PRIMEIRA EDIÇÃO DE 13-11-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 13 DE NOVEMBRO DE 2016
Nomeado há 13 anos por Lula na direção-geral de Itaipu Binacional, com mandato que expira em maio, o petista Jorge Samek ainda ocupa um dos cargos mais ambicionados da República. O presidente Michel Temer pretendia nomear seu amigo Rodrigo Rocha Loures em lugar de Samek, até por sua qualificação técnica, mas uma “briga de foice” o levou a pedir a partidos aliados um improvável “nome de consenso”.
Rocha Loures já se desfiliou do PMDB, há duas semanas, para cumprir quarentena: lei de Michel Temer proíbe nomear políticos em estatais.
Disputam a direção de Itaipu os ex-deputados Abelardo Lupion (DEM) e Eduardo Sciarra (PSD) e o ex-governador Mário Pereira (PMDB).
Samek arruma gavetas às vésperas do presente de Natal: na produção de energia, vai superar a chinesa Três Gargantas, a maior do Planeta.
Por volta de 24 de dezembro, a produção acumulada de energia em Itaipu, este ano, vai ultrapassar a marca de 100 milhões de MWh.
O governo já pagou R$ 598,6 milhões em diárias este ano. A bolada foi dividida por mais de 192 mil pessoas, a grande maioria de funcionários públicos, que, ao contrário dos mais de 12 milhões de desempregados, não sentem a crise econômica que assola a economia. Cerca de R$ 136 milhões (22% do total) não possui detalhamento do gasto. Tudo é mantido como sigiloso para garantir a “segurança da sociedade”.TOP 10
A Saúde, via Agência de Vigilância Sanitária, lidera a lista dos diaristas. Os 10 maiores gastões levaram, em média, R$ 118,5 mil só em 2016.
Bernardo Vertamatti, do Ministério de Ciência e Tecnologia, é campeão de diárias nos governos do PT. Recebeu R$ 975,6 mil de 2004 a 2015.
Em 2010, último ano de Lula na Presidência, o governo petista gastou mais de R$ 1,5 bilhão em diárias (valores atualizados pela inflação).
A CPI da Funai pretende focar em laudos forjados para conceder reservas indígenas, o que prejudicou a agricultura brasileira. Os petistas, beneficiados com as falcatruas, estão desesperados.
O rombo nas contas públicas que o governo Dilma legou ao País é de R$170 bilhões ao ano. Só o reajuste para 8 carreiras do serviço público aprovado no Senado em julho, representa cerca de 25% desse rombo.
O deputado Hussein Bakri (PSD) leva muito a sério sua presidência na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná, mas na hora da descontração ele se revela o mais perfeito imitador Lula.
Ao contrário do brasileiro, o americano não é obrigado a votar e mesmo assim, 126 milhões de eleitores foram às urnas. Aqui, este ano, mais de 20% dos 144 milhões de eleitores não votaram ou anularam o votos.
Presidente da Ajufe, a associação de juízes federais, Roberto Veloso lembra que foro privilegiado só existe no Brasil. “São 22 mil cargos. O Supremo não tem estrutura para tantos nomes, nem essa vocação.”
Sem ter muito o que fazer, o ex-ministro Henrique Alves tem ido ao Congresso. Dias atrás trocou figurinhas com o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), outro investigado na Lava Jato.
Paulinho da Força (SD-SP), está confiante em uma candidatura do “centrão” a presidente da Câmara: “Se lançarmos só um candidato, acredito que ele será eleito”. Na última eleição, quatro concorreram.
De janeiro a outubro, o senador João Capiberibe (PSB-AP) solicitou R$121,52 mil de ressarcimento de despesas com “locomoção, hospedagem, alimentação, combustíveis”.
O que mais fez bem ao Brasil, a queda de Dilma ou a demissão de Dunga?

NO BLOG DO JOSIAS
Cerco de políticos à Lava Jato é suprapartidário
Josias de Souza
Domingo, 13/11/2016 04:29
Acompanhar a atividade política no Brasil tornou-se um desafio. Sabe-se que há políticos piores e melhores. Entretanto, é mais difícil discernir uns dos outros. Os gatunos ficaram ainda mais pardos depois que a política virou apenas mais um departamento da Construtora Odebrecht —o ‘Departamento de Negócios Estruturados’, eufemismo para setor de propinas. A conspiração legislativa contra a Lava Jato, que era envergonhada, desinibiu-se. Cresce na proporção direta do avanço dos depoimentos resultantes do acordo de delação premiada dos executivos da maior construtora do País.
