PRIMEIRA EDIÇÃO DE 30-8-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
30 DE AGOSTO DE 2016
Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) constroem o consenso de uma decisão de grande impacto: o bloqueio de bens dos sócios das empreiteiras que roubaram a Petrobras. Na maioria dos casos, só executivos têm sido presos e com seus bens bloqueados, enquanto os sócios das empresas escapam com “acordos de leniência” instituídos no governo Dilma Rousseff. OAS e Odebrecht serão as primeiras. Além do bloqueio, há grande possibilidade de serem declaradas inidôneas.
No TCU, prospera o entendimento de que os sócios das empreiteiras recebem dividendos dos desvios, incluindo contratos superfaturados.
A ideia que prospera no TCU é bloquear bens no valor de R$5 bilhões para os sócios de cada empreiteira envolvida e declarada inidônea.
Marcelo Odebrecht é considerado o principal alvo na empreiteira, até está preso, mas os demais acionistas não foram incomodados.
O procurador junto ao TCU, Júlio Marcelo, matou a pau os “acordos de leniência de Dilma: “O que garante o emprego é obra, não empreiteira”.
Após o agressivo discurso em que reiterou a lorota de “golpe”, o Palácio do Planalto consultou senadores supostamente indecisos e ficou ainda mais otimista pela confirmação do impeachment de Dilma Rousseff, na votação desta terça (30). Os dilmistas continua céticos. A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) prevê 62 ou 63 votos contra Dilma: “O depoimento muda o cenário, mas para ampliar o placar”.
Aliados de Renan Calheiros diz que ele manterá a “neutralidade” e não votará no impeachment. Mas não é o que Michel Temer espera dele.
Para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Dilma foi repetitiva, técnica e sem conteúdo político. “Objetividade faria bem”, destaca.
Nem mesmo Lula e Chico Buarque aguentaram ouvir Dilma durante muito tempo. Logo no primeiro intervalo, o cantor militante “vazou”.
No Senado, ontem, Dilma atribuiu a Michel Temer a medida que proibia manifestações políticas na Olimpíada. Ou ela mentiu deliberadamente ou, pior, não sabe que a lei foi por ela proposta e sancionada. Até porque era um dos compromissos do Brasil com o comitê olímpico.
O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) foi ameaçado de morte por e-mail: “Seu canalha asqueroso. Ou você renuncia ao mandato ou eu mato você e toda sua família”. A polícia da Câmara vai investigar.
Dilma atribui a Eduardo Cunha a paternidade do impeachment. Mal-agradecida, ela nem agradeceu ao fato de o ex-presidente da Câmara haver rejeitado 47 pedidos, antes de acatar este que chega à fase final.
Indagado por Roberto Cabrini, do SBT, qual o crime que rende mais, o megatraficante Fernandinho Beira-Mar respondeu sem pestanejar: “a política”. Preso, ele escreve um livro no qual promete contar tudo.
Coitados dos diplomatas brasileiros, esses patriotas. Diante de mil mortadelas, que reuniu ontem, alguém da CUT gritou que José Serra (Relações Exteriores) “negocia a venda do pré-sal nas embaixadas”.
Nem mesmo na última oportunidade pública que teria para interagir com seus defensores, Dilma conseguiu acertar o nome do senador petista Lindbergh Farias (RJ). Ela o chama de “Lindembergue”.
“Quando a questionei se o presidente do STF era parte do ‘golpe’, ela preferiu o silêncio”, destaca senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Dilma também não respondeu se foi golpe o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, como ela eleito pelo voto popular.
Enquanto o futuro do comando do Brasil era definido no Senado, a TV Justiça mostrava reprise de um julgamento do Supremo, de 24 de agosto, presidido por Ricardo Lewandowski. Sobre impeachment, nada.
Nos anos de roubalheira nos governos do PT, enquanto dormia a Pátria distraída, por onde andava Chico Buarque?

