DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
14 DE AGOSTO DE 2015
A força-tarefa da Lava Jato suspeita de manipulação nos registros dos acessos do advogado Tiago Cedraz ao Tribunal de Contas da União. Filho do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, ele foi alvo da Operação Politeia. É investigado por tráfico de influência. Das oito dezenas de acessos de Tiago ao TCU, cinco seriam para eventos e três a ministros que votaram contra processos do seu interesse. Muito conveniente.
Os registros oficiais de acesso, inverossímeis e à medida da defesa de Tiago Cedraz na Lava Jato, deixaram os investigadores desconfiados.
Além da baixa confiabilidade nos registros do acesso de Tiago Cedraz na gestão do pai, sumiram do TCU os registros de gestões anteriores.
Os registros de acesso ao TCU são objeto de investigação. Se ficar confirmada a manipulação, vai ficar ruim para o ministro Aroldo Cedraz.
Aos 33, Tiago Cedraz acumulou R$ 13 milhões em imóveis, em menos de três anos, além de um jato Cessna, segundo O Estado de S. Paulo.
Após interferência do ex-presidente Lula, o PT decidiu abrir mão do Ministério do Trabalho. A reforma ministerial em discussão no Planalto vai começar com a demissão de Manoel Dias, atendendo a deputados do PDT, e deve rifar o secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, acusado de encalacrar pedidos dos pedetistas. A ideia de Lula é trazer de volta seu amigo, o ex-ministro e “dono” do PDT, Carlos Lupi.
Para Lula, Carlos Lupi é a “solução para acalmar o PDT”. O ex-ministro conseguiria controlar a bancada, que ignora o ministro Manoel Dias.
Na reunião, Lula disse que Dilma não escuta o PDT, histórico aliado do PT. Pedetistas se sentem mais próximos ao PT que ao PSDB, claro.
A fidelidade do PDT depende da liberação das nomeações travadas por Aloizio Mercadante (Casa Civil), criticado em toda Esplanada.
Virou rotina o ex-presidente Lula questionar a atuação de Dilma. Em encontro com senadores do PMDB, ele avisou que a petista vive enfurnada no Palácio do Planalto, “atuando como mera burocrata”.
Para combater as manifestações marcadas para 16 de agosto, Lula percorrerá o Brasil, durante todo o mês de agosto, participando de atos organizados por movimentos vinculados ao PT; muitos deles, como a Marcha das Margaridas, bancados com grana de bancos públicos.
Saiu do Palácio do Planalto a notícia de que Michel Temer articulava a eleição do ministro Edinho Araújo (Portos) para presidente da Câmara, no lugar de Eduardo Cunha. PMDB, PSD e PP não aceitam a manobra.
O deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) está confiante na criação do partido de Marina Silva, a Rede Sustentabilidade. “O registro da Rede deve sair ainda neste mês (de agosto)”, prometeu o futuro “redista”.
Pesquisa do Instituto Paraná em Minas Gerais deu número ao tamanho da repulsa ao ex-presidente Lula. Em Minas, 58,2% dos eleitores disseram que não votariam no petista para presidente “de jeito nenhum”. O levantamento foi realizado entre 4 e 9 de agosto, com 2.230 eleitores.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem reunido, semanalmente, líderes da oposição e do governo. A viabilidade de impeachment de Dilma ainda é o assunto preferido do cardápio oferecido por Cunha.
O senador Reguffe (DF) confidenciou a aliados que não deixará o PDT para embarcar no Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva. Ele tem divergências com a cúpula do PDT, mas foi eleito pelo partido.
Sem espaço entre os tucanos, o senador José Serra (SP) intensificou as conversas com o PMDB, que pode apostar no ex-governador de São Paulo para lançar candidato próprio à Presidência, em 2018.
... pacto, no Congresso, só se for de sangue.

