PRIMEIRA EDIÇÃO DE HOJE DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
30 DE DEZEMBRO DE 2015
A infectologista Rosana Richtmann, do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo, uma das mais respeitadas especialistas do País, definiu rubéola como virose em geral benigna, exceto na gestação. Seus estudos confirmam que em mulheres no início da gravidez a rubéola provoca várias deficiências, incluindo retardo do crescimento intra-uterino e no desenvolvimento neuropsicomotor, e microcefalia.
Pesquisadores de universidades brasileiras suspeitam que estão ligados também à rubéola casos de microcefalia registrados no Brasil.
Um erro iniciado em Pernambuco, de usar vacina tríplice (sarampo, caxumba e rubéola) no início da gestação, pode ter gerado microcefalia
Em seus estudos, Richtmann diz que o risco de anomalia congênita cai para 39% quando a rubéola é adquirida no 2º trimestre de gestação.
Por meio da assessoria, o Ministério da Saúde insiste que só o zika vírus provoca microcefalia e garante que suas vacinas são seguras.
Apesar do desgaste político com a barganha para aprovar a redução da meta fiscal e mascarar o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Bolsa Família permaneceu intocado e já consumiu R$ 25,3 bilhões até novembro. Ao ritmo de gastos de R$ 2,3 bilhões por mês, o ano de 2015 será de recorde histórico em gastos do governo com o programa e deve ultrapassar os R$ 28 bilhões até janeiro de 2016.
O governo cortou investimentos, mas manteve a distribuição do Bolsa Família e contribui diretamente para inflação galopante de mais de 10%
A gastança do governo será comprovada com dois recordes em 2015: Bolsa Família – R$ 28 bilhões e Orçamento – déficit de R$ 120 bilhões
Bahia, Maranhão, Pernambuco e Ceará estão entre os cinco maiores beneficiários, junto com São Paulo. Os quatro levaram R$ 13,1 bilhões.
A oposição não poupou críticas à promessa de Dilma de extinguir 3 mil cargos. Apenas 346 vagas foram efetivamente cortadas. “Não passa de promessa”, assegura o deputado Otavio Leite (PSDB-RJ).
A Secretaria de Imprensa da Presidência divulgou “alerta” sobre o novo Acordo Ortográfico. O texto diz que “entrará em vigor dia 01 de Janeiro as novas regras”. Faltou avisar para ignorar a concordância verbal.
Mercadante (Educação) passará o fim de ano no Uruguai. No voo para Montevidéu, segunda (28), tentou não ser reconhecido enfiando a cara num livro significativo: “O chefão dos chefões”, de Vito Bruschini. Não é a biografia do ex-presidente Lula, mas um livro sobre a máfia italiana.
O ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) foi hostilizado no restaurante Nippon, em Brasília. Numa atitude cada vez mais rotineira, foi chamado de ladrão por um grupo insatisfeito com a corrupção.
O discurso sobre a crise econômica já está afinado entre petistas para a campanha nas eleições municipais de 2016. A culpa será colocada nas “ideias conservadoras” do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy.
Nelson Barbosa (Fazenda) aproveitou reunião com governadores para fazer lobby pela volta da CPMF. O objetivo é terceirizar a pressão pela recriação do imposto porque os aliados do Planalto no Congresso têm fugido do ministro para não ter que dividir o desgaste em ano eleitoral.
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) diz que o governo pretende enfraquecer o impeachment ao quitar R$ 57 bilhões das pedaladas fiscais: “Dilma quer jogar para debaixo do tapete o rombo bilionário”.
Após usar garantia para substituir a película do celular, leitor passou a ser coagido pela Receita com a cobrança de R$ 101 em impostos para liberação do produto, além de taxa de armazenagem caso não pague.
… faz todo sentido Mantega considerar Barbosa ‘a pessoa certa’ para o momento da economia: nenhum dos dois se entende com ela.

NO DIÁRIO DO PODER
PT, GOVERNO, DILMA E LULA: IMPASSE IRREVERSÍVEL
Carlos Chagas
Mais do que um sinal de rompimento, foi uma declaração de guerra ao governo Dilma a mensagem distribuída nas redes sociais, segunda-feira, 28, com a assinatura do presidente do PT, Rui Falcão. De início, leia-se Lula como o signatário real.
Significa o quê, nessa passagem de ano, a veemente crítica da direção dos companheiros à política econômica reafirmada dias atrás pelo novo ministro Nelson Barbosa? Nada mais, nada menos, do que o estado de beligerância entre o criador e a criatura. Referindo-se à participação da CUT e do MST na condenação às diretrizes adotadas antes por Joaquim Levy e agora pelo substituto, o PT demonstra repúdio e rejeição aos métodos de Madame para enfrentar a crise econômica. Nada de apoiar as soluções de mercado, neoliberais, que só tem feito aumentar o desemprego em massa, os impostos, taxas e tarifas, o custo de vida e a redução de direitos sociais. Esse modelo só beneficia as elites, fechando as portas para a retomada do crescimento. Não dá para, através dessas iniciativas, devolver à população a confiança perdida. De um ano para cá vem despencando a popularidade de Dilma, do governo e do PT. Como persistir na alta de juros e nos cortes em investimentos? Responsabilidade e ousadia são recomendações a contrapor à estratégia econômica atual.
Faz tempo que o Lula vem batendo nessa tecla, ignorado pela sucessora e agora disposto a seguir isolado e isolando o grupo encastelado no palácio do Planalto. Porque o PT é o Lula, e o Lula, o PT. Importa menos saber se o desmonte do outrora objetivo maior do partido, de mudar o Brasil, acontece por obra e graça daqueles que o representam no governo.
O resultado do choque de concepções tornou-se público. Tem-se a impressão de ser definitiva a separação. Nem Dilma cederá aos apelos do PT e do Lula, nem esses admitirão ir para o precipício. Em meio ao impasse, identifica-se a sombra do impeachment, hoje esmaecida, mas capaz de ressurgir por conta da presença de deputados e senadores em suas bases, durante o recesso parlamentar. Queixas e reclamos da sociedade só fazem crescer, sem que o governo demonstre disposição de mudanças. Com todo o respeito, sem programas de recuperação e de reaproximação do governo com a opinião pública, logo se fará sentir a voz rouca das ruas.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
30/12/2015 às 7:41 \ Opinião
Como na esplêndida saga de Asterix, todo o futuro político do país está sujeito às investigações da Operação Lava Jato. Todo o futuro político do país? Não: um grupo formado por irredutíveis aliados da corrupção ainda resiste aos investigadores.

NO O ANTAGONISTA
Mundo 30.12.15 08:55 Comentários (0)
A franga bolivariana está solta. O venezuelano Nicolás Maduro também decretou uma lei que proíbe as empresas de fazer demissões até 2018. Chama-se Lei da Inamovibilidade Laboral.
Na verdade, é a Lei da Inamovibilidade Real.
Brasil 30.12.15 08:41 Comentários (15)
O Estado do Rio de Janeiro, governado pelo inefável Pezão, apresenta um rombo de 13 bilhões de reais em 2015. Causado em boa parte, como informa O Globo, por despesas excessivas.
O Antagonista está chocado com a notícia.
Brasil 30.12.15 08:37 Comentários (4)
Lauro Jardim, de O Globo, informa que Nazareno Marcineiro, comandante da Força Nacional de Segurança Pública, pediu demissão. Foi o segundo comandante que saiu em menos de um ano e a seis meses da realização dos Jogos Olímpicos.
Mundo 30.12.15 08:30 Comentários (16)
Como esperado, Nicolás Maduro anunciou a convocação de um certo "Congresso do Povo", formado por apaniguados, para contrapor-se ao Congresso de verdade, cuja maioria foi conquistada pela oposição. Além disso, a "Justiça" bolivariana aceitou denúncia contra seis deputados oposicionistas, que podem não tomar posse...
Brasil 30.12.15 08:06 Comentários (15)
Em mais um episódio da guerra interna no PMDB, Eduardo Cunha partiu para cima de Renan Calheiros, ontem, durante um café da manhã com jornalistas. Ele disse que estão poupando o presidente do Senado nas investigações da Lava Jato...
Brasil 30.12.15 07:51 Comentários (25)
O Brasil chegou a cambalear rumo à modernidade durante a década de 90 e, agora, retrocede velozmente, por causa da irresponsabilidade, incompetência e desonestidade dos seus governantes...
Brasil 30.12.15 07:40 Comentários (13)
Fernando Haddad decidiu reajustar em 9,5% o IPTU em São Paulo, índice abaixo da inflação anual. No começo de 2015, o petista queria aumentos de até 35%.
O PT vai arrebentar o País em todas as esferas para tentar sobreviver eleitoralmente.
Brasil 30.12.15 07:30 Comentários (10)
A crise econômica e erros de estratégia comercial levaram o Walmart a fechar 30 lojas no Brasil...
Brasil 30.12.15 07:20 Comentários (8)
O aumento do salário mínimo e o balcão de negócios aberto no Congresso, para tentar evitar o impeachment e reconquistar a maioria parlamentar, mostram a que veio Nelson Barbosa, como antecipamos aqui.
Ele é apenas pau-mandado de Dilma Rousseff.
Economia 30.12.15 07:10 Comentários (23)
O novo mínimo de 880 reais causará, no mínimo, um rombo de 2,9 bilhões de reais no caixa do governo...
Brasil 29.12.15 23:32 Comentários (14)
Jaques Wagner falou ao Jornal das Dez que Dilma Rousseff terá metade dos votos na Câmara para barrar o impeachment...
Brasil 29.12.15 21:27 Comentários (134)
Dias Toffoli, do STF, desfez o cartel da UNE, que era tão nefasto quanto o cartel das empreiteiras.
Ele decidiu, em caráter liminar, que entidades municipais e estaduais podem emitir carteiras de estudantes, mesmo que não tenham qualquer vínculo formal com a UNE...
Brasil 29.12.15 20:16 Comentários (34)
Paulo Okamotto, espécie de antítese do japonês bonzinho da Polícia Federal, também teve sua ficha anexada ao inquérito da Odebrecht, já que é sócio da LILS Palestras e presidente do Instituto Lula...
Brasil 29.12.15 19:41 Comentários (189)
O Estadão informa que a Polícia Federal anexou aos autos do inquérito que investiga a Odebrecht fotos e planilhas com dados pessoais de Lula...
Brasil 29.12.15 19:26 Comentários (90)
Lauro Jardim informa que Dilma Rousseff não fará o tradicional pronunciamento de final do ano na TV. Ela preferiu assinar um artigo na Folha...

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por José Casado (*)
A reunião emergencial dos governadores estaduais, ontem em Brasília, foi útil para confirmar o óbvio, ululante nos portões das unidades públicas de saúde: o Estado brasileiro quebrou.
Governadores de Rio, Minas e Rio Grande do Sul, por exemplo, constataram que já começam 2016 devendo R$ 2 para cada R$ 1 de receita líquida prevista no ano. Nesses três estados concentra-se um terço da economia.
Com 12 meses de mandato, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Fernando Pimentel (PT-MG) e José Ivo Sartori (PMDB-RS) governam sem caixa e com o mais alto nível de endividamento dos últimos cinco anos.
Temem chegar à temporada das eleições municipais sem dinheiro para salários do funcionalismo, aspirinas nos pronto-socorros e giz nas salas de aula. Como Dilma Rousseff, cada um criou a narrativa do próprio atoleiro: a culpa da crise deve ser atribuída aos outros.
Na angústia dos governantes, percebe-se o sentimento de impotência diante do clima de desesperança política — derivativo da percepção coletiva de anomia, da ausência de organização dos governos.
A expressão econômica disso é o empobrecimento. Nos últimos cinco anos, o Brasil cresceu 5%, pouco menos que a população, enquanto a riqueza mundial aumentou 18%. Excluindo-se o Brasil, o Produto Interno Bruto dos países em desenvolvimento avançou 28% nesse período — calcula o economista Delfim Netto.
Às vésperas de 2016, governantes e governados parecem concordar em um aspecto: pior que a situação que está aí é a perspectiva.
O consenso acaba nisso, porque enquanto a sociedade amarga um ciclo depressivo, paradoxalmente, governantes insistem em privilegiar a minoria que já concentra a maior fatia das benesses fiscais, financeiras e creditícias.
Ontem, na mesa dos governadores estaduais, pouco se falou sobre o custo desse tipo de gasto público, cuja conta já ultrapassou o patamar de 6% do PIB — estimam os economistas Vilma da Conceição Pinto e José Roberto Afonso, com base em dados do governo federal. De cada R$ 10 em renúncias fiscais, R$ 7 beneficiam empresas industriais e agropecuárias. O gasto anual supera a despesa com saúde pública, por exemplo.
Não há transparência sobre os resultados dessa dinheirama despejada em cofres privados. “Não há nem com o gasto tradicional, muito menos com os benefícios fiscais”, diz Afonso. “Ainda falta transformar em hábito o registro do que se prometeu ou o que se pretendia quando se concedeu uma benesse, e depois comparar com o efetivamente apurado.”
“Em outros países, sobretudo na Ásia” — acrescenta — “o Estado também é ativo na concessão de benefícios, mas sempre cobra e contrata com o beneficiário metas de aumento de produção, de exportação, de investimentos, de emprego. Aqui não houve contrato. Sobram discursos, promessas e marketing.”
Governantes doam recursos públicos, nas sombras da política eleitoral e partidária, sem nada exigir em troca.
A crise começa a iluminar uma aberração: o Estado brasileiro está gastando e pagando para empresas cortarem investimentos, produção e emprego.
Como diz Afonso, nem é preciso ser economista para perceber que isso fere a lógica ou o bom senso.

(*) José Casado é Jornalista. Originalmente publicado em O Globo em 29 de dezembro de 2015.

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