PRIMEIRA EDIÇÃO DE HOJE DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
15 DE JANEIRO DE 2016
Os partidos se reinventaram na véspera da primeira eleição sem o financiamento privado de campanha. Em 2015, faturaram R$ 811,28 milhões ao dividir o Fundo Partidário. PT e PSDB receberam a maior parte: R$ 108,77 milhões e R$ 89,09 milhões, respectivamente. O PMDB arrancou R$ 86,86 milhões do bolso do contribuinte. Em 2016, os partidos vão meter a mão em R$ 819 milhões dos cofres públicos.
Nossos leitores souberam em primeira mão, em outubro, da emenda de Ricardo Barros (PP-PR), que aumentou o valor para R$ 819 milhões.
A presidente Dilma sancionou o Orçamento. Com o impeachment à porta, avaliou que precisava manter o repasse aos partidos.
No início do ano passado, Dilma já havia autorizado o aumento da tunga, que na prática consagrou o financiamento público de campanha.
Sem um único representante no Congresso, o PCO amealhou R$ 1,34 milhão do fundo partidário no ano passado.
A sede da presidente Dilma por legislar é larga: 19 medidas provisórias tramitam atualmente no Congresso, três das quais trancam a pauta da Câmara. Dezoito das MPs em tramitação foram editadas em 2015, sete delas durante o recesso parlamentar, incluindo uma já em 2016, que concede créditos extraordinários a diversos ministérios, no valor de R$ 1,47 bilhão, para pagar juros da dívida pública brasileira, que é recorde.
Quase metade desses R$ 1,4 bilhão servirá para pagar “encargos financeiros”, ou sejam, juros da dívida, no valor de R$ 600,1 milhões.
Os R$ 600 milhões destinados através da canetada de Dilma para pagar juros é o dobro do que qualquer ministério vai receber nessa MP.
Desde que assumiu a Presidência em 2011, Dilma editou 190 Medidas Provisórias, das quais 130 foram convertidas em lei pelo Congresso.
A lei que permite internalizar dinheiro não-declarado no exterior tem o odor de armação para beneficiar empresa ou grupo ligado ao governo. Nada que o Japonês da Federal não venha a descobrir, logo, logo.
Para quem não desconfia da lei que autoriza o retorno de dinheiro não-declarado no exterior, basta lembrar que o autor do projeto que virou lei é o senador Delcídio do Amaral, o líder de Dilma que está em cana.
A presidente Dilma embarca no fim deste mês para o Equador. Vai para a IV Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. Escolheu o luxuoso Swissotel Quito para se hospedar.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), é grande entusiasta de uma eventual mudança de partido do senador José Serra (PSDB-SP). Apoia inclusive o tucano para disputar o Planalto em 2018, pelo PMDB.
O Planalto já mapeia cargos comissionados em agências, estatais e empresas públicas para acomodar partidos aliados, que estão enfurecidos com a oferta da Secretaria de Aviação Civil para o PMDB.
Os vencimentos brutos do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí, desembargador Joaquim Santana, e do vice, Edvaldo Moura, ultrapassaram os R$ 294 mil, em dezembro. Santana recebeu mais de R$ 140,7 mil. Moura, também corregedor, passou dos R$ 153,2 mil.
Observadores dos trejeitos do poder, em Brasília, estranham o silêncio do falante ministro Nelson Barbosa (Fazenda), do tipo sempre disposto a falar, sobretudo bobagens. Silêncio de quem trama más notícias.
Às voltas com a Justiça americana, o avô José Maria Marin não acompanhou o nascimento, em São Paulo, da sua segunda neta. Olivia é filha de Marcos, filho único do ex-presidente da CBF.
Por que Dilma tomou chá de sumiço em 2016: vergonha ou orgulho?

NO DIÁRIO DO PODER
GANHA FORÇA O IMPEACHMENT
Carlos Chagas
A partir dessa nova onda de delações premiadas há quem se preocupe com a sorte do governo, da presidente Dilma, do ex-presidente Lula e do PT. Só por milagre eles recuperam popularidade e prestígio, mas podem perder mais coisa. A começar pelas eleições deste ano e de 2018, entrando na equação o próprio poder. O impeachment de Madame já não está tão longe quanto há duas ou três semanas. O volume de acusações dessa nova safra de denúncias surpreende pelo envolvimento, a participação e a tolerância de gente antes considerada acima de qualquer suspeita.
Tome-se a entrega da BR Distribuidora ao ex-presidente Fernando Collor pela presidente Dilma. Foi ao vivo, em audiência palaciana. Não há como desmentir a “doação”, confirmada pelo próprio ex-presidente e por Madame.
Nem vale a pena ficar citando as delações personalizadas de Fernando Baiano, Cerveró e outros personagens. Mesmo que estejam ampliando acusações ou até mentindo em determinadas situações, prevalece a natureza das coisas. Políticos, empreiteiros e altos funcionários públicos têm sido condenados e presos por ação da Justiça. O País inteiro toma conhecimento de suas falcatruas e roubalheiras.
Reflexos e consequências surgem inevitáveis. Primeiro, o desprezo dedicado pelo cidadão comum aos políticos, mesmo com uns poucos sendo injustiçados. Depois, a descrença nas instituições. Junte-se a falência dos governos, do federal aos estaduais e municipais, e se terá a receita da rejeição, pelo povo, de quantos um dia imaginaram representá-lo.
É preciso prestar atenção no retorno de deputados e senadores a Brasília, no final do mês. Trarão na bagagem o sentimento de repúdio colhido junto às suas bases, até inutilmente dispostos a demonstrar pertencerem a outro universo, mas sabendo da mesma origem. Parece provável que venham menos tolerantes com o festival de corrupção revelado cada dia em maiores detalhes. Traduzindo: o impeachment da presidente Dilma ganhará força, senão bastante para destroná-la, pelo menos suficiente para intimidá-la. Cresce a certeza de que não adianta mais dar o dito pelo não dito e iniciar a ansiada recuperação nacional. Ninguém acreditaria. Nem eles.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 15.01.16 07:54 Comentários (8)
O PMDB do Senado, diz a Folha de S. Paulo, aceita reeleger Michel Temer à presidência do partido, desde que ele renuncie imediatamente depois.
Isso mesmo: Renan Calheiros, que defende o mandato de Dilma Rousseff com o argumento de que ela foi eleita, quer que o presidente eleito Michel Temer entregue o poder ao vice-presidente...
Brasil 15.01.16 07:23 Comentários (7)
A bolsa chinesa, nesta sexta-feira, caiu 3,55%.
Acumula mais de 20% de queda desde 22 de dezembro. "Bear market", anuncia o Wall Street Journal.
Quer um conselho? Proteja-se...
Brasil 15.01.16 07:12 Comentários (16)
Rodrigo Janot, em sua denúncia contra Vander Loubet, explicou:
“O grupo do deputado Vander Loubet era distinto do bando de asseclas do senador Fernando Affonso Collor de Mello, mas os dois grupos agiam de modo conexo”...
Brasil 15.01.16 06:34 Comentários (20)
O Estadão, ontem, revelou que o agrimensor que trabalhou no sítio de Lula foi contratado por Roberto Teixeira. E a PF tomou um depoimento de José Carlos Bumlai sobre propriedade, como publicou com exclusividade O Antagonista.
Hoje, nos jornais, não há uma linha sobre o assunto...
Brasil 15.01.16 05:52 Comentários (18)
Os petistas batem o bumbo e fazem um Carnaval antecipado com essa história de que Nestor Cerveró mudou sua versão sobre a propina de Pasadena para a campanha de Lula.
Mudou mesmo?...
Brasil 14.01.16 20:41 Comentários (43)
Na acareação com Charles Capella, Fernando Baiano disse que o ex-assessor de Antonio Palocci "tem a fisionomia muito parecida com a daquela pessoa descrita na ocasião em que esteve em Brasília na reunião com Paulo Roberto Costa e Palocci"...
Brasil 14.01.16 20:11 Comentários (86)
Ao contratar um político como advogado, Lula também espera inculcar no debate público a ideia de que a Lava Jato é um julgamento político...
Brasil 14.01.16 19:58 Comentários (53)
Os criminalistas indignados com a Lava Jato cobram entre 3 milhões e 5 milhões de reais de honorários dos seus pobres clientes perseguidos. Há quem embolse 15 milhões.
A "criminalização da riqueza" faz a riqueza dos criminalistas indignados, embora eles venham perdendo todas, daí a sua indignação.
Brasil 14.01.16 19:57 Comentários (34)
O advogado e político Nilo Batista disse ao Estadão que se uniu a Roberto Teixeira e Cristiano Zanin para "ajudá-los a enfrentar esse tsunami, esse esforço artificial para tentar criminalizar o presidente Lula"...
Brasil 14.01.16 19:40 Comentários (49)
José Carlos Bumlai negou conhecer o arquiteto Igenes Irigaray Neto, que segundo a Veja foi indicado por ele para a reforma do sítio de Lula.
Um de nossos leitores comentou...
Brasil 14.01.16 19:32 Comentários (8)
Na acareação com Fernando Baiano, José Carlos Bumlai manteve sua versão de que não intermediou reunião do lobista com Antonio Palocci para acertar a entrega de R$ 2 milhões para a campanha de Dilma...
Brasil 14.01.16 19:09 Comentários (30)
José Carlos Bumlai é um personagem secundário na investigação sobre o sítio Santa Bárbara.
Mas seu depoimento à Lava Jato ajudou a demonstrar um fato importante: o sítio está registrado em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, mas Lula não sai de lá...
Brasil 14.01.16 19:03 Comentários (144)
Kakay e seus colegas criminalistas assinam um manifesto contra a Lava Jato que será publicado nos jornais amanhã, mas que já está no Estadão online...
Brasil 14.01.16 18:54 Comentários (15)
Em seu depoimento à Lava Jato, José Carlos Bumlai disse que não conhecia o arquiteto Igenes Irigaray Neto e que, ao contrário do que disse a Veja, não o indicou para a reforma do sítio de Lula.
A resposta é curiosa, porque Igenes Irigaray Neto, no Facebook, citou como "motivo de orgulho" ter executado obras "de grande porte" na usina São Fernando...
Brasil 14.01.16 18:44 Comentários (43)
José Carlos Bumlai, no interrogatório de hoje, disse que esteve duas vezes no sítio de Lula.
Na primeira vez, ele foi acompanhado por Lula e Marisa...
Brasil 14.01.16 18:42 Comentários (33)
A PF, hoje à tarde, interrogou José Carlos Bumlai sobre o sítio de Lula...
Brasil 14.01.16 18:33 Comentários (20)
Arnaldo Malheiros, que defende José Carlos Bumlai, diz que o empresário amigo de Lula não fará delação. "Ele não é colaborador, não está buscando prêmio nenhum", disse à Veja...

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 15/01/2016 03:17
A profusão de escândalos que atormenta o contribuinte brasileiro, deu ao Orçamento da União a aparência de um cartapácio que discrimina a receita e relaciona as despesas públicas que vão sair pelo ladrão no decorrer do ano. Nesta sexta-feira, o Diário Oficial circula com o Orçamento da União para o ano de 2016. Sancionada por Dilma Rousseff sem vetos, a peça contém uma excentricidade. Inclui na coluna das receitas um tributo fantasma: a CPMF.
Na improvável hipótese de tudo ocorrer como previsto no Orçamento, o governo espera obter uma receita de R$ 2,954 trilhões. Estão incluídos nessa conta R$ 10,15 bilhões que seriam providos pela coleta da CPMF, um imposto que o Congresso se recusou a aprovar em 2015. Não há no horizonte evidências de que deputados e senadores mudarão de ideia.
Fica entendido que, num instante em que o Brasil está mergulhado em pessimismo, o otimismo tornou-se a última delirante forma de esperança do governo. Dilma acredita que, em pleno ano eleitoral, os parlamentares, muitos deles candidatos a prefeito, recriarão um tributo refugado pela sociedade. Quem acredita piamente em algo assim, perde o direito de piar quando a fantasia for suplantada pela realidade.
O Orçamento contém outras fábulas. Por exemplo: com as contas públicas em desalinho, o governo se compromete a entregar no final do ano um superávit primário de 0,5% do PIB. Para que isso ocorra, a União terá de economizar R$ 24 bilhões e rezar para que Estados e Municípios poupem R$ 6,5 bilhões, perfazendo uma cifra consolidada de R$ 30,55 bilhões. Não é sem razão que a turma do mercado financeiro, escaldada pelo histórico perdulário da gestão Dilma, estima um déficit de 0,9% do PIB para 2016.
Numa evidência de que a conjuntura não comporta ingenuidades, o Orçamento fulmina o discurso de Dilma segundo o qual seu governo conservará os investimentos sociais a salvo da crise. Por exemplo: estima-se que os gastos com o programa Minha Casa, Minha Vida serão de R$ 6,9 bilhões em 2016, um valor quase três vezes inferior aos R$ 19,2 bilhões aplicados no ano passado. E vem aí o já anunciado reajuste das prestações para a clientela de contratos novos.
Dilma tentará manter a mística da vocação social da sua gestão com o programa Bolsa Família, para o qual o Orçamento preservou verbas de R$ 28,2 bilhões. Mas o lero-lero será envenenado pelos efeitos que a inflação exerce sobre os benefícios repassados às famílias pobres, maiores vítimas da corrosão de uma carestia que roda na casa dos dois dígitos. Com uma inflação acima de 10%, onde comem dois, já não come nem um.
Pouca gente reparou. Mas o célebre PAC, outra menina dos olhos das administrações petistas, sumiu da retórica oficial. O Orçamento ajuda a explicar o sumiço: reservaram-se R$ 16,8 bilhões para aplicar no Programa de Aceleração do Crescimento em 2016. É menos da metade dos R$ 38,9 bilhões anotados no Orçamento de 2015. Natural. Aceleração e crescimento são vocábulos que não ornam com o ambiente recessivo. No seu segundo mandato, Dilma padece os efeitos da ruína que herdou de si mesma. Com uma agravante: depois de 13 anos de PT no poder, a presidente já não pode recorrer à tática de chutar FHC. Soaria ridículo.
De resto, como ocorre em todo início de exercício fiscal, o governo já prepara o decreto com o contingenciamento (pode me chamar de facão) de verbas orçamentárias. Em petição de miséria, os ministros serão informados sobre os cortes que terão de executar nos borderôs de suas respectivas pastas. O déficit de credibilidade da administração Dilma, potencializado pela troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no comando da Fazenda, impõe o manuseio implacável da adaga. Devem ser passados na lâmina inclusive dispêndios de áreas estratégicas como Educação e Saúde.

Josias de Souza - 14/01/2016 18:55
Será de 11,36% o reajuste do piso salarial dos professores da rede pública, informou o ministro Aloizio Mercadante (Educação). Com isso, a menor remuneração para os docentes do ensino básico será de R$ 2.135,64 por mês. É menos do que ganham diaristas que prestam serviços domésticos em residências bem-postas de Brasília.
Em apartamentos do Plano Piloto e nas casas do Lago Sul e do Lago Norte, uma diarista cobra entre R$ 120 e R$ 150 por jornada. Se molhar a camisa cinco dias por semana, amealha entre R$ 2.400 e R$ 3.000 — noves fora as refeições no trabalho e o dinheiro para o ônibus. Quem se anima a pegar no batente aos sábados, ganha entre R$ 2.880 e R$ 3.600.
O piso salarial dos professores foi criado por lei aprovada em 2008. “Ela tem permitido um crescimento significativo do valor real do piso salarial dos professores”, celebrou Mercadante, antes de baixar a bola: “A verdade é que nós herdamos salários muito baixo dos professores no Brasil.''
Em cartas enviadas a Dilma Rousseff, presidente de uma imaginária “Pátria Educadora”, prefeitos municipais e dez governadores rogaram pelo adiamento do reajuste. Gestores de máquinas falidas, querem empurrar a mixaria dos professores para agosto. E reivindicam que o percentual de 11,36%, já mixuruca, seja reduzido para irrisórios 7,41%. Difícil exigir dedicação e eficiência de professores condenados pelo salário ao fim do mês perpétuo.

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