LEIA NA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
04 DE OUTUBRO DE 2015
É cada vez mais adequada ao Bolsa Família a definição de “maior programa de compra de votos do mundo”, conferida pelo deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Somente em 2015, já custou mais de R$ 20,8 bilhões e deve superar recorde histórico dos R$ 27,1 bilhões gastos no ano eleitoral de 2014. O governo não mantém programas de “porta de saída” do Bolsa Família, e mantém cativos os beneficiados.
Para manter o “programa de compra de votos”, o governo não hesitou em cometer o crime da “pedalada fiscal”, diante de falta de dinheiro.
O Bolsa Família custa ao País, em média, R$ 2,3 bilhões ao mês. A Bahia é o Estado que mais recebe: R$ 2,7 bilhões só este ano.
O rombo de quase R$ 31 bilhões, que o governo previu no Orçamento de 2016, corresponde praticamente ao custo anual do Bolsa Família.
O ministro Joaquim Levy não para em casa: é, de longe, o ministro que mais recebeu ressarcimento de diárias na Esplanada: R$ 60,4 mil.
Assim como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que achou pífia a “reforma administrativa” de Dilma, também os líderes dos partidos que formam o “blocão” na Câmara (PP, PTB, PSC, PHS e PEN, além do PMDB) estão insatisfeitos. Alguns estão até revoltados com o papel de Leonardo Picciani, líder do PMDB e do “blocão”, nas negociações com o governo para indicar nomes do novo ministério de Dilma.
Para Eduardo Cunha, a reforma é muito ruim para o governo porque não altera posições: quem é contra a Dilma, continuará contra.
Os líderes dos partidos do “blocão” vão se reunir na próxima terça (6) para definir o futuro do grupo, e se Picciani continuará a liderá-lo.
Parlamentares do blocão acham que líder do PSC, André Moura (SE), pode substituir Picciani. Moura é ligado a Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Com a intimação para Lula depor na polícia, teve jurista confundindo Informante com Testemunha. Informante não presta juramento. Testemunha comete crime se mentir, mesmo sendo ex-presidente. Ao final, tanto Informante quanto Testemunha podem virar investigado.
Alegando que a atuação de Lula em favor da Odebrecht “foi lícita, ética e patriótica”, o Instituto Lula fez o leitor Gil Ferreira lembrar o pensador inglês Samuel Johnson: “Patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.
O governo de Pernambuco é mais um a estourar o limite de gastos com pessoal fixado na Lei de Responsabilidade Fiscal. A oposição acha que o Estado saiu rápido da abastança para uma situação de pré-colapso.
O principal gabinete da Câmara dos Deputados parecia calmo, nesta sexta, depois de Eduardo Cunha divulgar nota afirmando que o tema das contas na Suíça não é com ele. Ele já é comparado a Paulo Maluf.
Com 31 ministérios, a presidente Dilma Rousseff conseguiu ter menos pastas que Lula. Foram 34 no Lula I e 37 no Lula II. Ainda assim é mais que FHC: 24 no primeiro mandato e 26 no segundo.
O ministro Aldo Rebelo acabou confirmando a reputação de “coringa”. Desde o governo Lula, ele encarou os ministérios das Relações Institucionais, do Esporte, da Ciência e Tecnologia e agora da Defesa.
Em protesto contra a farra das horas extras na Câmara, servidores colaram cartazes nos locais de registro de ponto eletrônico: “Cadê minha hora-extra que estava aqui?”
Em 2014, Dilma usou a abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, como palanque: listou as “conquistas” do seu governo e só faltou pedir votos. Desta vez se defendeu de acusações de corrupção.
Quem tem mais motivos para sumir dos holofotes: a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ou o maridão, ex-ministro Paulo Bernardo?

NO O ANTAGONISTA
Brasil 04.10.15 08:03 Comentários (32)
Para Fernando Henrique Cardoso, o TCU é uma má “narrativa” para o impeachment.
Ao dizer isso, ele deprecia sua maior conquista: a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Mas FHC está certo...
Brasil 04.10.15 07:53 Comentários (20)
O impeachment já foi empurrado para 2016.
Diz o Estadão: “Uma possível abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no Congresso, baseado nas pedaladas fiscais do governo, deve ficar apenas para 2016, avaliam líderes da base governista com base no calendário apertado deste final de ano...
Brasil 04.10.15 07:44 Comentários (22)
O impeachment só será votado no ano que vem, depois de fevereiro. Enquanto isso, o Brasil continuará afundando.
Esse é o plano dos peemedebistas...
A pedalada fiscal não é uma mera estrepolia contábil. Ela é um programa de governo.
Por isso mesmo, apesar de ter sido avisada pelo ministro Augusto Nardes de que o TCU poderia rejeitar suas contas, Dilma Rousseff continuou a praticá-la.
Samuel Pessôa, em sua coluna na Folha de S. Paulo, explicou perfeitamente a perversão ideológica que justificou os crimes fiscais do PT...
Brasil 04.10.15 07:20 Comentários (3)
O ministro Augusto Nardes, em meados de 2014, disse a Dilma Rousseff que o TCU estava disposto a rejeitar suas contas de 2013, acusando-a das mesmas ilegalidades que ela continuaria a praticar, de maneira ainda mais descarada, em 2014.
Segundo a Folha de S. Paulo, a conversa entre os dois ocorreu no Itaquerão, durante a partida do Brasil contra a Croácia, na Copa do Mundo, um segundo antes que um jogador brasileiro marcasse um gol contra.
Ei, Dilma...
Brasil 04.10.15 07:10 Comentários (15)
Na quarta-feira, o TCU deve rejeitar as contas de Dilma Rousseff.
Eduardo Cunha, segundo a Folha de S. Paulo, quer submeter o parecer do TCU “o mais rápido possível” ao Congresso Nacional. Mas Renan Calheiros, “a quem cabe a decisão, já disse não ter a menor pressa para levar o tema a voto”...
Economia 04.10.15 07:08 Comentários (7)
O veto de Dilma Rousseff ao aumento do salário dos servidores do Judiciário pode ter sua votação adiada mais uma vez.
A sessão foi convocada por Renan Calheiros para a próxima terça-feira, às onze e meia da manhã. Mas a Folha de S. Paulo conta que Eduardo Cunha mandou seus aliados voltarem mais tarde a Brasília...
Brasil 04.10.15 07:04 Comentários (22)
Uma das mensagens apreendidas no celular de Marcelo Odebrecht dizia: "Trabalhar para anular (dissidentes PF...)".
A doleira Nelma Kodama, que negocia uma delação premiada com a Lava Jato, ajudou a interpretar essa frase. De acordo com ela, um advogado da Odebrecht estava comprando dados sigilosos sobre a Lava Jato de dois delegados corruptos da PF, a fim de melar a operação...
Brasil 04.10.15 06:33 Comentários (19)
Janio de Freitas decepcionou-se com Dilma Rousseff:
“Não há como ver no recém-chegado Celso Pansera mais do que um representante de Eduardo Cunha e do clã Picciani, e, ainda bem, não do Congresso. Todos os novos ministros representam apenas os grupos do mercantilismo toma-lá/dá-cá, que enoja o país...
Brasil 03.10.15 22:33 Comentários (25)
O Estadão informa que o governo Dilma decidiu abandonar o programa Minha Casa Melhor, que concedia empréstimos em condições especiais para a compra de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis para os beneficiários do Minha Casa Minha Vida...
Brasil 03.10.15 21:52 Comentários (50)
E-mails da Odebrecht, obtidos pela PF, sugerem que a empreiteira teve acesso privilegiado à elaboração do edital de licitação para a construção de navios-sonda da Petrobras...



Brasil 03.10.15 20:53 Comentários (41)
Membros da oposição na CPI do BNDES querem convocar Lula para explicar o lobby em favor da Odebrecht na África, conforme reportagem da Época deste fim de semana...
Brasil 03.10.15 20:22 Comentários (19)
A CGU, que quase foi desmantelada por Dilma, havia pedido a Sérgio Moro na semana passada acesso irrestrito a todos os documentos e inquéritos da Lava Jato...
Brasil 03.10.15 19:23 Comentários (38)
Eduardo Cunha, sabe-se lá o motivo, retirou a placa oficial de seu veículo para comparecer a encontro fora da Câmara. As fotos abaixo foram tiradas na última quinta-feira, durante reunião com a "bancada do esporte" no apartamento de Marcus Vicente, deputado do PP e vice-presidente da CBF...
Veículo oficial usado por Cunha e o de sua escolta
Detalhe dos parafusos de cobre usados para fixar a placa oficial de presidente da Câmara
De volta à Câmara, com a placa oficial novamente fixada, acompanhado da escolta
Olha ele aí
Brasil 03.10.15 18:42 Comentários (42)
Miguel Reale Jr. escreveu um artigo no Estadão para rebater duas falácias: a de que impeachment é "golpe" e a de que a presidente Dilma Rousseff não pode responder por crimes do seu mandato anterior...
Brasil 03.10.15 18:24 Comentários (62)
A sessão Radar, da Veja, relata que, em 2 de maio de 2014, um Lula radiante foi ao Encontro Nacional do PT, em São Paulo, com discurso pronto para lançar a sua candidatura à Presidência da República...
Brasil 03.10.15 16:08 Comentários (39)
Henrique Meirelles plantou uma notícia na Veja: a de que Lula o quer como ministro da Fazenda no lugar de Joaquim Levy, que iria, por sua vez, para o Banco Central. "Respeitada pelo mercado, a dupla daria um choque de credibilidade ao governo", afirma a Veja...
Economia 03.10.15 15:56 Comentários (29)
A Veja registra que o Brasil caiu do 57o para o 75o lugar, de 2014 para 2015, no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial, que abarca 140 países...
Brasil 03.10.15 15:18 Comentários (51)
Geraldo Alckmin, o mais novo amigo e apoiador do movimento terrorista MST, agora quer que Alexandre de Moraes, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, saia do PMDB...
Brasil 03.10.15 15:02 Comentários (73)
Leiam o que a Época publicou: "O novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, gastou quase R$ 80 mil da verba parlamentar de deputado com o aluguel de um Amarok...
Brasil 03.10.15 12:26 Comentários (146)
Disseram aos repórteres da Veja que o tríplex que a OAS construiu e reformou para Lula, no Guarujá, com elevador privativo, está à venda por 2,3 milhões de pixulecos...

NO BLOG DO CORONEL
DOMINGO, 4 DE OUTUBRO DE 2015
(Estado) A reforma ministerial deu fôlego à presidente Dilma Rousseff, mas ela virou refém do PMDB e seus auxiliares temem que o partido cobre faturas cada vez mais altas para emprestar apoio ao Palácio do Planalto, se a crise não arrefecer. O PT nunca esteve tão enfraquecido na correlação de forças com os partidos da coalizão governista desde que chegou ao Planalto, mostra levantamento feito pelo Estado. No novo arranjo da Esplanada, o PMDB tem previsão de administrar ao menos R$ 99 bilhões do Orçamento para 2016, ante R$ 75, 5 bilhões programados para as pastas petistas. 
O levantamento também deixa claro que, ao longo dos mandatos, a era petista vem sendo corroída pelo arranjo de forças para dar sustentação ao projeto do partido, alvo de denúncias de corrupção e sob constante ataque dos adversários. Se em 2003, início da primeira gestão Lula, o partido tinha 19 dos 35 ministérios (54% do total de pastas), agora os petistas estarão à frente apenas de 9 das 31 pastas (29% do total).
Principal parceiro do PT, o PMDB entrou no governo com apenas dois ministérios, em 2004: Comunicações e Previdência. Em 2007, no início da segunda gestão Lula, o partido sobe de status e leva a Saúde, a Integração Nacional e a Agricultura. Agora, com Dilma sob ameaça de impeachment e em momento de crise econômica, comandará sete pastas, todas de alto peso político e grande poder orçamentário: Saúde, Minas e Energia, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Turismo, Secretaria da Aviação Civil e Secretaria de Portos, que, juntas, têm quase R$ 100 bilhões previstos para o Orçamento de 2016. 
Os números ajudam a ilustrar a preocupação de auxiliares da presidente em relação aos aliados. Avaliam que o PMDB pode até ser confiável para que o Planalto possa derrubar a chamada pauta-bomba no Congresso e aprovar a nova fase do ajuste fiscal, que prevê a volta da CPMF (o imposto do cheque) e de outros tributos. Mas os petistas receiam que, superados esses obstáculos, o aliado não se comprometa a evitar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. 
Os mais céticos avaliam ainda que o PMDB planeja, na verdade, limpar a pauta-bomba e resolver o déficit no Orçamento justamente para ficar em condições ainda melhores de governar o País sem Dilma e o PT.
Para os petistas, uma sinalização nesse sentido ocorreu na noite da quarta-feira passada, quando o vice-presidente Michel Temer, que preside o PMDB, participou de um jantar oferecido pelo líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE). Em diversos momentos ao longo da festa, Temer foi tratado como “futuro presidente”. 
Naquela altura, a reforma ministerial já estava praticamente definida e a ampliação do espaço do PMDB sacramentada. Ainda, o tema principal do jantar foi a possibilidade de impedimento de Dilma. O anfitrião do jantar não admite em público a possibilidade de a reforma ministerial fracassar e não ser suficiente para manter Dilma no Palácio do Planalto, porém, reservadamente, “não aposta R$ 10 no governo”, afirma um de seus interlocutores.
Aritmética 
Ao ampliar as cadeiras do PMDB na Esplanada, e não desalojar outros aliados, a presidente tem agora, em tese, número suficiente de votos para se manter no poder. Para barrar um pedido de impeachment, ela precisa de ao menos 172 dos 513 deputados. Na contabilidade do governo, Dilma já conta com 200.
Um dirigente do PMDB disse ao Estado que, com as mudanças no coração do governo, a presidente colherá frutos na política porque os novos ministros “sabem usar o bambolê”. Era uma referência à peça cor de rosa que Henrique Eduardo Alves, então líder do PMDB na Câmara e hoje ministro do Turismo, deu a Dilma em 2008, quando ela chefiava a Casa Civil. “A gente achava que ela era muito dura, muito técnica, e precisava de jogo de cintura”, comentou Alves.
A maior preocupação do Planalto, hoje, é com o Tribunal de Contas da União. Na sexta-feira, o ministro Augusto Nardes, relator do processo sobre as contas de Dilma, distribuiu seu voto recomendando a rejeição do balanço do ano passado. O julgamento pelo plenário da corte ocorrerá na próxima quarta e o Planalto já prevê a reprovação, que pode abrir caminho para a Câmara instalar processo de impeachment.
Se a base aliada votar unida, porém, Dilma deve se salvar. Além disso, o governo conta com a fragilidade do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – após a informação de procuradores da Suíça de que ele tem ao menos quatro contas secretas naquele País –, para enfraquecer o movimento da oposição e de dissidentes aliados pela saída de Dilma. 
Cunha quer que o PMDB desembarque do governo e vai levar essa proposta ao congresso da legenda, marcado para novembro. Hoje, ele perderia. O partido ainda tem, no entanto, uma convenção em março de 2016, que pode servir como nova ameaça.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 09:18:00 0 COMENTÁRIOS

SÁBADO, 3 DE OUTUBRO DE 2015
(Veja) Bancar melhorias na Casa da Dinda, a residência de Fernando Collor, no Lago Norte, em Brasília, era uma das muitas maneiras de agradar ao então presidente, deposto do cargo por corrupção em 1992. A mesma tática foi e está sendo usada por empreiteiras para demonstrar afeição ao ex-presidente Lula. 
Em meados de 2014, depois de quase dez anos de espera, a ex-primeira-­dama Marisa Letícia viajou à Praia das Astúrias, no Guarujá, para buscar as chaves do apartamento dos sonhos da família. O refúgio dos Lula da Silva no litoral é um tríplex de 297 metros quadrados. São três quartos, suíte, cinco banheiros, dependência de empregada, sala de estar, sala de TV e área de festas com sauna e piscina na cobertura. 
Ah, sim, para um eventual panelaço das elites, o tríplex tem varanda gourmet no 1º andar. O plano de comemorar o réveillon no imóvel foi adiado pela decisão de fazer ali uma reforma. O porcelanato e os acabamentos de gesso foram refeitos, a planta interna foi modificada para abrigar um escritório e um elevador privativo, interligando os ambientes do 1º andar com a ala dos quartos, no 2º nível, e a área de festas, na cobertura. 
Acompanhada de perto por dona Marisa, a obra não custou um centavo à família do ex-presidente. Do primeiro parafuso ao último azulejo, tudo foi pago pela OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras.
VEJA teve acesso a documentos e a fotos (em veja.com) que detalham a reforma do tríplex presidencial e mostram que os serviços foram contratados pela empreiteira. O trabalho foi feito pela Tallento Inteligência em Engenharia, uma empresa conhecida no mercado por executar obras de alto padrão em prazos curtos - duas exigências dos contratantes, mas não as principais. A exigência maior era a discrição. As investigações da Lava-Jato revelariam meses depois as razões disso. Iniciada em 1º de julho de 2014, a reforma transcorreu sob medidas de segurança incomuns. A fechadura da porta de acesso era trocada toda semana. A reforma da cobertura tríplex chamou a atenção dos moradores do prédio.
"Nos dias em que eles marcavam para visitar a obra, a gente tinha de parar o trabalho e ir embora. Ninguém era autorizado a permanecer no apartamento. Só ficamos sabendo quem era o dono muito tempo depois, pelos vizinhos e funcionários do prédio, que reconheceram dona Marisa e o Lulinha (Fábio Luís Lula da Silva, o filho mais velho do ex-presidente)", disse a VEJA um dos profissionais que colaboraram na reforma. 
O ex-presidente Lula esteve no tríplex algumas vezes. O segredo durou até dezembro do ano passado, quando o jornal O Globo publicou detalhes de uma investigação sobre a Coo­pe­rativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). Controlada pelo PT, a entidade faliu e deixou 3 000 famílias sem receber seus imóveis. O tríplex destinado a Lula, com uma das melhores vistas do Guarujá, avaliado em 2,5 milhões de reais, foi um dos poucos a ser entregues. VEJA revelou em abril passado que, depois de um pedido feito pelo próprio ex-presidente a Léo Pinheiro, executivo da OAS, seu amigo, preso na Operação Lava-­Jato, a OAS assumiu a construção do prédio, que estava parada. 
Além de Lula, parentes do tesoureiro petista João Vaccari Neto, também preso, sindicalistas e familiares de Rosemary Noronha, a amiga íntima de Lula, foram contemplados com apartamentos em outros prédios da Bancoop assumidos pela OAS. Revelado o privilégio, e diante da repercussão negativa, desapareceu o entusiasmo da família Lula pelo imóvel.
O ex-presidente passou a negar ser o proprietário do tríplex, embora admita que sua esposa seja dona das cotas de um apartamento no mesmo edifício, o Solaris. Não é mentira. É apenas uma meia verdade. No papel, o tríplex ainda está em nome da OAS. Funcionários da empreiteira procurados por VEJA confirmaram que o apartamento pertence aos Lula da Silva, está parcialmente mobiliado, permanece fechado e está à venda por 2,3 milhões de reais. "Para entrar aí, só com autorização da cúpula da construtora. Só eles e o Lula têm a chave", disse a VEJA, na semana passada, um funcionário da própria OAS.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 10:56:00 17 COMENTÁRIOS
(Exclusivo Revista Época) Na manhã de 13 de março de 2013, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou em São Paulo num jato Falcon 7x, fretado pela construtora Odebrecht, rumo a Malabo, capital da Guiné Equatorial. O país é governado há 36 anos pelo ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, com quem Lula mantém excelentes relações. 
Lula se encontrou com empreiteiros brasileiros, que reclamavam da demora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, e do Banco do Brasil para a liberação de financiamentos de obras na África. Em seguida, esteve com o vice-presidente da Guiné,Ignacio Milán Tang. Falou como homem de negócios. Disse que estava ali para conseguir contratos para a Odebrecht. Usou sua influência sem meias palavras. O mais poderoso lobista da Odebrecht entrava em ação.
A embaixadora do Brasil em Malabo, Eliana da Costa e Silva Puglia, testemunhou a conversa. “Lula citou, então, telefonema que dera ano passado ao Presidente Obiang sobre a importância de se adjudicar obra de construção do aeroporto de Mongomeyen à empresa Odebrecht (este aeroporto servirá às cidades de Mongomo, terra de Obiang, e à nova cidade administrativa de Oyala)”, escreveu a diplomata, em telegrama reservado enviado, logo depois do encontro, aoItamaraty. “Adjudicar” é um termo jurídico comum em contratações de órgãos públicos. Costuma designar o vencedor de uma licitação. Em português claro, portanto, Lula havia pedido ao presidente da Guiné que desse a obra do aeroporto à Odebrecht. E, como bom homem de negócios, fazia, naquele momento, questão de reforçar o pedido ao vice-presidente.
O relato sigiloso da embaixadora em Malabo, revelado agora por ÉPOCA, é a evidência mais forte de que Lula, após deixar o Planalto, passou a atuar como lobista da Odebrecht, ao contrário do que ele e a empreiteira mantêm até hoje. ÉPOCA já havia mostrado, também por meio de telegramas do Itamaraty, que Lula fizera lobby para a Odebrecht em Cuba, junto aos irmãos Castro – chegara a usar o nome da presidenteDilma Rousseff para assegurar que o BNDES, continuaria financiando obras no país, como de fato continuou.
O caso da Guiné, no entanto, é ainda mais contundente. A diplomata brasileira flagrou Lula numa admissão verbal e explícita de que ele agia, sim, em favor da Odebrecht. Naquele momento, o governo da Guiné tocava uma licitação para as obras de ampliação do aeroporto. A Andrade Gutierrez, outra empreiteira brasileira, também participava da concorrência, mas não contou com a ajuda do ex-presidente. Lula, ao menos nesse contrato, tinha um único cliente. Um cliente VIP, de quem o petista recebia milhões de reais – apenas por palestras, garantem ele e a Odebrecht.
O telegrama da Guiné compõe um conjunto de documentos confidenciais, obtidos por ÉPOCA, sobre as atividades de Lula e da Odebrecht em países que receberam financiamento do BNDES. Esses papéis estão sendo analisados pelo Ministério Público Federal em Brasília. Como revelou ÉPOCA em abril, osprocuradores investigam Lula oficialmente. Ele é suspeito detráfico de influência internacional, um crime previsto no Código Penal, por atuar em benefício da maior construtora brasileira, envolvida no petrolão. 
Os documentos obtidos por ÉPOCA demonstram que Lula percorreu a África atrás de bons negócios para a Odebrecht e outras empreiteiras, das quais também recebia por “palestras”. Como no caso de Cuba, usou o nome de Dilma. Os papéis mostram, também, que Lula, ainda na Presidência, marcou reuniões de empresários africanos com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o que contradiz a versão do executivo sobre as relações do petista com ele e o banco.
Surgem cada vez mais fatos que contradizem Lula e sua versão de que nunca fez lobby para a Odebrecht e outras empreiteiras. Na última semana, o ex-­presidente foi citado num relatório da Polícia Federal na Operação Lava Jato que mostra uma série de trocas de e-mails de executivos da Odebrecht. Numa dessas mensagens, enviada em fevereiro de 2009, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, diz a um assessor especial de Marcelo Odebrecht, presidente do grupo, que o “PR fez o lobby” para a construtora numa obra na Namíbia, na África. “PR”, segundo os investigadores, significa Presidente da República, cargo ocupado por Lula na época dos fatos.
As reuniões de Lula na Guiné deram início a um tour de negócios pela África. Ele passaria em outros três países. Dois dias depois do encontro com o vice-presidente da Guiné, Lula chegou a Acra, capital de Gana. Foi recebido com pompa pelo chefe de Estado do país, John Dramani Mahama. Sem muitos rodeios, numa conversa privada, Mahama pediu o apoio de Lula para conseguir junto às autoridades brasileiras a liberação de uma linha de crédito no valor de US$ 1 bilhão destinada ao financiamento de projetos de infraestrutura. Segundo registro feito num telegrama reservado do Itamaraty, o presidente ganês “frisou que o apoio do ex-presidente Lula a essa sua demanda serviria para facilitar e acelerar as necessárias negociações relativas à aprovação do crédito”.
Após ouvir atento o pleito de seu colega, o líder petista encontrou uma solução. Destaca a mensagem diplomática: “O ex-presidente Lula disse acreditar que o BNDES teria condições de acolher a solicitação da parte ganense e, nesse sentido, intercederia junto à presidenta Dilma Rousseff”. A pedido de Lula, o presidente de Gana entregou uma nota formalizando a solicitação de crédito. 
Quatro meses depois, no dia 19 de julho de 2013, o BNDESabriu seus cofres e liberou para um consórcio formado, sim, pela Odebrecht e pela Andrade Gutierrez a contratação deUS$ 202,1 milhões (R$ 452,7 milhões, em valores da época) para a construção de uma rodovia em Gana. A taxa de juros do empréstimo é a segunda menor concedida pelo BNDES de um total de 532 operações voltadas para a exportação. O prazo para o pagamento da dívida também é camarada: 234 meses, ou seja, 19,5 anos, bem acima da média de 12 anos praticada pelo banco.
De Gana, Lula seguiu para Benin, acompanhado de empreiteiros presos na Lava Jato, como Léo Pinheiro, da OAS, e Alexandrino Alencar, da Odebrecht. Num encontro reservado com o presidente de Benin, Boni Yayi, Lula expôs as dificuldades para a liberação do empréstimo pelo BNDES para o país. “(Yayi) solicitou apoio do ex-PR Lula para a flexibilização das exigências do COFIG/BNDES”, diz um telegrama. 
O Comitê de Financiamentos e Garantias (Cofig) é o órgão que auxilia na análise de diversas demandas de operações de crédito para a exportação feitas no BNDES. Os empresários brasileiros tiveram a oportunidade de prospectar projetos de infraestrutura. “Embora o tom da visita, por parte do Instituto Lula, tenha sido mais de cortesia e amizade, o evento ajudou a dinamizar as discussões em torno da relação entre atores privados dos dois países e, principalmente, atraiu a atenção de empresários brasileiros para o potencial de investimentos no Benin”, diz o telegrama. A aventura de Lula na África era um sucesso.
O OUTRO LADO
Procurado por ÉPOCA para esclarecer os e-mails apreendidos pela PF, o ex-ministro Miguel Jorge disse que Lula agiu deforma apropriada. “Se o lobby é feito sem nenhum interesse de lucro pessoal, todo ex-presidente e ex-ministros deveriam usar sua influência em favor das empresas de seu país. Lula, por exemplo, cobra cerca de US$ 200.000 para dar uma palestra para cerca de 300 pessoas, sem promover um produto específico, enquanto o ex-presidente americano Bill Clinton cobra cerca de US$ 300.000”, disse. Questionado sobre o fato de Lula receber dinheiro da Odebrecht, sua maior cliente, para dar palestras em países onde a construtora possui obras financiadas pelo BNDES, Miguel Jorge respondeu: “Aí, é uma avaliação que não é tão fácil de fazer”.
O Instituto Lula, por sua vez, disse que processará jornalistas de ÉPOCA. “A diplomacia presidencial contribuiu para aumentar as exportações brasileiras de produtos e serviços, que passaram de US$ 50 bilhões para quase US$ 200 bilhões”, disse o Instituto. “Temos a absoluta certeza da legalidade e lisura da conduta do ex-presidente Lula, antes, durante e depois do exercício da Presidência do país, e da sua atuação pautada pelo interesse nacional”, disse o Instituto, em nota.
Quanto à investigação do Ministério Público sobre Lula, o Instituto Lula afirmou que “há a afirmação textual do procurador de que não há elementos que comprovem nenhum ilícito e que a abertura do inquérito deu-se para estender o prazo”. Por fim, o Instituto disse que “não há o que comentar sobre supostos documentos mencionados pela revista sem ter conhecimento da íntegra desses documentos sem manipulações, para oferecer a resposta apropriada, se for o caso”.
O BNDES disse que “todos os contatos entre o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o então presidente Lula ocorreram dentro do papel institucional de cada um e da mais absoluta lisura”. Afirmou o banco: “Faz parte da rotina do presidente do BNDES receber empresários e representantes de países estrangeiros. A tramitação das operações de financiamento do BNDES obedece a um processo de análise rigoroso e impessoal, envolvendo mais de 50 pessoas, entre equipes técnicas e órgãos colegiados”.
Procurada, a Odebrecht Infraestrutura diz que mantém umarelação institucional com o ex-presidente Lula e que ele foi convidado para fazer palestras em eventos voltados a defender “as potencialidades do Brasil e de suas empresas”. A empresa diz que apresentou proposta para o projeto do Terminal do Aeroporto de Mongomoyen, na Guiné Equatorial, mas não foi vencedora na licitação. A construtora também disse que os trechos de mensagens eletrônicas apontadas em relatório da Polícia Federal apenas registram uma atuação institucional legítima e natural nos debates de projetos estratégicos para o país. A companhia lamentou a divulgação e “interpretações equivocadas dos e-mails”.
As investigações do Ministério Público Federal no Distrito Federal sobre a suspeita de tráfico de influência internacional praticado pelo ex-presidente e a Operação Lava Jato poderão confluir em algum momento. Os investigadores de Brasília já pediram à força-tarefa de Curitiba o compartilhamento de provas. Procuradores da capital federal apuram se os cerca de R$ 10 milhões pagos pelas empreiteiras envolvidas no Petrolão para a LILS, empresa de palestras de Lula, tiveram origem lícita e uma contraprestação de serviços. Caberá, portanto, ao Ministério Público indicar se há elementos que justifiquem a denúncia do ex-presidente.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 10:45:00

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA