PRIMEIRA EDIÇÃO DE 07-6-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO O GLOBO
Janot pede prisão de Renan, Sarney e Jucá por tentarem barrar Lava-Jato
Pedidos estão com ministro Teori Zavascki, do STF, há pelo menos uma semana
POR JAILTON DE CARVALHO
07/06/2016 5:00
Cúpula do PMDB. Jucá, Renan e Sarney juntos em reunião no Palácio do Planalto, em 2012: o procurador-geral quer a prisão dos três por terem tramado contra a Lava-Jato - André Coelho/13-12-2012
BRASÍLIA — O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR). A informação é de um interlocutor de ministros do STF. Renan, Sarney e Jucá foram flagrados tramando contra a Operação Lava-Jato em conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Os pedidos de prisão já estão com o ministro Teori Zavascki, do STF, há pelo menos uma semana.
Janot também pediu o afastamento de Renan da presidência do Senado, usando argumentos similares aos empregados no pedido de destituição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara e do mandato de deputado federal, o que acabou sendo atendido pelo STF.
Os indícios de conspiração, captados nas gravações e reforçados pelas delações de Sérgio Machado e de seu filho Expedito Machado, são considerados por investigadores mais graves que as provas que levaram Delcídio Amaral à prisão, em novembro do ano passado, e à perda do mandato, em maio. De acordo com a fonte, Delcídio tentou manipular uma delação, a do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, enquanto Renan, Sarney e Jucá planejavam derrubar toda a Lava-Jato.
A INFLUÊNCIA DE SARNEY
Para essa pessoa com acesso às investigações, não há dúvida de que, se a trama não fosse documentada pelas gravações de Sérgio Machado, a legislação seria modificada de acordo com o interesse dos investigados. Renan, Jucá e Sarney estão entre os políticos mais influentes do Congresso. Sarney, mesmo sem mandato, controla bancadas na Câmara e no Senado. Ele teria tido, inclusive, papel decisivo no processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Jucá, logo depois que Michel Temer assumiu interinamente a presidência da República, foi alçado ao cargo de ministro do Planejamento, mas caiu após a divulgação das escutas.
Veja também
Numa série de depoimentos que prestou, após firmar acordo de delação premiada, Machado disse que distribuiu R$ 70 milhões em propina para Renan, Sarney e Jucá, entre outros políticos do PMDB durante os 12 anos que esteve à frente da Transpetro, como revelou O GLOBO na sexta-feira, 03. Nas conversas gravadas por Machado, Renan, Jucá e Sarney aparecem discutindo medidas para interferir na Lava-Jato.
Padrinho político de Machado e alvo central da delação do ex-presidente da Transpetro, Renan sugere mudar a lei para inibir a delação premiada. A delação tem sido usada em quase todos os inquéritos abertos na Lava-Jato, inclusive os instaurados contra o presidente do Senado. Mais ousado, Jucá descreve uma articulação política dele e de outros líderes para derrubar a presidente Dilma e, a partir daí, “estancar a sangria da Lava-Jato”.
Sarney sugere a escalação de dois advogados — Cesar Asfor Rocha, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e Eduardo Ferrão — para uma conversa com Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF. Para a Procuradoria-Geral da República, está claro que a ação de Renan, Jucá e Sarney tinha como objetivo obstruir as investigações sobre a organização especializada em desviar dinheiro de contratos entre grandes empresas e a Petrobras.
A divulgação de parte das conversas de Machado já resultaram na demissão de Jucá do Planejamento e do consultor Fabiano Silveira, do Ministério da Transparência, em menos de um mês de governo Temer. Agora, caberá ao STF deliberar sobre o pedido de Janot. O pedido foi encaminhado a Teori, mas depende de decisão do plenário do tribunal. Nos últimos dias, Teori sondou colegas de tribunal sobre o assunto.
Esta é a primeira vez que um procurador-geral da República pede o afastamento e a prisão de um presidente do Senado. O pedido de afastamento de Renan foi noticiado pelo jornal “Valor Econômico” na semana passada. Caberá aos ministros decidirem se Renan, alvo de 12 inquéritos no STF, ainda preenche os requisitos para permanecer na presidência do Senado e na linha sucessória da presidência da República. Uma das bases para a futura decisão pode ser o caso Eduardo Cunha.
Cunha foi destituído da presidência da Câmara e do mandato de deputado por tentar atrapalhar a Lava-Jato e por ser portador de uma longa ficha de acusações de corrupção. Cunha foi citado como destinatário de propina por pelo menos sete delatores. Em razão das acusações, já responde a um processo e pelo menos quatro inquéritos no âmbito da Lava-Jato.
PROPINA DE R$ 70 MILHÕES
Nos depoimentos da delação premiada, Machado disse que arrecadou mais de R$ 70 milhões para Renan, Sarney e Jucá, entre outros líderes do PMDB que davam sustentação à permanência dele na presidência da Transpetro. Responsável pela indicação de Machado à presidência, ainda em 2003, Renan foi, segundo o ex-presidente, destinatário de R$ 30 milhões. Jucá e Sarney teriam recebido R$ 20 milhões cada um. Machado disse ainda que arrecadou dinheiro para o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, e para o senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
Depois de confessar crimes cometidos em nome dele e dos padrinhos políticos, Machado se comprometeu com os investigadores da Lava-Jato a devolver aproximadamente R$ 100 milhões. Parte do dinheiro era administrado por Expedito, um dos quatro filhos dele, que vivia em Londres. As contas com o dinheiro ilegal estão num banco na Suíça. Outros dois filhos de Machado também fizeram delação.
Na sexta-feira passada, procurado pelo GLOBO para falar sobre a acusação de receber dinheiro de Machado, Renan disse que apenas mantinha relação institucional com o ex-presidente da Transpetro. Dias antes, quando as primeiras gravações vieram à tona, o senador disse que, na conversa com Machado, apenas expressou um ponto de vista sobre a Lava-Jato.
Também na semana passada, Jucá negou que tenha recebido qualquer dinheiro ou autorizado alguém a receber recursos em nome dele. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, responsável pela defesa de Sarney, disse, também semana passada, após o noticiário sobre as gravações, que não poderia responder sobre fragmentos da delação. Antes de dar entrevista, ele quer ter acesso completos ao autos.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
07 DE JUNHO DE 2016
O “trem da alegria”, com aumentos de até 41% para 16 categorias de servidores, deve impactar negativamente nas pesquisas de avaliação do governo federal, a serem divulgadas nos próximos dias. A previsão é dos principais cientistas políticos. Fica difícil entender, até para os empregados, e menos ainda para os 12 milhões de desempregados, a “gentileza” – que rima com fraqueza – do presidente Michel Temer.
Os primeiros levantamentos indicam que aprovação e desaprovação do governo têm empate técnico, mas com “viés de queda” para Temer.
O impeachment criou militância anti-Dilma que ainda favorece Temer, dizem os expert, mas mesmo essa área pode estar em “viés de queda”.
Murilo Hidalgo, diretor do acreditado Instituto Parará, adverte: se Eduardo Cunha se livrar de cassação, o povo culpará Temer.
O entendimento, dizem as pesquisas, é que Temer mantém o serviço público longe da crise, dispensando-o dos sacrifícios exigidos de todos.
Diante da péssima repercussão dos aumentos de salários e de cargos, o Ministério da Fazenda explicou que serão preservados os critérios do “nominalismo”, sejam quais forem os aumentos autorizados. A regra é: o aumento maior de hoje será compensado por um aumento menor no futuro. Mas “a economia está na UTI e de lá não sairá com placebos”, explica Gil Castelo Branco, da ONG Contas Abertas. Para ele, o nominalismo só funciona se aplicado nos grandes grupos de despesas.