NO DIÁRIO DO PODER
MORTO DE MEDO
LULA PEDE QUE STF TIRE SUA INVESTIGAÇÃO DAS MÃOS DE MORO
EX-PRESIDENTE QUER ESCOLHER QUEM VAI INVESTIGÁ-LO NA LAVA JATO
Publicado: segunda-feira, 29 de agosto de 2016 às 21:41 - Atualizado às 00:15
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta segunda-feira, 29, uma reclamação no Supremo Tribunal Federal para pedir que investigações relacionadas ao petista deixem de ser conduzidas na Justiça Federal em Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro. Os advogados do ex-presidente sustentam que já há uma investigação semelhante em curso no STF e, portanto, a competência para conduzir os casos é da Corte.
As investigações em Curitiba apuram se Lula ocultou patrimônio ou recebeu vantagens de empreiteiras através de reformas ou pagamento de palestras. Na última sexta-feira, 26, a PF indiciou Lula pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no inquérito da Lava Jato relacionado ao tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo.
Em abril, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a inclusão de Lula no rol dos investigados no inquérito que corre perante o Tribunal. A investigação apura a formação de uma quadrilha - com eixos políticos no PP, PMDB e PT - para articular o sistema de corrupção na Petrobras. Na ocasião, Janot sustentou que a organização criminosa "jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse".
A defesa de Lula argumentou que, como o ex-presidente está sob investigação perante o Supremo no inquérito principal da Lava Jato, as demais apurações a respeito do petista também devem ser conduzidas pela Corte. Esta não é a primeira vez que a defesa de Lula tenta retirar da Justiça na primeira instância investigações que o envolvem. Segundo os advogados, existe "identidade de objeto" entre o caso que tramita no Supremo e os três inquéritos aos quais Lula responde em Curitiba. A investigação de suposta formação de quadrilha tramita no Supremo em razão do foro privilegiado de autoridades envolvidas, como deputados e senadores com mandato.
Na reclamação, os advogados pedem que, de forma liminar (provisória), o Supremo suspenda a tramitação das investigações em Curitiba. No mérito, o pedido é para que as investigações sobre Lula sejam encaminhadas para o Supremo. Os advogados pedem ainda que o caso seja distribuído ao relator da Lava Jato na Corte, ministro Teori Zavascki.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Na mais longa sequência de improvisos em dilmês castiço, o grande ausente foi um intérprete
Por falta de alguém que traduzisse o depoimento para o Português, muitos senadores ficaram sem entender o que a presidente estava dizendo para, como sempre, esconder a verdade
Por: Augusto Nunes 
Segunda-feira, 29/08/2016 às 20:40
Dilma Rousseff até que fez bonito na prova de leitura de discurso: abstraídas três ou quatro derrapagens veniais (como o “Vicente” acrescentado ao prenome do presidente João Belchior Marques Goulart), recitou com cuidado e atenção o texto escrito por algum assessor alfabetizado. Como antecipou esta coluna, o desastre começou a desenhar-se na etapa seguinte, reservada ao duelo verbal entre a depoente e parlamentares favoráveis ao impeachment.
“Após discurso firme, Dilma volta a ser Dilma”, resumiu o título do post publicado pelo site de VEJA. “A presidente afastada voltou a fazer uso do ‘dilmês’ na fase de interrogatório”, constatou o texto. “A retórica confusa que sempre a caracterizou deu o tom das respostas aos senadores. Com frases emendadas umas nas outras e nem sempre respeitando a lógica, a presidente retomou o uso de metáforas e dos pleonasmos que consagraram o idioma próprio de Dilma”.
O zero com louvor em falatórios de improviso foi garantido com as respostas que deu às duas primeiras perguntas menos amistosas. A senadora Ana Amélia (PP-RS) quis saber o que Dilma queria dizer com a expressão “golpe parlamentar”. A interrogada pendurou-se numa imagem provavelmente nascida das trocas de ideias com a senadora ruralista e melhor amiga Kátia Abreu.
“A diferença consiste que no golpe militar é como se você tivesse uma árvore, que você derruba o governo e o regime democrático”, desandou o neurônio solitário. “O que tem acontecido no golpe parlamentar é que você tira um presidente eleito por razões que estão fragilizadas pelo fato de que não tem crime de responsabilidade que as sustentem. É como se essa árvore não fosse derrubada, mas atacada por forte e intenso ataque de fungos, por exemplo”.
Segundo da fila puxada por Ana Amélia, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) descobriu que, na cabeça baldia da presidente agonizante, a mentira comporta matizes até aqui ignorados pela Ciência. “Considero que essa sua acusação é improcedente”, ensinou Dilma. “Acho que ela é aquela mentira que não tem base na realidade, ou seja, ela não expressa a verdade dos fatos”. Se existe aquela mentira sem relação com o mundo real, então também existe a mentira baseada em fatos.
O restante da sessão confirmou que, ao longo do depoimento reduzido a uma inutilidade tediosa, o grande ausente foi um intérprete. Faltou alguém que fizesse a tradução simultânea da mais longa sequência de improvisos em dilmês. Alguns senadores conseguiram decifrar a essência do falatório sem pé nem cabeça. Outros foram dormir sem saber o que a depoente estava tentando dizer para, como sempre, ocultar a verdade.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Discursos do PT e de Dilma estimulam os vândalos da democracia
Ao insistir na tese do golpe, o partido e Afastada dão a senha para o vale-tudo
Por: Reinaldo Azevedo 
Terça-feira, 30/08/2016 às 6:34
Os movimentos pró-impeachment realizaram as maiores manifestações políticas da História do País. Como se sabe, nas centenas de cidade que abrigaram os protestos, não houve um só dano ao patrimônio público. Não se assistiu a um único confronto com a Polícia. Não se viu a ameaça da desordem. Ao contrário: para desespero da esquerda mixuruca, estudantes, trabalhadores e crianças faziam selfies com policiais militares, que, afinal, estavam no local para garantir a segurança do evento.
Na noite desta segunda-feira, 29, algumas dezenas de gatos pingados — não havia mais do que 200 pessoas (os manifestantes falam em três mil, o que é uma piada) — resolveram protestar contra o impeachment na Avenida Paulista. E o fizeram nos moldes conhecidos. Houve uma tentativa de invasão da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A Polícia Militar impediu. Objetos foram lançados contra os trabalhadores de farda. A resposta foram bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio, que é uma das formas de que dispõem as ditaduras e as democracias para conter tumultos. Quando as bombas são jogadas por ditaduras, é muito provável que sejam injustas e estejam a serviço da barbárie. Quando lançadas por democracias, é quase certo que são justas e concorram para a civilização.
Assistiu-se ao espetáculo deplorável de sempre: obstrução da avenida, fogueira nas ruas, agressões a policiais, depredação. Impressionante!
No Senado, Dilma falava sobre a necessidade de governo e oposição se unirem para enfrentar os desafios do País — entendi o óbvio: tal união só é possível quando chefiada pelos petistas e esquerdistas afins. Se não for assim, ela não quer papo com ninguém. É assombroso!
Numa de suas respostas, a Afastada foi obrigada a reconhecer que estava tendo o seu direito de defesa assegurado e ainda fez algumas lisonjas aos senadores, sugerindo que, até ali, o golpe não havia se consolidado. E não se consolidaria caso ela não fosse condenada. Síntese de seu raciocínio brilhante: quando ela vence, então se faz justiça; quando ela perde, aí é o contrário. Ou ainda: se ela for absolvida, triunfou o Estado de Direito; se ela for condenada, então é golpe. Aquela senhora só reconhece as regras do jogo se ela ganhar. Não dá para levar a sério. Então ficamos assim: no Senado, a pregação da união, desde que com ela no comando; nas ruas, os seus apoiadores se encarregavam de literalmente botar fogo no circo e de espancar um homem que protestava contra a violência dos vândalos. O ato foi comandado por uma tal Central de Movimentos Populares, que é mais uma marca-fantasia criada por Guilherme Boulos.
É evidente que o PT e Dilma são responsáveis indiretos pela violência. Afinal, se a presidente chama de “golpe” o triunfo da lei (no conteúdo e nos seus ritos), está convidando os seus seguidores a não aceitar o resultado do jogo e partir para a violência, já que, do outro lado, não estão também jogadores, mas sabotadores e inimigos, que precisam ser combatidos.
Os descolados
Os bandidos disfarçados de manifestantes da Paulista não eram muito diferentes do banditismo moral que lotava, segundo leio, as três salas que abrigaram, nesta segunda-feira, a estreia do filme “Aquarius”, do tal Kleber Mendonça, aquele que pega dinheiro público para filmar e viajar para Cannes e que depois classifica a vontade popular e o triunfo da Constituição de golpe. Duas das salas ficam no Conjunto Nacional, na Paulista — do lado de fora, o pau comia. Do lado de dentro, os “descoletes” gritavam “Fora Temer”.
Mendonça aproveitou para depredar a História e o bom senso. Afirmou: “Eu adoro o meu filme, mas tenho que falar sobre tanta coisa que está acontecendo nesse País. Tem uma corja tomando o poder hoje à noite sem ter passado pelas urnas, eu precisava colocar isso. Estou muito desconfortável com essa situação.”
Corja boa era aquela que estava aboletada na Petrobras e que conduziu a empresa à ruína.
É o que sobrou à esquerda depois de seu espetacular naufrágio: depredação da ordem nas ruas e da verdade em ambientes fechados.

Chico Buarque era a figura mais patética desta segunda-feira
Cantor compositor meteu seus óculos escuros e foi dar pinta de celebridade engajada no Congresso
Por: Reinaldo Azevedo 
Terça-feira, 30/08/2016 às 5:18
A figura mais patética desta segunda-feira, 29, não era Dilma. Apesar das barbaridades que disse; apesar de ter pronunciado, só no discurso, a palavra “golpe” nove vezes; apesar de todos os raciocínios tortos que fez, que desafiavam a lógica, a Matemática e o bom senso, havia uma certa dignidade sofrida naquele espetáculo. Até porque, vamos convir, a mulher o sabia inútil. Se é possível fazer uma síntese do que ela disse, seria esta: “Se eu voltar, farei tudo de novo! Só me arrependo de ter tentado controlar as bobagens que fiz. Orgulho-me de cada tolice”. Não creio que isso possa virar algum voto.
Aliás, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que os petistas consideravam “conversável” até outro dia, batizou adequadamente o projeto petista para o Brasil: transformá-lo numa “Grezuela”: uma mistura de Grécia com Venezuela. Parece-me um bom nome para definir o país imaginário que Dilma esboçou em sua ida ao Senado. Mas volto ao ponto.
Não era ela a figura mais patética. Também não era Lula. Este, afinal, cumpria ali um dever de solidariedade. E temos de nos lembrar que ele sempre conta com seus dons encantatórios para convencer as pessoas. Não consta que esteja sendo bem-sucedido.
O tolo do dia foi mesmo Chico Buarque, que estava lá na condição, vamos ser claros, de “famoso” — não tendo o bom senso nem mesmo de tirar os óculos escuros, como se isso, de algum modo, servisse para minimizar o, digamos, “efeito-celebridade”. Ora, convenham: mais ainda se destacava tal aspecto.
Chico é um cidadão brasileiro. Pode ter a opinião que quiser. Para, no entanto, sustentar com tanta convicção a tese do golpe, então é preciso que a gente teste o que ele sabe da Lei de Responsabilidade Fiscal, da Constituição e da Lei 1.079. “Ah, Reinaldo, então só pessoas informadas podem fazer política?” Claro que não!
Se, no entanto, um sujeito que se destacou num domínio que o fez muito popular; que levou muita gente a se interessar por aquilo que ele pensa e diz, e se essa pessoa resolve usar a sua própria escolha política como algo a servir de exemplo, é justo, sim, que seja questionado.
E é evidente que o ótimo compositor e romancista medíocre é um desastre quando decide se meter com política — ainda que de óculos escuros. Não me espanta. Não faz muito tempo, ele gravou um vídeo com João Pedro Stédile, que denuncia a privatização do pré-sal. Ou ele tem consciência de que está contando uma mentira ou é mais burro do que dá a entender — e não pensem que a burrice política não pode conviver com o talento musical. Pode, sim! Não existe proposta nenhuma de privatizar o pré-sal. Dilma também insistiu na mentira.
Eis aí: há nesse comparecimento o ranço autoritário dos fidalgos. Quando os “famosos” resolvem dizer boçalidades políticas na certeza de que transferem para essa área o prestígio acumulado em outra, estão é tentando desqualificar os que, não tendo a sua mesma projeção pública, fariam, então, escolhas menos inteligentes e menos sensatas.
Chico deveria estudar mais a obra do seu próprio pai, Sérgio Buarque de Holanda. Aquele famoso de óculos escuros, certo de que sua escolha pessoal corresponde a um bem para todos os homens, é um dos escarros do velho patronato brasileiro, que relega a população à condição de uma massa ignorante, que precisa ser conduzida.
A gente se lembra de Marilena Chauí a gritar, na presença de Lula: “Eu odeio a classe média!”
A frase também tem a seguinte sonoridade: “Eu odeio o povo”.

Lula, Boulos e Stédile compareceram ao funeral, mas o PT abandonou Dilma
A Afastada também deixou de lado o partido em seu discurso; nas respostas, mais de uma vez, entreviu-se divergência com a legenda
Por: Reinaldo Azevedo 
Terça-feira, 30/08/2016 às 4:20
Nem o PT compareceu ao ato final de Dilma. Alguns gatos-pingados em Brasília, outros tantos no Rio, mais uma turminha em São Paulo… E pronto! Esse é o País que se tornaria ingovernável, previam os Guilherme Boulos (MTST), João Pedro Stédile (MST) e Vagner Freitas (CUT) caso o Congresso Brasileiro ousasse exercer o seu papel. E, no entanto, Dilma deve se encontrar com o seu destino no fim da noite desta terça-feira e começo da madrugada de quarta-feira. E sabem o que vai acontecer? Nada! A vida continua.
As consequências positivas decorrentes da saída de governanta não se limitam a livrar o País de suas decisões nefastas, desastrosas. Elas se desdobram também no PT. O partido vive uma crise inédita. Desde a sua fundação, conhecia apenas o crescimento, mesmo nas derrotas eleitorais. Nas três vezes em que perdeu eleições presidenciais — 1989, 1994 e 1998 —, não perdeu. Na verdade, ganhou. Trata-se do trabalho de acúmulo de forças. Agora, o partido está se desmilinguindo. E isso é inédito. Deve ter o pior resultado em eleições municipais desde que se tornou uma legenda grande. Depois de vencer quatro eleições presidenciais, terá de apelar uma vez mais a Lula em 2018. O homem, diga-se, já está em campanha eleitoral.
É impressionante que Dilma não tenha conseguido a solidariedade pra valer nem da legenda que a abrigou. Na sua carta, o partido é ignorado. Nas respostas que deu aos senadores, ficou evidente que falava apenas em seu próprio nome. Vamos ser claros? Os petistas nunca foram muito com a sua cara. Foi alguém que chegou à legenda por cima, importada do pedetismo, para cuidar da área energética do governo Lula, onde ganhou, de modo injusto, a fama de gestora competente e austera. Hoje, as áreas do Brasil que acumulam mais problemas são justamente petróleo e energia elétrica, as que estavam afeitas à sapiência divinal da governanta.
Como escrevi aqui várias vezes, Dilma sempre foi muito competente na arte de parecer competente. E sempre foi autoritária e autocrática o bastante para prestar atenção ao que os outros tinham a dizer. Até mesmo algumas sugestões de Lula, justiça se faça, ela se negou a ouvir. Fez tudo conforme lhe pareceu bom. E deu no que deu.
A gritaria que setores de esquerda mais radicalizados fazem não têm em Dilma seu referencial. O que os mobiliza é a tese vigarista, falsa, cretina, de que um governo “progressista” foi deposto por uma conspiração de direita. É a estupidez influente entre esquerdistas que se querem intelectualizados. Não deixa de ser divertido: afinal, se os “companheiros” empreiteiros quiserem, transformam Lula, Dilma e o PT num amontoado de escombros morais. Os ídolos da esquerda do Leblon, no Rio, e da Vila Madalena, em São Paulo, estavam literalmente no bolso dos empreiteiros. Não é engraçado?
Podem se preparar: assim que Dilma for apeada do poder e que o governo Temer começar para valer, a esquerdalha vai sair da toca. Tentará impedir as reformas a todo custo e inviabilizar qualquer mudança. Os partidos que dão suporte ao governo Temer no Congresso terão de se preparar. O PT não sabe o que fazer com a Previdência, por exemplo, a não ser aumentar o rombo. Mas vai pôr seus brucutus na rua para tentar manter tudo como está, o que nem Dilma faria se continuasse no poder.
Para onde vai a deposta? Não sei. Não parece haver espaço para ela no PT. É possível que se dedique por um bom tempo apenas à mitologia pessoal, brandindo por aí as chagas do golpe, até que se percam os fiapos de interesse que ainda desperta. A verdade insofismável é que ninguém quer saber de Dilma. Nem o seu partido.
Sua derrocada foi ainda mais espetacular e mais rápida do que a sua ascensão.
Não obstante, o que faziam lá Stédile, Boulos e Lula? Nada! Apenas compareciam ao funeral.

NO BLOG DO JOSIAS
Deposição de Dilma aumentará sangria de Lula
Josias de Souza
Terça-feira, 30/08/2016 05:05
A História vive atrás de algo capaz de resumir uma época, seja a delação da Odebrecht ou a fatura do cartão de crédito internacional da mulher de Eduardo Cunha. Os brasileiros do futuro talvez escolham como um desses momentos marcantes a presença de Lula nas galerias do Senado como espectador do discurso de autodefesa de Dilma Rousseff no processo de impeachment.
Dirão que foi um momento histórico porque, assim como seu governo já tinha cronologicamente acabado em dezembro de 2010, só então, cinco anos e meio depois de Lula ter usado sua superpopularidade para içar um poste à poltrona de presidente da República, o mito foi mesmo enterrado.
Depois de passar à História como primeiro presidente a fazer a sucessora duas vezes, Lula se reposiciona diante da posteridade como um criador que foi desfeito pela criatura. Hoje, o impeachment é visto como um pesadelo do qual Dilma tenta acordar. No futuro, dirão que a deposição de Dilma foi uma trama de Lula contra si mesmo.
Seu estilo de governar manipulando opostos e firmando alianças tóxicas financiadas à base de mensalões e petrolões se revelaria uma rendição à oligarquia empresarial. A pseudo-esperteza de vender uma incapaz como supergerente produziu um conto do vigário no qual a maioria do eleitorado caiu.
Restou a imagem de um Lula que — convertido em réu por um juiz da primeira instância de Brasília e em indiciado pela Polícia Federal em Curitiba — vai às galerias do Senado na condição de detrito. Destituído de seus superpoderes, apenas observa o derretimento de sua criatura, na luxuosa companhia de Chico Buarque, autoconvertido em inocente inútil. O ex-mito virou um personagem hemorrágico.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Terça-feira, agosto 30, 2016
Em 1990, a mando de Fidel Castro, Lula e seus sequazes fundaram o Foro de São Paulo, a organização comunista destinada a cubanizar toda a América Latina. Obtiveram sucesso na empreitada e golpearam a democracia em praticamente todos os países latino-americanos. O Brasil era e continua sendo a cereja do bolo do movimento comunista. É o maior país da região. Trata-se do mesmo esquema deflagrado nos anos 60 que culminou com a Revolução de 1964, que na História falsificada pelos arautos do Foro de São Paulo foi uma "terrível ditadura". 
O movimento civil militar de 1964 na verdade foi a única alternativa para evitar que o Brasil se transformasse numa república comunista. Os militares conseguiram um feito e tanto ao liquidar com a guerrilha que já se embrenhava nas selvas brasileiras. Feita a limpeza reergueram o Brasil e se há rodovias, energia elétrica, comunicações e indústrias funcionando tudo se deve única e exclusivamente aos governos militares. Quem viveu aquele período sabe muito bem que esta é a verdade. Tão cristalina que durante o período dos governos militares qualquer cidadão podia trafegar a pé ou de automóvel em qualquer cidade do Brasil a qualquer hora do dia e da noite. 
Mas se o regime militar conseguiu aniquilar a guerrilha - que foi um grande feito - não conseguiu evitar a guerrilha cultural então nascente nos anos 60 do século passado e que está chegando ao seu apogeu exatamente neste século XXI, com o aparelhamento de todas as instâncias da vida social, as escolas, universidades, organismos multilaterais como a ONU, OEA e, a partir dos desmantelamento da ex-URSS e a reunificação da Alemanha, dos denominados blocos econômicos, como União Européia, Mercosul e assemelhados no bojo da dita globalização.
E, além do aparelhamento dessas entidades internacionais, sobressai de forma arrasadora o aparelhamento da grande mídia em nível global que promove uma lavagem cerebral em escala planetária. Esta é a nova forma de atuação do neocomunismo do século XXI. Todas essas entidades que listei junto com a mídia articulam o que se denomina de 'engenharia social' por meio de uma novilíngua vazada no pensamento politicamente correto. 
A REVOLUÇÃO SILENCIOSA
O ataque comunista neste século prescinde das guerrilhas armadas. A dominação então se dá de forma incruenta. O assalto não é físico, mas virtual. A História da Humanidade, sobretudo do Ocidente, vai sendo reescrita. A engenharia social instila no cérebro das pessoas, por meio da metamorfose dos conceitos operada principalmente pela grande mídia, escola e universidade, ou ainda no âmbito da ação cultural como cinema, programas de televisão, obras literárias, etc, desencadeando uma distorção da realidade. A finalidade é a substituição de todos os padrões morais e éticos que alicerçam a nossa civilização ocidental.
Um dos exemplos mais incríveis dessa nefasta ação é o desaparecimento de programas humorísticos na grande mídia. Rir é proibido. Fumar maconha é permitido. O humor livre sobrevive apenas no âmbito das redes sociais mas já sofre o cerco do politicamente correto. A maior rede social que é o Facebook dispõe de um cipoal de regras ultra-complicadas e complexas destinadas a proscrever aos poucos a liberdade de expressão.
Em rápidas palavras é isto que ocorre na atualidade. E, por isso, foi possível aos comunistas que atuavam já nos albores dos anos 60 do século passado retornassem à cena política em diversos pontos do Planeta simultaneamente no início deste século. Não apenas como agitadores sociais, mas como dirigentes máximos de diversas Nações. E a América Latina talvez tenha sido a região onde os comunistas conseguiram avançar mais. Tanto é que a maioria dos países latino-americanos sofre o deletério efeito dessa nefasta ação. Dentre eles o Brasil com a chegada do PT ao poder, ou ainda o kirchnerismo na Argentina, o chavismo na Venezuela, os tupamaros no Uruguai, ou o índio cocaleiro na Bolívia. Tem também o tiranete do Equador e os sandinistas na Nicarágua. 
AS PRIMEIRAS REAÇÕES
A primeira reação concreta ocorreu com sucesso na Argentina e agora acontece no Brasil que sem dúvida são as principais nações latino-americanas do ponto de vista econômico e até mesmo populacional, destacando-se o Brasil com 204 milhões de habitantes.
Portanto, o que ocorre agora com o impeachment de Dilma Rousseff não é apenas um evento restrito ao Brasil. Tem alcance continental e mesmo em nível global. Pode ser comparado, guardadas as peculiaridades, ao Brexit, com a saída do Reino Unido da União Européia. As circunstâncias são peculiares a cada país, mas o mote do Brexit e o impeachment de Rousseff se ligam no contexto dito globalista. Tanto é que todos os partidos de esquerda do mundo inteiro e toda a grande mídia foram radicalmente contra o Brexit, como têm sido contra o processo legal do impeachment.
Explica-se: a União Européia como o Mercosul são entidades dominadas pelos comunistas e servem inclusive para manter em atividade políticos desalojados do poder por eleição ou, no caso brasileiro, por impedimento legal. Um exemplo muito típico disso é que a ex-ministra e ex-senadora petista Ideli Salvati está empregada na OEA. O Presidente da OEA é um comunista uruguaio. O presidente do Parlamento da União Européia é também um comunista que evidentemente apoia a invasão bárbara islâmica na Europa.
HORA DO CONTRA-ATAQUE
O que revelei até aqui é apenas um breve "resumo da ópera". Mas creio que os leitores poderão entender o que de fato está rolando. Poderão entender também que o impeachment da Dilma não se circunscreve apenas a um evento doméstico brasileiro porque está interligado com o esquema do neocomunismo do século XXI em nível latino-americano e global. Haja vista a reação da grande mídia internacional e organizações multilaterais.
Tudo que afirmei neste artigo é justamente aquilo que a grande mídia escamoteia. Afinal, são os jornalistas que produzem o conteúdo das diversas mídia e todos eles, com raríssimas exceções, são os operadores desse esquema globalístico. Tanto é que a palavra "comunismo" foi banida do noticiário.
Assim sendo, os eventos de reação ao movimento comunista, como fiz notar mais acima neste texto, para lograrem sucesso terão num segundo momento de promover um forte contraponto à funesta "engenharia social". Tem de atacar vários flancos de sorte a barrar o avanço da engenharia social e a dominância do pensamento politicamente correto. 
O impeachment da Dilma que deve acontecer nesta terça-feira, 30, de nada valerá se não for posto em debate em nível nacional todos estes aspectos que aventei ao longo destas linhas. Estamos diante de um desafio que não é pequeno: está em curso o desmanche de todos os valores da civilização ocidental. O que vem acontecendo no Brasil representa um ganho excelente desde que este debate que proponho seja colocado imediatamente em prática. O day after é amanhã! E urge agir imediatamente para que o Brasil não venha a ser novamente tragado pelo movimento do neocomunismo que no plano doméstico é operado pelo Foro de São Paulo sob o comando do PT.
Espero de alguma forma poder estar contribuindo para o que expus de forma resumida seja bem pensado e trabalhado a partir da Presidência da República e do Congresso Nacional. Isto é sério. E tem de ser feito imediatamente.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 30.08.16 07:20
O PT vive o impeachment de Dilma Rousseff, segundo Mônica Bergamo, “como o penúltimo capítulo de uma saga que pode terminar com a condenação e até, no limite, com a prisão de Lula”...
Brasil 30.08.16 06:46
O senador Roberto Rocha, do PSB, ganhará uma diretoria do Banco do Nordeste em troca de voto favorável ao impeachment.
Segundo a Folha de S. Paulo, “a oferta veio após o congressista ser procurado por Lula...
Brasil 30.08.16 06:21
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Brasil 30.08.16 06:02
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Brasil 29.08.16 23:44
Após 14 horas, terminou a sessão de discurso e interrogatório de Dilma Rousseff...
Brasil 29.08.16 22:00
Senadores ouvidos por interlocutores de Michel Temer ao longo do dia confirmaram a impressão de que Dilma Rousseff, com sua ida ao Senado, conseguiu apenas consolidar a opinião de todos em relação à necessidade do impeachment...
Brasil 29.08.16 20:14
Gilmar Mendes comentou o desfecho do impeachment;afastou, é claro, qualquer ideia de golpe e disse que o processo encerra de forma melancólica um ciclo histórico...

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