NO DIÁRIO DO PODER
CORRUPÇÃO
PF AFIRMA QUE DIRCEU E PT RECEBERAM 'RECURSOS ESPÚRIOS'
PF ACUSA O PARTIDO E DIRCEU DE EMBOLSAREM DINHEIRO ROUBADO
Publicado: 13 de agosto de 2015 às 21:18 - Atualizado às 21:42
A Polícia Federal afirmou em relatório à Justiça que a trama desvendada na Pixuleco II - 18.º capítulo da Operação Lava Jato - sobre desvios de valores a partir de contrato de consignados no Ministério do Planejamento representa 'práticas ilícitas que propiciaram a obtenção de recursos espúrios para campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores'.
A PF aponta para suposto envolvimento do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto na distribuição de propinas e crava que o dinheiro também foi usado para 'pagamento de José Dirceu'. Ex-ministro-chefe da Casa Civil no governo Lula, Dirceu foi preso dia 3 de agosto na primeira Pixuleco por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. Vaccari está preso desde 15 de abril.
O esquema descoberto na segunda etapa da Pixuleco, diz a PF, permitiu 'sem sombra de dúvidas, a corrupção de agentes públicos'. No âmbito do Ministério do Planejamento a identificação de servidores envolvidos depende dos resultados das buscas realizadas nesta quinta-feira, 13, em dez endereços de São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Brasília - incluindo quatro escritórios de advocacia, dois deles na capital paranaense.
A PF sustenta que 'é inequívoca' a conclusão de que o lobista Alexandre Romano, preso na Pixuleco II, precedeu outro lobista e também pagador de propinas Milton Pascowitch, que fez delação premiada e mergulhou Dirceu no esquema de propinas da Lava Jato.
Na representação à Justiça Federal, por meio da qual pede autorização para desencadear a Pixuleco II, a PF cita a empresa Consist Sotware, por meio da qual teriam saído repasses inclusive para Vaccari, Dirceu e o PT.
"É igualmente justo concluir que Alexandre Romano trabalhou, considerando que continua recebendo recursos da Consist, é possível que tenha trabalhado até recentemente com João Vaccari Neto. Desta forma, além de propiciar à Consist vantajosos contratos firmados com entidades privadas - à exceção de bancos públicos - indissociavelmente ligados a prestação de serviços que envolviam a gestão de dados de servidores públicos federais, Alexandre Romano passou a cobrar, da Consist, uma espécie de 'taxa de manutenção dos contratos', sem que houvesse, na verdade qualquer prestação de serviços."
Essa 'taxa', segundo a PF, passou a ser paga à Jamp Engenheiros, de Pascowitch, 'sem prejuízo da remuneração que continuou a ser paga a Romano'. "Esta taxa, na realidade, nada mais era do que a destinação de recursos ao Partido dos Trabalhadores e outros agentes públicos ainda não identificados", afirma o relatório da PF.
"Sob este aspecto, aliás, o deferimento da presente medida (buscas) apresenta especial relevância, sobretudo para se apurar os demais beneficiários dos recursos pagos pela Consist, pois é plausível que José Dirceu, dentre outros, também tenha recebido através das empresas vinculadas direta ou indiretamente a Alexandre Romano, assim como agentes públicos com poder decisório no âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que oportunizaram a celebração do Acordo e, indiretamente possibilitaram a celebração dos contratos da Consist com a ABBC e o SINAPP."
Nos trechos em que cita João Vaccari Neto, a PF assinalou: "É igualmente justo concluir que Alexandre Romano trabalhou, e considerando que continua recebendo recursos da Consist, é possível que tenha trabalhado até recentemente com João Vaccari Neto."
A PF transcreve trechos da delação premiada do lobista e pagador de propinas Milton Pascowitch, que cumpre prisão em regime domiciliar. "Conforme relato de Milton Pascowitch, Romano teria servido como um operador de João Vaccari e do Partido dos Trabalhadores junto à Consist."
Segundo a representação da PF à Justiça Federal 'a atuação de Romano junto à Consist foi confirmada pelo próprio diretor da empresa e demonstrada por meio das notas fiscais ideologicamente falsas apresentadas em sede policial'.
