PRIMEIRA EDIÇÃO DE 18-5-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
18 DE MAIO DE 2016
Parecem sérias as dificuldades de Lula com saúde. É assunto proibido entre petistas, mas seu desinteresse até em discutir a sobrevivência do PT acionou o “alerta vermelho”. Terminou ontem em Brasília, sem ele, a reunião da cúpula para definir o futuro e o discurso do PT até Dilma ser julgada. Dirigentes do PT não confirmam a retomada do câncer, agora com dor, mas afirmam que Lula enfrenta “profunda depressão”.
Amigo íntimo diz que Lula anda insone com as investigações contra sua família. Acha a Lava Jato “muito parada”. Para ele, um mau sinal.
Na queda de Dilma, Lula surgiu atrás dela, já no lado de fora do Palácio do Planalto, abatido, tenso, carregado, desligado. Ficou em silêncio.
Discursos de Lula estão quase incompreensíveis. Já não fala nas raras reuniões que vai. Nem apareceu no 1º de Maio do PT, no Anhangabaú.
Lula não fala nem para se defender das acusações, mas o Instituto Lula nega a retomada do câncer, do qual afirma estar curado.
O governo do presidente Michel Temer vem negociando a renúncia de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. O deputado faz exigências ao governo para sair de cena: a eleição de Jovair Arantes (PTB-GO) para seu lugar, a definição de Rogério Rosso (PSD-DF) para líder do governo e a indicação de aliados para alguns cargos. Cunha abriria mão do posto com o discurso de “apoio à governabilidade” e à Nação.
O governo não se opõe às exigências de Cunha, exceto as nomeações. O momento é de cortar cargos e não de preenchê-los.
Eduardo Cunha tenta não perder o controle da Câmara. Ele considera Jovair Arantes e Rogério Rosso dois dos seus mais fiéis escudeiros.
“É uma vergonha Eduardo Cunha ainda comandar a Câmara do lado de fora", protesta o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Intrigante o desinteresse do Supremo Tribunal Federal em investigar a escuta ilegal descoberta sob a mesa do ministro Luís Barroso, por estar “desativada”. A mesa foi herdada do aposentado Joaquim Barbosa.
Lulistas et caterva se reuniram por dois dias para uma “autocrítica” que impressiona pelo caradurismo. Em vez de “roubamos e deixamos roubar, e ainda fracassamos na gestão”, escreveram nas entrelinhas algo como “roubamos e fracassamos, mas a culpa é dos outros”.
A escolha por aclamação do deputado Arthur Lira (PP-AL) para presidir a poderosa Comissão Mista de Orçamento (CMO) prova como Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara, continua muito influente.
Já são 66 pedidos de “quarentena”, como a de José Eduardo Cardozo (AGD), prontamente recebidos pela Comissão de Ética Pública da Presidência. A boquinha garante salário integral por até seis meses.
Expoente da enganação bolivariana, um Luiz Almagro, secretário-geral da OEA, insistiu para ser recebido pelo presidente do Senado às vésperas do impeachment, a fim de “tomar o pulso da situação”. Renan Calheiros não lhe deu confiança, nem espaço na agenda.
Ao assumir o mandato, o senador Pedro Chaves (PSC-MS) disse ser “educador”, mas derrapou no Português só para lembrar que estava na chapa que elegeu o titular Delcídio do Amaral por ser bilionário.
Ministros palacianos orientam os parlamentares aliados para nada ficar sem resposta, no Congresso. Heráclito Fortes (PSB-PI), por exemplo, não deixou de contestar uma única crítica ao presidente Michel Temer.
Michel Temer terá seu primeiro teste no Congresso nesta semana, com a votação da mudança da meta fiscal de 2016. As medidas concretas e dos ministérios serão anunciadas nos próximos dias.
...ao dizer que Renan comanda o Senado “como cangaceiro”, Delcídio esqueceu de apontar a “Maria Bonita” da Praça dos Três Poderes.

NO DIÁRIO DO PODER
CASO CELSO DANIEL
JUSTIÇA CONDENA PT A DEVOLVER R$ 3,5 MILHÕES RECEBIDOS COMO PROPINA
GILBERTO CARVALHO TAMBÉM ACABA CONDENADO POR IMPROBIDADE
Publicado: 17 de maio de 2016 às 18:24 - Atualizado às 22:05
O juiz Genilson Rodrigues Carreiro, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Santo André, condenou o PT à devolução de R$ 3,5 milhões ao Tesouro municipal por supostamente ter sido beneficiário de um esquema de corrupção montado na gestão Celso Daniel, prefeito petista do município - executado à bala em janeiro de 2002. Na mesma sentença de 96 páginas, o magistrado condena por improbidade administrativa o ex-ministro Gilberto Carvalho, do governo Dilma, à suspensão dos direitos políticos por 5 anos. Carvalho foi secretário de governo de Celso Daniel e suposto arrecadador de propinas para a legenda.
"Gilberto, filiado ao Partido dos Trabalhadores e secretário de governo na gestão de Celso Daniel, seria o encarregado de transportar o dinheiro arrecadado à sede da agremiação política", destaca o juiz, baseado na acusação da Promotoria.
O magistrado também condenou o empresário Ronan Maria Pinto, dono de uma empresa de ônibus, o ex-vereador Klinger Luiz de Oliveira Souza e o ex-assessor de Celso Daniel, empresário Sérgio Gomes da Silva, o 'Sombra'. Além deles, foi condenado Luiz Marcondes de Freitas Junior. Todos terão de devolver solidariamente a mesma quantia imposta ao PT.
Segundo o Ministério Público Estadual, os acusados "teriam constituído quadrilha cujo objetivo era a arrecadação de recursos por meio de 'achaques' a empresários e de desvio de recursos dos cofres públicos municipais, notadamente no que tangia a contratos de obras públicas e prestação dos serviços de coleta e destinação final de lixo".
A Promotoria acusa Sérgio Sombra de ser "o mentor e idealizador da quadrilha, valendo-se para tanto do prestígio pessoal de que desfrutava em razão de amizade com o prefeito Celso Daniel".
"Não só atuaria diretamente na prática de tráfico de influência, como também agiria como arrecadador e destinatário de parte dos recursos ilicitamente obtidos pelo grupo, tendo inclusive exercido a função de tesoureiro de campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores", informa trecho da sentença.
De acordo com a sentença, Sérgio Sombra "distribuiria uma parte para Gilberto Carvalho, que a transportaria ao Partido dos Trabalhadores".
A propina para o PT saía de vários setores da administração Celso Daniel, inclusive na área de transporte público. "Com exceção das empresas de propriedade de Ronan, todas as demais que exploravam o ramo de transporte coletivo municipal de passageiros seriam obrigadas a efetuar pagamentos mensais."
O Ministério Público de São Paulo sustenta que Celso Daniel "concordava com a ação da quadrilha e imaginava que toda a arrecadação destinava-se ao financiamento de campanhas do Partido dos Trabalhadores".
"Por isto, teria praticado atos, tais como assinatura de novos contratos e autorização de licitações, com a intenção de coagir os empresários que resistiam à ação do grupo", aponta a Promotoria.
Ainda de acordo com o Ministério Público, "os recursos, que deveriam financiar inteiramente campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, nos diversos níveis federativos (municipal, estadual e nacional), seriam entregues por Gilberto Carvalho a José Dirceu, então presidente da aludida agremiação política".
"Entretanto, teriam sido em parte apropriados pelos integrantes da quadrilha. Ao descobrir os desvios, o então prefeito Celso Daniel teria admoestado os envolvidos, os quais, em resposta, teriam planejado e executado seu assassinato, resultando na interrupção das exigências de propinas, pois as investigações da autoria do homicídio trouxeram à tona a atuação da quadrilha", destaca o magistrado.
Atualmente, o empresário Ronan Maria Pinto e o ex-ministro José Dirceu estão presos em Curitiba. Alvos da Operação Lava Jato, eles são acusados de lavagem de dinheiro. Dirceu ainda é réu por corrupção e associação criminosa.
Na sentença o juiz Genilson Carreiro lembra que Klinger foi vereador e nomeado Secretário de Transportes e, a seguir, Secretário de Serviços Municipais de Santo André na gestão Celso Daniel. Segundo a ação, Klinger "usaria a função pública para impor restrições administrativas contra empresários, também sendo destinatário de fração dos recursos auferidos pela quadrilha".
"Sua posição era relevante e estratégica, pois permitia aos comparsas completo domínio das ações sobre os empresários. Ronan, sócio de Sérgio em empresas sediadas em outros municípios e proprietário de empresas de transporte, coleta de lixo e construção civil, agiria como intermediário beneficiário de parte dos recursos e seria incumbido de transmitir as ordens da quadrilha às vítimas, sendo espécie de interlocutor."

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
GERAL 18/5/2016 ÀS 6:08

GERAL 4:33

GERAL 3:48

GERAL 2:33


NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza
18/05/2016 03:04
O diretório nacional do PT aprovou nesta terça-feira (17) sua primeira análise sobre a conjuntura que resultou na destituição de Dilma. O documento tem dez folhas. Elas revelam que sucede com o PT um fenômeno curioso. O partido se considera uma coisa. Mas sua reputação informa que virou outra coisa. O PT ainda se acha a legenda mais maravilhosa do Brasil. O Brasil é que não sabe.
Para a grossa maioria dos brasileiros, não há nada mais saudável no momento do que a Lava Jato. Para o PT, a operação que quebrou as pernas da oligarquia política e empresarial corrupta não passa de um puxadinho do “golpe”. Vale a pena ler um trecho da peça petista:
“A Operação Lava Jato desempenha papel crucial na escalada golpista. Alicerçada sobre justo sentimento anticorrupção do povo brasileiro, configurou-se paulatinamente em instrumento político para a guerra de desgaste contra dirigentes e governantes petistas, atuando de forma cada vez mais seletiva quanto a seus alvos, além de marcada por violações ao Estado Democrático de Direito.”
O texto prossegue: a operação “tem funcionado como mecanismo de contrapropaganda para mobilização das camadas médias, em associação com os monopólios da comunicação. Revela, por fim, o alinhamento de diversos grupos do aparato repressivo estatal – delegados, procuradores e juízes – com o campo reacionário, associados direta ou indiretamente às manobras do impeachment.”
Todo brasileiro dotado de dois neurônios já se deu conta de que o PT no poder roubou e deixou que roubassem. Mas, no enredo petista, o partido é uma espécie de mocinho ingênuo que foi capturado pelos bandidos. Diz o texto do PT: “Acabamos reféns de acordos táticos, imperiosos para o manejo do Estado, mas que resultaram num baixo e pouco enraizamento das forças progressistas, ao mesmo tempo em que ampliaram, no arco de alianças, o poder de fogo de setores mais à direita.”
Nessa versão, os assaltantes infectaram o PT como quem transmite uma gripe: “…fomos contaminados pelo financiamento empresarial de campanhas, estrutura celular de como as classes dominantes se articulam com o Estado, formando suas próprias bancadas corporativas e controlando governos. Preservada essa condição mesmo após nossa vitória eleitoral de 2002, terminamos envolvidos em práticas dos partidos políticos tradicionais, o que claramente afetou negativamente nossa imagem e abriu flancos para ataques de aparatos judiciais controlados pela direita.”
Noutros tempos, o petismo se vangloriava de ter equipado os aparatos de controle do Estado. Agora, o PT parece atribuir o sucesso da força tarefa da Lava Jato a um descuido histórico: “Fomos descuidados com a necessidade de reformar o Estado, o que implicaria impedir a sabotagem conservadora nas estruturas de mando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal…”
Na economia, anotou o PT, a crise internacional empurrou Dilma para “uma encruzilhada: acelerar o programa distributivista, como havia sido defendido na campanha da reeleição presidencial, ou aceitar a agenda do grande capital, adotando medidas de austeridade sobre o setor público, os direitos sociais e a demanda, mais uma vez na perspectiva de retomada dos investimentos privados.” Dilma optou pela agenda do “grande capital”, concluiu o PT.
Deu-se, em verdade, outra coisa. A ruína econômica foi um produto nacional, não um bicho-papão que veio de fora. Reeleita, Dilma tinha diante de si uma crise que negara na campanha e três ministros da Fazenda: um demitido, mas mantido no cargo (Guido Mantega); um sugerido por Lula, mas refugado por ela (Henrique Meirelles); e outro que, convidado, não aceitou (Luiz Carlos Trabuco). Madame acabou contentando-se com Joaquim Levy, um colega de Trabuco no Bradesco, que havia assessorado o comitê eleitoral do adversário Aécio Neves.
Para o PT, Levy levou o governo ao inferno. “O ajuste fiscal, além de intensificar a tendência recessiva, foi destrutivo sobre a base social petista, gerando confusão e desânimo nos trabalhadores, na juventude e na intelectualidade progressista, entre os quais se disseminou a sensação, estimulada pelos monopólios da comunicação, de estelionato eleitoral. A popularidade da presidenta rapidamente despencou…”
Nesse ponto, o texto do PT contém uma mentira, uma meia-verdade e um fato inquestionável. A mentira é o ajuste fiscal. Nunca foi feito. Dilma e seus supostos aliados no Congresso não deixaram. A meia-verdade é a classificação do estelionato como mera “sensação”. Não se estava diante de um indício de fraude eleitoral, mas de uma certeza. O fato concreto foi o derretimento da popularidade da presidente. Não há popularidade sem prosperidade.
O PT informa que, entre outros objetivos, trabalhará para “deter o golpe” contra Dilma e “defender o presidente Lula dos ataques midiáticos e judiciais que contra ele se levantam.” Na lenda petista, está em curso uma trama para condenar Dilma sem crime e promover “a interdição de Lula como alternativa viável nas eleições de 2018.”
No mundo real, o Senado se prepara para transformar Dilma em protagonista do segundo caso de impeachment da História do Brasil e o procurador-geral da República Rodrigo Janot aguarda uma posição do STF sobre a denúncia que formulou dias atrás contra Lula no petrolão. “Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse'', disse Janot.
O PT foi seletivo no seu documento. Não disse palavra sobre o mensalão nem sobre sua reincidência no petrolão. Nenhuma menção à cúpula petista que passou pela Papuda ou aos Dirceus, Vaccaris e Santanas que estão atrás das grades em Curitiba. O problema com as encrencas varridas para baixo do tapete é que o partido continua a viver em cima do tapete. E a Lava Jato ensina que o acobertado nem sempre fica quieto.
É tudo muito ruim. Mas o pior crime do PT talvez seja a presunção de que o Brasil ainda é uma nação de bobos.

Josias de Souza
17/05/2016 14:36
Apanhado na teia da Lava Jato, preso desde 23 de fevereiro em Curitiba, João Santana, o marqueteiro das campanhas petistas, incorporou em sua defesa o bordão dos clientes Lula e Dilma. Alega que “não sabia” da origem ilícita do dinheiro que recebeu.
O advogado de Santana, Fabio Tofic, tenta livrar o seu cliente do petrolão pela mesma porta de saída que foi usada por Duda Mendonça, marqueteiro de Lula em 2002. Duda também alegou que ignorava o esquema do mensalão. No julgamento do STF, prevaleceu a tese segundo a qual ele apenas recebeu por serviços prestados.
A chance de uma desculpa como essa vingar agora é menor. Entre outras provas, os investigadores da Lava Jato apalparam carta endereçada pela mulher de Santana, Mônica Moura, a um dos operadores dos desvios da Petrobras. Nela, a primeira-dama do marketing informa como gostaria de receber a verba de má origem no estrangeiro.
De resto, o escudo do “não sabia” já não protege nem Lula. Em denúncia protocolada no STF, o procurador-geral da República Rodrigo Janot anotou: “Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse.''

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