PRIMEIRA EDIÇÃO DE 19-6-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
19 DE JUNHO DE 2016
A Câmara dos Deputados custeou, com dinheiro retirado do bolso do contribuinte, exatas 282 diárias de parlamentares que viajaram ao exterior somente este ano, entre janeiro e junho. Nova York continua sendo o destino favorito de suas excelências: foram 91 diárias para a “Big Apple”. Outro destino frequente de deputados em viagens oficiais aos Estados Unidos é Las Vegas, cidade conhecida pelos cassinos.
A ensolarada Miami e as encantadoras Paris e Londres, também estão entre as favoritas. Mas houve quem viajasse até para Etiópia e Zâmbia.
A campeã em números de diárias é Soraya Santos (PMDB-RJ): passou 13 dias e meio em Nova York por nossa conta, em março.
Outra deputada que recebeu 13 diárias para ir a Nova York foi Tia Eron (PRB-BA), aquela que se tornou conhecida no Conselho de Ética.
O deputado Átila Lins (PSD-AM) foi a cidades como Beirute, Lusaka e, claro, Nova York, sempre ela. No total, R$ 23.473,95 em diárias.
Indagados sobre as eleições de outubro, 31,1% dos eleitores declaram que não pretendem votar para prefeito ou vereador, votando em branco ou anulando o voto, segundo pesquisa nacional do Instituto Paraná. Até para as eleições municipais de 2018 o desinteresse fica claro: apenas 10,3% dizem preferir Lula (PT), 10,1% Marina (Rede), 8,5% Aécio, 6,6% Serra e 6,3% Alckmin. Os candidatos tucano somam 21,4%.
Apesar do desinteresse de um terço do eleitorado, 62,5% dos entrevistados dizem querer votar em “algum candidato” este ano.
O instituto Paraná Pesquisa avaliou que os principais pré-candidatos a presidente em 2018 são rejeitados, em média, por 62,6% dos eleitores.
O Paraná Pesquisa entrevistou 2.044 eleitores, em 162 municípios de 24 estados brasileiros, entre 11 e 14 de junho. A margem de erro é 2%.
A grama cresce na porta de Paulo Bernardo. Citado e investigado na Lava Jato, viu sumir os “amigos”, os correligionários do PT e até os que beneficiou, em seu tempo de influentíssimo ministro de Lula e de Dilma.
Senadores estão incomodados com a turma do marqueteiro João Santana, que se instalou no Senado para supostamente produzir um “documentário” sobre o “golpe”, mas a atitude agressiva e arrogante mais os coloca na condição de militantes petistas do que profissionais.
Roteirizado por João Santana, que está na cadeia, o tal “documentário do golpe” vai virar instrumento eleitoral do PT, porque pretende desqualificar o Senado e os crimes atribuídos a Dilma e aos petistas.
O PT continua misturando público e privado. Submete a “treinamento” as testemunhas de defesa de Dilma Rousseff na comissão do impeachment. Isso ainda vai dar escândalo, processos e cadeia.
"Ninguém vai se convencer com testemunha trazida pela defesa de Dilma", disse Waldemir Moka (PMDB-MS), sobre as audiências com ex-assessores e até prováveis cúmplices dos crimes que a afastaram.
A crise mudou a rotina de assessores no Congresso. Geralmente, havia contratação de profissionais para o político aparecer na mídia. Agora, com a reputação em chamas, eles querem fugir do noticiário.
Porteiro gay de cemitério de Santa Luzia (MG) reclamou do supervisor que o humilhava, chamando-o de “borboleta”. O juiz trabalhista Ednaldo Lima condenou o cemitério a indenizar o funcionário destratado.
Governadores de estados atolados em dívidas desembarcam em Brasília nesta segunda (20), em bloco, com o pires na mão. Vão bater na porta o Palácio do Planalto pedindo renegociação das dívidas.
Após zika, estupro coletivo, ameaça de terrorismo, Dilma, etc, não vai ser uma “calamidade pública” qualquer que afetará as Olimpíadas.