O cerco à investigação é suprapartidário. Envolve também o governo. Michel Temer faz juras de amor à força-tarefa de Curitiba. Mas o Planalto comporta-se como uma espécie de São Jorge que sai para salvar a donzela e acaba casando com o dragão. O esforço para “estancar a sangria” faz lembrar a sucessão de investidas de políticos italianos contra a Operação Mãos Limpas, que foi deflagrada em 1992 e desnudou as relações orgânicas e promíscuas do sistema político da Itália com empresas e o crime organizado.
No Congresso brasileiro, trama-se aprovar uma anistia para todos os políticos que receberam dinheiro ilegalmente via Caixa Dois. Participam da articulação os principais partidos. Entre eles, por exemplo, PMDB, PT, PSDB, DEM, PP e PR. A ideia é enganchar a emenda da anistia na proposta de criminalização do Caixa Dois que integra o pacote de medidas anticorrupção embrulhado pelos procuradores da Lava Jato. Alega-se que o uso de caixa clandestino é disseminado na política. Sustenta-se, de resto, que não se pode criminalizar a todos indistintamente.
Num célebre discurso feito em 3 de março de 1992 no Parlamento italiano, o ex-primeiro-ministro da Itália Bettino Craxi, um dos principais investigados da Operação Mãos Limpas, disse o seguinte: “…Infelizmente, é usualmente difícil identificar, prevenir e remover áreas de infecção na vida dos partidos… Mais: abaixo da cobertura do financiamento irregular dos partidos, casos de corrupção e extorsão floresceram e tornaram-se interligados.”
Abusando do cinismo, Bettino Craxi prosseguiu: “O que é necessário dizer e que, de todo modo, todo mundo sabe, é que a maior parte do financiamento da política é irregular ou ilegal. Os partidos e aqueles que dependem da máquina partidária ]…] têm recorrido a recursos adicionais irregulares. Se a maior parte disso deve ser considerada pura e simplesmente criminosa, então a maior parte do sistema político é um sistema criminoso. Eu não acredito que exista alguém nessa Casa e que seja responsável por uma grande organização que possa ficar em pé e negar o que eu digo. Cedo ou tarde os fatos farão dele um mentiroso.”
Em março de 1993, por iniciativa do governo do então primeiro-ministro Giuliano Amato, foi ao Parlamento da Itália uma proposta de descriminalização das doações ilegais de dinheiro para os partidos políticos. A desfaçatez provocou uma reação liderada por estudantes. Organizaram-se passeatas. Escolas paralisaram suas atividades. E a proposta não passou. A anistia tramada no Brasil para as doações subterrâneas não é senão uma provocação às ruas, que reaprenderam a roncar na jornada de junho de 2013.
Líder do governo Temer na Câmara, o deputado André Moura (PSC-SE) empinou na semana passada proposta de modificação das regras dos acordos de leniência, como são chamadas as delações de empresas. A proposta alivia a punição de empresas, livra seus executivos de condenações penais e retira da mesa de negociações o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União. Um acinte.
Acompanhado do ex-deputado Sandro Mabel, hoje assessor do Planalto, André Moura exibiu o texto ao ministro Torquato Jardim (Transparência), que levou o pé atrás. Havia na Câmara um pedido para que a encrenca tramitasse em regime de urgência. Súbito, esse requerimento foi retirado de pauta pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). E Moura tentou sair de fininho, negando ser o autor do projeto. O fantasma continua, porém, pairando sobre o plenário da Câmara.
Simultaneamente, Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, voltou a retirar da gaveta o projeto que altera a Lei de Abuso de Autoridade. Relator da proposta, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), novo líder de Temer no Senado, bateu em retirada. Mas Renan prometeu indicar um novo relator até quarta-feira, 16. A banda muda do Senado adere silenciosamente à iniciativa.
O juiz Sergio Moro e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato enxergaram na iniciativa de Renan uma tentativa de intimidação. Multiinvestigado, Renan não se deu por achado. Disse que convidará Moro e o procurador Deltan Dellagnol, coordenador da Lava Jato, para debater o projeto no Senado.
Na Itália, os botes tramados contra os investigadores foram ainda menos sutis. Em julho de 1994, por exemplo, projeto de iniciativa do governo do então primeiro-ministro Silvio Berlusconi sugeria simplesmente que fosse abolida a possibilidade de prisão antes do julgamento para determinados crimes. Entre eles os crimes de corrupção ativa e passiva. O time de procuradores da Mãos Limpas ameaçou com a renúncia coletiva. As ruas reagiram. Houve mobilizações populares defronte dos tribunais. E a proposta foi rejeitada.
Onze anos antes de autorizar a deflagração da Lava Jato, hoje a maior operação de combate à corrupção da História brasileira, o juiz Sergio Moro escreveu, em 2004, um artigo sobre a Operação Mãos Limpas. Foi desse artigo, disponível aqui, que o repórter retirou as informações reproduzidas acima sobre a operação italiana. No seu texto, Moro soou premonitório. Foi como se adivinhasse o que estava por vir.