Os grandes grupos de despesas que exigem atenção do governo são Saúde, Educação, Previdência e Assistência Social e Pessoal.
Com o déficit de R$ 170,5 bilhões, pouco adianta aplicar o nominalismo em passagens aéreas, diárias, hospedagens, vigilância e limpeza.
A PEC que o governo enviará ao Congresso manterá a regra geral: o teto da despesa de 2017 será o mesmo 2016, corrigido pela inflação.
Órgãos internacionais de finanças e comércio afirmam que a crise no Brasil é a maior do mundo. Se isso é fato, Dilma nos deixou de herança uma economia mais destroçada que a da Síria, país em guerra civil.
O Planalto se convenceu de que a história do “carteiraço” de Fábio Medina Osório, afinal desmentida pela FAB, é invenção de empreiteiros que tentam desestabilizá-lo após a decisão do chefe da AGU de recuperar na Justiça R$ 23 bilhões que roubaram da Petrobras.
Henrique Alves poderia ter dispensado o velho amigo Michel Temer de nomeá-lo ministro do Turismo. Sabia que sua demissão seria inevitável após ser lembrada uma velha notícia: ele está enrolado na Lava Jato.
Além de racista, é revelador de uma ignorância indesculpável para um jornal da importância do New York Times, o editorial criticando o ministério formado por “brancos” do governo do Brasil.
“Movimentos sociais” perderam o pudor, se é que o tinham. Duas entidades, inexistentes até nas redes sociais, invadiram o Ministério de Cidades ontem para continuar com livre acesso aos cofres públicos.
O ministro Bruno Araújo (Cidades) revelou a existência de programa habitacional secreto, denominado “Minha Casa Minha Vida Entidades”, que distribuiu mais de R$1 bilhão a entidades como MTST et caterva.
O gigante mineiro Hélio Garcia, falecido neste dia 6, era chamado carinhosamente de “Dojão”, quando governador, no fim dos anos 1980. Como adorava um bom uísque, Garcia era comparado ao carro da moda, à época, Dodge Charge. Que era grande e “bebia” demais.
O carioquíssimo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) se aproveita da briga de domingo e avalia “interditar” o Mané Garrincha, que registrou o maior público do Brasileirão: 55 mil pessoas. Toda pinta de manobra para impedir que times do Rio façam os jogos em Brasília.
...Dilma deve sofrer de amnésia seletiva.

NO DIÁRIO DO PODER
DILMA NA CENA DO CRIME
'DILMA SABIA DE TUDO O TEMPO TODO', AFIRMA CERVERÓ SOBRE PASADENA
CERVERÓ CONHECE DILMA HÁ 16 ANOS, VIAJAVA E TRABALHAVA COM ELA
Publicado: 07 de junho de 2016 às 01:14
CERVERÓ CONTA QUE A COMPRA SUPERFATURADA DA REFINARIA PASADENA FOI DISCUTIDA COM DILMA.
Em sua delação à Procuradoria-Geral da República, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que foi preso em janeiro de 2015 na Operação Lava Jato, falou à força-tarefa sobre o plano de fuga e uma suposta promessa da presidente afastada, Dilma Rousseff, para tirá-lo da cadeia.
"Ela estava preocupada com a eleição. Março de 2014 ela preocupada com a eleição. Ao invés de dar explicação, que existia uma explicação porque todas as cláusulas constam das informações que foram enviadas pelo Conselho (de Administração). A Dilma participou o tempo todo."