"Frise-se que o colaborador Milton Pascowitch já havia indicado Alexandre Romano como operador do PT junto à Consist, e que cabia a Romano repassar a João Vaccari valores devidos pela Consist pagos em razão de contratos que mantinham com o governo."
Segundo o relatório da PF, no curso da Operação Lava Jato foi apurado o envolvimento da empresa Consist Software - outra razão social: SWR Informática Ltda - "em esquema de pagamento de vantagens indevidas operacionalizado por Milton Pascowitch e seu irmão José Adolfo Pascowitch e destinadas ao Partido dos Trabalhadores por meio de João Vaccari".
O próprio Pascowitch já havia falado da existência 'de terceiro que o antecedeu como operador no recebimento das vantagens indevidas pagas pela Consist direcionadas a João Vaccari e, por conseguinte, ao Partido dos Trabalhadores por conta de 'crédito' que o PT possuía junto à Consist."
No Termo de Declarações número 19 de Pascowitch foi registrado pela PF: "Que o declarante, em determinada oportunidade, recebeu uma ligação de João Vaccari, que gostaria de falar com o declarante; Que marcaram uma conversa na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo; que Vaccari então relatou ao declarante que o Partido possuía um crédito junto a uma empresa e que vinha apresentando problemas com um intermediário anterior de nome Eduardo Romano."
A PF acredita que Vaccari indicou o telefone de um dos executivos da empresa Consist Software, o diretor jurídico Valter. "Foi realizada uma reunião entre o declarante (Pascowitch), seu irmão José Adolfo e, também Valter (jurídico da Consist), quando, a partir da atividade comercial da Jamp Engenheiros, de Adolfo e Valter, foi decidido que formalizariam um contrato com o escopo de contatos comerciais entre a Jamp e a Consist para aquisição de um software de gerenciamento de empréstimos na modalidade de crédito consignado."
Segundo Pascowitch não houve qualquer prestação de serviços referente ao contrato. "Os valores do contrato foram 'acertados' entre o declarante e Valter. O contrato tinha um valor global estimado de aproximadamente R$ 12 milhões, em pagamentos mensais.
Pascowitch disse que, 'ao que se recorda' os valores de faturamento eram informados mensalmente por e-mail por Valter para seu irmão José Adolfo para a emissão de notas fiscais. No total foram faturados aproximadamente R$ 15 milhões referentes ao contrato, destaca a PF, amparada no relato de Pascowitch.
Desse montante eram descontados 20% a título de tributos, 15% eram retidos na Jamp Engenheiros e o restante destinado a João Vaccari.
"Os valores eram entregues pelo declarante (Pascowitch) na sede do PT em São Paulo, diretamente para João Vaccari", registrou Pascowitch em sua delação premiada. "Que os recebimentos começaram em 2011 e seguiram até outubro de 2014; que os contatos com João Vaccari eram sempre realizados por telefone, para o celular do declarante; que João Vaccari ligava para o declarante tanto do telefone fixo do Partido dos Trabalhadores quanto de seu telefone celular; Que não sabe dizer a que título se referiam os pagamentos, mas sabe que a Consist integrava um grupo de empresas e que os valores eram pagos em razão de contratos que mantinham com o governo; que tem conhecimento de que a empresa contratante Consist Software não era a empresa principal do grupo; Que não sabe dizer quais contratos a empresa mantém ou mantinha com o governo;"
A PF destaca: "Percebe-se, portanto, que Milton Pascowitch já mencionara em sua colaboração a existência de outro operador no esquema de corrupção envolvendo a Consist Software e João Vaccari, o qual teria sido substituído pelo colaborador por conta de desentendimentos com Vaccari."
O criminalista Luiz Flávio Borges D'urso, que defende Vaccari, "repudia essa acusação de que ele fazia recolhimento de propinas. Vaccari jamais recolheu dinheiro a qualquer título. O que ele fazia, cumprindo suas obrigações enquanto tesoureiro do PT era de pedir doações para o seu partido. Todas as doações arrecadadas por Vaccari são legais, depositadas em conta bancária, com recibo e prestação de contas às autoridades competentes".
A assessoria de imprensa do ex-ministro José Dirceu esclarece que o ex-ministro não tem qualquer vínculo com a empresa JD2 Consultoria e Participações - alvo de buscas na Pixuleco II - como foi divulgado pela mídia na manhã desta quinta-feira, 13. O advogado Roberto Podval também afirma que José Dirceu não conhece nem nunca teve qualquer relação com Alexandre Romano, preso na 18ª fase da Operação Lava Jato.

MERITÍSSIMOS, VÃO DEVAGAR!
Carlos Chagas
Os poderosos aumentaram ou tentam aumentar seus vencimentos. Agora, com todo o respeito, são os ministros do Supremo Tribunal Federal. Querem passar de 26 para 39 mil reais por mês. Merecem muito mais, é claro, pois em suas bancas de advogado estariam faturando milhões, por mês. O diabo é que o salário mínimo está em 788 reais.
Divide-se cada vez mais o País, entre favorecidos, de um lado, e sofredores, de outro. Porque nem nas empresas privadas, exceção dos barões, os salários bastam para a sobrevivência de trabalhadores e amanuenses. Nas camadas não privilegiadas do serviço público, que são quase todas, o sufoco é o mesmo.
O STF puxa a fila, depois de a presidente Dilma e seus ministros terem reajustado seu ganha-pão. Deputados e senadores também fizeram o mesmo. Os demais patamares inferiores, dos ministros dos tribunais superiores, desembargadores e juízes encontraram brechas para obter o mesmo refrigério. Ainda esta semana o pessoal da AGU viu-se agraciado, mais os delegados da Polícia Federal e das polícias estaduais, sem esquecer os procuradores, mesmo tendo ficado de fora os auditores da Receita Federal.
Dizem os favorecidos estar apenas reajustando seus vencimentos com a grave crise econômica que nos assola, mas o povão, como fica? Que se vire, apele para expedientes que vão de sacrifícios familiares e pessoais até a tentação do crime. Essa é a maior explicação para o que levará milhões de brasileiros ao protesto, no próximo domingo. Sobra para a Presidente Dilma, como referência maior da crise que nos assola, mas também vai para as poucas camadas que conseguem superar suas dificuldades.
Uma referência ao Supremo Tribunal Federal: dos onze ministros convidados para jantar no palácio da Alvorada com a presidente Dilma, compareceram cinco. Sete declinaram. Seria esse o prenúncio de algum julgamento futuro?

MILÍCIA
CUT AMEAÇA IR ÀS RUAS "COM ARMAS NA MÃO" SE DILMA CAIR
PRESIDENTE DA CUT INCLUIU LULA ENTRE OS 'PROTEGIDOS' DA PELEGADA
Publicado: 13 de agosto de 2015 às 17:43 - Atualizado às 18:45
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, defendeu nesta quinta-feira, 13, a presidente Dilma Rousseff (PT) e pediu aos movimentos sociais a ida à "rua entrincheirados, com armas na mão, se tentarem derrubar a presidente". Durante o evento "Diálogo com Movimentos Sociais", Freitas afirmou ainda que se houver "qualquer tentativa de atentado à democracia, à senhora, ou ao presidente Lula nós seremos um exército".
Freitas, como os outros que o antecederam, fez duras críticas ao ajuste fiscal e ao mercado financeiro. "O mercado nunca deu e nunca dará sustentação ao seu governo. O povo dá sustentação ao seu governo", disse. "Queremos também que governe com a pauta que ganhamos na eleição passada e não com recessão", concluiu. (AE)

NO BLOG DO CORONEL
QUINTA-FEIRA, 13 DE AGOSTO DE 2015
(O Globo) O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, relator das contas da presidente Dilma Rousseff no ano de 2014, disse nesta quinta-feira que o governo terá que responder por um valor de R$ 104 bilhões de execução orçamentária, valor que inclui as chamadas “pedaladas fiscais” e as contas do contingenciamento. O valor é maior do que o apresentado antes pois, segundo o ministro, dez decretos não foram elencados no relatório oficial entregue anteriormente pelo governo.
Nardes declarou ainda que o prazo de 15 dias para que a presidente explique estes desvios começa a vigorar a partir desta quinta-feira (13) e termina no dia 28. De acordo com Nardes, a data para que o TCU entregue o relatório não está fechada, mas provavelmente será na primeira ou segunda quinzena de setembro.
Os valores de R$ 104 bilhões seriam: R$ 40 bi das chamadas pedaladas fiscais (entre os anos de 2009 e 2014), R$ 38 bi de contingenciamento e R$ 26 bi de decretos não autorizados pelo Congresso. Os últimos valores foram apresentados hoje. Nardes não citou exatamente quais seriam os decretos, mas afirmou que eles seriam advindos de programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, e também a equalização das atividades agrícolas. 
O ministro desconversou se teria recebido pressão do Senado para aumentar o prazo, mas disse que os novos valores apresentados, os R$ 26 bilhões, são significativos, e que, posteriormente, ninguém poderá acusá-lo de não ter dado o tempo de defesa adequado ao governo. — Ninguém poderá me acusar, como relator, de não ter dado ao relatório o tempo de defesa necessário ao governo — afirmou Nader. Ele disse ainda que tem sofrido pressões de “todos os lados”, governo de oposição.
Nardes veio ao Rio de Janeiro para participar do evento “Desafios para o sucesso das Olimpíadas Rio 2016 – realização e legado”. O ministro chegou a brincar, na abertura do evento, que ser relator das Olimpíadas não é o seu trabalho mais árduo: — Como relator, mais difícil são as contas da presidente. 
Nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff ganhou mais 15 dias no Tribunal de Contas da União (TCU) para se explicar sobre as contas de 2014, o que levará a um adiamento do julgamento da prestação contábil do governo no tribunal.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 17:53:00

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
14/08/2015 às 6:31
As forças do “Fica Dilma”, meus caros, são poderosas. Nesta quinta (13), Roberto Barroso, ministro do Supremo alinhado com a esquerda e um dos cinco membros do Tribunal que compareceram ao jantar oferecido por Dilma no Alvorada, no dia 11, deu uma ajuda e tanto à Presidente. E o fez de modo sofisticado, com aparência de decisão salomônica. Explico.
A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), presidente da Comissão Mista do Orçamento e um dos braços operantes de Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente do Senado recém-convertido ao dilmismo radical, recorreu ao Supremo para anular as sessões da Câmara que aprovaram as contas dos ex-presidentes Itamar Franco, FHC e Lula, o que abria caminho para que a Casa julgasse as de Dilma. Argumento da senadora: as contas têm de ser votadas em sessões conjuntas, do Congresso, que reúne a Câmara e o Senado.
E o que decidiu Barroso, em caráter liminar, cabendo ainda recurso? Ele não anulou as sessões porque reconheceu que, de fato, até então, as Casas faziam esse juízo em sessões separadas. Mas, ora vejam…, o homem determinou que, doravante, não será mais assim, e as contas de Dilma terão de ser votadas em sessão… conjunta!
Alvíssaras, presidente! Sabem o que isso significa, na prática, caso a decisão seja mantida? Que Renan é que vai determinar quando as contas serão postas em votação porque as sessões conjuntas são comandadas pelo presidente do Senado, que também é o presidente do Congresso.
Viram?
Dispõe o Inciso IX do Artigo 45 da Constituição:
“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
IX julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo".
Vamos lá. Algo ser competência do Congresso não implica que a sessão tenha de ser conjunta. Cunha observou, com correção: “Ele [Barroso] parte de uma premissa de que tudo que é em comissão mista é [tem de ser votado no] plenário do Congresso. As Medidas Provisórias são votadas em comissão mista e vão a cada Casa. Além disso, o regimento comum [Regimento do Congresso] prevê o rito que é adotado. Vamos avaliar com calma e agravaremos até terça-feira”. Vale dizer: Cunha anunciou que vai entrar com um agravo regimental, isto é, pedir que o pleno do Supremo se manifeste.
Convenham, não? É bastante exótico que Barroso considere, então, ser inconstitucional votar as contas em cada uma das Casas, mas tenha deixado tudo por isso mesmo no caso dos ex-presidentes, pedindo que a Constituição, então, passe a ser cumprida só a partir das contas de Dilma.
Confesso que não prestei atenção ao cardápio servido pela presidente aos senadores governistas e depois aos ministros do Supremo e a Rodrigo Janot. Mas a comida, pelo visto, era muito convincente. Caso a decisão de Barroso seja mantida, Dilma estará nas mãos de um neoalido entusiasmadíssimo, Renan Calheiros, na hipótese de o TCU realmente recomende a rejeição das contas. Mas isso também já não é tão certo se depender de… Renan.
No TSE, quem decidiu segurar a barra da presidente foi Luiz Fux, quando o placar, na prática, já estava 3 a 1 em favor da investigação das contas de campanha de Dilma. Para que o processo seja aberto falta apenas um voto. Agora, o julgamento será retomado quando Fux quiser.
Eduardo Sterblitch, do 'Pânico', que se cuide! Renan Calheiros ainda acabará abrindo uma nova “Igreja do Poderoso”!
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 14/08/2015 04:31
Aconselhada por Lula, Dilma reuniu todas as siglas que o petismo chama de “movimentos sociais”. Fez isso para provar que não está só. Às vésperas de mais um ‘asfaltaço’, a presidente quis dar voz à sua infantaria. Entre os oradores, Vagner Freitas, presidente da CUT. Encenado no Planalto, o ato foi uma metáfora para a decadência. E o discurso do companheiro Vagner foi o epitáfio de uma era.
“O que se vende hoje no Brasil é a intolerância, é o preconceito. Preconceito de classe contra nós”, disse o mandachuva da CUT. “Quero dizer em alto e bom tom que somos defensores da unidade nacional, da construção de um projeto nacional de desenvolvimento para todos e para todas. E que isso implica agora, nesse momento, ir para as ruas, entrincheirado, com arma na mão, se tentarem derrubar a presidenta Dilma Rousseff.”
Dirigindo-se à inquilina do Planalto, o orador por muito pouco não bateu continência. Perdido em algum lugar do século 19, declarou: “Seremos, presidenta Dilma, [diante de] qualquer tentativa de atentado à democracia, à senhora ou ao presidente Lula, nós seremos o Exército que vai enfrentar essa burguesia na rua…” Seguiu-se um coro de “não vai ter golpe.”
Vagner Freitas valeu-se de uma antiga regra da propaganda: personalize. Tudo pode ser vendido, seja óleo de peroba ou uma tese, se tiver uma cara e um enredo. Dê um nome ao seu inimigo, ornamente-o com um rabo e um par de chifres e pronto! Seus problemas acabaram. A identificação de um demônio para o qual se possa transferir todas as culpas livra o orador de qualquer tipo de exame. A começar pelo mais espinhoso: o auto-exame. A CUT descobriu o seu: “A burguesia”.
O chefe da falange da CUT estava muito ocupado ajudando a fazer a história do novo Brasil para compreendê-la. Presos na Lava Jato, os ex-guerreiros do povo brasileiro consolidaram a sua desilusão. Deve ser mesmo dura a experiência de ter que aceitar, depois de 13 anos de usufruto do poder, que a conquista se deu sem método, com muita calhordice e hipocrisia.
Por sorte, José Dirceu e João Vaccari Neto estão presos. Sabe Deus o que faria o companheiro Vagner se, armado das virtudes que carrega no coldre, encontrasse a dupla de novos burgueses na rua. No momento, Dirceu, Vaccari e o imenso etcétera que compõe o esquema de pilhagem da Petrobras são os motores que podem mover o impeachment.
Vagner Freitas é um crítico ardoroso do ministro Joaquim Levy e do senador Renan Calheiros. Natural. Não é fácil suportar a ideia de ter que substituir os ídolos da infância por novos herois da resistência —sobretudo quando esses novos herois são velhos burgueses e a comandante da tropa confraterniza com eles ao mesmo tempo em que afirma que nunca mudou de lado.
Em condições normais, um presidente de central sindical pregando o uso de armas em pleno Palácio do Planalto, ao lado da suposta chefe da nação, deveria ser tratado como caso de polícia. Mas é preciso dar um desconto. Para o companheiro Vagner Freitas, a revisão da história do seu universo imaginário beira a autoflagelação. Sua retórica amalucada deve ser vista como uma espécie de contrição de alguém que elabora o epitáfio de uma era: ‘Aqui jaz a República da CUT, entrincheirada e com arma na mão!’

NO O ANTAGONISTA
Brasil 14.08.15 06:09 Comentários (21)
O Antagonista denunciou com exclusividade o elo da campanha de Dilma com a Pixuleco 2.
Carlos Cortegoso, dono da CRLS, a empresa que embolsou propina do operador do PT no Ministério do Planejamento, é dono também da Focal, a empresa fantasma que embolsou 24 milhões de reais da campanha de Dilma Rousseff, em 2014.
Mas o esquema é mais antigo. E mais articulado. E mais evidente. E mais podre...
A tabela do TSE com os pagamentos do Comitê de Dilma Rousseff para a Focal
Brasil 14.08.15 06:20 Comentários (11)
Focal? O Antagonista refresca sua memória. Leia aqui:
E aqui...
Brasil 14.08.15 06:04 Comentários (8)
Os primeiros pagamentos de propina da Consist aos operadores do PT ocorreram em setembro de 2010, durante a campanha eleitoral.
- Dilma Rousseff foi eleita presidente da República...
Brasil 14.08.15 06:03 Comentários (10)
Os 7,2 milhões de reais repassados pelo operador de José Dirceu, Chambinho, ao operador de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, Guilherme do PT, “acendeu o sinal amarelo no Planalto”, de acordo com a Folha de S. Paulo.
“Antes, destacou um auxiliar de Dilma Rousseff, as investigações da Lava Jato concentravam-se somente em estatais, como a Petrobras e a Eletronuclear”. Agora elas “chegam, pela primeira vez, à Esplanada dos Ministérios”...
Brasil 14.08.15 06:01 Comentários (5)
“Guilherme do PT”. É o apelido de Guilherme Gonçalves no meio jurídico de Curitiba, segundo a Folha de S. Paulo.
Ele é cupincha de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, que ocupava a pasta do Ministério do Planejamento na época em que foi realizado o roubo da Consist...
Brasil 13.08.15 22:46 Comentários (24)
Uma das empresas destinatárias dos pixulecos de Alexandre Romano, preso pela PF ontem, foi a CRLS CONSULTORIA E EVENTOS LTDA, que recebeu R$ 309,5 mil da Consist Software, em outubro de 2010, por supostos serviços de consultoria e planejamento de "road show". A empresa pertence, vejam só, a Carlos Cortegoso, que vem a ser dono da Focal Comunicação Visual.
Sim, a mesma empresa que recebeu da campanha de Dilma Rousseff, em 2014, 24 milhões de reais por serviços de montagem de comícios...
Carlos Cortegoso, do mensalão à pixuleco 2.
Brasil 13.08.15 22:30 Comentários (35)
Mais um dia está acabando e nada de os jornais e as revistas, com os respectivos sites, noticiarem que, no caderno vermelho do irmão de José Dirceu, está escrito "Depósito avião (Lula)".
Impressionante.
Brasil 13.08.15 22:15 Comentários (43)
Você decide: ou vem para rua no dia 16 de agosto, ou deixa de reclamar sobre a roubalheira do governo, os acordões, a impunidade, a crise econômica. Em Brasília, eles só pedirão o impeachment de Dilma Rousseff se as manifestações no domingo forem portentosas, gigantescas, maiores do que as já ocorridas neste ano.
Adianta, sim.




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