NO DIÁRIO DO PODER
PETROLÃO
MACHADO DIZ QUE FOI PRESSIONADO PARA ARRECADAR MAIS PROPINA PARA RENAN
DELATOR RELATA 'ATRITOS' COM RENAN PELA PRESSÃO POR PROPINA
Publicado: 18 de junho de 2016 às 15:24 - Atualizado às 00:07
Elijonas Maia
Em sua delação premiada bombástica, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado acusou o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de tê-lo pressionado para arrecadar mais propina. Segundo ele, também foi ameaçado para ser mais eficaz na arrecadação ou seria retirado da presidência da empresa.
No depoimento, Machado disse que até 2007 a subsidiária da Petrobras não tinha uma estrutura de pagamentos mensais organizados porque a capacidade de investimento da Transpetro era iniciante. Por causa disso, ele teve atritos com o senador Renan Calheiros. Segundo Machado, Renan queria mais recursos do que ele era capaz de obter. 
Nesse período, inclusive, houve notas na imprensa sobre a saída de Machado da presidência da Transpetro por falta de apoio político. Na delação, Machado disse que precisava ser eficaz na arrecadação ou seria retirado do cargo.
A situação mudou em fevereiro de 2008, quando o senador Edison Lobão (PMDB-MA) assumiu o Ministério de Minas e Energia. Assim, segundo ele, começaram os pagamentos mensais à cúpula do PMDB. "O pagamento de propina passou a ser possível porque a Transpetro passou a ter mais capacidade de investimento, gerando, assim, mais contratos e, consequentemente, me permitindo a arrecadar mais propinas", diz um trecho do documento.
A delação foi feita em 4 de maio, na Procuradoria da República do Rio de Janeiro ao procurador Marcello Paranhos e o promotor Sérgio Bruno Cabral. O documento foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que retirou seu sigilo.
Em entrevista coletiva que durou mais de 30 minutos na quinta-feira (16), Renan Calheiros criticou a delação de Sérgio Machado, chamando-a de criminosa. Afirmou que nunca autorizou ninguém a falar em seu nome e que todas as doações de campanha que recebeu foram "legais, com contas prestadas à Justiça e aprovadas". "De modo que não tenho nada, absolutamente, a temer." 
A defesa de Lobão afirmou que ele nega "peremptoriamente" ter recebido qualquer valor, "a qualquer título", de Sérgio Machado.

DOCUMENTOS E EXTRATOS
SUÍÇA ACHA CONTA DE HENRIQUE ALVES E TRANSFERE PARA O BRASIL
HENRIQUE ALVES FAZIA DEPÓSITOS DE US$700 MIL A US$1 MILHÃO
Publicado: 18 de junho de 2016 às 09:51 - Atualizado às 00:38
Redação
MACHADO AFIRMOU QUE HENRIQUE ALVES “ERA UMA PESSOA COM QUEM SEMPRE MANTEVE RELAÇÃO CORDIAL” - FOTO: PEDRO FRANÇA / AGÊNCIA SENADO
A Suíça transferiu ao Brasil todos os documentos e extratos bancários envolvendo o ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (RN). Ele pediu demissão anteontem (16) do cargo depois de ter sido informado que os dados sobre sua conta bancária no país europeu já eram de conhecimento dos investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato.
Na Europa, fontes próximas ao caso confirmaram à reportagem que Henrique Alves manteve uma conta com depósitos que variavam entre US$ 700 mil e US$ 1 milhão. O dinheiro está bloqueado, mas o banco não teve seu nome revelado pelas autoridades do país.
Alves foi o terceiro ministro da gestão Temer a cair e, em uma carta, explicou que não queria criar “constrangimentos” para o presidente em exercício, Michel Temer.
A investigação começou em Berna, na Suíça, sob a suspeita de que a conta tenha sido alimentada por recursos de propinas. A conta de Alves, porém, é uma das mais de mil contas hoje bloqueadas pelos suíços em seus bancos locais relacionadas com a Lava Jato.
Mas, para os suíços, o caminho adotado foi o mesmo seguido no caso do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para a procuradoria suíça, não faria sentido processar o brasileiro, levá-lo a um julgamento em Berna e, em seguida, jamais conseguir sua punição. O motivo é que o Brasil não extradita seus nacionais.
A ideia negociada com os procuradores da República brasileiros foi a de transferir o caso para o Brasil a fim de que Alves, agora, seja investigado e julgado em seu próprio País. Para os suíços, a transferência do caso também permitirá que a Justiça no Brasil possa agir de forma rápida, garantindo assim que as provas e mesmo os recursos não sejam perdidos.
Henrique Alves já havia sido citado anteriormente na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nela, o delator da Lava Jato contou que entregou R$ 1,55 milhão para Alves. Segundo ele, o dinheiro tinha origem em propinas pagas por empresários que mantinham contratos com a Transpetro. Os pagamentos teriam sido feitos pela empresa Queiroz Galvão nos anos de 2008 (R$ 300 mil), 2012 (R$ 250 mil) e 2014 (R$ 500 mil) e pela empresa Galvão Engenharia, em 2010 (R$ 500 mil).
Ainda em sua delação, Machado afirmou que Henrique Alves “era uma pessoa com quem sempre manteve relação cordial”. Ele afirmou que Alves, então deputado do PMDB, levou a ele algumas empresas da área de tecnologia ou serviços até a Transpetro para que Machado as contratasse, mas nenhuma negociação avançou.
“Eu sempre o ajudava em época de campanha quando ele me ligava pedindo um encontro. Eu sempre o ajudei por meio de doações oficiais, cujo origem eram vantagens indevidas pagas pelas empresas contratadas pela Transpetro.”
Machado contou que telefonou várias vezes para Alves. Ele afirmou ainda que manteve encontros com o ex-ministro na sede da Transpetro. Ainda segundo o delator, quando era preciso fazer a doação oficial, o dinheiro normalmente era repassado aos partidos, que depois, enviavam o dinheiro aos políticos. Ainda segundo Machado, “foram repassados ao PMDB pouco mais de R$ 100 milhões cujo origem eram vantagens ilícitas”.
Nota
Em nota divulgada anteontem (16) a assessoria do ex-ministro informou que ele desmente as acusações de Machado. Sobre as investigações feitas pela Suíça, Alves informou: “Refuto qualquer ilação a respeito de conta no exterior em meu nome.” A nota do ex-ministro do Turismo prossegue afirmando: “Não fui citado a prestar esclarecimentos”. Alves disse ainda que está “como sempre estive, à disposição da Justiça, até porque sou o principal interessado em ver todas essas questões esclarecidas”. Por fim, o político afirmou que acredita “nas instituições do nosso Estado Democrático de Direito”.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
J. R. Guzzo: Duas Ferrovias
Quando a Suíça resolve fazer uma estrada de ferro, as pessoas passam a andar de trem; no Brasil, ficam devendo
Por: Augusto Nunes
18/06/2016 às 12:16
Publicado na versão impressa de VEJA
Os viajantes que vão de Zurique, de outras cidades da Suíça e da maioria dos países da Europa para Milão e para o norte da Itália já estão rodando a até 250 quilômetros por hora na linha de trem que passa pelo novo túnel do Monte São Gotardo, a mais recente maravilha da engenharia mundial ─ com quase 60 quilômetros perfurados na rocha bruta, é o túnel mais longo do mundo, e sua construção tornou-se uma epopeia comparável à da travessia subterrânea do Canal da Mancha, entre Inglaterra e França. Enquanto isso, no Brasil, a última notícia que o público pagante teve em matéria de estrada de ferro foi o anúncio, dias atrás, de que o Tribunal de Contas da União proibiu qualquer entrega de dinheiro do Erário à “Ferrovia Transnordestina”, apresentada desde o governo do ex-presidente Lula como um monumento à redenção do Nordeste; seria também uma prova de que foi preciso um operário chegar à presidência deste país para ensinar que grandes obras não podem ser feitas só no “Sudeste”. A decisão foi tomada porque a Transnordestina assumiu a proporção de calamidade fora de controle em matéria de agressão ao Tesouro Nacional, incompetência técnica absoluta e desrespeito ao cidadão. O resumo real do que aconteceu aí é o seguinte: dez anos após anunciadas as obras, não existe ferrovia nenhuma. Em compensação, existe uma dívida de 35 bilhões de reais.
Sempre se pode dizer: “Não dá para comparar a Suíça com o Brasil”. Não dá mesmo ─ não é realista, não é lógico e é inútil. A Suíça é uma coisa, o Brasil é outra, e não existe nenhuma previsão, pelo menos por enquanto, de que fiquem mais parecidos algum dia em termos de conduta por parte do poder público. Ainda assim, o caso das duas ferrovias oferece uma excelente oportunidade para pensar um pouco nessa coisa ruim chamada “governo”. Tudo bem, ninguém está querendo por aqui que os governantes tenham um desempenho semelhante ao de lá; mas, francamente, também não há nenhuma obrigação de serem tão ruins desse jeito. A Transnordestina, lançada em 2006 para ligar os portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, além de abrir um novo acesso ao mar para o interior do Piauí, deveria ser entregue em 2010. Não foi. Já estamos em 2016 e nada ─ não há no momento nem sequer um palpite sobre a data de entrega. Descobriu-se que as obras foram iniciadas sem um projeto de engenharia coerente. Não existe nenhuma dificuldade geográfica especial na área (nada de túneis a 550 metros de altitude, por exemplo), mas dos 1 700 quilômetros da estrada só há trilhos em 600, onde não passa trem algum. Sua função, no momento, é serem estragados pelo tempo ou furtados para a venda a peso do seu aço. O novo túnel do maciço de São Gotardo, aberto ao público dias atrás, foi entregue seis meses antes do prazo contratado e custou o que deveria custar ─ o equivalente a pouco mais de 10 bilhões de dólares. Por uma dessas coincidências da vida, a soma é praticamente igual aos 35 bilhões de reais de dívida que as empresas estatais responsáveis pela Transnordestina têm a apresentar como resultado de seus esforços até agora. Dá o que pensar. Quando a Suíça resolve fazer uma estrada de ferro, as pessoas passam a andar de trem; no Brasil, ficam devendo. É lindo, isso.
Também chama atenção, no caso, um fenômeno curioso, que provavelmente só acontece no Brasil: quanto mais a tecnologia avança no mundo desenvolvido, mais as obras públicas brasileiras demoram para ficar prontas. Numa época em que a ciência da engenharia é capaz de vencer os mais ingratos desafios da Natureza, dentro dos prazos e dos orçamentos previstos, é como se o Brasil estivesse vivendo no tempo da régua de cálculo e do trator a gasolina; no ritmo de trabalho seguido pelos dois últimos governos, a Ponte Rio-Niterói ainda estaria em obras. Estradas como a Transnordestina, segundo apontou o TCU, apresentam “vícios de construção” e “erros primários” de técnica ferroviária. A transposição de águas do Rio São Francisco é uma coleção de ruínas. Usinas hidrelétricas geram energia inútil, porque não há linhas de transmissão ─ e por aí se vai. Para piorar, o governo que não faz é o mesmo governo que não deixa fazer, na sua paixão contra o resultado prático e no seu pânico diante de qualquer benefício público feito pela iniciativa privada. Nesse meio-tempo, o mundo continua a girar. A primeira ferrovia do São Gotardo é de 1882; por lá, já estão na terceira. Por aqui, a grande discussão é saber se os que não fizeram vão voltar ao governo para continuar não fazendo.

NO BLOG DO JOSIAS
Dilma critica a corrupção do PMDB sem mencionar que aconteceu sob seu nariz
Josias de Souza
19/06/2016 05:08
“Não compactuei nem compactuo com a corrupção”, disse Dilma Rousseff, na sexta-feira (17), ao discursar para militantes petistas na cidade de Recife. A oradora enganou-se. Entusiasmada com a delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, Dilma criticou os “usurpadores” do PMDB com tanto entusiasmo que esqueceu de mencionar um detalhe: a pilhagem ocorreu sob o seu nariz.
Além das confissões de Sérgio Machado, um apadrinhado de Renan Calheiros, há na praça outro corrupto confesso ligado ao PMDB: Fábio Cleto, um afilhado de Eduardo Cunha que serviu aos interesses partidários como vice-presidente de Fundos do Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal. Embora já tenha sido avalizada pelo ministro Teori Zavaschi, relator da Lava Jato no STF, a delação de Fábio Cleto permanece sob sigilo.
Na Presidência, Dilma foi condecendente com Machado e Cleto. Governar o Brasil não é de todo ruim. O horário é bom, o dinheiro dá para o gasto, viaja-se muito e há sempre a possibilidade de poder demitir os protegidos de Renan e Cunha, que deve proporcionar uma sensação boa. Mas Dilma manteve a dupla de delatores nos respectivos cargos até o limite da irresponsabilidade.
Machado não chegou a ser demitido por Dilma. Caiu de podre, em novembro de 2014. Quanto a Cleto, só foi enviado ao olho da rua em dezembro de 2015, depois que seu padrinho político deflagrou na Câmara o processo de impeachment de Dilma. Foi afastado por retaliação, não por corrupção. Ouvido à época, Cunha tripudiou: “Para o currículo dele, é melhor não estar nesse governo.''
A vida ofereceu a Dilma várias oportunidades para se livrar de Sérgio Machado. E ela desperdiçou todas. Em setembro de 2014, época de eleição presidencial, a Procuradoria da República denunciou Machado por improbidade. Fraudara licitação para a compra de oito dezenas de barcaças destinadas ao transporte de etanol. Dilma fingiu-se de morta.
Dias depois, em 10 de outubro, às vésperas da sucessão, veio à luz depoimento do delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Ele contou que recebera R$ 500 mil em verbas sujas das mãos de Machado. Dinheiro de propina. Dilma tachou de “estarrecedora” a divulgação do depoimento no período eleitoral. Sobre o conteúdo das denúncias, declarou o seguinte na ocasião:
“Em toda campanha eleitoral há denúncias que não se comprovam. E assim que acaba a eleição ninguém se responsabiliza por ela. Não se pode cometer injustiças.” E seguiu em frente, como se nada tivesse sido descoberto sobre o homem de Renan. Deu-se, então, o inusitado: a empresa PricewaterhouseCoopers, que audita as contas da Petrobras, disse que não assinaria o balanço anual da companhia enquanto Machado fosse presidente da Transpetro.
Dilma não se deu por achada. Foi preciso que Machado tomasse a iniciativa. Pediu licença do cargo. Em nota, escreveu que a acusação de Paulo Roberto era “francamente leviana e absurda, mas mesmo assim serviu para que a auditoria externa PwC apresentasse questionamento perante o Comitê de Auditoria do Conselho de Administração da Petrobras.”
Acrescentou: “Decido de forma espontânea requerer licença sem vencimentos pelos próximos 31 dias. Tomo a iniciativa de afastar-me temporariamente para que sejam feitos, de forma indiscutível, todos os esclarecimentos necessários.” Machado ainda renovou a licença um par de vezes antes de bater em retirada.
Hoje, Dilma se escora na corrupção confessada do PMDB para reforçar a tese do “golpe” e defender a sua volta triunfal ao Planalto. Mal comparando, madame age como o homem da anedota, que matou pai e mãe e, no seu julgamento, pediu misericórdia para um pobre órfão.
É como se Dilma quisesse a compreensão de todos para o sacrifício da sanidade nacional em nome da eliminação do mal que ela mesma criou com sua conivência com a roubalheira. No fundo, deve lhe doer a ideia de que fez o papel de uma rainha desastrada, numa peça confusa, em que o protagonista foi o Renan e cujo epílogo é o Cunha.

Josias de Souza
19/06/2016 02:19
O Ministério Público Federal pediu à Justiça Federal que bloqueie os bens do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). O pedido consta de uma ação na qual o auxiliar de Michel Temer é acusado de improbidade administrativa por empregar uma funcionária fantasma em seu gabinete na época em que foi deputado federal. Os procuradores reivindicam a devolução de R$ 300 mil aos cofres públicos. Se for condenado, Padilha ficará inelegível por dez anos.
O caso veio à luz numa notícia veiculada pela revista Veja. A encrenca foi descoberta em 2008, quando a polícia investigava uma quadrilha que fraudava licitações no Rio Grande do Sul, Estado de Eliseu Padilha. Eram licitações para obras públicas tocadas com verbas municipais, estaduais e federais. Num grampo feito com autorização judicial, a Polícia Federal captou um diálogo definido no jargão jurídico como “fortuito”, que acontece ao acaso, sem ter sido planejado.
Graças a essa conversa, descobriu-se que uma dona de casa chamada Maria Dolores Fraga recebeu salários do gabinete do então deputado Padilha sem trabalhar. A irregularidade prolongou-se por quatro anos, diz a Procuradoria na ação. Intimado a se explicar, Padilha alegou que a senhora lhe prestava serviços na cidade gaúcha de Canoas, sem local definido para dar expediente. O diabo é que os investigadores não encontraram vestígios de comprovação.
O verdadeiro alvo dos grampos da PF era Francisco Fraga, marido da funcionária fantasma e então secretário da prefeitura de Canoas. O personagem carrega sobre os ombros uma condenação a 18 anos e 11 meses de cadeia por associação criminosa, e lavagem de dinheiro. Chefiava a quadrilha que fraudava as licitações gaúchas.
As escutas telefônicas captaram diversas conversas de Eliseu Padilha com um empresário acusado de se beneficiar das fraudes. Há inclusive diálogos em que Padilha soa combinando o recebimento de dinheiro. Ouvido, Padilha disse que se tratava de um pagamento por serviços que teria prestado. Em 2011, o agora ministro foi indiciado por formação de quadrilha. Mas o STF anulou o processo por conta de uma questão técnica.
Como Padilha era deputado, dispunha de foro privilegiado. Só poderia ser investigado e processado no STF. No seu caso, o grampo telefônico precisaria ter sido autorizado pelo Supremo. Algo que não ocorreu. O processo desceu ao arquivo. Antes, a pedido do Ministério Público, o STF devolveu os áudios à Justiça Federal, para que pudesse ter seguimento a ação por improbidade que envolve a contratação da funcionária fantasma.
Padilha avalia que a ação será arquivada. Insiste em afirmar que a personagem prestava serviço em sua base eleitoral, o que é autorizado pelas normas da Câmara. De resto, diz que o processo está escorado em escutas que o STF considerou ilegais.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 19.06.16 08:27
Lauro Jardim informa que "os advogados da Odebrecht já citaram até agora à Lava Jato os nomes de 175 deputados e senadores"...
Brasil 18.06.16 20:37
Teori Zavascki já arquivou os recursos de Lula para evitar que suas investigações voltem para Curitiba?
Brasil 18.06.16 19:47
A ideia de submeter o PT a um eventual acordo de leniência pressupõe a aplicação da Lei Anticorrupção (12.846/13), que exige do partido a responsabilização de seus dirigentes...
Brasil 18.06.16 19:03
A PGR denunciou ao Supremo o agora ex-ministro Henrique Alves por suspeita de lavagem de dinheiro e evasão de divisas...
Brasil 18.06.16 18:40
A ordem de Michel Temer para suspender as nomeações em estatais e fundos de pensão não chegou aos Correios...
Brasil 18.06.16 18:14
A Veja traz uma reportagem sobre a possibilidade de o Estado Islâmico realizar um ataque no Brasil durante os Jogos Olímpicos...
Brasil 18.06.16 18:03
O desembargador federal João Pedro Gebran, da 4a Região, reafirmou que é possível rescindir delações premiadas cujas informações não correspondam às de outras mais robustas, noticia a Follha...
Brasil 18.06.16 17:56
Fernando Henrique saiu em defesa de Aécio Neves:
Brasil 18.06.16 17:37
Na véspera da posse de Michel Temer, Gilberto Carvalho conseguiu emplacar seu filho Samuel no cargo comissionado de chefe de gabinete do Ministério do Desenvolvimento Agrário...
  •  
  •  
  •  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA