PRIMEIRA EDIÇÃO DE HOJE DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
11 DE JANEIRO DE 2016
A revelação das negociatas de gatunos do Petrolão com o Previ (BB), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa), todos controlados 100% pelo PT, reforça a suspeita de que a CPI dos Fundos de Pensão desvia o foco de quem deveria ser bem mais investigado. Metade das audiências da comissão (46%) se dedicaram ao fundo dos Correios, como se não houvesse mais nada a fazer, convertendo-se em “CPI do Postalis”. E reservando apenas 2 das 33 sessões ao biliardário Previ, por exemplo.
Os três fundos praticamente esquecidos pela CPI (Previ, Petros e Funcef) acumulam passivo dez vezes superior ao passivo do Postalis.
Além da onipresente Odebrecht, fundos controlados pelo PT fizeram negócios com Engevix, Andrade Gutierrez, OAS e Camargo Correia.
A suspeita no PMDB é que a Previc, órgão que fiscaliza os fundos, aparelhada pelo PT, comanda o lobby do “esquecimento” na CPI.
Por trás da CPI estaria Eduardo Cunha, na guerra a Renan Calheiros e Edison Lobão, senadores que indicaram diretores para o Postalis.
Apesar de enroladas até o pescoço nos crimes apurados na operação Lava Jato, nove empreiteiras embolsaram mais de R$ 1,2 bilhão em recursos públicos no ano passado. Nem a crise econômica impediu o governo da presidente Dilma Rousseff de manter contratos milionários com as construtoras, mas os petistas elegeram uma nova preferida: a Queiroz Galvão recebeu sozinha R$ 421,3 milhões em grana pública.
Com o presidente Marcelo Odebrecht preso há mais de seis meses, a empreiteira caiu para segundo lugar e recebeu ‘só’ R$ 269,6 milhões.
O governo Dilma provou que não abandona amigos. A mãozinha de R$ 24,8 milhões vai ajudar na recuperação judicial da OAS.
A Galvão Engenharia recebeu R$ 42 milhões no ano passado, mas é apenas 10% do que foi repassado à irmã rica Queiroz Galvão.
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) está tentando inventar a candidatura do ex-ministro do Turismo Vinicius Lages, seu atual chefe de gabinete, para a prefeitura de Maceió. Difícil será fazer o candidato conhecido em apenas 45 dias de campanha.
O deputado Arthur Maia (SD-BA) não acredita em uma recriação da CPMF. “Outro governo até teria credibilidade, mas, neste, sabemos que o recurso vai ser para a gastança irresponsável”, garante.
A expectativa pelo julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU) das pedaladas fiscais de Dilma, referentes às contas do governo em 2015, tem animado parlamentares favoráveis ao impeachment. “O novo julgamento arrocha o governo”, prevê um deputado do PMDB.
Os deputados eleitos pelo Rio de Janeiro estão preocupados com a situação atual na saúde pública do Estado. “A enorme crise na saúde deixa a população desesperada”, critica Sóstenes Cavalcante (PSD).
As receitas de Jaques Wagner para a economia irritam congressistas. “O governo precisa entender que o Rei Midas (transformava em ouro tudo que tocava) é uma lenda”, ironiza Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
Além de gastar R$ 41 milhões do contribuinte com passagens aéreas, os deputados acumulam as milhagens que dão direito a muitas outras regalias como tapete vermelho e sala VIP em aeroportos.
Ao contrário da Câmara, o Senado retalha os dados para complicar a contabilidade dos gastos anuais dos senadores em passagens aéreas e outros gastos reembolsados pela cota parlamentar.
Difícil achar no PMDB quem acredite que Gabriel Chalita vá encarar Marta Suplicy até o fim na briga pelo direito de disputar a Prefeitura de São Paulo. Correligionários duvidam até que Chalita siga na sigla.
Quantas farmácias podem ser reabastecidas com os R$ 2,4 milhões a serem gastos na reforma do Palácio das Laranjeiras (RJ)?

NO DIÁRIO DO PODER
CONTA REPASSADA
GOVERNO VAI REPASSAR DÍVIDA DE R$ 20 BILHÕES PARA O CONSUMIDOR
DÍVIDA COMEÇOU APÓS EDIÇÃO DE MEDIDA PROVISÓRIA COM FINS ELEITORAIS
Publicado: 10 de janeiro de 2016 às 12:49
Sem dinheiro em caixa para indenizar as transmissoras de energia, o governo deve autorizar as empresas a incluir o valor que devem na base de ativos de cada companhia. Com essa solução, elas serão remuneradas por meio da tarifa de energia, como era feito antes da edição da Medida Provisória 579/2012, por meio da qual o governo reduziu a conta de luz em 20%. A proposta deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias. A decisão sobre a forma e o prazo de pagamento cabe ao Ministério de Minas e Energia, que está propenso a seguir esse caminho, afirmou uma fonte do setor.
A ideia é que as empresas incluam os valores nos balanços de 2016, e que sejam remuneradas por taxa interna de retorno semelhante à dos leilões de transmissão, de 7,65% ao ano. Se o pagamento considerar o prazo remanescente da concessão, de 26 anos, o impacto na tarifa de energia do consumidor seria inferior a 1% ao ano. O repasse seria feito pela Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (Tust), taxa calculada pela Aneel e cobrada na conta de luz.
A inclusão das indenizações na base de ativos remunerados das empresas permite que o impacto nas tarifas seja diluído igualmente entre todos os consumidores. As indenizações pagas pelo recolhimento de cotas da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) nos últimos dois anos oneraram mais os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste que, por lei, pagam quase cinco vezes mais que os do Norte e Nordeste. "A indenização a que as empresas tinham direito saiu da base de ativos remunerados das transmissoras quando as concessões foram renovadas antecipadamente. Agora, esse valor deve voltar para o balanço e para a base tarifária das transmissoras", explicou a fonte.
Assim, as empresas serão remuneradas por meio da tarifa de energia paga pelo consumidor, como era feito antes da edição da MP 579/2012. "Volta a ser como sempre foi", disse a fonte. Procurado, o MME informou que a avaliação de alternativas para a indenização da Rede Básica do Sistema Elétrico (RBSE) existente em 2000 está em fase de conclusão e que uma portaria com a decisão deve ser emitida em breve. No fim de 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) terminou o cálculo das indenizações para três das nove transmissoras que aderiram à MP 579. Para Furnas, o valor autorizado foi de R$ 8,99 bilhões; para a CTEEP, R$ 3,89 bilhões; e para a Eletrosul, R$ 1 bilhão.
Adesão
Também aderiram à proposta na área de transmissão Chesf, Eletronorte, Cemig, Copel, Celg e CEEE, cujos laudos de indenização precisam ser aprovados pela Aneel. Juntas, as empresas alegam ter direito a mais de R$ 20 bilhões. Os valores se referem a investimentos em melhoria e expansão de linhas e subestações anteriores a 2000 e ainda não amortizados. O governo não pretendia pagar indenização por essas obras, mas as transmissoras sinalizaram que não iriam aderir à proposta da MP 579/2012. Ao rever sua posição, a União garantiu a adesão de todas as transmissoras ao pacote de renovação antecipada das concessões e, consequentemente, a redução da conta de luz em 20% em 2013, desconto anulado no início de 2015 com o tarifaço.
O governo chegou a cogitar incluir as indenizações na conta de luz do consumidor a partir de 2020, quando acaba o prazo de pagamento dos empréstimos de R$ 21 bilhões feitos às distribuidoras de energia. Mas os resultados dos últimos leilões de transmissão, com baixo interesse do setor e vários lotes sem receber proposta, fizeram com que o governo estudasse alternativas. "Essa solução certamente fortalece o fluxo de caixa das transmissoras e melhora a condição de participação nos leilões", disse a fonte.
O presidente executivo da Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), Mario Dias Miranda, disse que aguarda decisão do Ministério de Minas e Energia sobre a forma e o prazo de pagamento das indenizações. "Para nós, o importante é receber esses recursos. "Segundo Miranda, desde que o setor aderiu à MP 579/2012, a receita anual das transmissoras caiu 70%. Com isso, as associadas da Abrate, responsáveis por arrematar 60% dos lotes ofertados nos leilões de transmissão, reduziram sua participação a 30%. "Vivemos um estresse financeiro. Quanto mais cedo recebermos, melhor para todos, pois esses recursos se transformam em recebíveis e alavancam os negócios no setor". (AE)

POR QUE FOGO ANTECIPADO SOBRE JAQUES WAGNER
Carlos Chagas
Calcula-se que em política não há coincidências, valendo prospectar porque, de duas semanas para cá, o couro vem cantando no lombo do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Afinal, seus dois mandatos no governo na Bahia, sua escolha para primeiro-ministro da presidente Dilma e sua performance no palácio do Planalto vinham sendo saudados como dos raros aspectos louváveis do PT e do governo.
De repente, desaba a tempestade sobre o personagem, com suposições de sua participação em maracutaias eleitorais e até referências na Operação Lava Jato.
Há que atentar para a evidência de que tudo acontece depois de o Lula perder altura como obvio candidato natural do PT à sucessão de 2018. No PT, registrou-se muita ebulição, com o próprio ex-presidente reagindo à crise econômica e sugerindo propostas que a presidente Dilma ignora. Ainda mais depois de referências ao seu filho mais novo em atividades pouco claras. Apesar de continuarem se encontrando com periodicidade, antecessor e sucessora divergem cada vez mais, com Jaques Wagner chefiando a resistência de Madame, peça fundamental para a queda de Joaquim Levy do ministério da Fazenda. A bolha estourou quando, entre parte dos companheiros, o principal auxiliar começou a ter seu nome lembrado como alternativa para a indicação presidencial. Muitos entendem tratar-se de um sacrilégio, além de uma hipótese quase impossível o afastamento do Lula. Mesmo assim, incomoda. Eis a coincidência, em especial quando Wagner colocou em campo um exército de coelhos. De seu próprio partido foram disparados petardos, claro que também acionados de trincheiras variadas. Existem ministros felizes com a blitz. Da mesma forma, gente no PMDB, para não falar das oposições.
Não tivesse o ex-governador sido mencionado como alternativa sucessória e não estaria sendo alvo antecipado.
OS RICOS E OS POBRES
O passado costuma sempre apontar o que devemos evitar, mais do que o que fazer. Há exceções, no entanto. Will Durant, na sua magistral “História da Civilização”, conta que nos séculos de Augusto a Marco Aurélio, na maioria das municipalidades da península, assembleias escolhiam os governantes, magistrados e demais autoridades. Só que eles se obrigavam a dar às cidades apreciável quantidade de dinheiro em troca do privilégio de servi-las. O costume determinava que fizessem donativos para o bem público. Os cargos não tinham remuneração, e além de obras públicas como estradas, pontes, aquedutos e bibliotecas, também teatros, jogos, templos, e banhos eram por conta da municipalidade. É claro que a aristocracia unia-se à oligarquia, em detrimento da imensa maioria de pobres, mas nunca o rico fez tanto pelo pobre, até fornecendo viveres grátis em tempos de carestia. Em retribuição as cidades votavam aos doadores estátuas e inscrições. Os pobres não se entusiasmavam muito, pois acusavam os ricos de haver enriquecido às custas deles e pediam menos edifícios belamente ornados e mais trigo em conta.
A diferença é de que dois mil anos depois dos romanos assistimos autoridades, magistrados e governantes não apenas muito bem remunerados, mas continuando a prática do enriquecimento às custas do conluio entre aristocratas e oligarcas. Só que o rico, agora, faz muito menos pelo pobre...

NO BLOG DO CORONEL
DOMINGO, 10 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 20:03:00
A previsão de um reajuste abaixo da inflação de 2015 para o programa Bolsa Família neste ano deverá ter um impacto direto na renda das residências mais pobres do Brasil. Considerado o gasto efetivo do ano passado, de R$ 27,7 bilhões, e o orçamento...
SÁBADO, 9 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 19:56:00
É vergonhoso o empréstimo feito por Dilma e operado por Fernando Pimentel, o ministro que "vendia" até mesmo a mulher para fazer negócios, em 2013, ano pré-eleição, para o Moçambique. Segundo a revista Época, foram U$ 320 milhões pedidos pelo paiseco...

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
10/01/2016 às 9:44 \ Opinião
O governo demorou para encontrar o caminho da reação, mas o trabalho que realiza contra a Operação Lava Jato é hoje visível: corte de verbas da Polícia Federal, intensa mobilização de jornalistas aliados, especialmente nas redes virtuais, mas não exclusivamente nela, contra delegados, promotores e o juiz Sérgio Moro (só no dia 7, esta coluna recebeu, de apenas um dos profissionais engajados, quatro ataques pesados ao juiz e à PF ─ num deles, fala-se em “quadrilha Moro”), tentativas de vitimizar os inocentes pixulequeiros presos em Curitiba.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
GERAL 11-01-2015 ÀS 8:06
GERAL6:35
GERAL3:47
GERAL 09/01/2016 ÀS 4:10

NO O ANTAGONISTA
Brasil 11.01.16 07:07 Comentários (14)
Dilma Rousseff e Renan Calheiros fecharam um acordo asqueroso no ano passado.
Até quando pode durar?...
Brasil 11.01.16 06:51 Comentários (14)
A Folha de S. Paulo revela que "estarão nas ruas em breve novas etapas das operações Zelotes e Acrônimo".
Isso só vai acabar quando Dilma Rousseff for afastada do cargo e Lula for preso...
Brasil 11.01.16 06:11 Comentários (20)
Do cantor David Bowie, que morreu, ao cantor Orlando Silva, que é muito vivo.
Em junho de 2014, durante a campanha eleitoral, João Vaccari Neto e o presidente da OAS, Léo Pinheiro, trocaram mensagens....
Cultura 11.01.16 06:06 Comentários (10)
Estou morrendo... Estou tentando... Estou morrendo... Estou tentando...
É a letra de "Dollar Days", do último disco de David Bowie, Blackstar...
Cultura 11.01.16 05:07 Comentários (20)
Morreu David Bowie.
Como assim?
Brasil 10.01.16 19:31 Comentários (76)
Economistas ouvidos por O Globo concordam que o Banco Central será obrigado a elevar a taxa de juros para retrair ainda mais o crédito e arrefecer a inflação. Mas, em entrevista à Folha, Nelson Barbosa promete "expandir crédito em atividades prioritárias, como habitação, saneamento e capital de giro de pequena e média empresa"...
Brasil 10.01.16 18:15 Comentários (166)
Em 1999, o Brasil se chocou com os R$ 169,5 milhões desviados por Nicolau dos Santos Neto. Em 2015, o PT elevou a corrupção ao nível de escândalos bilionários passarem despercebidos pelo noticiário.
O fenômeno chamou a atenção de Fernando Gabeira na coluna deste domingo...
Brasil 10.01.16 17:35 Comentários (79)
Kim Jong-un justificou os testes com a bomba de hidrogênio, para evitar uma guerra nuclear com os Estados Unidos.
Hoje, um B52 Stratofortress sobrevoou a Coreia do Sul, demonstrando a força do exército americano...
Mundo 10.01.16 17:15 Comentários (153)
Já são mais de quinhentas as mulheres que deram queixa em Colônia, na Alemanha, contra árabes e magrebinos que promoveram o episódio bárbaro na noite de Ano Novo.
Brasil 10.01.16 16:29 Comentários (39)
Fernando Haddad baixou uma portaria que destina às mulheres 30% dos postos de trabalho nas empresas de ônibus em São Paulo...
Brasil 10.01.16 15:59 Comentários (102)
A chegada do PT ao poder mudou a vida de Luís Eduardo Campos Barbosa da Silva, o mais novo delator da Lava Jato. Em 2003, o empresário possuía um patrimônio declarado de R$ 517 mil. Uma década depois, de acordo com o Estadão, esse valor multiplicou-se e ultrapassou os R$ 50 milhões...

NO BLOG ALERTA TOTAL
Domingo, 10 de janeiro de 2016
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A Securities and Exchange Commission, xerife do mercado de capitais nos Estados Unidos, investiga que relação pode existir entre uma delação premiada de Paulo Roberto Costa (sobre uma propina de R$ 1 milhão supostamente paga pela White Martins ao doleiro Alberto Youssef) com os negócios nebulosos de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) da Petrobras e com a transnacional de gases, controlada pela Praxair. A SEC recebeu e analisa documentos que comprovam que Dilma Rousseff foi oficialmente notificada e advertida sobre várias irregularidades acerca da parceria, desde quando presidiu o Conselho da Petrobras, foi Ministra das Minas e Energia, ocupou a Casa Civil de Lula até, finalmente, chegar à Presidência da República.
O mesmo caso investigado pela SEC norte-americana também é alvo de investigação pela Força Tarefa da Operação Lava Jato. Tudo porque, em 25 de agosto de 2015, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, durante a acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, este último retificou o que havia dito sobre repasse de recursos para a campanha do senador Humberto Costa (PT-PE). Segundo o ex-diretor, que tem a condição de delator premiado, o pagamento de R$ 1 milhão não foi feito por Youssef, mas pela empresa White Martins, que tem uma SPE com a Petrobras - a Gemini (ou GásLocal).
Diante desta declaração, e considerando que, caso mentisse, o ex-diretor corria o risco de perder as vantagens obtidas com a aprovação de sua delação premiada duas perguntas são inevitáveis. Primeira: é de se imaginar que Paulo Roberto Costa seria idiota a ponto de arrolar levianamente o nome da White Martins em uma acareação feita durante uma CPI? Segunda: caso fosse indevidamente citada numa CPI, a White Martins não tentaria provar que o delator premiado mentira, para que o mesmo perdesse as vantagens obtidas com a sua delação?
Até agora, as respostas são um silêncio sepulcral e comprometedor, enquanto a SEC e a Lava Jato investigam denúncias, e o mercado de gás natural liquefeito se torna objeto de competição acirrada pelos maiores conglomerados do planeta.
A White Martins como corruptora?
A White Martins – empresa pertencente ao grupo norte-americano Praxair Inc. – já foi, inclusive, condenada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) pelo mais grave dos crimes contra a economia popular, a formação de cartel. O delito pelo qual a White Martins foi "punida" não era um cartel qualquer. O objetivo era hediondo: fraudar o caráter competitivo de licitações para superfaturar gases medicinais contra nossos miseráveis hospitais públicos.
Na determinação do valor da multa imposta à White Martins, o CADE considerou dois fatos: a gravidade da infração cometida, e a condição de a empresa ser reincidente em infrações contra a ordem econômica. O elevado valor de referida multa, obrigou a Praxair Inc a publicar a seguinte nota na página 92 do Relatório Anual de 2013, chamando a atenção para a gravidade da punição:
“On September 1,2010, CADE (“Brazilian Administrative Council for Economic Defense”) announced alleged anticompetitive activity on the part of five industrial gas companies in Brazil and imposed fines on all five companies. Originally, CADE imposeda civil fine of R$ 2,2 billion Brazilian reais (US$ 939 million) against White Martins, the Brazil-based subsidiary of Praxair, Inc. In response to a motion for clarification, the fine was reduced to R$1,7 billion Brazilian reais (US$ 726 million) due to a calculation error made by CADE.”
Apelando ao Dicionário de Joel Santana, pode-se traduzir, de forma livre e resumida: "Em setembro de 2010 o CADE multou a White Martins em 2,2 bilhões de reais (US$ 939 milhões), mas que, devido a um erro de cálculo cometido pelo CADE, tal multa foi reduzida para R$ 1,7 bilhões (US$ 726 milhões)". O caso está em fase de julgamento de recursos, com elevada chance de condenação transitada em julgado.
Acontece que, a partir da delação do ex-diretor da Petrobras, a situação da White Martins ficou bem mais delicada. A empresa agora corre risco também de responder por corrupção no âmbito de processos da Operação Lava Jato. Como é controlada pela Praxair Inc – e a corrupção é um crime considerado da maior gravidade pela lei norte-americana, a matriz da transnacional pode ter dores de cabeça com a análise que a SEC faz de denúncias formais feitas por investidores brasileiros que processam a Petrobras na Corte de Nova York.
Institucionalmente, a situação fica ainda mais delicada, porque o presidente da White Martins, Domingos Bulus, acumula este cargo com o de presidente da Praxair na América do Sul. A tese jurídica é: seria impossível a White Martins (como denunciou Paulo Roberto Costa) destinar verbas para subornar políticos no Brasil, sem o conhecimento oficial da cúpula da Praxair Inc. A SPE da White Martins com a Petrobras é uma das caixas pretas que precisam ser decifradas.
Outra tese que a SEC pode levar em conta. A Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) — ou Lei de Práticas Corruptas no Exterior, em tradução livre — pode ser usada contra empresas subsidiárias de empresas norte americanas no Brasil, e contra a matriz norte-americana. Diante da magnitude das consequências que poderão advir (principalmente para a Praxair Inc., em tribunais dos EUA), uma coisa é certa: a White Martins só não provará que o delator premiado mentiu, se ele, de fato, estiver falando a verdade. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás será acionado, aqui e nos EUA, para explicitar melhor sua denúncia. O escândalo pode bater diretamente na Presidência da República Federativa do Brasil.
Dilma e os delatores
Com toda a certeza, a Presidente Dilma Rousseff – que se esforça para desacreditar o procedimento de “delação premiada” – festejaria muito se ficasse provado que o mais representativo dos delatores da Lava Jato incriminou falsamente políticos e empresas. Publicamente, como marketing político pessoal, Dilma sempre repudiou delatores. O problema, agora, será se livrar das consequências da denúncia de Paulo Roberto Costa contra a White Martins.
Referindo-se à Inconfidência Mineira, a Presidenta afirmou: “Há um personagem que a gente não gosta, porque as professoras nos ensinam a não gostar dele. E ele se chama Joaquim Silvério dos Reis. É o delator.”
Na mesma oportunidade, aproveitando para faturar em cima de seu tema recorrente, a “ditadura militar”, a presidente alfinetou: “Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar em uma delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas.”
Diante da manifesta aversão da Presidenta a delatores, não ter questionado a denúncia de Paulo Roberto Costa significa concordar que são verdadeiras as revelações dele sobre R$ 1 milhão pagamentos à campanha eleitoral do senador Humberto Costa. Até agora, não apareceu uma razão plausível para que o líder petista no Senado não tenha ido às últimas consequências para dinamitar o delator que mais colaborou para fazer ruir os pilares da Petrobras. Costa silencia sobre Costa. No entanto, a SEC e a Força Tarefa da Lava Jato apuram o que aconteceu na nebulosa parceria entre a generosa doadora White Martins e a Petrobras.
Dilma, a transparente opaca
Recentemente, em 7 de janeiro de 2016, em um café da manhã com jornalistas que fazem a cobertura do Palácio do Planalto, falando sobre a Operação Lava Jato, Dilma se vangloriou: “Tenho clareza de que devo ter sido virada do avesso e tenho clareza também de que podem continuar me virando do avesso. Sobre a minha conduta não paira nenhum embaçamento.”
Na verdade, a coisa fica embaçada para Dilma no caso Gemini/GásLocal. O excesso de auto-confiança da Presidenta nos remete a um fato que foi amplamente divulgado pelo Alerta Total: a sociedade por meio da qual a Petrobras passou para a White Martins o cartório de produção e comercialização de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Para encurtar a conversa, apenas uma pergunta sobre citada sociedade, que foi arquitetada e constituída no período em que Dilma acumulava os cargos de Ministra de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administração da Petrobras: o que foi feito das diversas denúncias protocoladas para Dilma Rousseff (na Petrobras e no Palácio do Planalto) sobre referida sociedade, que continua, até hoje, sangrando os cofres da saqueada Petrobras?
Logicamente, a pergunta acima só pode ser respondida por Dilma, mas as denúncias para ela protocoladas podem ser vistas por qualquer pessoa no site www.maracutaiasnapetrobras.com. Dilma pode terminar enquadrada, no mínimo, por omissão, pelo fato de não ter investigado o caso com um mínimo de rigor. Além disso, as mesmas denúncias formalizadas a Dilma já são objeto de apuração (em fase adiantada de análise de documentos) pela SEC e (em velocidade ainda lenta) pela Força Tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato.
Eis um escândalo com potencial não só para alimentar o movimento de impeachment (agora quase neutralizado) contra Dilma, mas também para se transformar em um processo contra ela, futuramente, em tribunais norte-americanos, caso a SEC entenda que o caso deve extrapolar a esfera da regulação do mercado de capitais, evoluindo para um processo federal com base na rigorosa Foreign Corrupt Practices Act.
Arapongagem da Petrobras?
O mercado financeiro recebeu, pessimamente, a inconstitucional notícia de que a Petrobras fechou uma parceria com a Agência Brasileira de Inteligência, a fim de evitar um novo Petrolão.
Empregados da estatal de economia mista também não gostaram do acordo, pois se transformam, oficialmente, em alvo de espionagem - o que fere seu direito individual.
Em tese, todos se transformam em suspeitos com a atuação legalizada de um esquema de vigilância sobre os negócios da petrolífera, que é uma empresa de economia mista controlada pela União (que no caso brasileiro é o desgoverno de um Estado Capimunista, Corrupto e Canalha).
Certamente, empregados da Petrobras devem acionar advogados e recorrer ao Supremo Tribunal Federal para impedir que sejam vítimas da arapongagem contratada pelo presidente Aldemir Bendine - o mesmo que o Wall Street Journal denunciou apenas trabalhar na terça, quarta e quinta, folgando às segundas e sextas-feiras...
(...)

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