1ª EDIÇÃO DE HOJE DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO ESTADÃO
PF faz buscas na casa de Eduardo Cunha
POR ANDREZA MATAIS, DANIEL CARVALHO E JULIA AFFONSO
15/12/2015, 07h0624
Residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília, e na casa do parlamentar no Rio, as casas do ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ), do senador Edison Lobão (PMDB-MA), do deputado Anibal Gomes (PMDB-CE) e do ex-presidente da Transpetro são alvo de operação
O presidente da Câmara é investigado na Operação Lava Jato. Foto: André Dusek/Estadão
Atualizada às 8h17
A Polícia Federal faz nesta terça-feira, 15, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) uma operação de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara Eduardo Cunha, em Brasília, e na casa do parlamentar no Rio. O deputado é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro pela Procuradoria-Geral da República, nas investigações da Operação Lava Jato. A operação da PF tem outros alvos: o ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ), o senador Edison Lobão (PMDB-MA), o deputado Anibal Gomes (PMDB-CE) e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado foram alvo de busca e apreensão.
A operação Catilinárias cumpre ao todo 53 mandados de busca e apreensão – na residência dos investigados, endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos – expedidos pelo STF, referentes a sete processos instaurados a partir de investigações da Lava Jato. Os mandados, expedidos pelo ministro Teori Zavascki, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (9), em São Paulo (15), no Rio (14), no Pará (6), em Pernambuco (4), em Alagoas (2), no Ceará (2) e no Rio Grande do norte (1).
Três carros da Polícia Federal e sete policiais estão na frente da residência oficial de Cunha. O perímetro foi isolado.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que acusa Eduardo Cunha de ter recebido propina no valor de ao menos US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, no período entre junho de 2006 e outubro de 2012.
Celso Pansera foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato, como “pau mandado” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
O deputado Aníbal Gomes é alvo de quatro inquéritos no STF. O parlamentar é suspeito de ser ‘interlocutor’ do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que teria usado Anibal Gomes como “interlocutor” dos contatos com a diretoria de Abastecimento da Petrobrás – reduto do PP no esquema de corrupção instalado na estatal.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
15 DE DEZEMBRO DE 2015
A proposta do vice Michel Temer de “semiparlamentarismo”, insinuando sua adoção caso assuma a presidência da República, deixou animados senadores e deputados federais que apostam na valorização do Poder Legislativo como a melhor saída para crises políticas. Pela proposta de Temer, parlamentares participariam da execução do orçamento, no governo, certificando-se de que ações e projetos sejam cumpridos.
Parlamentarista, o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), elogia a ideia de Temer porque está convencido de que o presidencialismo se esgotou.
O oposicionista Bueno diz que o presidencialismo “é um foco constante de crise, com seus 39 ministérios e milhares de cargos comissionados”.
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) está convencido de que a valorização do Legislativo, proposta por Temer, evita a corrupção.
“A ideia de Temer torna o parlamento o protagonista efetivo de suas ações, acabando o ‘toma lá, dá cá’”, observa Lúcio Vieira Lima.
O PMDB ligado ao vice Michel Temer é pressionado pela oposição a negociar uma saída para a crise na presidência de Eduardo Cunha, na Câmara. A oposição acha que a presença dele no cargo enfraquece e desmoraliza, além do cargo, o próprio impeachment. O PSDB insiste para o PMDB articular a renúncia de Cunha e a eleição de um homem de bem em seu lugar: o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Jarbas Vasconcelos poderia apaziguar o PMDB e, com sua reputação ilibada, liderar com autoridade o processo de impeachment na Câmara.
A oposição avalia que só Temer teria condições de convencer Cunha a renunciar à presidência da Câmara para tentar preservar o mandato.
Discreto e bem articulado, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) vem sendo o principal porta-voz dos tucanos no processo do impeachment.
Reconhecido pelo jeito calmo, Edinho Silva (Comunicação Social) tem sinalizado afastamento. Em papos reservados com jornalistas, chama de “insuportável” o jeito búlgaro da presidente de tratar os assessores.
O apoio governista na Câmara é crítico. No caso do reajuste do Judiciário, foram apenas 132 votos pela manutenção do veto de Dilma. No caso da chapa do impeachment, perdeu para a oposição por 272x199.
Não há petistas interessados em ser líder do PT, por isso o líder do Governo, José Guimarães (CE), deve voltar à função. Pesquisas internas mostram, todavia, que os brasileiros não esquecem o envolvimento dele no escândalo dos dólares escondidos na cueca.
Insatisfeito com a destituição do filho da liderança do PMDB, Jorge Picciani passou a ter como alvo a presidência nacional do PMDB. Vem querendo tomar o controle do partido de Michel Temer. Terá trabalho.
Índio da Costa (PSD-RJ) apresentou 19 projetos para ajudar na aprovação de 10 medidas contra a corrupção, mas não consegue as 171 assinaturas para apresentar PEC sobre execução de penas.
Os equipamentos de segurança das Olimpíadas serão inúteis contra do terrorismo, até por não detectarem explosivos. O governo Dilma está mais interessado em reutilizar os equipamento em presídios, por isso a compra será feita pelo Depen, o Departamento Penitenciário Nacional.
Em meio à discussão sobre o impeachment, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) preferiu se licenciar para concluir o mestrado em Direito Constitucional na Universidade de Coimbra, em Portugal.
A Queiroz Galvão está enroladíssima em maracutaias, mas as doações à campanha de Marcos Rogério (PDT-RO), relator do caso Cunha no Conselho de Ética, foram da não menos enrolada Galvão Engenharia.
…comemorando menos gente nas ruas pedindo impeachment, os governistas agem como torcedores que ficam radiantes porque seu time não perdeu de 7x1, mas de apenas 6x0.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
PF CUMPRE MANDADO DE BUSCA NA RESIDÊNCIA OFICIAL DE EDUARDO CUNHA
CONSELHO DE ÉTICA SE REÚNE PARA ANALISAR PROCESSO CONTRA ELE
Publicado: 15 de dezembro de 2015 às 07:45 - Atualizado às 07:50
A Polícia Federal cumpre nesta manhã mandado de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, localizada na Península dos Ministros, em em seus endereços no Rio de Janeiro. Também o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia dos governos Lula e Dilma, e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), ligado ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), também são alvos da operação desta terça-feira (15) da PF.
Está marcada para esta terça-feira (15) uma nova reunião do Conselho de Ética da Câmara, para discutir o processo aberto contra Eduardo Cunha. Será a oitava tentativa para dar sequência ao processo, agora sob novo relator.
A PF surpreendeu Cunha em casa, com a família, mas sua assessoria informou que ele não vai se pronunciar sobre o assunto porque deseja antes se informar.

LAVA JATO
PROPINA PARA LOBÃO CHEGOU DE CARRO A BRASÍLIA, AFIRMA DELATOR
R$1 MILHÃO SERIAM PARA EDISON LOBÃO, EX-MINISTRO DE LULA E DILMA
Publicado: 14 de dezembro de 2015 às 22:07 - Atualizado às 22:12
O ex-diretor da UTC Walmir Pinheiro, considerado braço direito do dono da empresa, Ricardo Pessoa, detalhou em delação premiada o acerto de um pagamento ao senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA) em razão da participação da empresa no consórcio vencedor para realizar as obras da usina de Angra 3. 
No depoimento, Pinheiro confirma que a propina acertada foi de R$ 1 milhão para Lobão e dá detalhes do pagamento. De acordo com ele, as entregas eram feitas a uma pessoa apresentada por Lobão. Parte do pagamento foi levado de carro de São Paulo a Brasília para não despertar desconfiança das autoridades nos aeroportos.
"Que tais pagamentos ocorreram no decorrer do ano de 2014, pouco antes da contratação final; que questionado sobre a operacionalização deste pagamento, afirmou que foi pago em três parcelas; que em duas delas André Serwy foi pessoalmente no escritório da UTC, em São Paulo, pegando o dinheiro em espécie com o próprio declarante; que André Serwy foi sozinho ao escritório da UTC em São Paulo e comentou que iria voltar para Brasília de carro, para evitar possíveis problemas no aeroporto, em razão das quantias em espécie", declarou o diretor da UTC. 
O valor de R$ 1 milhão havia sido solicitado por Lobão para campanha eleitoral, mas o delator disse não saber se seria a campanha dele próprio ou de outra pessoa.
Pinheiro era responsável pelo departamento financeiro da UTC e homem de confiança de Ricardo Pessoa. Ele foi incumbido de operacionalizar pagamentos feitos entre a publicação do edital de licitação de Angra 3 e a assinatura do contrato da obra - feito em setembro de 2014.
André Serwy, segundo Walmir Pinheiro, foi apresentado por Lobão à empresa como responsável pelo recebimento de valores. O operador foi apresentado por Pessoa a Pinheiro como "a pessoa que recebia os valores em nome de Lobão". Segundo o ex-diretor da UTC, Serwy chamada Lobão de "tio" e parecia muito íntimo do então ministro de Minas e Energia. 
O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado de Lobão na Lava Jato, afirmou que se o operador identificado como André Serwy recebeu os valores "certamente não foi para o ministro Lobão". André Serwy não foi localizado até a publicação desta reportagem.

NUNCA ANTES DE MARÇO
Carlos Chagas
A previsão é de que amanhã o Supremo Tribunal Federal decida sobre o rito do processo de impeachment da presidente Dilma, anulando ou não a votação incompleta da semana passada na Comissão Especial da Câmara. Ou a tomada de votos continuará de forma secreta ou, se aberta, precisará ser refeita pelos seus 65 integrantes. Ignora-se como o ministro Edson Fachin se pronunciará, bem como o plenário da mais alta corte nacional de Justiça. A decisão poderá demorar até o final da semana. Só então começará o processo, mas são longas as etapas, daí se imaginando que apenas depois de março haverá o desenlace, em favor ou contra Madame.
Caso a Comissão Especial opte pela abertura do impeachment, precisará notificar a presidente Dilma, que terá o prazo de dez sessões para defender-se''
Abrir-se-á então o período de mais cinco sessões até que a Comissão elabore o relatório final, contra ou a favor. Nesse caso, após a publicação, o plenário da Câmara decidirá. Serão necessários 342 votos pelo afastamento por 180 dias da presidente, devendo ela ser comunicada da decisão, substituída interinamente pelo vice Michel Temer.
Enquanto isso, no Senado, a ser presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, começará o julgamento final, com tempo para acusação, defesa e oitiva de testemunhas. Para a condenação serão precisos 54 senadores. Se absolvida, Dilma reassume. Se condenada, Michel Temer será efetivado na chefia do governo.
Vale repetir, já estaremos em março ou mais adiante, com o País, até lá, paralisado. Nem governo nem Congresso cuidarão de outros temas, muito menos do combate à crise econômica ou da recomposição política.
Michel Temer, em sua interinidade, poderá mudar o ministério e, na teoria, elaborar planos e programas de governo, mas a cautela recomendará pouco movimento. Sem a condenação definitiva, sempre haverá o risco de tudo voltar atrás por decisão do Senado.
