor Raimundo”: espécie de sala de aula com lugares marcados, bloco e lápis. E ai da secretaria se houver lápis que não passou no apontador: toma bronca na frente de todos.
Houve quem apostasse no retardamento da Lava Jato, com a morte do ministro Teori Zavascki. Mas Cármen Lúcia homologou as 77 delações antes mesmo do que se esperava do falecido relator.
Alexandre de Moraes continua no páreo para o STF. Diante de amigos, o presidente Michel Temer reconheceu seu “sacrifício pessoal”: vive em Brasília, em razão do cargo, e a família em São Paulo.
O Galeão ampliou o bloqueio ao Uber, para beneficiar táxis amarelos. O bloqueio saiu das dependências do aeroporto e vai agora da entrada da Ilha do Governador até a Av. Brasil. É um absurdo: trata-se do único aeroporto importante que nega ao consumidor o direito de escolha.
Engana-se quem aposta na “inexperiência” de Grace Mendonça, ministra da AGU. Há 16 anos ela defende a União no Supremo Tribunal Federal, em cujo plenário já fez 72 sustentações orais, um recorde.
Os próprios parlamentares petistas comentam, pedindo para não serem citados, que a delação da Odebrecht, finalmente homologada ontem, deve sacramentar a prisão do ex-presidente Lula.
...Eike Batista começou a cumprir a promessa de “ajudar na busca da verdade”: abandonou a peruca.

NO DIÁRIO DO PODER
NAS MÃOS DE MORO
AÇÃO CONTRA CUNHA SAI DA JUSTIÇA DO RIO E VAI PARA CURITIBA
SAÍDA DO CASO DO RIO É A PEDIDO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Publicado: segunda-feira, 30 de janeiro de 2017 às 16:06 - Atualizado às 17:19
Redação
O processo em que os ex-deputados federais Eduardo Cunha e Solange Almeida (ambos do PMDB-RJ) são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por propinas pagas na compra de navios-sonda pela Petrobras foi redistribuído para a 13ª Vara Federal de Curitiba.
Desde que o mandato de Cunha foi cassado, em setembro, a ação penal estava no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), devido ao foro por prerrogativa de função de Solange Almeida, então prefeita de Rio Bonito (RJ).
A redistribuição foi feita a pedido do Ministério Público Federal (MPF). A 13ª Vara Federal de Curitiba é base da Operação Lava Jato e do juiz Sérgio Moro.
No processo, Cunha responde à acusação de ter pedido cerca de US$40 milhões ao empresário Júlio Camargo para viabilizar a contratação do estaleiro sul-coreano Samsung Heavy Industries como fornecedor de dois navios-sondas à Petrobras. As sondas foram usadas pela estatal para a perfuração em águas profundas na África e no Golfo do México. A Petrobras atua como assistente da acusação no caso.
Além de Solange, Cunha contou com a participação do intermediário Fernando Soares, o Fernando Baiano, e do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Camargo, Soares e Cerveró já foram condenados pela 13ª Vara Federal de Curitiba pelos mesmos fatos.

EIKE BATISTA NA CADEIA
NA PRISÃO, EIKE É OBRIGADO A TIRAR PERUCA QUE ESCONDIA A CARECA
'DIÁRIO DO PODER' ANTECIPOU QUE EX-BILIONÁRIO PERDERIA A PERUCA
Publicado: segunda-feira, 30 de janeiro de 2017 às 11:46 - Atualizado às 16:13
Redação
O ex-bilionário Eike Batista foi obrigado a retirar a peruca que utiliza para esconder a careca, como o Diário do Poder antecipou que aconteceria, na manhã desta segunda (30). O protocolo é adotado pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap). Homens têm a cabeça e barba raspadas, quando entram no sistema prisional, e as perucas são proibidas até em visitantes, para evitar o ingresso de materiais proibidos.
A Defensoria Pública do Rio considera que isso “fere o respeito e a dignidade humana”, por essa razão ingressou com ação na Justiça, mas, por 2x1 votos, os desembargadores da 5ª Câmara Cível decidiram que a medida deve continuar por questões de saúde e higiene, principalmente, para impedir a proliferação de pragas e manutenção da disciplina nas unidades prisionais. A Defensoria entrou com recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Amor à cabeleira
Eike, que tinha apego pela cabeleira, passou pelo procedimento no início da tarde desta segunda-feira (30), horas após a prisão. O empresário tem implante fio a fio, feito na clínica Tricosalus, que pertence ao italiano Alessandro Corona. O implante começou a ser feito em 2010.
Apenas a consulta na clínica custa R$ 637. Já o valor inicial do procedimento, segundo a Revista Veja, é de R$ 9 mil. A quantia, no entanto, pode subir a depender da qualidade e quantidade dos fios.

PELO FIM DO FORO ESPECIAL
Por Carlos Chagas
Terça-feira, 31-01-2017
Quem tem mais a perder com a prisão de Eike Batista? O próprio é claro, que perdeu a liberdade depois de haver perdido a fortuna. Já havia perdido a mulher e a credibilidade. Assim como o amigo e cúmplice, o ex-governador Sérgio Cabral, que não quer mais vê-lo.
Depois de conduzido do aeroporto à cadeia, ontem, foi entregue à Justiça, ignorando-se por quanto tempo.
Aguarda-se para esta semana a divulgação da lista da Odebrecht, envolvendo perto de 100 políticos e parlamentares, acusados de participação no recebimento e desvio de dinheiros públicos. Responderão a processos junto ao Supremo Tribunal Federal. O presidente Michel Temer precisará provar que não cometeu irregularidades durante a campanha de 2014, junto com Dilma Rousseff.
Cresce no Congresso, no Judiciário e nos meios frequentados por advogados, a opinião de que no trato da reforma política, este ano, deputados e senadores deverão acabar com o chamado foro especial para parlamentares e outros privilegiados. Eles deveriam enfrentar os mesmos trâmites legais de todos os cidadãos. Prevê-se que o julgamento dos apontados pela Odebrecht levará meses, não dispondo os onze ministros do STF de mecanismos para agir mais rapidamente. O ex-presidente da corte suprema, Carlos Velloso, considera o foro especial um absurdo, herança dos tempos do Império e incompatível com a República.

NA COLUNA DA ELIANE CANTANHÊDE 
48 Horas de Tensão
Judiciário, Executivo e Legislativo, cada qual com sua agonia e indefinição
Eliane Cantanhêde no Estadão
Terça-feira, 31 Janeiro 2017 | 03h00
Se janeiro já foi assim, com massacres, morte do relator da Lava Jato, AVC de ex-primeira-dama, febre amarela e prisão do homem que já foi o mais rico do País, imagine como vai ficar com o fim do recesso do Judiciário apressando a Lava Jato, o fim do recesso do Legislativo aumentando o pavor da Lava Jato e o Executivo fazendo de tudo para trocar a pauta real pela ideal – a da reforma da Previdência.
Os três Poderes chegaram estressados ao fim de 2016, entraram perplexos em 2017 e vão se arrastando com os nervos à flor da pele. A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, sofre para definir o novo relator da Lava Jato. O presidente Michel Temer sofre para nomear o novo ministro do Supremo. E a sucessão nas presidências da Câmara e do Senado, que parecia tão definida, ganhou pitadas de tensão nas últimas horas.
Ao homologar as 77 delações premiadas da Odebrecht ontem, conforme antecipara o Estado, Cármen Lúcia parecia ter desanuviado o clima para a escolha do sucessor de Teori Zavascki na relatoria da Lava Jato, mas, fazendo as contas, ela só ganhou 48 horas. O relator vai ter de ser escolhido de qualquer jeito entre quarta e quinta, na reabertura dos trabalhos. 
Prudente, a ministra consultou cada colega em busca de consenso para a indicação. Pensou-se em uma brecha para nomear o decano Celso de Mello, mas essa brecha não surgiu e, além disso, ele anda com fortes dores no quadril. Depois, trabalhou-se a ideia de transferir o mais novo, Edson Fachin, para a Segunda Turma e para o gabinete de Teori, onde ele herdaria tudo, dos processos em andamento – incluída a Lava Jato – aos três juízes auxiliares. Cármen Lúcia vetou: “Não tem precedente”.
É assim que, apesar de ministros (e pessoas de bom senso) torcerem o nariz para o sorteio, não vai ter jeito. Até ontem à noite, as tratativas continuavam freneticamente no Supremo, onde até o procurador Rodrigo Janot deu uma passadinha, mas tudo caminhava para um bingo entre os da Segunda Turma: além de Fachin, recém-chegado, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Façam suas apostas!
Meio fora de tom, Temer elogiou Cármen Lúcia, que “fez o que deveria fazer e, nesse sentido, o fez corretamente”. Presidente de um poder elogiando decisão de presidente de outro?! Quem elogia acaba se sentindo no direito de também discordar, certo? E se Cármen Lúcia sair por aí elogiando o programa econômico do governo? Ou criticando a repactuação das dívidas dos Estados com a União?
O fato é que, quanto mais o Judiciário mantém o ritmo ou apressa os passos da Lava Jato, mais Temer, seus ministros e sua base aliada têm o que temer (sem trocadilho), enquanto ele sofre as dores e as pressões para a nomeação do 11.º ministro do STF. Como é do meio jurídico, Temer faz questão de nomear alguém que ele conheça, com quem tenha afinidade, que jamais tenha dado um pio contra a Lava Jato e que entenda a importância da reforma da Previdência e de mudanças na área trabalhista para ampliar a oferta de empregos.
Como cada nome lançado corresponde uma avalanche de críticas, o presidente passou a avisar, meio em tom de “ameaça”: “Se eu tiver de pagar um alto preço, pago com o Alexandre”. Traduzindo: se é para apanhar com fulano ou beltrano, então ele nomeia sua opção original, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
Por fim, tudo parecia tranquilo para a eleição de Rodrigo Maia (DEM) na Câmara e de Eunício Oliveira (PMDB) no Senado amanhã, mas, para não ficar monótono, o deputado Júlio Delgado (PSB) liderou uma ação conjunta contra a reeleição de Maia. Mais emoção e perplexidade do que no Brasil, só mesmo nos EUA. E, lá, as decisões tresloucadas de Donald Trump estão apenas começando...

NO BLOG DO FAUSTO MACEDO
Procuradoria vai abrir novo inquérito para investigar Aécio
Delação do Odebrecht põe senador do PSDB sob suspeita de recebimento de dinheiro supostamente desviado na construção da Cidade Administrativa durante sua gestão no Governo de Minas, segundo site Buzzfeed
Fausto Macedo, Fabio Serapião e Mateus Coutinho no Estadão
Terça-feira, 31 Janeiro 2017 | 05h00
Após a homologação da superdelação da Odebrecht – 77 executivos, ex-executivos e funcionários da empreiteira -, a Procuradoria-Geral da República vai abrir novo inquérito para investigar o senador Aécio Neves (PSDB).
A informação foi revelada com exclusividade pelo site Buzzfeed.
O tucano vai ser investigado por suspeita de recebimento de valores supostamente desviados das obras da Cidade Administrativa na gestão de Aécio no governo de Minas (2003/2010). O empreendimento foi orçado em R$ 500 milhões, mas teria alcançado a cifra aproximada de R$ 2 bilhões.
Segundo informa o Buzzfeed, a Procuradoria-Geral da República vai pedir ao Supremo Tribunal Federal autorização para abrir o inquérito. Na condição de senador, Aécio tem foro privilegiado perante a Corte máxima.
O tucano teria recebido dinheiro de empreiteiras contratadas para a construção da Cidade Administrativa, entre elas a Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez, todas citadas no esquema de cartelização e propinas instalado na Petrobrás entre 2004 a 2014 e desmascarado pela Operação Lava Jato.
Procurada, a assessoria do senador informou que não ia se manifestar e encaminhou uma nota do PSDB de Minas.
COM A PALAVRA, O PSDB-MG:
“Trata-se de assunto requentado. O PSDB MG desconhece a suposta decisão da PGR e rechaça as também supostas acusações em relação ao senador Aécio Neves. O partido informa que os valores citados estão equivocados. Nunca houve um orçamento no valor de R$ 500 milhões. Tal cifra surgiu apenas como estimativa, sem estar amparada em projeto ou orçamento, quando da primeira ideia de construção de outro projeto em outro local.
Informa também que o valor licitado da obra foi de R$ 949.371.880,50. O PSDB MG contesta insinuação de irregularidade e informa que o edital da licitação foi previamente apresentado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas e todos os procedimentos foram acompanhados e auditados por empresa externa ao Estado contratada via licitação.
Informamos ainda que o senhor Oswaldo Da Costa nunca teve atuação informal nas campanhas do PSDB com as quais colaborou, tendo sempre atuação formal e conhecida na arrecadação de recursos nas campanhas do PSDB.”

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
A noite em que escapei de pagar a conta do jantar com Eike
O magnata que vendia nuvens nunca tinha no bolso alguns trocados para o garçom ou o flanelinha
Por Augusto Nunes
Segunda-feira, 30 jan 2017, 21h46
Em 30 de agosto de 2010, durante a entrevista de Eike Batista ao Roda Viva, a apresentadora Marília Gabriela quis saber onde o entrevistado guardava a montanha de dinheiro que há dois anos lhe vinha garantindo uma vaga no ranking da revista Forbes que agrupa os mais ricos do planeta. “Todos os meus recursos estão todos aplicados”, enfatizou o magnata que nunca tinha no bolso alguns trocados para o garçom ou para o flanelinha. “Você tem alguma coisa guardada?”, entrei na conversa. “Nãããooo”, enfatizou o entrevistado. “Meus recursos estão todos aplicados em meus projetos…”
Subitamente confuso, estacionou nas reticências, procurou em vão o fio da meada e soltou a frase sem nexo: “Por acaso, eu durmo bem”. Feita a ressalva amalucada, retomou o palavrório: “Mas esses meus projetos… quer dizer… projetos bem ‘engenheirados’ pagam todas as contas.” Aproveitei a pausa para dirimir a dúvida que me assaltara desde que conheci Eike Batista: “Quer dizer que se a gente sair para jantar eu pago a conta?”. Ele fugiu da resposta com um convite: “Vem comigo”. Ainda bem que não fui, disse-me no dia seguinte um amigo que sabe das coisas e conhecia muito bem o personagem: “Você não só pagaria a conta como, antes da sobremesa, compraria um lote de títulos de empresas que nunca existirão”.
Naqueles tempos delirantes, com o país anestesiado pelos farsantes no poder, Eike festejava fortunas imaginárias, Lula comemorava o colosso de petróleo que nunca saiu do fundo do Atlântico, Sérgio Cabral erradicara a violência nos morros e cuidava dos últimos retoques num Rio que lembrava Pasárgada com praia e teleférico de favela. Hoje está claro que o maior dos governantes desde Tomé de Souza, o megaempresário de matar de inveja banqueiro alemão de antigamente e o reinventor do Rio Maravilha eram apenas três vigaristas. Três corruptos sem vestígios de vergonha na cara. Três incapazes capazes de tudo.
Cabral e Eike já mofam na cadeia. O que a dupla tem a dizer vai apressar a remontagem da trinca que deve ser qualificada pelo que sempre foi: um repulsivo caso de polícia.

NA VEJA.COM
Em reunião tensa, petistas enquadram Lindbergh e Gleisi
Embate: Humberto Costa e Jorge Viana acusaram os colegas de atuarem como adversários
Por Gabriel Mascarenhas
Terça-feira, 31 jan 2017, 07h33
Transcorreu em altíssima temperatura uma reunião da bancada do PT do Senado, na casa de Jorge Viana, em Brasília.
Humberto Costa e Jorge Viana, defensores do apoio à candidatura de Eunício Oliveira à presidência da Casa, espinafraram Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, ferrenhos críticos da possível aliança.
A dupla deixou claríssima a irritação com a postura de Gleisi e Lindbergh e os acusaram de incitarem a militância contra quem está favorável ao plano de o partido fechar com Eunício.
Costa e Viana disseram que, como se não bastassem os recorrentes episódios de ataques a políticos, agora seus correligionários (Gleisi e, principalmente, Lindbergh) passaram a agir como adversários, sobretudo na forma como vêm se posicionando.
Em dado momento, os presentes lembraram que ninguém levantou a palavra quando o PT negociou com o PMDB o fatiamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, justamente no dia em que ocorreu o que eles chamam de golpe, e, por isso, atirar pedras contra a eventual aliança com Eunício seria patético.

NO BLOG DO JOSIAS
Eike careca é a fotografia de um Brasil diferente
Josias de Souza 
Segunda-feira, 30/01/2017 15:53
A imagem do ex-bilionário Eike Batista, careca, uniformizado de preso, escoltado por policiais, sendo transferido de uma penitenciária para outra é o retrato de um Brasil em mutação. Um país ainda desanimador. Mas que já consegue expor as mazelas que comprovam uma evidência: esta é a nação onde há as mais fabulosas possibilidades de surgir um mundo inteiramente novo. Caos, matéria-prima básica dos grandes recomeços, não falta.
Eike voara para Nova York dois dias antes da decretação de sua prisão. Dispunha de dinheiro e de um passaporte alemão. Poderia tentar uma fuga. Preferiu retornar para “ajudar a passar as coisas a limpo”. Fez isso porque concluiu que já não é tão fácil ficar completamente impune depois de passar as coisas a sujo no Brasil — um país que ainda não é inteiramente outro, mas já está diferente.
(...)

Cármen Lúcia tomou decisão que a crise exigia
Josias de Souza
Segunda-feira, 30/01/2017 12:51
Franzina e baixinha, Cármen Lúcia tomou nesta segunda-feira uma decisão à altura da crise moral que o país atravessa. Educada em colégio de freiras, formada em universidade católica, a presidente do Supremo Tribunal Federal poderia ter confiado à providência divina o futuro da Lava Jato. Mas preferiu não dar sorte ao azar. Ao homologar as 77 delações da Odebrecht, a ministra manteve o ritmo da Lava Jato. Retirou do substituto de Teori Zavascki, ainda a ser sorteado, a chance de pisar no freio.
Cármen Lúcia contrariou interesses e opiniões dentro e fora do Supremo. No Planalto e no Congresso, políticos encrencados nas investigações apostavam que a morte do relator Teori lhes proporcionaria o refrigério de um atraso de pelo menos três meses na tramitação do processo. Na Suprema Corte, parte dos ministros era contra a urgência. Alegava-se que a homologação a toque de caixa era desnecessária e até desrespeitosa com o futuro relator, posto sob suspeição antes mesmo de ser escolhido. Não restou aos contrariados senão dizer “amém” à homologação. A presidente do Supremo cercou-se de todos os cuidados técnicos.
De plantão no Supremo durante as férias dos colegas, cabe a Cármen Lúcia decidir sozinha as pendências urgentes. Ela conversou com os juízes que trabalhavam com Teori. Soube que o relator da Lava Jato havia se equipado para homologar no início de fevereiro os acordos de colaboração da Odebrecht. Só faltava ouvir os delatores, para saber se suaram o dedo espontaneamente. Convidou o procurador-geral Rodrigo Janot para uma conversa. Acertou com o chefe do Ministério Público Federal o envio de uma petição requerendo a urgência nas homologações.
Munida da requisição de Janot, Cármen Lúcia autorizou a equipe de Teori a tocar as inquirições dos delatores. O trabalho foi concluído na última sexta-feira. Simultaneamente, a ministra realizou consultas aos colegas. Avaliou que as opiniões contrárias à homologação eram minoritárias. E escorou-se no regimento do Supremo para deliberar sozinha sobre a matéria, tratando-a com a urgência que a conjuntura requer. Fez isso um dia antes do encerramento do recesso do Judiciário. As férias terminam nesta terça-feira (31). Tomou um cuidado adicional: manteve o sigilo das delações.
A preservação do segredo, recebida com alívio no Planalto e no Congresso, pode ser inócua. Logo começarão os vazamentos dos trechos que ainda não chegaram ao noticiário. Mas Cármen Lúcia livrou-se de críticas, porque manteve o formato das decisões tomadas anteriormente pelo próprio Teori. O antigo relator só levantava o sigilo dos acordos de colaboração depois que a Procuradoria da República requisitava a abertura de inquéritos na Suprema Corte.
Com o aval de Cármen Lúcia, o Ministério Público pode dar sequência às investigações, equipando-se para processar e punir os envolvidos. Parte do material será enviada para Curitiba, onde são moídos os investigados que não dispõem do foro privilegiado do Supremo. A conjuntura intimava Cármen Lúcia a agir com destemor. E a ministra preferiu não transferir a tarefa para Deus.

NO O ANTAGONISTA
Os piores nomes
Brasil 31.01.17 08:05
Gilmar Mendes merece uma estátua.
Ao impedir a posse de Lula na Casa Civil, ele salvou a Lava Jato e o Brasil.
Desde o impeachment de Dilma Rousseff, porém, ele vem atacando o trabalho dos procuradores que investigam o PSDB. Por esse motivo, ele é a pessoa errada para relatar a Lava Jato. Pior do que ele, só os petistas Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.
O novo relator da Lava Jato quase certamente será um deles, escolhido por sorteio.
Demos azar.
PF nas ruas de Pernambuco
Brasil 31.01.17 08:22
A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou nesta manhã a Operação Vórtex, um desmembramento da Operação Turbulência: 30 policiais federais estão cumprindo 10 ordens judiciais, sendo 6 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de condução coercitiva.
Ao analisar as contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas utilizadas para a compra do avião que caiu com Eduardo Campos, em 2014, os investigadores suspeitaram de corrupção, direcionamento de licitação e lavagem de dinheiro.
Uma das empresas que ajudou a pagar a aeronave possui contratos milionários com o governo de Pernambuco e suas doações a campanhas políticas aumentaram de forma exponencial nos últimos anos, notadamente para o PSB e para candidatos apoiados pelo ex-governador.
"A grande sacanagem"
Brasil 31.01.17 07:15
Eike Batista vai prestar depoimento hoje à tarde.
O Estadão recuperou seu depoimento precedente, de maio de 2016, quando ele denunciou Guido Mantega e falou pela primeira vez sobre a necessidade de se "passar o Brasil a limpo".
Na ocasião, ele incitou a Lava Jato a investigar "a grande sacanagem" do BNDES.
Ele disse:
"O dinheiro do BNDES deve ser investido, então a minha crítica, sinceramente, olhe para os outros que não deram seus avais pessoais, que aí é que está a grande sacanagem. Vocês estão passando o Brasil a limpo, por favor, essa é uma área crítica, porque é fácil, né? Você bota o que quiser, uma fazenda que não vale nada, o cara avalia por um trilhão de dólares, é fácil, né?"
José Carlos Bumlai deu suas fazendas como garantia para empréstimos impagáveis do BNDES. E mais: José Carlos Bumlai foi contratado por Eike Batista, juntamente com Lula, para obter contratos da Sete Brasil.
Eike Batista, se quiser, pode denunciar a "grande sacanagem" do BNDES - e do comandante máximo da ORCRIM.
Como assim, Michel Temer?
Brasil 30.01.17 21:59
Eliseu Padilha foi escalado por Michel Temer para fazer a triagem dos candidatos a ministro do Supremo, diz a Época.
Como assim?
Padilha está enrolado na Lava Jato e vai participar da escolha do juiz que pode vir a julgá-lo?
Gilmar Mendes vai ajudar na triagem.
Como assim?
O favorito de Mendes é Ives Gandra Martins Filho, que dá aulas na faculdade de Mendes em Brasília. Isso não é conflito de interesses?

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