“É ingenuidade pensar que processos criminais eficazes contra figuras poderosas, como autoridades governamentais ou empresários, possam ser conduzidos normalmente, sem reações. Um Judiciário independente, tanto de pressões externas como internas, é condição necessária para suportar ações judiciais da espécie. Entretanto, a opinião pública, como ilustra o exemplo italiano, é também essencial para o êxito da ação judicial.”
A Mãos Limpas fisgou 6.069 pessoas. Entre elas 872 empresários, 1.978 agentes públicos e 438 parlamentares. Expediram-se 2.993 mandados de prisão. ''As investigações judiciais dos crimes contra a administração pública espalharam-se como fogo selvagem, desnudando inclusive a compra e venda de votos e as relações orgânicas entre certos políticos e o crime organizado'', escreveu Moro no artigo de 2004. Ao final, algo como 40% dos investigados não foram punidos. Leis foram alteradas. E os crimes prescreveram.
No Brasil, nos casos que dependem do Supremo Tribunal Federal, não houve nenhuma condenação. Há na Suprema Corte 42 investigações relacionadas à Lava Jato. Incluem a impressionante soma de 110 investigados. Há na lista 29 deputados federais e 13 senadores. Nenhum foi condenado. A maioria não foi nem denunciada pela Procuradoria-Geral da República. A delação da Odebrecht engordará os escaninhos do Supremo. Os políticos estão cada vez mais distantes do ideal de representantes da sociedade. As pessoas já não enxergam coisas nossas na política. É tudo uma imensa Cosa Nostra.

NO O ANTAGONISTA
STF pode enterrar Lava Jato
Brasil Domingo,13.11.16 08:30
O pacote salva-ORCRIM tem mais um item.
Segundo O Globo, o STF pode enterrar a Lava Jato invalidando as escutas dos doleiros que deram origem à investigação.
A manobra é defendida por Kakay - sempre ele - e se baseia em liminar de Marco Aurélio Mello - sempre ele.
Os antagonistas vão para as ruas
Brasil 13.11.16 08:24
Elio Gaspari diz que "as antenas de Michel Temer captaram sinais de que os tucanos estão voando em direção ao muro".
Se o Congresso Nacional aprovar o pacote salva-ORCRIM, com o apoio dissimulado do governo, os tucanos vão para o muro e os antagonistas vão para as ruas.
O pacote de Temer para salvar a ORCRIM
Brasil 13.11.16 08:18
A maior conquista de Michel Temer em seis meses de governo foi a PEC 241.
E qual foi o maior desastre?
O Antagonista responde: as manobras clandestinas para enterrar a Lava Jato.
Michel Temer foi posto no cargo para salvar o Brasil da bancarrota. Em vez de se concentrar nessa tarefa, ele passou a tramar com seus comparsas o pacote salva-ORCRIM.
Risco Trump
Economia 13.11.16 08:07
A economia brasileira deve piorar com Donald Trump.
Armínio Fraga disse ao Estadão:
“Há um certo exercício de futurologia nisso, mas, se ele for adiante com o plano de fazer uma grande expansão fiscal, certamente vai nos prejudicar. Não podemos nos iludir: nossa situação ainda é bastante frágil. Estamos sinalizando com reformas importantes, mas uma virada na área fiscal – supondo-se que tudo seja aprovado – começa daqui a uns cinco anos”.
Os juros nos Estados Unidos devem a aumentar. E o Brasil, segundo Armínio Fraga, tende a perder investidores:
“Quando esse tipo de coisa acontece, um país muito endividado, como o nosso, sofre. Certamente, não seremos os únicos. A China, hoje no topo dessa extraordinária expansão de crédito, que merecia, talvez, a qualificação de bolha, vai sentir. E se a China sentir, cria uma onda de pressões que vão se autoalimentar”.
Claudia Leitte e a 'democrattização' da 'culttura'
Cultura 12.11.16 21:13
Segundo Mônica Bergamo, os advogados de Claudia Leite afirmaram, "na defesa apresentada ao Ministério da Cultura por causa da reprovação das contas dela na Lei Rouanet... que a turnê 'acarretou na democratização do acesso à cultura'. A pasta usou a falta de comprovação da doação de ingressos como argumento para mandar a artista devolver R$ 1,2 milhão."
A 'democrattização' da 'culttura'.
O FBI também, Lula
Brasil 12.11.16 20:05
Hillary Clinton responsabilizou o FBI pela sua derrota.
A propósito, Lula, o FBI também investiga o Petrolão.
Lula, a CIA já deve saber
Brasil 12.11.16 17:13
Lula, a CIA já deve saber onde está o seu dinheiro.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA