PRIMEIRA EDIÇÃO DE 30-6-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2016
O presidente Michel Temer prepara o lançamento de um “pacote social” na primeira quinzena de julho, dentro do propósito de avançar na área em que o PT atuava quase com exclusividade. A ideia é anunciar vários programas complementares ao Bolsa Família, como o lançamento do “Cheque Construção”, que atenderá a famílias de baixa renda que precisam fazer pequenas obras de reforma em suas casas.
O ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário) prepara um programa destinado à proteção social de crianças carentes.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), já articula com os deputados aliados a aprovação do “pacote social”.
“É a prova de que os programas em andamento serão mantidos e ampliados”, diz André Moura, que se reuniu nesta quarta-feira (29) com Temer.
O primeiro passo do projeto de avançar na área foi o reajuste de 12,5% do Bolsa Família, carro-chefe do governo do PT.
Políticos do PT evitam comentar o aumento de 12,5% do Bolsa Família, concedido por Michel Temer, mas a medida desestabilizou o partido. É que, para o PT, sua identificação ao Bolsa Família poderia garantir um desempenho minimamente digno, nas próximas eleições. No fundo, os petistas concordam com o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE): “o Bolsa Família é o maior programa de compra de votos do mundo”.
Políticos petistas acham que o público atendido pelo Bolsa Família está mais interessado no dinheiro do programa do que na Lava Jato.
A ideia do governo Michel Temer é mesmo melhorar substancialmente o Bolsa Família, neutralizando as digitais do PT no programa.
Metade da população de estados mais pobres do Norte e Nordeste, depende do Bolsa Família, daí a força eleitoral do programa.
O Planalto cedeu à pressão de políticos que não usam voos comerciais (ou não pagam por eles) para vetar a concorrência de empresas estrangeiras no mercado brasileiro. Recuo vergonhoso e suspeitíssimo.
Empresas aéreas “nacionais” continuarão autorizadas a cobrar por uma passagem Rio-Maceió até 4 vezes mais do que elas próprias exigem para o trecho Rio-Miami, onde enfrentam concorrência internacional.
Ao avistar José Medeiros (PSD-MT) na comissão do impeachment, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) brincou: “Elvis não morreu!” numa alusão ao vistoso topete do colega. Medeiros riu, ajeitando o cabelo.
O presidente, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), ainda não sabe se Dilma vai pessoalmente à comissão do impeachment, dia 6. Os petistas temem que, desfilando sua arrogância, ela prejudique a própria defesa.
“Não costumamos entrar em assuntos pessoais”, diz Ronaldo Caiado (DEM-GO), ao explicar o constrangedor silêncio do Senado sobre o roubo a servidores que levou à prisão do ex-ministro Paulo Bernardo.
Apesar das turbulências, a Oi atingiu notáveis 320 mil assinantes do seu combo Oi Total em todo o Brasil. Têm sido 80 mil instalações por mês. É sua grande aposta para aumentar a presença no mercado.
“É absurda a situação atual da Câmara”, protesta o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), sobre a suspensão das sessões. Para ele, Waldir Maranhão não tem “estatura moral” para comandar a Câmara.
A inflação argentina deve começar a cair em julho, diz o ministro das Finanças, Alfonso Prat-Gay. Mas teme que uma recessão continuada no Brasil contamine mais a economia portenha que o Brexit.
A “vaquinha virtual” para custear as mordomias de Dilma poderá ser usada para ressarcir os brasileiros em dificuldades, que contraíram empréstimos consignados e acabaram roubados, durante seu governo?

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
DELATOR DETALHA PROPINA EM CONTRATO CONSEGUIDO POR LULA NA VENEZUELA
NEGÓCIO ENVOLVIA US$1,8 BILHÃO EM SIDERÚRGICA VENEZUELANA
Publicado: Quarta-feira, 29 de junho de 2016 às 19:23 - Atualizado às 00:00
Redação
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu propina de 1% em contrato da Petrobras na Venezuela, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A informação consta na delação do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo.
O negócio envolvia a participação na obra de uma siderúrgica, no valor de US$1,8 bilhão. Segundo o delator, a empresa venceu concorrência internacional, após a indicação do ex-presidente Lula, em 2008, para o então presidente venezuelano, Hugo Chávez (que morreu em 2013).
“Tem conhecimento que Lula foi acionado para ajudar a Andrade Gutierrez na Venezuela, no governo Hugo Chávez, quando Lula ainda era presidente, para uma concorrência internacional”, afirmou Azevedo, em depoimento prestado no dia 25 de fevereiro para a Procuradoria da República. O documento foi obtido pelo Estadão. Nele, o ex-presidente e executivos da empreiteira, que fecharam acordo de delação premiada, confessam corrupção na Petrobrás, nas obras das usinas Belo Monte (hidrelétrica) e Angra 3 (termonuclear), em estádios da Copa e outros projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entre outros negócios.
“Lula não pediu nada em contrapartida para isso, mas disse que só indicaria a Andrade Gutierrez se não houvesse outra empresa brasileira”, explicou o ex-presidente. Ele foi preso pela Lava Jato em junho de 2015, junto com o presidente afastado da Odebrecht Marcelo Bahia Odebrecht – alvos da fase Erga Omnes (vale para todos). “Como não havia outra empresa nacional, o presidente Lula indicou e a Andrade Gutierrez foi contratada.”
O ex-presidente da Andrade Gutierrez disse que havia uma disputa com a Itália na concorrência internacional, de 2008. Na delação, obtida pelo jornal O Estado de São Paulo, ele explica que “na Venezuela a contratação de empresas não é realizada por processo licitatório, mas por escolha”.
Lula, por meio de assessoria de imprensa do Instituto Lula, refuta “ilações contra o ex-presidente que sempre agiu dentro da lei, antes durante e depois dos seus dois mandatos”.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Alô, senadores! Dilma, a comediante, deixa claro: se voltar, quer governar sem o Congresso
A Afastada também decidiu demonstrar que Temer está cotando direitos dos trabalhadores. Usou como exemplo o reajuste do Bolsa Família e dos servidores, que chamou de “irresponsabilidade fiscal”. Santo Deus!
Por: Reinaldo Azevedo 
Quarta-feira, 29/06/2016 às 22:45
Dilma Rousseff tem o emprego assegurado depois que for impichada de vez: vai ser humorista. Já sugeri à direção da Jovem Pan que a contrate. Por que não? Fora do governo, ela é engraçadíssima. Também falei a Tutinha e Emílio Surita que o “Pânico” não pode abrir mão da sua contribuição. São empregos dignos, que rendem um salário honesto e podem divertir os brasileiros. Na noite desta quarta-feira, a Afastada concedeu uma entrevista ao “Jornal do SBT”. Se a gente levar a serio o que diz, é o caso de recomendar internação.
Começo pelo fim. O entrevistador, Kennedy Alencar, perguntou o que ela fará de diferente caso volte ao poder. Tergiversou um pouco e deu um exemplo: disse que não repetiria o governo de coalizão. Hein? Como assim? “Mas é possível governar sem ele?” E a mulher pensou alto: claro que sim! Segundo ela, dá para governar, então, sem o apoio dos partidos desde que “se discuta claramente com a população”.
Fica o recado aos senadores: caso Dilma volte, pretende adotar o método bolivariano de tomada de decisões, consagrado, no momento, por Nicolás Maduro, aquele notável democrata: nada de intermediação de políticos. Vai ser papo direto e reto com o povo.
Dilma está cada vez mais engraçada porque domina cada vez menos a matemática. E isso ficou claro quando, ainda nos divertindo com a sua galhofa, afirmou que pretende escrever uma carta de compromissos com o povo antes do julgamento no Senado. E o que conterá essa carta?
Ela não sabe ainda muito bem, mas adiantou duas coisas. Em primeiro lugar, disse, “resgatar a democracia”. Vai ver, então, estamos sob o império de uma ditadura. Em segundo lugar, afirmou que pretende devolver os direitos que estão sendo retirados do povo. Mas quais direitos? Que legislação mudou até agora?
E foi aí que se viu Dilma, a comediante, no melhor da sua forma. Na proposta que ela havia enviado ao Congresso, o Bolsa Família teria um reajuste médio de 9%; na aprovada pelo governo Temer, esse índice saltará para 12,5%. Ora, se ele dá um aumento maior do que o dela, onde está a subtração de direitos, considerando que ela própria não deu reajuste nenhum em 2015?
Dilma tentou explicar: é que o majoração deveria ter acontecido em abril, e os 3,5 pontos percentuais a mais, garantidos pelo atual governo, buscariam compensar o atraso. Dilma continua sem saber matemática. É por isso que pedalou tanto.
Mas a petista foi além: embora tenha proposto 9%, e seu antípoda, 12,5%, afirmou que o reajuste do Bolsa Família é pequeno quando confrontado com o dos servidores do Judiciário, como se alhos pudessem ser comparados com bugalhos.
Então ficamos assim. Quando Dilma foi dar exemplos de como Temer está subtraindo direitos dos trabalhadores, escolheu dois:
1: reajuste de 12,5% no Bolsa Família (ela queria dar apenas 9%):
2: reajuste dos servidores do Judiciário.
Vale dizer: a tal perda de direitos estaria traduzida em dois reajustes reivindicados justamente por aqueles que ela diz que estão sendo prejudicados.
E ainda coroou a sua avaliação chamando o conjunto da obra de irresponsabilidade fiscal.
Dá para entender algumas coisas:
– porque o governo dela foi para o buraco;
– porque o governo dela não fazia sentido;
– porque o governo dela era um caos;
– porque não conseguia dialogar com o Congresso;
– porque não conseguia dialogar nem com seus ministros;
– porque era e é detestada no próprio PT.
Há uma expressão de que gosto muito com que Marx brindou Lassale, um de seus adversários intelectuais: “caos de ideias claras”. Dilma é mais óbvia: é um caos de ideias confusas mesmo!
E esta senhora quer voltar!

PAULO BERNARDO: Até juiz que prendeu a turma concorda com Toffoli, embora diga que não, e manda soltar a maioria dos presos
Ministro do Supremo está apanhando injustamente nas redes sociais; ele fez aquilo que determina a lei. É bom lembrar que já foi elogiado por votos memoráveis no petrolão
Por: Reinaldo Azevedo 
Quarta-feira,  29/06/2016 às 21:22
O ministro Dias Toffoli, do Supremo, mandou soltar o petista Paulo Bernardo, cuja prisão preventiva havia sido decretada pelo juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal de São Paulo. Fez bem ou fez mal? Vamos ver.
De todos os vícios que podem acometer a Justiça, o jornalismo, a academia e outros ambientes que não são estranhos ao exercício do pensamento, a demagogia certamente é um dos mais nefastos. Para citar H. L. Mencken (1880-1956), um brilhante jornalista americano, ela tem sempre soluções simples e erradas para problemas complexos.
Mas mobiliza os espíritos, em especial os menos informados. A demagogia costuma ser bronca, justiceira e contraproducente — isto é, obtém resultados contrários aos pretendidos.
Por que isso? Alertei aqui e onde quer que atue que a prisão de Paulo Bernardo, salvo algum elemento que não fosse público, não se sustentava porque não encontrava amparo no Artigo 312 do Código de Processo Penal. Antevi que o Supremo mandaria libertá-lo, mas que o processo que envolve o ex-ministro não subiria para o STF e seria mantido na 6ª Vara Federal de São Paulo. Bingo e bingo!
Sim, acho que Bernardo é culpado. Quando for condenado em segunda instância, com a mudança da jurisprudência decidida pelo Supremo, que vá em cana. Para ir antes, com uma preventiva, é preciso incidir em ao menos uma das quatro precondições que permitem tal expediente, especificadas no Artigo 312 do Código de Processo Penal, a saber:
1: ameaça à ordem pública;
2: ameaça à ordem econômica;
3: em benefício da instrução criminal;
4: para garantir a aplicação da lei penal.
Para todos esses casos, um juiz tem de ir além da opinião e apresentar elementos fáticos. No caso dos itens 1 e 2, a ameaça à ordem pública e a ameaça à ordem econômica podem estar na certeza de que a pessoa voltará a delinquir — certeza, reitero, extraída do mundo objetivo. É preciso que se evidencie a manipulação criminosa.
A instrução criminal estaria ameaçada se houvesse evidências de que Bernardo intimida testemunhas e tem condições de eliminar provas. Finalmente, estaria ameaçada a aplicação da lei penal se existissem as evidências de que pretende fugir. Segundo Toffoli e segundo li nos documentos oficiais, nenhuma dessas quatro coisas está dada.
Querem a minha opinião pessoal? Acho que Bernardo é culpado e tem de ser condenado. Dada a gravidade do crime, tem de ser cadeia em regime fechado. Que se faça isso depois de condenado em segunda instância. Toffoli apontou o correto: prisão preventiva não pode ser antecipação de pena.
E, suspeito, até o juiz Paulo Marques Bueno de Azevedo, que decretou a prisão, deve concordar com o ministro. Tanto é assim que ele próprio mandou soltar Guilherme Gonçalves, o advogado que é apontado como laranja de Bernardo; Daisson Portanova; Valter do Nascimento; Emanuel do Nascimento; Joaquim da Câmara e Washington Viana. Permanecem presos porque teriam tentado interferir nas investigações — vale dizer: ficam na cadeia em benefício da instrução criminal — Paulo Adalberto Alves Ferreira e Nelson Luiz Oliveira Freitas.
Juiz fala
O juiz, na verdade, se manifestou e disse discordar de Toffoli. Afirmou:
“Quanto à questão da fundamentação da prisão preventiva, obviamente irei acatar, porém, respeitosamente, discordo, continuando a achar que a expressiva quantia do dinheiro não localizado pode sofrer novos esquemas de lavagem, ao menos por ora. O risco concreto se deveria aos indícios dos pagamentos feitos por intermédio do advogado Guilherme Gonçalves [um dos presos]”.
Bem, suponho que tal risco, que ele enxerga, não diga respeito só a Bernardo. A decisão de Toffoli não o obrigava a soltar os outros presos. Por que o fez antes mesmo do recurso da defesa?
Toffoli negou, no entanto, a pretensão da defesa, que queria que o caso Paulo Bernardo ficasse no Supremo, já que contíguo a uma investigação contra senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), sua mulher. O ministro confirmou que a investigação segue com a 6ª Vara Federal de São Paulo.
Torcida e demagogia
Toffoli está apanhando nas redes sociais porque mandou soltar Bernardo. E eu estou levando algumas pancadas porque concordei com a decisão… Fazer o quê? Não escrevo aquilo que querem que escreva nem para excitar torcidas. Escrevo o que penso. E meu parâmetro é a legalidade.
Curioso, não? No imbróglio do petrolão, Toffoli já deu votos memoráveis. E foi aplaudido. Quando o Supremo decidiu anular a eleição direta que escolheu a Comissão do Impeachment na Câmara, por exemplo, ele fez a melhor intervenção no Supremo, evidenciando que um Poder estava avançando sobre outro.
O ministro rompeu ainda o silêncio quando começou a conversa mole de que impeachment é golpe. Foi um dos poucos — ao todo, acho que foram apenas três membros da Corte (além dele, Gilmar Mendes e Celso de Mello) — que tiveram a coragem de pôr o guizo no pescoço do gato e bater o martelo: “Não é golpe”!
Bem, meus caros, não dá para saudar um ministro como símbolo da democracia quando a gente concorda com o seu voto e como um demônio vendido quando discorda. Eu me interesso pelo fundamento que orienta o voto; eu me interesso em saber se este lustra ou deslustra as leis.
Dadas as circunstâncias, acho que qualquer um dos outros 10 ministros tomaria a mesma decisão. E NÃO PORQUE BERNARDO SEJA INOCENTE, MAS PORQUE É O QUE ESTÁ DE ACORDO COM A LEI.
Para encerrar: já há gente nas redes sociais antevendo o fim da Lava-Jato e o fim do mundo, dada a decisão do ministro. Com a devida vênia, trata-se de uma bobagem monumental!

Senadores impedem Temer de fazer a coisa certa no setor aéreo; querem manter mamata
Governo queria tirar o limite de participação de capital estrangeiro no setor, mas os senhores parlamentares atuaram contra o povo e não permitiram
Por: Reinaldo Azevedo 
Quarta-feira, 29/06/2016 às 20:17
Eu gostaria muito de saber os respectivos nomes dos senadores que, em uma questão ao menos, conspiram contra os interesses do povo brasileiro e, na prática, fazem o jogo do capitalismo rasteiro que costuma vigorar no País. A que me refiro? Vamos lá.
Diante da resistência dos senadores à proposta que permite que estrangeiros dominem até 100% do capital das empresas aéreas que operam no Brasil, o governo se comprometeu a vetar essa ampliação. O presidente Michel Temer constatou que, sem esse compromisso, o Projeto de Lei de Conversão 13/2016, decorrente da MP 714/2016, acabaria derrotado. Como cedeu, o texto foi aprovado nesta quarta-feira.
Expliquemos. A medida provisória não trata apenas desse assunto. Ela também reestrutura a Infraero, o que o governo considera uma prioridade. Vamos às circunstâncias.
A MP foi originalmente enviada à Câmara por Dilma. Trazia ao menos um avanço em relação ao que temos hoje. Permitia que o capital estrangeiro controlasse até 49% das empresas aéreas — hoje, o limite é de 20%. Uma emenda, correta, tirou esse limite.
Pois bem… Parte considerável dos senadores não gostou e se manifestou contra a possibilidade dos 100%. A desculpa — e acho que se trata apenas disso — é que a proposta não detalhava como isso se daria no caso da aviação regional. E daí? Se não existe limite para o setor, valeria também para esse nicho.
Com a devida vênia, isso é pura conversa para boi dormir. Isso tem é cheiro de lobby das empresas que já atuam por aqui. E algumas delas recorrendo a estratagemas para esconder o fato de que já não são controladas por brasileiros.
O governo teve de se comprometer a vetar a elevação do capital estrangeiro. Como a Câmara aprovou 100%, não os 49% que estavam no texto original, e como o governo vai ter de vetar, então se volta, nesse particular, ao que era antes: 20%¨.
Segundo o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, já está em tramitação no Congresso o novo Código Brasileiro do Ar, que é o documento legal que traz o limite dos 20%. Ele prevê que o Congresso elevará a participação do capital estrangeiro no setor aéreo quando se votar tal texto. Vamos ver.
É evidente que a restrição é duplamente desinteressante para o povo brasileiro. Em primeiro lugar, restringe a concorrência. Quanto menos gente oferecendo o serviço, mais caro ele se torna. Em segundo lugar, é sabido que existe fraude. Empresas acabam se associando a congêneres estrangeiras e mantêm apenas no papel os 80% de capital nacional. Em alguns casos, decisões importantes de empresas supostamente brasileiras nem são tomadas por aqui.
Seja na aviação, seja em qualquer outro setor, o que os brasileiros ganham com a proibição de que empresas inteiramente estrangeiras atuem aqui, desde que sigam a legislação, paguem os impostos e ofereçam serviço de qualidade?
Você que me lê sente algum frêmito especial quando senta numa poltrona de um avião cuja empresa seja nacional? Creio que não, né? Assim como, ao encher o tanque num posto da Petrobras, não tinha a sensação de que estava sendo roubado por vagabundos.
Que se registre: Temer quis fazer a coisa certa, e o Senado não deixou. O nacionalismo não explica isso. Quem sabe o lobby vicioso o explique.
Não sei ainda o que alguns senadores ganharam. Mas, com certeza, o povo brasileiro saiu perdendo.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 29 de junho de 2016
2a Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
No Brasil da impunidade ampla, geral e irrestrita, quem tem poder, dinheiro e muita influência nos andares de cima da República Capimunista dificilmente vai preso ou, quando um "acidente" o leva a cadeia, acaba solto rapidamente. A rotina se repetiu com o poderoso ideólogo petista Paulo Bernardo, marido da também fulgurante senadora Gleisi Hoffmann, suspeito do crime hediondo de faturar em cima do empréstimo consignado de servidores públicos, aposentados e pensionistas, na Operação Custo Brasil - desdobramento da Lava Jato para apurar irregularidades no Ministério do Planejamento entre 2010 e 2015.
O ex-companheiro petista José Antônio Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal revogou a prisão preventiva de Paulo Bernardo, ocorrida quinta-feira passada. Toffoli acatou os argumentos dos advogados Juliano Breda e Rodrigo Mudrovitsch de que ocorreu "flagrante e constrangimento ilegal, passível de correção por habeas corpus de ofício, determina-se cautelarmente a revogação da prisão preventiva". Toffoli sentenciou: "Liminar requerida indeferida. Mantida as investigações junto ao juízo reclamado. Porém, por configurar flagrante constrangimento ilegal, passível de correção por habeas corpus de ofício, determina-se cautelarmente a revogação da prisão preventiva do reclamante (Paulo Bernardo), sem prejuízo da fixação de medidas cautelares alternativas".
Toffoli ponderou: "A prisão preventiva para garantia da ordem pública seria cabível, em tese, caso houvesse demonstração de que o reclamante estaria transferindo recursos para o exterior, conduta que implicaria em risco concreto da prática de novos crimes de lavagem de ativos. Disso, todavia, por ora, não há notícia". Em breve, o STF terá de avaliar o questionamento da Advocacia do Senado sobre a legalidade da busca e apreensão no apartamento em que o casal Paulo e Gleisi morava em Brasília. Como é um imóvel funcional usado pela senadora, que tem direito ao absurdo foro privilegiado (a desigualdade promovida pelo judiciário tupiniquim com a interpretação malandra da lei), o Senado questiona sua "inviolabilidade".
O caso ainda vai render muita polêmica. O juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, responsável por tomar a decisão que levou ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão no apartamento do ex-ministro Paulo Bernardo em Brasília, informou não saber que se tratava de um imóvel funcional do Senado. O magistrado interpreta que isso não invalida a medida que tomou. Agora, será o STF quem terá de ratificar ou não a operação. Espertamente, usando indiretamente a Advocacia do Senado, advogados de Bernardo querem a anulação de eventuais provas que tenham sido obtidas no apê chapa branca...
Devagar, devagarinho, como no bom Pagodinho, ainda assistiremos a muita flexibilização de decisões tomadas nas operações e processos judiciais derivados da Lava Jato. Ela não vai parar, porque a pressão da sociedade não permitirá. No entanto, pode ter seus efeitos saneadores neutralizados ao máximo. Bancas de advocacia contratadas a peso de ouro conseguem milagres no Brasil desgovernado pelo crime institucionalizado comandado de fora para dentro do País, para mantê-lo refém, miserável, corrupto e subdesenvolvido.
Enquanto perdurar o "bundamolismo" da maioria da sociedade brasileira - que ainda não protesta firmemente contra as coisas erradas -, continuaremos sob a ditadura do crime institucionalizado que interessa aos controladores do Brasil.
Enquanto isso...
Jair Bolsonaro, alvo de uma armação ideológica da canhota nazicomunopetralha, é quem responderá a processo no STF e risco de perda de mandato na Câmara...
(...)
Viva São Pedro...


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