Até aqui alinha-se um roteiro político, sujeito às mutações decorrentes de acordos, entendimentos e desavenças. Saber mesmo o que vai acontecer, nem com bola de cristal, a partir da reunião de hoje no Supremo Tribunal Federal. O confronto é evidente, não apenas entre situação e oposição. Michel Temer tomou posição ostensiva pelo impeachment, ainda que o PMDB se encontre dividido. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, trafega em faixa própria, mas contra Dilma. Renan Calheiros por enquanto apoia a permanência da presidente, mas poderá mudar, de acordo com o desenrolar das acusações contra ele. Imagina-se ser salvo pela presidente, mas se não puder salvá-la, perderá condições de sobrevivência.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
15/12/2015 às 7:46 \ Opinião
Publicado no Estadão
O chavismo e seu arrogante rótulo ideológico – o socialismo do século 21 – começaram a desmoronar com as eleições de domingo passado e a vitória das forças da oposição reunidas na Mesa da Unidade Democrática (MUD). Um vento de liberdade sopra agora sobre a terra venezuelana, devastada por 17 anos de estatismo, coletivismo, repressão política, demagogia e corrupção que levaram à ruína e ao caos um dos países potencialmente mais ricos do mundo.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
15-12-2015 ÀS 8:04
GERAL7:38
GERAL7:17
GERAL6:38
GERAL3:26
GERAL2:00

NO O ANTAGONISTA
Brasil 15.12.15 08:10 Comentários (0)
O PMDB não existe mais. O governo Dilma Rousseff não existe mais.
A PF pegou dois ministros, Celso Pansera e Henrique Alves: o primeiro é ligado à turma governista de Luiz Fernando Pezão e Jorge Picciani, o segundo é ligado a Michel Temer...
Brasil 15.12.15 08:07 Comentários (24)
PF faz busca na casa de Henrique Alves, ministro do Turismo.
É o 17° ministro da honrada Dilma Rousseff que corre o risco de ir parar na cadeia.
Brasil 15.12.15 08:02 Comentários (19)
São 53 mandados de busca e apreensão, referentes a sete processos da Lava Jato.
Repetindo: 53...
Brasil 15.12.15 07:52 Comentários (36)
O Estadão informa que Celso Pansera, ministro de Ciência e Tecnologia, também recebeu a visita da PF.
Pelas contas de O Antagonista, trata-se do 16° ministro de Dilma Rousseff investigado pela polícia.
Brasil 15.12.15 07:43 Comentários (31)
O nome da operação da PF contra Eduardo Cunha e os homens de Renan Calheiros e José Sarney é Catilinária.
Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?...
Brasil 15.12.15 07:39 Comentários (13)
A foto do G1 com a batida da PF na casa de Eduardo Cunha.
Brasil 15.12.15 07:35 Comentários (31)
Eduardo Cunha é Eduardo Cunha.
Aníbal Gomes e Sergio Machado são homens de Renan Calheiros.
Edison Lobão é José Sarney.
Brasil 15.12.15 07:29 Comentários (14)
O presidente da Transpetro, Sergio Machado, também é alvo da PF.
Brasil 15.12.15 07:23 Comentários (29)
A busca na casa de Eduardo Cunha foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, a pedido de Rodrigo Janot.
O objetivo da operação é coletar provas nos inquéritos que apuram se o presidente da Câmara cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Brasil 15.12.15 06:27 Comentários (23)
Os leitores de O Antagonista estão cansados de saber, mas não custa repetir: os 12 milhões de reais que José Carlos Bumlai tomou do Banco Schahin, em 2004, foram repassados, segundo Marcos Valério, a Ronan Maria Pinto, que chantageava Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho sobre o papel do PT no assassinato de Celso Daniel...
Brasil 15.12.15 06:08 Comentários (13)
Segundo o relato de José Carlos Bumlai, reproduzido pelo Estadão, o presidente do Banco Schahin pediu-lhe para tomar o empréstimo de 12 milhões de reais “para passar ao PT, via Bertin”.
Bumlai declarou à PF que “ficou de pensar no assunto”, mas no dia seguinte Delúbio Soares foi à sua casa em Campo Grande...
Brasil 15.12.15 06:04 Comentários (39)
O depoimento de José Carlos Bumlai à PF é um passo decisivo para o fim de Lula e do PT.
Em seis horas e meia de interrogatório, ele admitiu, segundo o Estadão “que os R$ 12 milhões que tomou de empréstimo junto ao Banco Schahin, em 2004, foram destinados ao PT”...
Brasil 15.12.15 06:00 Comentários (15)
Lula era tratado como um servo pela Odebrecht.
Em 2008, os executivos da empreiteira trocaram mensagens para combinar o que o Presidente da República deveria dizer em viagem oficial à Argentina...
Brasil 15.12.15 05:23 Comentários (16)
Acorda, PT.
José Carlos Bumlai confessou que os 12 milhões de reais que tomou emprestados do Banco Schahin, em 2004, foram repassados ao partido...
Brasil 14.12.15 21:56 Comentários (74)
Não bastassem os empréstimos diretos sem garantias para os empreendimentos sinistros de José Carlos Bumlai, a cúpula do BNDES apoiou em 2012 uma "concessão de colaboração financeira" envolvendo o BTG de André Esteves e o BB de Aldemir Bendine...
Brasil 14.12.15 21:42 Comentários (28)
A Veja.com noticia que "o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar atuava em parceria com Lula para tentar desmoralizar a cobertura da imprensa sobre o petrolão e as investigações do Ministério Público Federal sobre as relações do petista com a empreiteira...

NA VEJA ON LINE
Polícia rastreia ligações de ex-diretor da Odebrecht para Instituto Lula
Assessor de Lula combinava com ex-diretor da Odebrecht as respostas que o instituto daria à imprensa sobre as relações do ex-presidente com a empreiteira
Por: Hugo Marques, Robson Bonin e Pieter Zalis
14/12/2015 às 21:09 - Atualizado em 15/12/2015 às 00:34
Preso pela Operação Lava Jato em junho, o ex-diretor da Odebrecht, Alexandrino Alencar atuava em parceria com o ex-presidente Lula para tentar desmoralizar a cobertura da imprensa sobre o petrolão e as investigações do Ministério Público Federal sobre as relações do petista com a empreiteira. Perícia realizada pela Polícia Federal no iPhone de Alexandrino revela que um dos assessores de Lula, José Chrispiniano, era o responsável por informar o ex-diretor da empreiteira sobre cada passo dado pelo Instituto Lula ao divulgar notas oficiais e versões favoráveis ao ex-presidente e à empreiteira. Entre janeiro e junho desse ano, Chrispiniano e Alexandrino Alencar trocaram 58 telefonemas. O ex-diretor da Odebrecht também telefonou 16 vezes para o Instituto Lula. No auge das revelações das relações comerciais de Lula com a Odebrecht, em abril, o assessor de Lula e Alexandrino se encontraram em São Paulo. Alexandrino chegava a dar a palavra final sobre alguns dos textos que o instituto iria divulgar à imprensa.
LEIA TAMBÉM:
No aplicativo de mensagens usado por Alexandrino, os investigadores também encontraram várias conversas entre o assessor de Lula e o ex-diretor. Em uma das trocas de mensgaens, ocorrida em abril deste ano, Chrispiniano relata para Alexandrino a resposta que enviaria à imprensa sobre reportagens que mostravam a relação de proximidade de Lula e a Odebrecht. "Gostei muito", diz Alexandrino. Em outro trecho, Alexandrino diz ao assessor de Lula que o "chefe ligou p..." ao ler uma reportagem sobre as relações da empreiteira com Lula. Não fica claro se Alexandrino se refere a Marcelo Odebrecht ou Lula, a quem ele também costumava chamar de "chefe". Ainda no mesmo mês, o assessor de Lula combina com Alexandrino as respostas que deveriam ser enviadas a VEJA, sobre os pagamentos milionários da empreiteira pelas palestras do ex-presidente Lula.
No material analisado pela Polícia Federal, Alexandrino também conversa com o deputado federal Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e amigo de Lula. O deputado se diz "um soldado" da Odebrecht e mostra que também fazia a ponte da empreiteira com Lula. Numa troca de mensagens de março, Alexandrino fala com o deputado sobre uma reunião com Lula. "O instituto ainda não confirmou a reunião de sexta-feira, estou cobrando. Se não puder, pode ser segunda-feira?", pergunta Alexandrino ao deputado. "Pode", diz Sanchez que então sugere que a reunião com Lula seja no sábado. "Não sei, acho difícil porque acho que vai pro sítio", diz Alexandrino, possivelmente se referindo ao sítio usado por Lula em Atibaia. Em outra conversa, o deputado petista e Alexandrino falam sobre o doleiro Adir Assad, também preso na Lava Jato: "Como chama o doleiro?", pergunta Sanchez. "Assad", responde o ex-diretor.
Alexandrino foi preso na 14ª fase da Lava Jato, junto com o dono da empreiteira, Marcelo Odebrecht. O ex-diretor é acusado de ser o responsável por organizar com o doleiro Alberto Youssef o esquema de pagamento de propina no exterior para os corruptos do petrolão. Alexandrino era o diretor mais próximo do ex-presidente Lula. As investigações do petrolão já revelaram conversas telefônicas em que o ex-presidente Lula trata com o ex-diretor dos movimentos da Odebrecht para tentar evitar a prisão do seu então presidente Marcelo Odebrecht.
Outro lado - Por telefone, o assessor do Instituto Lula José Chrispiniano se recusou a explicar a natureza de suas relações com o ex-diretor da Odebrecht. "Não vou falar nada, não. Se quiser perguntar, pergunte por escrito", disse o assessor, que também não quis responder se atuava a mando do ex-presidente Lula ao combinar com o empreiteiro a redação das notas oficiais divulgadas pelo instituto. O deputado petista Andrés Sanchez também não quis comentar o conteúdo do relatório da Polícia Federal. "Sobre Lava Jato só falo pessoalmente e com gravador na mesa", disse o deputado.
O site de VEJA também entrou em contato com a Odebrecht, que enviou o seguinte comunicado:
"A Construtora Norberto Odebrecht (CNO) lamenta que se repita o expediente do vazamento de mensagens descontextualizadas de ex-executivos da empresa sempre que se avizinha alguma decisão judicial envolvendo sua liberdade, como forma de pressionar e evitar a livre expressão de julgamento de magistrados.
As mensagens citadas expressam fatos absolutamente normais. Como no caso de contatos entre duas partes que mantêm conversas no sentido de emitir um posicionamento público. Ou do fornecimento de informações e subsídios para viagens oficiais para países onde as empresas brasileiras mantêm operações comerciais, como acontece na diplomacia de todas as nações do mundo. Finalmente, tenta-se promover uma leitura maliciosa de mensagens em que o ex-presidente da holding Odebrecht se mantém informado sobre investimentos do acionista (o que era parte de suas atribuições) em projetos que envolvem mais de uma empresa do Grupo, dando a entender que ele teria alguma ingerência sobre a autonomia da direção de cada uma das empresas. Previsões de mercado também são propositalmente confundidas com informações privilegiadas.
A CNO tem confiança de que magistrados não se deixarão influenciar pelo vazamento de véspera, malicioso, sobre comentários e mensagens que sequer constam do processo em questão."
Relatório da PF mostra fotos do assessor José Chrispiniano e do deputado Andrés Sanchez(Reprodução/VEJA)

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 15/12/2015 05:10
O vexame da Copa — Alemanha 7 X 1 Brasil — foi recebido pela Nação como uma feroz humilhação. Nas esquinas, nos botecos, nas escolas, nas repartições públicas, nas fábricas, nos lares… Por toda parte, uma sensação de orfandade. Quando soou o apito final, lia-se na cara de todos o brasileiros a pergunta: “Por quê? Por quê?”.
Corta para a grande área da Câmara. Ali, Eduardo Cunha e seu escrete de milicianos impõem ao Conselho de Ética uma goleada épica. O placar parcial é de 6 a zero. Nesta terça-feira, o ruim deve ficar pior. Nova monobra pode resultar no sétimo adiamento do início do processo de cassação do presidente da Câmara.
No futebol, a capitulação diante da Alemanha foi tomada como uma humilhação mundial. Não pelo resultado. Qualquer time perde, ganha ou empata. A Seleção já entrara por muitos canos. Mas não havia o ridículo. Contra os alemães, os jogadores brasileiros não jogaram, eis a verdade que maltrata a alma nacional.
Na Câmara, a perspectiva da tragédia — Cunha 7 X 0 Ética— não é suficiente para deixar a cara dos brasileiros a meio pau. A vergonha está estampada no enredo do jogo. É muito parecido com o futebol. Mas canelada marca ponto a favor, vale gol de mão e o juiz é um ladrão que expulsa do jogo relator que ousa contrariá-lo. E nada acontece!
Ah, que país maravilhoso seria o Brasil se a ética merecesse dos brasileiros a mesma atenção dedicada à bola! Hoje, Felipão treina o Guangzhou Evergrande, na China. Sem mandato, Cunha talvez fosse candidato a comandante do time da penitenciária.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Até que grau irá a desmoralização da desqualificada classe política brasileira? O ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é oficialmente investigado por suposta participação em grandes esquemas de corrupção - o que se agrava com o indiciamento do amigo preso José Carlos Bumlai. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem suas residências (oficial e particular) "visitadas" pela Polícia Federal, por ordem do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria Geral da República. O presidente do Senado, Renan Calheiros, sabe que algo parecido pode acontecer com ele, a qualquer momento. E tem o Delcídio Amaral, primeiro senador preso em pleno mandato, que estaria prestes a aderir a uma delação premiada que arrasaria com o desgoverno do qual era líder.
Esse é o clima de completa desmoralização que marca a agonia do desgoverno Dilma Rousseff. Enquanto o STF resolve o que vai definir sobre o rito do pedido de impeachment contra a Presidenta, em uma explícita judicialização da política, é preciso ressaltar que os aliados mais próximos do Vice-Presidente Michel Temer são alvos de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Este probleminha só deixa claro que Temer não tem condições seguras de suceder Dilma, caso consigam derrubá-la ou forçá-la a renunciar (o que, em tese, seria mais difícil, pelo temperamento dela). Temer não tem credibilidade para assumir. A fragilidade de Lula, que seria o grande interessado e possível beneficiário futuro da eventual queda da Dilma, torna a conjuntura política ainda mais complicada.
Os 53 endereços que são alvo da presente Operação Catilinária da Polícia Federal (em torno de sete processos sob investigação) podem esconder documentos e provas que ajudem a indiciar envolvidos no complexo sistema de corrupção brasileiro - constituído "naturalmente" em um Estado Capimunista Rentista que segue a lógica canalha da exploração e da roubalheira. Grandes novidades, com dissabores para os políticos ladrões, são esperadas até o fim deste ano. O único senão é que, sem uma mudança estrutural ampla, qualquer ação contra corruptos será um mero enxugamento de gelo, mais atacando nas consequências que nas causas reais dos esquemas sistêmicos da safadezas. 
O fato grave, concreto e objetivo é que o Brasil está parado, na mais grave crise estrutural da História. Se a crise econômica ficar mais grave que a crise política, as mudanças necessárias terão de acontecer, queira ou não a oligarquia (ou zelite) brasileira. O negócio é esperar para ver o que vai acontecer. A previsão é de aumento da instabilidade em clima tenso de salve-se-quem-puder.
O jeito é recordar o Cônsul Romano Marco Túlio Cícero e perguntar: Até quando abusará da nossa paciência, Catilina?
Catilina foi um General (Lúcio Sérgio - 108 AC a 62 AC) que tentou derrubar a República e o Senado... Lá na velha Roma, e não em Brasília...
Conclusão: no Brasil que precisa ser passado a limpo, via Intervenção Constitucional pelo Poder Instituinte do Cidadão, não tem Catilina com coragem ou determinação para afrontar os podres poderes. 
(...)

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