PRIMEIRA EDIÇÃO DE 17-11-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 17 DE NOVEMBRO DE 2016
Os Estados Unidos podem ter vetado a venda ao governo da Nigéria de ao menos 10 aviões A-29 Super Tucanos, produzidos em parceria da Embraer com a americana Sierra Nevada. As aeronaves, consideradas de ataque leve, seriam utilizadas no combate a terroristas do grupo Boko Haram. O veto americano é atribuído às acusações de desrespeito sistemático dos direitos humanos por militares nigerianos.
Em 2015, os EUA impediram compra de helicópteros de combate pela Nigéria de Israel pela mesma razão: “desrespeito de direitos humanos”.
A Leahy Law proíbe os EUA de fornecerem material bélico a países onde os direitos humanos não são integralmente respeitados.
A Embraer informou que não comenta “vendas não concretizadas” e classifica quaisquer informações sobre o caso como “especulativas”.
A Embraer e a Sierra Nevada venderam vinte Super Tucanos ao governo do Afeganistão por R$ 1,5 bilhão, em 2013.
Mesmo em situação falimentar, como na crise atual, União, Estados e Municípios são impedidos de demitir servidores, ainda que não sejam necessários. O artigo 41 da Constituição lhes garante estabilidade. Por essa razão, apenas 5.659 foram punidos com desligamento em todo o Pais, entre os anos de 2003 e 2015. Em média, foi uma demissão por município em 13 anos, após processos que se arrastam durante anos.
No DF, cuja pindaíba não é das piores, o governo entrega 77% de toda a receita a 7% da população (221 mil servidores, inclusive inativos).
Se os gastos com servidores ultrapassar o “limite prudencial”, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) autoriza demissões, até recuar do limite.
A estimativa, no Planalto, é que a maioria dos Estados e Municípios já atingiu o chamado “limite prudencial” nos gastos com pessoal.
A Polícia Federal – diz a revista Época – pediu a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal, que vergonha, mas o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, nega ser investigado.
O Senado não tem pressa para votar logo a PEC do Teto de Gastos, mas anunciou votação vapt-vupt um novo projeto de “repatriação” de recursos ilegais de brasileiros no exterior.
Bomba na internet a mobilização para o início da campanha “Fora, Renan”, domingo, às 9h, em Maceió, na frente da casa do presidente do Senado, no mesmo padrão do “Fora, Dilma” e do “Fora, Cunha”.
No exato momento em que cerca de setenta pessoas quebraram portas de vidro e invadiram o plenário, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tratava com líderes partidários da anistia ao “Caixa 2” de políticos.
Ao contrário dos “movimentos sociais” e sindicalistas, que invadem, depredam, bloqueiam, pintam e bordam, os invasores da Câmara, ontem, “de direita”, foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional.
Invasores do colégio Dom Pedro II, no Rio, anunciaram a exibição, nesta sexta-feira, 17, do filme “Azul é a cor mais quente” para os adolescentes. O filme contém cenas de sexo e de uso de drogas explícitos.
Os jornalões descobriram o que os leitores desta coluna sabem há meses. O deputado Jair Bolsonaro (RJ) prepara seu desembarque do Partido Social Cristão (PSC). Ele quer um partido para chamar de seu.
Na violência de invasões a prédios públicos, a escolas e até a casas legislativas, o Brasil assiste, à direita e à esquerda, demonstrações reiteradas de intolerância e, sobretudo, de ignorância política.
...pelos abusos e desrespeito aos direitos de quem quer aprender e ensinar, os gastões anti-PEC do Teto, que invadem escolas, atuam como vigorosos cabos eleitorais de Jair Bolsonaro para presidente.

NO DIÁRIO DO PODER
OPERAÇÃO CALICUTE
POLÍCIA FEDERAL PRENDE O EX-GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL, NO RIO
CABRAL FOI PRESO POR VOLTA DAS 6H, EM SUA CASA, NO LEBLON
Publicado: quinta-feira,17 de novembro de 2016 às 06:59 - Atualizado às 07:02
Redação
O ex-governador Sérgio Cabral foi preso preventivamente, no início da manhã desta quinta-feira (17). Agentes da Polícia Federal cumprem, ao todo, 38 mandados de busca e apreensão, oito de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 14 conduções coercitivas, uma delas contra a ex-primeira-dama Adriana Anselmo.
Cabral foi preso por volta das 6h, em sua casa, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele é acusado de cobrança de propina em contratos com o poder público, como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano.
Além de Cabral, a polícia também busca cumprir mandados de prisão preventiva contra o ex-secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos, e do ex-secretário de obras, Hudson Braga.
Batizada de “Calicute”, a operação se baseia na delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia. Esta segunda comprovou o pagamento de mais de R$ 176 milhões para o grupo liderado pelo ex-governador.

DUELO POR IMPEACHMENT
GILMAR MENDES E LEWANDOWSKI BATEM BOCA DURANTE SESSÃO DO SUPREMO
'VOSSA EXCELÊNCIA, POR FAVOR, ME ESQUEÇA!', PEDIU LEWANDOWSKI
Publicado: quarta-feira,16 de novembro de 2016 às 18:53 - Atualizado às 19:54
Redação
Quase três meses depois da conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski bateram boca durante a sessão plenária da tarde desta quarta-feira, 16.
A troca de farpas entre os dois ocorreu durante um julgamento sobre a incidência de contribuição previdenciária sobre adicional noturno, de insalubridade e terço de férias. Diante de um caso com grandes implicações para as finanças públicas, o ministro Gilmar Mendes decidiu pedir vista, mesmo depois de ter declarado voto favorável à incidência da contribuição previdenciária nesses casos.
O pedido de vista de Gilmar Mendes foi questionado pelo ministro Lewandowski, que considerou a postura do colega “inusitada”.
“Perdão, pela ordem, o ministro Gilmar Mendes já não havia votado? Tenho a impressão de que acompanhou a divergência. Sua Excelência está abrindo mão do voto já proferido?”, indagou Lewandowski, que votou contra a contribuição previdenciária nesses casos. “Data vênia, um pouco inusitado isso (pedir vista mesmo depois de ter votado)”, acrescentou Lewandowski.
Gilmar rebateu, logo em seguida: “Enquanto eu estiver aqui, posso fazer. Vossa Excelência fez coisa mais heterodoxa. Basta ver o que Vossa Excelência fez no Senado.”
A votação fatiada do impeachment de Dilma já foi duramente criticada por Gilmar, que considerou o formato da votação algo, "no mínimo, bizarro”, que “não passa na prova dos 9 do jardim de infância do Direito Constitucional”. O Senado cassou o mandato de Dilma, mas manteve o direito da petista de exercer funções públicas.
Diante da crítica de Gilmar à forma como conduziu o processo final de impeachment de Dilma, Lewandowski rebateu: “No Senado? Basta ver o que Vossa Excelência faz diariamente nos jornais, é uma atitude absolutamente, a meu ver, incompatível”.
Lewandowski também disse que “graças a Deus”, não segue o exemplo de Gilmar Mendes em matéria de heterodoxia. “E faço disso ponto de honra!”, ressaltou Lewandowski.
Gilmar Mendes retrucou o ministro, observando que fala os jornais para “reparar os absurdos” cometidos por Lewandowski.
“Absurdos, não! Vossa Excelência retire o que disse. Vossa Excelência está faltando com o decoro, não é de hoje! Eu repilo, repilo, qualquer... Vossa Excelência, por favor, me esqueça!”, pediu Lewandowski.
Depois de Gilmar Mendes avisar que não retirava o que havia dito, Lewandowski falou: “Vossa Excelência está faltando com o decoro que essa Corte merece”.
Julgamento 
Enquanto os ministros batiam boca, Cármen proferiu o resultado parcial do julgamento – seis ministros do STF já acompanharam o voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso, no sentido de que não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do servidor público.
A favor da contribuição previdenciária se manifestaram os ministros Teori Zavascki, Dias Toffoli e Marco Aurélio. Gilmar Mendes acompanhou a divergência, mas pediu vista depois.
Ao final da sessão, Lewandowski minimizou o episódio. “Não houve discussão, foi só uma troca de ideias”, disse o ministro. Segundo Lewandowski, a discussão não vai interferir na dinâmica do STF. (AE)

OPERAÇÃO CHEQUINHO
MINISTRA LUCIANA LÓSSIO, DO TSE, NEGA HABEAS CORPUS A GAROTINHO
ELA CONSIDEROU QUE O PEDIDO DEVE SER ANALISADO, ANTES, NO TRE-RJ
Publicado: quinta-feira,17 de novembro de 2016 às 00:50
Redação
A ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou, na noite desta quarta-feira (16), um pedido de liberdade apresentado pela defesa do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR). O político foi preso preventivamente pela Polícia Federal. Garotinho é acusado de compra de voto, associação criminosa e coação. 
Ele foi alvo da Operação Chequinho, que apura fraudes no programa 'Cheque Cidadão'. A ação foi autorizada pela Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes, cidade considerada o reduto eleitoral do ex-governador, a 270 km da capital fluminense. Garotinho é secretário de Governo da cidade. A mulher dele, Rosinha, é prefeita. 
Na decisão desta noite, a ministra do TSE alegou "supressão de instância" e entendeu que o habeas corpus deve ser analisado primeiramente pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado. 
De acordo com as investigações, eleitores eram inscritos no programa que dá R$ 200 por mês a famílias de baixa renda. Os advogados do ex-governador sustentam que a "prisão é arbitrária, ilegal e baseada em fatos que não ocorreram".
"A prisão a qual está submetido o ex-governador é abusiva e ilegal e decorre de sua constante denúncia de abusos de maus tratos a pessoas presas ilegalmente naquela comarca. Estas denúncias de abuso foram dirigidas à Corregedoria da Polícia Federal e ao juiz, que nenhuma providência tomou", diz nota da defesa.

LAVA JATO
PGR DENUNCIA CIRO NOGUEIRA POR CORRUPÇÃO PASSIVA E LAVAGEM DE DINHEIRO
ELE É ACUSADO DE SOLICITAR E RECEBER PROPINA DE R$2 MILHÕES DA UTC
Publicado: quinta-feira,17 de novembro de 2016 às 07:31
Redação
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente do Partido Progressista, senador Ciro Nogueira (PP-PI), ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. A PGR acusa o parlamentar de solicitar e receber propina no valor de R$2 milhões da UTC Engenharia. Segundo a denúncia, Nogueira fazia parte do grupo de liderança do PP que participava do esquema de corrupção relacionado à Diretoria de Abastecimento da Petrobras.
Após a defesa de Nogueira ser apresentada, o relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, decidirá se aceita a ação penal contra Ciro Nogueira, o que o tornaria réu na Lava Jato. Segundo a denúncia, o pedido de propina de Nogueira foi relatado no acordo de delação premiada do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, e confirmado por provas incluídas na denúncia. Ele teria recebido diversas remessas de dinheiro em troca de promessas de favorecer a empreiteira em obras públicas de responsabilidade do Ministério das Cidades.
A denúncia oferecida pela PGR pede a condenação de Pessoa pelo crime de corrupção ativa e dos outros envolvidos, incluindo o senador Ciro Nogueira, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Janot também quer a decretação da perda em favor da União dos bens e valores objeto de lavagem de dinheiro no valor de R$2 milhões e mais a reparação dos danos materiais e morais no mesmo valor. Pede ainda a decretação da perda da função pública para os condenados detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo.
De acordo com a acusação, entre fevereiro e março de 2014, o valor de R$1,4 milhão foi entregue na residência do senador, diretamente a um de seus auxiliares, Fernando Mesquita de Carvalho Filho, também acusado na denúncia. O dinheiro em espécie teria sido repassado por Alberto Youssef, que gerenciava a contabilidade paralela da empreiteira.
Segundo as investigações, a outra parte da propina, no valor de R$475 mil, foi paga entre agosto e dezembro de 2014, por meio de contrato fictício de prestação de serviços advocatícios entre a UTC Engenharia e o escritório Hughes & Hughes Advogados Associados, representado por Fernando de Oliveira Hughes Filho, acusado na denúncia juntamente com o advogado Sidney Sá das Neves.
A PGR também sustenta que, ao longo de 2014, Nogueira recebeu pelo menos o valor de R$1.640.000 em espécie e posteriormente depositou ou recebeu depósitos de parte dessa quantia de forma pulverizada em suas contas bancárias pessoais, como estratégia para evitar a identificação dos depositantes e a comunicação das operações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), o que acabou de fato ocorrendo. Procurada, a assessoria do parlamentar não quis se pronunciar sobre o caso. (AE)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Editorial do Estadão: O golpe de Lula da Silva
O ex-presidente sugeriu a existência de influências externas para o fato de os partidos e candidatos esquerdistas terem sido repudiados nas urnas no mês passado
Por: Augusto Nunes 
Quinta-feira, 17/11/2016 às 7:11
O Estado brasileiro é ilegítimo, está a serviço de interesses estrangeiros e por isso não tem moral nem autoridade para julgar e botar na cadeia Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é a tese implicitamente defendida há dias pelo antigo ídolo do ABC paulista, em encontro de partidos e movimentos de esquerda: “Estamos na hora de costurar uma coisa maior, mais sólida. Não é um partido, não é uma frente, é um movimento para restaurar a democracia”. Ora, se algo precisa ser restaurado é porque foi desfigurado, deturpado. Sendo assim, as instituições brasileiras não têm legitimidade para julgar e condenar quem quer que seja, muito menos um campeão das causas populares que ensinou ao mundo como combater a fome e acabou com a miséria.
O palco para o grande “evento democrático” em solidariedade ao Movimento dos Sem-Terra (MST) em Guararema (SP) foi armado na Escola Nacional Florestan Fernandes, criada pelo MST para formar militantes políticos. A escola havia sido vítima da “truculência policial”. Participaram do encontro representantes do PT, PCdoB, PSOL e PSTU, além de movimentos sociais e organizações sindicais. Animado por manifestações de devotado apoio – que só tem visto em ambientes selecionados –, Lula sugeriu a existência de influências externas para o fato de os partidos e candidatos esquerdistas terem sido repudiados nas urnas no mês passado: “Tem muita coisa que está acontecendo que não é da cabeça do Temer nem do Eduardo Cunha. Tem muito mais cabeças se metendo, como se meteram na Argentina, Uruguai, Bolívia”.
Está clara, pois, a estratégia de Lula na tentativa de afastar o risco cada vez mais próximo de ser condenado em um dos processos em que é réu por corrupção. A Lava Jato e operações congêneres não passam de instrumentos de perseguição do PT e seus dirigentes. E esta é apenas uma das manifestações da ampla conspiração do capital financeiro internacional para acabar com as lideranças “progressistas” do País e se apossar do mercado interno e de nossas riquezas naturais.
É claro ademais que, uma vez não sendo mais o Brasil uma democracia, fica fácil compreender como e por que a “nova matriz econômica” dos governos petistas foi sabotada pelo mercado; como é que alguém como Eduardo Cunha conseguiu se tornar presidente da Câmara depois da vitória de Dilma no pleito presidencial de 2014; como é que “a maior base parlamentar da História da República” se dissolveu num piscar de olhos e todas as propostas progressistas de Dilma passaram a ser rejeitadas; como é que, de uma hora para outra, o partido mais popular do País foi massacrado nas urnas municipais. É óbvio que tudo isso só aconteceu porque os inimigos do povo acabaram com a democracia no Brasil. Com o apoio da esquerda internacional, é preciso “restaurar a democracia” entre nós, como espertamente defende Lula da Silva. Sobre os desmandos administrativos, o desmanche da economia e a corrupção patrocinados pelo lulopetismo, nenhuma palavra.
O aceno à esquerda internacional tem a intenção de explorar o que resta do prestígio do ex-presidente no exterior e capitalizá-lo na forma de manifestações de solidariedade que criem um clima favorável para que, em caso de condenação, Lula obtenha asilo político em algum país amigo. Há quem defenda a ideia de que seriam politicamente proveitosas a condenação e a prisão de Lula, pois, sob protestos dos progressistas do mundo inteiro, criariam um grande mártir cuja imagem atrás das grades motivaria uma reação perfeita para reconquistar apoio popular.
Essa ideia, porém, só pode passar pela cabeça de quem não conhece o apego que Lula e sua família sempre tiveram às conquistas do alpinismo social e econômico. Lula até topa virar mártir, desde que confortavelmente instalado em algum aprazível recanto do mundo, do qual possa se deslocar para atender, a bom preço, a governos e instituições que se interessem por detalhes de como acabou com a fome e a pobreza no Brasil. Quem quiser que acredite. Porque o que Lula está armando mesmo é um golpe para chamar de seu.

NO BLOG DO JOSIAS
Defesa de Claudia Cruz amarra corda no pescoço do seu marido Eduardo Cunha
Josias de Souza
Quinta-feira, 17/11/2016 03:28
Nenhum outro acusado da Lava Jato se defendeu tão mal tão bem quanto a mulher de Eduardo Cunha, Claudia Cruz. Intimada, compareceu à audiência com Sérgio Moro. De saída, informou que não responderia senão às perguntas formuladas por seu advogado. Foi ensaiada para o papel de dondoca alienada, capaz de torrar US$1 milhão em compras de luxo, como apontado nos autos, sem se preocupar com a origem do dinheiro. Com sua defesa, conseguiu provar apenas que é uma ré indefesa. E ainda amarrou uma corda no pescoço do marido, hospedado no PF’s Inn de Curitiba.
Acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Claudia Cruz disse que não sabia que seu supercartão de crédito estava vinculado a uma conta secreta no estrangeiro. Espanto! Só acordou para a existência da conta quando ela foi bloqueada pela Justiça, em 2015. Pasmo!! Sim, é verdade, assinou “vários papéis.” Entretanto, “se era de um cartão ou de uma conta, eu não sei.” Estupefação!!! Quem lhe deu os documentos para assinar? “Meu marido.” Hummmmm…
A certa altura, o advogado quis saber se Claudia, como jornalista, não teve a curiosidade de perguntar ao marido de onde vinha tanto dinheiro. E ela: “Veja bem, em casa eu não era jornalista, eu era a Claudia e ele meu marido. Eu era mãe dos filhos e ali não tinha ninguém fazendo entrevistas ou perguntando, nem nada. Eu era apenas esposa e mãe.” O doutor caprichou na cena: E a senhora acreditava nisso? Esposa de mostruário, Claudia sapecou: “Sim, eu não tenho motivo para desconfiar.”
Em algum momento, a defesa rota de madame irá cruzar com as alegações esfarrapadas de Cunha. Mesmo depois de preso, o marido-provedor sustenta a versão segundo a qual não possui propriamente contas no exterior. É um mero beneficiário de aplicações feitas em seu nome por um trust, organização que gere o patrimônio de terceiros. Não recebeu verba suja da Petrobras. Não, não. Absolutamente! Fez fortuna no comércio exterior e no mercado financeiro. Decerto incluirá nas alegações finais a última do papagaio.
Sempre que o noticiário o acusava de corrupção, “o Eduardo ficava muito bravo, com muita raiva, socava a mesa, e eu, idem”, disse a esposa modelo na audiência convocada por Moro. “Nesses momentos, ele sempre repetia: o meu dinheiro é lícito.” Em franco processo de autocombustão, Claudia Cruz deixou as autoridades em dúvida. Não sabem se ela é uma inocente culpada ou uma culpada inocente. Mas uma coisa é certa: ficou demonstrado que o cônjuge é o verdadeiro sexo oposto. Aproximou o marido da forca. Fez isso por falta de opção.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quinta-feira, 17 de novembro de 2016
STJ e TRE mantêm prisão de Garotinho por crime eleitoral, e Lava Jato prende Cabral por corrupção
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Bem que o Garotinho avisou que ainda levaria um bombom para o Cabralzinho na cadeia. Agora, os dois ex-governadores do Rio de Janeiro poderão dividir o docinho, encarcerados. Um dia depois da prisão de Anthony Garotinho por crime eleitoral, a Lava Jato faz o mesmo com Sérgio Cabral Filho. Uma parceria entre os juízes Federais Sérgio Moro (Curitiba) e Marcelo Bretas (Rio de Janeiro) enjaulou preventivamente a turma do Cabralzinho. Já Garotinho foi alvo do juiz Glaucenir Silva de Oliveira, que atua na 100ª Zona eleitoral em Campos dos Goytacazes. O Brasil está mudando?! Tomara que sim...
Uma medida dura contra Cabral era previsível. O ex-governador foi acusado de liderar um grupo que desviou R$ 224 milhões em contratos com diversas empreiteiras. A delações premiadas da Andrade Gutierres e da Carioca Engenharia foram fatais. Além de Cabral, a Justiça Federal mandou prender o ex-secretário de Governo Wilson Carlos, o ex-secretário de Obras Hudson Braga, o ex-assessor do governador Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, o Carlinhos, ex-marido de uma prima de Cabral. Quem escapou foi a ex-primeira-dama e ex-esposa Adriana Ancelmo. A advogada, no entanto, foi alvo de condução coercitiva para prestar depoimento na Polícia Federal, sendo liberada logo em seguida.
Já Garotinho ficará hospedado no presídio Frederico Marques, unidade no Complexo Penitenciário de Bangu. O lugar tem condições ambulatoriais para cuidar do quadro de desidratação e hipertensão do ex-governador e atual Secretário de Governo de Campos. Ontem, Garotinho teve de ser atendido no Hospital Municipal Souza Aguiar, depois que passou mal na Superintendência da Polícia Federal. Atual Secretário de Governo de Campos, Garotinho foi acusado de comandar esquema de corrupção eleitoral na cidade administrada por sua mulher (prefeita Rosinha Garotinho), com o uso do Cheque Cidadão, benefício que prevê pagamento mensal à população de baixa renda. O ex-governador também foi acusado de coação de testemunhas.
O juiz Glaucenir Silva de Oliveira justificou a prisão, ratificada pelo Tribunal Regional Eleitoral e pelo Superior Tribunal de Justiça (que negaram recursos da defesa), demonstrando que Garotinho usava seu poder na Prefeitura e na mídia para, cotidianamente, criticar e execrar todos os que, de alguma forma, se insurjam contra os seus comandos, incluindo autoridades políticas, policiais, membros do Ministério Público e do Judiciário. O magistrado decretou a prisão preventiva para impedir que Garotinho continue usando os meios de comunicação que domina em Campos para causar estado de temor e insegurança jurídica.
As prisões de Cabral e Garotinho, com o Rio de Janeiro explodindo em crise de falência e violência, terão eco em outros Estados e Municípios onde os corruptos ainda deitam e rolam, porém apertadinhos com o "Efeito Lava Jato" que mexe com os brios de magistrados, membros do ministério público e investigadores federais. 
Bem que Garotinho ironizou tempos atrás: "Quando o Sérgio Cabral for preso, eu vou visitá-lo na cadeia. E vou levar um bombom Garoto".
Agora, a recíproca também pode ser verdadeira... Basta que os amigos patrocinem a iguaria para ambos ex-governadores que, com administrações desastrosas, colaboraram para a destruição financeira e desmoralização do Estado do Rio de Janeiro.
O que será que o ilustríssimo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, amigo de ambos, está achando sobre essas prisões de ex-governadores?
Pouco importa... O fundamental é que o Presidente Michel Temer repita bobagens como alegar que prisões de políticos corruptos venha a gerar instabilidade, afetando uma governabilidade que não existe há muito tempo no Brasil dominado pelo Crime Institucionalizado.
(...)

NO O ANTAGONISTA
A suspeita de Onyx
Brasil 17.11.16 10:58
Onyx Lorenzoni, relator das 'Dez Medidas', a O Antagonista:
"Tem que ver com os líderes partidários o que houve. Teve orientação. Estavam querendo forçar a anistia. Estou suspeitando disso."
Sem quórum, sem quórum...
Brasil 17.11.16 10:40
PEC do foro privilegiado ontem, no Senado? Cancelado.
'Dez Medidas' hoje, na Câmara? Cancelado.
O HOMEM DA MALA DE CABRAL
Brasil 17.11.16 10:41
Vários delatores confirmaram que Carlos Miranda era o "homem da mala" de Sérgio Cabral. Amigo de infância e primo de Adriana Anselmo, Miranda tinha acesso livre ao gabinete de Cabral no Palácio da Guanabara.
Pagamentos até 2016
Brasil 17.11.16 10:41
A procurador Athayde Ribeiro Costa diz que Sérgio Cabral continuou recebendo propina mesmo após a deflagração da Lava Jato. "Há pagamentos em 2015 e até em 2016."
Cabral não tinha medo.
Oi, Eike, Braskem: todos pagaram a mulher de Sérgio Cabral
Brasil 17.11.16 10:24
Os pagamentos para a empresa de Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, estão sendo investigados pela Lava Jato.
Lauro Jardim listou alguns deles.
Do Metrô Rio, ela recebeu R$ 1.950.790,96.
Da CEG, R$ 865.653,53.
Da Oi, R$10.563.724,23.
Da Light, R$ 3.598.825,28.
Do Banco Schahin, R$ 726.565,64.
Da EBX de Eike Batista, R$ 1.000.000,00.
Da Braskem, R$ 2.121.763,94.
Da Fecomércio, R$13.025.183,26.
A MESADA DE SÉRGIO CABRAL
Brasil 17.11.16 10:22
O procurador Lauro Coelho Júnior, da Lava Jato no Rio, explica que Sérgio Cabral recebia uma mesada mensal das empreiteiras que fechavam contratos com o governo do Rio de Janeiro.
Cabral chegou a embolsar R$ 500 mil por mês.
"AMEALHARAM UMA FORTUNA IMENSA"
Brasil 17.11.16 10:15
A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba diz que "integrantes da organização criminosa de Sérgio Cabral amealharam e lavaram fortuna imensa, inclusive mediante a aquisição de bens de luxo".
Ao todo, foram pagos a título de propina R$ 224 milhões.
"O desdobramento das investigações da Operação Lava jato em Curitiba revelou a ocorrência de crimes de corrupção, consistentes no pagamento de vantagens indevidas a Sérgio Cabral, em decorrência do contrato celebrado entre a Andrade Gutierrez e a Petrobras, relativamente às obras de terraplanagem no Comperj."
Só nessa obra, Cabral embolsou R$ 2,7 milhões entre 2007 e 2011, da Andrade Gutierrez, por meio de "entregas de dinheiro em espécie, realizadas por executivos da empresa" para emissários do então governador.
"Há evidências da prática do crime de lavagem de dinheiro. A investigação apurou, por exemplo, que apenas dois investigados, entre os anos de 2009 e 2015, efetuaram pagamentos em espécie, de diversos produtos e serviços."
Oxigênio de Bangu
Brasil 17.11.16 09:55
Sérgio Cabral vai respirar o mesmo oxigênio que os traficantes cariocas, no Complexo de Bangu, diz Lauro Jardim.
Ele não será mandado para Curitiba.
​“A República está caindo”
Brasil 17.11.16 09:53
Rosinha Garotinho foi para o contra-ataque depois da prisão de Garotinho.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, disse que a prisão do marido é “retaliação porque ele entregou na PGR um documento com mais de mil páginas com provas” contra Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani, e o ex-presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Zveiter.
Disse ainda que a "República está caindo".
Ao menos, Garotinho já caiu.
Pacote salva-Cabral?
Brasil 17.11.16 09:42
Os deputados vão aprovar o pacote salva-ORCRIM algumas horas depois da prisão de Sérgio Cabral?
E os brasileiros vão ficar calados?
Não, não vão.
CABRAL É ALVO DE DUAS OPERAÇÕES
Brasil 17.11.16 08:54
Como dissemos mais cedo, Sérgio Cabral foi alvo de dois mandados de prisão: um de Curitiba e outro do Rio de Janeiro. Na verdade, foram deflagradas duas operações: Descobridor (37ª da Lava Jato) e Calicute (MPF do Rio).
Há 17 mandados em comum entre as duas operações.
Temer enterra a Lava Jato
Brasil 17.11.16 08:29
Michel Temer, codinome “Sem Medo”, está com medo da Odebrecht.
A prova disso é que se envolveu pessoalmente no golpe para enterrar a Lava Jato.
De acordo com a Folha de S. Paulo, ele até já preparou o discurso para justificar o golpe:
“O presidente Michel Temer está convencido de que a repercussão da anistia ao Caixa Dois será bastante negativa diante da opinião pública, mas já sabe qual discurso adotar caso os parlamentares consigam aprovar a medida.
Dirá que é preciso respeitar um princípio básico do Direito que estabelece que, quando uma pena é criada, não pode retroagir contra o réu. Dessa forma, após consultar diversos advogados sobre o assunto, Temer vai endossar a ideia de que é preciso punir daqui para a frente, e não o que já passou”.
As penas contra lavagem de dinheiro e corrupção não estão sendo criadas agora. Mas o Congresso Nacional quer retroagir e cancelá-las junto com o Caixa Dois.
O Antagonista endossa a ideia de que Michel Temer já passou.
Paes não sabia, claro
Brasil 17.11.16 08:12
Quando era prefeito, Eduardo Paes recebeu secretamente Fernando Cavendish na residência oficial.
Mas Eduardo Paes nunca soube de nada, claro.
Cabral respirava propina
Brasil 17.11.16 08:10
No esquema criminoso de Sérgio Cabral, propina era chamada de "oxigênio".
De acordo com O Globo, "era assim que o ex-secretário estadual de Obras, Hudson Braga tratava o suborno exigido das empresas nos grandes contratos de obras".
O MPF descobriu que 7% do valor total das obras eram destinados ao pagamento de propina. Destes, 5% iam para Cabral, 1% para Braga e 1% para conselheiros do Tribunal de Contas do Rio. O dinheiro, claro, era pago em espécie. 
Paes não sabia, claro
Brasil 17.11.16 08:12
Quando era prefeito, Eduardo Paes recebeu secretamente Fernando Cavendish na residência oficial.
Mas Eduardo Paes nunca soube de nada, claro.
CONGRESSO QUER ANISTIAR LAVAGEM E CORRUPÇÃO
Brasil 17.11.16 08:00
Enquanto a PF prende Sérgio Cabral, os outros membros da ORCRIM se preparam para enterrar a Lava Jato no Congresso Nacional.
Não se trata apenas de anistiar o Caixa Dois. Segundo a Folha de S. Paulo, a bandidagem quer também anistiar a lavagem de dinheiro e a corrupção:
“Ainda não houve consenso sobre o texto final da anistia. Grande parte dos deputados defende que na proposta de criminalização explícita do Caixa Dois eleitoral haja uma emenda explícita que passe uma borracha nos crimes passados e que vede a possibilidade de o Judiciário enquadrar a prática em outros crimes, como corrupção e lavagem de dinheiro."
Mulheres na lavanderia
Brasil 17.11.16 07:15
A mulher de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, não é investigada apenas por ter recebido um anel de 800 mil reais.
A suspeita contra ela é muito pior: a de ter lavado dinheiro por meio do seu escritório de advocacia.
O esquema é conhecido. A mulher de Fernando Pimentel, por exemplo, também é acusada de ter usado uma empresa de fachada para lavar propina destinada a seu marido.
Pimentel também precisa ir em cana
Brasil 17.11.16 06:59
Vamos lá, STF, tire o escudo mineiro de Fernando Pimentel, para ele ir em cana também.
A LAVA JATO NÃO SE RENDE
Brasil 17.11.16 06:53
A PF já prendeu Sérgio Cabral, mas continua revistando seu apartamento, no Leblon.
A foto publicada em O Globo, tirada na porta do prédio de Sérgio Cabral, mostra claramente que a Lava Jato não está disposta a se render aos membros da ORCRIM que, instalados no Congresso Nacional, tentam soltar todos os corruptos.

A MULHER DE CABRAL PERDEU O ANEL
Brasil 17.11.16 06:25
A mulher de Sérgio Cabral, aquela que ganhou um anel de 800 mil reais pagos pelo dono da empreiteira Delta, está sendo levada para depor na delegacia.
Foram expedidos mandados também para outras 14 conduções coercitivas.
Os golpistas das 18 medidas a favor da ORCRIM
Brasil 17.11.16 06:08
Para conseguir aprovar as 18 medidas a favor da ORCRIM, o PT trocou 3 deputados da Comissão de Combate à Corrupção.
“Passaram a ser titulares os deputados José Guimarães, Givaldo Vieira e Zé Geraldo”, diz o Estadão.
- José Guimarães foi delatado por ter recebido propina da Engevix.
- Givaldo Vieira foi citado na Lava Jato porque levou dinheiro sujo da Queiroz Galvão.
- Zé Geraldo foi aquele que acusou Sergio Moro de ser um golpista.
PMDB E PT UNIDOS CONTRA AS 'DEZ MEDIDAS'
Brasil  Quarta-feira,16.11.16 20:16
Deputados do PT, PMDB e PSD querem aprovar um texto alternativo anistiando o Caixa 2 e desfigurando o projeto de iniciativa popular. No caso da anistia, querem usar o partido como biombo do candidato.
A proposta ainda não está clara, mas coisa boa não é.

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