"Meu filho (Bernardo) voltava e dizia: 'Olha, não se preocupa que o Delcídio (Delcídio Amaral, então líder do Governo no Senado) tá se mexendo'. Se mexendo era o seguinte: tava conversando com os juízes, tava conversando com a Dilma. Uma das coisas que foi dita, que meu advogado (Edson Ribeiro) me disse, é que numa dessas conversas com Delcídio, o Delcídio, como líder do Governo, despachava diariamente com a Dilma e Dilma teria dito 'nós não vamos deixar os meninos presos'. Os meninos é o Duque (Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras) e eu. Eu conheço a Dilma há 16 anos, viajei com Dilma, trabalhava direto com Dilma, a refinaria (Pasadena) foi discutida com Dilma. Eu ia pra Bolívia inaugurar, quer dizer eu chamava a Dilma por Dilma, antes dela ser presidente, não é arrogância, nem nada. Eu conheci ela como secretária de Estado, secretária de Estado e eu diretor da Petrobras. Não ia chamar de Dra. Dilma, chamava de Dilma. Ela me chamava de Cerveró, não sei porque, meu nome é Nestor eu na Petrobras sou conhecido como Nestor, na mídia passei a ser chamado de Cerveró", afirmou Cerveró, na delação.
Defesa
A assessoria de Dilma Rousseff divulgou a seguinte nota:
"A respeito da reportagem "Dilma me sacaneou, diz Cerveró, em vídeo, sobre caso Pasadena", publicada pela Folha On Line, a Assessoria de Imprensa da Presidenta Dilma Rousseff esclarece:
A Presidenta Dilma Rousseff jamais manteve relação de amizade com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, embora o conheceu devido ao cargo que ocupava.
A Presidenta Dilma Rousseff reitera que jamais teve conhecimento sobre as atividades ilícitas praticadas por Nestor Cerveró na Petrobras e, portanto, jamais compactuou com tais condutas.
A Presidenta Dilma Rousseff relembra, ainda, que foi a Diretoria Executiva da Petrobras quem comunicou ao Conselho de Administração não ter Nestor Cerveró entregue as informações necessárias sobre as condições da compra, em 2006, de 50% das ações da Refinaria de Pasadena.
Como pode ser visto na Ata da Reunião de 03 de março de 2008, referente à dita autorização de compra pelo Conselho:
'(...) em 2006, quando da submissão ao Conselho de Administração da compra da participação na Refinaria de Pasadena, não constou do Resumo Executivo apresentado a informação sobre a ‘Cláusula de Marlim’, de garantia de rentabilidade da refinaria em favor da ASTRA, condição que foi oferecida na negociação como contrapartida para que fosse aceito pela Astra que a refinaria, após o ‘revamp’, passasse a processar setenta por cento de seu óleo processado por óleo fornecido pela Petrobras. O teor da ‘Cláusula Marlim’ não foi objeto de aprovação pelo Conselho de Administração quando da sua análise com vistas à aprovação da compra de participação na Refinaria de Pasadena." (Ata da Reunião 1.304)
Nesta mesma reunião, a Diretoria Executiva informa ao Conselho de Administração da Petrobras que apuraria os impactos dessa omissão e eventuais responsabilidades, nos seguintes termos:
'(...) por outro lado, considerando essa ausência de pronunciamento do Conselho sobre o tema (compra dos 50% das ações remanescentes), a Diretoria Executiva comunicou sua intenção de identificar se os termos de tal cláusula entraram efetivamente em vigor, se foram aplicados em algum momento e também avaliar os eventuais impactos, prejuízos e responsabilidades dela decorrentes." (Ata da reunião 1.304)
Como fica evidente, o Conselho de Administração da Petrobras jamais teve conhecimento sobre as referidas cláusulas e não autorizou a aquisição voluntária da participação dos 50% restantes das ações da Refinaria de Pasadena. A suposta relação de amizade - que nunca existiu - não é justificativa para encobrir um desvio de conduta como foi a omissão das informações que resultaram num prejuízo à empresa.
Este teatro montado por esta pessoa que não tem credibilidade e é suspeito de crimes, não intimida a senhora Presidenta Dilma Rousseff. Ela tem a consciência tranquila e reitera que as provas que demonstram as calúnias de Nestor Cerveró são contundentes."

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza
07/06/2016 05:36
A Câmara não é feita apenas de cinismo e cumplicidade. Mas 90% dos deputados dão aos 10% restantes uma péssima reputação. Ao suspender Eduardo Cunha do exercício do mandato e da presidência da Câmara, o STF transformou os parlamentares em pequenas criaturas. Hoje, basta que um deputado se agache no plenário para que o considerem um ser de grande altivez.
Num instante em que Eduardo Cunha executa sua penúltima manobra (veja aqui e aqui), vale a pena reler um trecho da decisão do STF, redigida pelo ministro Teori Zavascki e referendada por unanimidade no plenário do tribunal. O texto anota que Cunha, “além de representar risco para as investigações penais […], é um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da instituição por ele liderada.”
O documento prossegue: “Em situações de excepcionalidade, em que existam indícios concretos a demonstrar riscos de quebra da respeitabilidade das instituições, é papel do STF atuar para cessá-los, garantindo que tenhamos uma República para os comuns, e não uma comuna de intocáveis…”
O que o Supremo afirmou, com outras palavras foi o seguinte: “A permanência de Eduardo Cunha no comando da Câmara ameaça a Lava Jato e avacalha o Legislativo. Se os deputados não conseguem se livrar de um personagem que torna a Câmara indigna de respeito, não resta ao Supremo senão intervir, para preservar a instituição e demonstrar que ninguém está acima da lei.”
O que parecia ser um favor do STF transformou-se num suplício. A Suprema Corte afastou Eduardo Cunha, mas manteve nas mãos dos seus pares a obrigação de remover o entulho. Decorridos 33 dias, o Conselho de Ética da Câmara se reúne nesta terça-feira para votar um parecer que recomenda a cassação do mandato de Cunha. E a infantaria do lixão manobra para arrancar do colegiado uma pena alternativa —algo como uma suspensão. Que seria inócua, já que o STF já suspendeu o acusado.
O processo já é o mais longo da história do Conselho de Ética. Arrasta-se há mais de sete meses. O arsenal de manobras de Cunha parece inesgotável. Nesta terça, em sessão realizada numa sala ao lado, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) votará parecer de um aliado de Cunha, o deputado-petroleiro Arthur Lira (PP-AL), que altera as regras do jogo aos 45 minutos do segundo tempo.
Mal comparando, é como se as manobras tornassem o processo de cassação semelhante a uma partida de futebol. Com algumas diferenças: o campo não é demarcado, vale impedimento, canelada marca ponto a favor, a bola é quadrada e o juiz é o próprio acusado, um ladrão que expulsa do jogo quem bem entende e cria suas próprias regras sem dar satisfação a ninguém.
O deputado Betinho Rosado (PSDB-PE), que joga no time da cassação, ainda não se deu por vencido. Ele diz que a Comissão de Justiça, onde Cunha executa sua manobra, “não é um colegiado feito de cartas marcadas.” Para Betinho, “não há segurança de que as mudanças que favorecem Eduardo Cunha serão aprovadas.”
Os partidários da interrupção do mandato de Cunha planejam obstruir a votação na CCJ. “Queremos ter primeiro o resultado do Conselho de Ética, que sairá até quarta-feira'', afirma o tucano Betinho. “Obstruindo, a gente expõe um pouco mais a manobra, de modo a elevar a pressão da opinião pública sobre a CCJ.”
Do lado de Eduardo Cunha o problema é saber de que tamanho precisa ficar o embaraço para que a opinião pública, já tão habituada ao papel de tolo, possa considerá-lo aceitável. A tarefa não é simples. Mas a Câmara, depois de perder o poder para o STF, não parece se importar com a crescente perda do pudor.
Os deputados flertam com o risco de o Supremo intervir novamente na cena, moralizando-a. A imagem da prisão de Delcídio Amaral em pleno exercício do mandato de senador flutua na atmosfera como um aviso para Eduardo Cunha.

Josias de Souza
07/06/2016 00:47
Renan Calheiros, presidente do Senado, divulgou uma nota oficial para aplaudir a ordem de Michel Temer de suspender as nomeações de novos diretores e presidentes de estatais. “É uma decisão oportuna e que repõe os critérios técnicos para preenchimento de cargos estratégicos no país.”
A exaltação de Renan à meritocracia chega num instante em que seu apadrinhado Sérgio Machado, depois de pilhar as arcas da Transpetro por 12 anos, leva os lábios ao trombone numa delação devastadora. Beneficiário de machadianas que somam R$ 30 milhões, Renan cospe num prato em que já não pode comer.

Josias de Souza
06/06/2016 23:09
Em 2010, quando Lula deixou o Planalto com mais de 80% de popularidade, seu futuro seria radioso. Agora, o futuro do ex-soberano é a ameaça da denúncia, a ameaça da ação penal, a ameaça da condenação.
Nesta segunda-feira, 06, Lula ressurgiu no Rio de Janeiro. Inquirido sobre 2018, respondeu que “é cedo” para pensar em sucessão presidencial. Disse que há pessoas “boas” e “novas” para se apresentar como alternativas.
Lula acrescentou que já está em idade para se “aposentar”. Já não se faz mais futuro como antigamente. Hoje, Lula não tem condições de prever se seus direitos políticos estarão intactos em 2018. Reza para estar solto no mês que vem.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 07.06.16 06:58
Segundo O Globo, os investigadores consideram mais graves as provas contra Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney do que aquelas que levaram Delcídio Amaral à prisão, pois "Delcídio tentou manipular uma delação, enquanto Renan, Sarney e Jucá planejavam derrubar toda a Lava Jato"...
Brasil 07.06.16 06:44
Além de pedir a prisão de Renan Calheiros, segundo O Globo, Rodrigo Janot pediu também seu afastamento da presidência do Senado.
Os peemedebistas têm uma certeza: o plano de Janot é colocar o petista Jorge Viana à frente do Senado para barrar o impeachment...
Brasil 07.06.16 06:30
Quem é que Rodrigo Janot está querendo enganar?
O Globo informa que ele pediu a prisão de Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá por tentarem obstruir a Lava Jato...
Brasil 07.06.16 06:13
Lula, ontem à noite, acusou Michel Temer de ter cortado "até o almoço da Dilma".
E completou:
"Agora vamos comer em marmitex"...
Brasil 07.06.16 06:01
Dilma Rousseff passou da dieta Ravenna para a dieta Alvorada.
Nos primeiros 18 dias de afastamento do cargo, ela gastou 54 mil reais em comida...
Brasil 06.06.16 22:22
O VLT carioca conta com batedores para percorrer os seus quatro quilômetros de extensão...
Brasil 06.06.16 21:22
O fato de Fernando Pimentel continuar à frente do governo de Minas Gerais é mais uma prova de que o nosso arcabouço político-jurídico foi montado para favorecer a impunidade.
Brasil 06.06.16 21:15
O VLT carioca, no seu primeiro dia de operação normal, ficou parado durante vinte minutos, por falta de energia elétrica.
Brasil 06.06.16 20:59
Além de autorizar a quebra do sigilo telefônico de Gilberto Carvalho, o juiz Sergio Moro também determinou que se quebrasse o de Marcos Valério...
Brasil 06.06.16 19:58
Eis o novo calendário da votação do parecer do impeachment:
1/6: Entrega da defesa prévia da presidente.
2/6: Parecer sobre provas e diligências, discussão e votação...
Brasil 06.06.16 19:49
A Época noticia que, em delação, Bené disse que a OAS doou R$ 3 milhões em dinheiro vivo para a campanha de Fernando Pimental, em 2014...
Brasil 06.06.16 19:34
Gilmar Mendes autorizou a abertura de um segundo inquérito para investigar Aécio Neves...
Brasil 06.06.16 19:15
A Ordem dos Advogados do Brasil vai pedir a Michel Temer o afastamento do presidente da Anatel, João Rezende...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA