DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
21 DE JULHO DE 2015
Advogados de investigados na Lava Jato estão convencidos de que serão os próximos alvos de mandados de busca e apreensão e até de prisão. Acham que a força-tarefa tentará dificultar a defesa, colocando-os sob suspeita de cumplicidade. Consideram-se em desvantagem porque enfrentarão na Justiça os “advogados do Estado”, do Ministério Público Federal, que atuam em parceria com a Polícia Federal.
Chegaram à força-tarefa rumores de que alguns defensores de réus sob delação premiada estariam negociando a escolha dos delatados.
Desconfia-se na Lava Jato da atitude de réus sob delação premiada que corrigiram seus depoimentos, recuando de acusações já feitas.
A convocação da criminalista Beatriz Catta Preta para depor na CPI da Petrobras foi encarada pelos advogados como tentativa de intimidação.
O ex-gerente Pedro Barusco e o lobista Julio Camargo foram dois dos clientes de Catta Preta que fizeram acordo de delação premiada.
O juiz Sergio Moro faz História, condenando executivos da Camargo Correa à prisão, mas os magnatas donos da empreiteira, que lucraram bilhões com negócios sujos, inclusive na Petrobras, escapam de fininho. Donos de empreiteiras enroladas cresceram na corrupção, multiplicaram o patrimônio e o lucro, mas não são incomodados na Lava Jato. Tampouco se aplicou neles o princípio do “domínio do fato”.
Verdadeiros “parceiros” dos políticos que suas empresas financiam, os acionistas não desautorizaram executivos e se locupletaram do roubo.
A influência dos acionistas das grandes empreiteiras explica a defesa enfática do governo Dilma dos indecorosos “acordos de leniência”.
À exceção de um ou outro, como Marcelo Odebrecht e Ricardo Pessoa (UTC), foram presos funcionários. Altos executivos, mas empregados.
As chamadas “entidades sem fins lucrativos”, que são fundações, ONGs, partidos políticos, associações, sindicatos etc., arrancaram do governo Dilma, desde 2011, mais de R$ 30 bilhões. A média desse tipo de operação no governo Lula foi a metade: R$ 3,5 bilhões por ano.
Líder de governo de sonho, que tira de letra abacaxis bem indigestos, e profundo conhecedor da Casa, Romero Jucá (PMDB-RR) é hoje o mais provável sucessor de Renan Calheiros na presidência do Senado.
Professores das universidades estaduais da Bahia estão parados há dois meses. Invadiram a secretaria de Educação. Inábil e politicamente desqualificado, o governador Rui Costa não recebe os grevistas.
É bom Dilma não esperar apoio do PMDB agora que Eduardo Cunha rompeu com o governo. Que espere ainda menos dos peemedebistas Geddel Vieira Lima, Osmar Terra, Moreira Franco e Leonardo Picciani.
Líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS) não deve durar no cargo. Já trombou com dois senadores: Simone Tebet e Omaz Aziz. A dupla quer distância e servidores dizem que Delcídio é “líder inábil”.
Chorar em Brasília pode ter ajudado Cristina Kirchner: o maior opositor Mauricio Macri ganhou as eleições para a prefeitura de Buenos Aires, com o afilhado dele. Mas a vantagem não chegou a quatro por cento.
Levantamento coordenado pela CNI mostra que os países da Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México) receberam o maior número de projetos de investimentos de multinacionais brasileiras: 43. O Mercosul é o segundo, com 25, seguido da União Europeia, com 23.
A bancada ruralista no Congresso anda irritada com o governo Dilma. Dizem que o Ministério da Justiça tenta adiar a votação da Emenda que trata da indenização por terras desapropriadas para abrigar indígenas.
... a crise comprova: não há fundo de poço que não possa afundar ainda mais.

NO DIÁRIO DO PODER
INJUSTIÇA
CARDOZO CALA DIANTE DE DESABAFO DE MULHER COM TERRAS TOMADAS POR ÍNDIOS
PRANTO DA PRODUTORA QUE TEVE A TERRA INVADIDA POR ÍNDIOS EXPÕE A OMISSÃO DO GOVERNO
Publicado: 21 de julho de 2015 às 01:04 - Atualizado às 01:16
ENQUANTO D. MARIA HELENA DESABAVA, O MINISTRO DA JUSTIÇA OLHAVA PARA OS CANTOS, EM SILÊNCIO.
Uma produtora rural do Mato Grosso do Sul, Maria Helena Vanzela Ramos, que teve sua terra invadida por índios fez um desabafo indignado e chorou, diante do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), durante uma audiência com a bancada do seu Estado, terça-feira passada. O desabafo da mulher expôs a confusão mental, o preconceito e até a ignorância de autoridades que, como Cardozo, lidam com esse tipo de problema.
O governo federal faz vistas grossas às invasões de índios em propriedades rurais legalizadas, escrituradas, muitas delas pertencentes a família há várias gerações. A senhora chora enquanto descreve a situação que passa atualmente, vivendo de favores, porque não pode trabalhar na terra que lhe oertence.
Durante todo o desabafo da Maria Helena, Cardozo permanece em silêncio, olhando para os lados, visivelmente incomodado. "Sou uma mãe de família, trabalhei a vida inteira", diz a mulher aos prantos. "Eles (os índicos) têm direitos, mas nós também temos", ensina ela a Cardozo, "e nossas terras não são área indígena".
Ela cobrou uma solução para o conflito entre fazendeiros e índios na região de fronteira do estado, próxima ao Paraguai. No vídeo, Maria Helena conta que indígenas invadiram as terras dela e de outros fazendeiros, em Coronel Sapucaia (MS), expulsando-os. No local, segundo ela, eles fazem uso de álcool e drogas. “Vemos índios com camionetas (da Funai) sendo escoltados, e nós correndo risco de vida”.
Cardozo, assim como outras autoridades presentes na reunião, aparece nas imagens de cabeça baixa ou olhando para os lados, enquanto a produtora falava. Participaram também da reunião o presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa, o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, o senador Moka (PMDB-MS), além de outros parlamentares.
Embora critique a invasão, a produtora rural aponta também a omissão do Estado na situação de calamidade vivida pelos índios da região. “Presidente da Funai, vá lá ver a situação. Aqueles índios morrendo de fome, três dias sem comer. Eles são humanos, eles são crianças, são velhos, são pessoas, têm direito também. Quem incentiva a invasão (que) incentive eles a trabalhar, a produzir”, diz a mulher, no vídeo.

NO BLOG DO CORONEL
TERÇA-FEIRA, 21 DE JULHO DE 2015
No Dia do Amigo, Dilma transforma ministério em banca de advocacia para defender o suspeito de tráfico de influência internacional, usando dinheiro do BNDES e livre trânsito em órgãos do governo.
(Folha) A presidente Dilma Rousseff pediu nesta segunda-feira (20) que seus ministros saiam em defesa pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado pela Procuradoria da República no Distrito Federal por suposto tráfico de influência internacional e no Brasil a favor da Odebrecht. 
Segundo a Folha apurou, Dilma se disse "indignada" com a abertura de investigação contra o ex-presidente, na semana passada. "No mundo, reis, príncipes, presidentes e ex-presidentes defendem as empresas e interesses nacionais. No Brasil, querem dizer que isso é crime?", indagou em reunião de sua coordenação política. 
Apesar das críticas recentes que fez à administração da sucessora, classificando-a como um "governo de mudos", a avaliação do Planalto é que Lula ainda é um dos principais fiadores da gestão e seria "prejudicial" para a recuperação do governo vê-lo tragado por denúncias. 
Lula é suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da Odebrecht principalmente na África e América Latina, onde o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiou obras da empreiteira. A empresa bancou diversas viagens de Lula ao exterior após 2011. O Instituto Lula nega que o ex-presidente atue como lobista ou consultor.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:37:00

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
20/07/2015 às 19:05 \ Opinião
RICARDO NOBLAT
Há mais coisas a aproximarem Lula, Fernando Collor e Eduardo Cunha do que possa supor a vã imaginação.
Primeira: são amorais. Não existe o certo e o errado para eles, existe o que lhes convém.
Segunda: amam o poder acima de tudo, da família, dos amigos, dos parceiros.
Terceira, e paremos por aqui: no momento, reclamam da Justiça como se fossem perseguidos por ela. Quem não os conheça que os compre!
Na última sexta-feira, Lula entrou com reclamação no Conselho Nacional do Ministério Público pedindo a suspensão de inquérito aberto contra ele pelo Ministério Público Federal. Conseguiu que o inquérito corra em segredo.
Lula é suspeito de tráfico de influência para favorecer aqui e lá fora a construtora Odebrecht, o maior cliente do BNDES, banco movido a dinheiro público.
A Odebrecht é também o maior cliente de Lula desde que ele deixou a presidência da República e se tornou lobista e palestrante de quem lhe pague, por vez, R$ 300 mil para falar bem de si mesmo e dos seus governos. Do governo de Dilma, não, porque ele está no “volume morto”.
Lula continua um cara de pau. Disse outro dia: “Se tem um brasileiro indignado sou eu. Indignado com a corrupção.”
Ainda na presidência, Lula não se constrangia em pedir favores às construtoras, hoje enroladas com a roubalheira na Petrobras. Desde favores pequenos do tipo o empréstimo de um helicóptero para transportar parte da comitiva dele, a favores milionários que o beneficiariam diretamente.
Foi assim que se tornou devedor de Léo Pinheiro, presidente da OAS, preso em novembro último.
Pinheiro não cobrou um tostão para terminar a construção de um apartamento tríplex de Lula no Guarujá (SP). Nem mesmo para reformar inteiramente o cinematográfico sítio que Lula e a família frequentam em Atibaia (SP).
Amigos de Lula o defendem com a desculpa de que ele procede como ex-presidentes dos Estados Unidos que ganham a vida na condição de lobistas e palestrantes.
É fato que ganham. Com algumas diferenças. A menor: ex-presidentes americanos não escondem o lobby que fazem. Lula, sim.
A maior diferença: ex-presidentes americanos não podem ser candidato a mais nada. Lula pode. Que tal devolvermos ao poder um ex-lobista de empreiteiras que enriqueceu a serviço delas? Já pensaram? Não seria algo promíscuo? Ou deveras arriscado?
Perguntem a Collor o que ele acharia. Não perguntem. Seria perda de tempo. De adversário visceral de Lula, a quem derrotou na eleição de 1989, Collor passou a seu aliado ganhando em troca duas diretorias da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras.
Deu-se bem. Muito bem. Somente em dois contratos ali, embolsou R$ 23 milhões. Mais do que o valor de toda a sua fortuna declarada à Justiça.
Do alto da mais cara frota particular de carros importados de que se tem notícia no país, Collor miou em discurso no Senado: “Fui humilhado. O Poder Legislativo foi humilhado”.
Queixava-se depois que seus endereços em Brasília haviam sido revistados por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O falso caçador de marajás acabou caçado como o mais descarado e ambicioso deles.
Para competir com Collor e Lula em matéria de desfaçatez, somente Eduardo Cunha. Acusado de ter recebido 5 milhões de dólares de propina, Cunha rompeu com o governo que nada teve a ver com isso.
E bateu no Procurador Geral da República por lhe faltar coragem para bater no STF, que o investiga. Ameaça usar o cargo de presidente da Câmara para azucrinar Dilma. Com medo, blefa.
É outro, como Collor, cujo destino é rolar ladeira abaixo. (Ainda não estou certo do destino de Lula).
Cunha é um político provinciano, que só chegou aonde está porque ruiu a qualidade de nossos representantes no Congresso.
Serviu a interessados em derrubar o governo enquanto extraía vantagens do mesmo governo.
Em breve, quando virar réu em processo no STF, não servirá para mais nada.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
21/07/2015 às 5:00
Se alguém espera ler aqui em meu blog a defesa de procedimentos que agridam o Estado de Direito, pode amarrar o burro em outra página. Se eu lesse as que assim procedem, talvez recomendasse alguma. Como sou muito ocupado pra isso, deixo para a livre escolha. Adiante.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, afirmou nesta segunda que aceita, sim, fazer uma acareação com Júlio Camargo, delator da Lava Jato, que, em testemunho ao juiz Sérgio Moro, no inquérito que investiga se houve corrupção no aluguel de navios-sonda, o acusou de ter recebido propina de US$ 5 milhões.
Nota: esse mesmo Camargo há havia negado quatro vezes ter feito tal pagamento. Segundo diz, tinha medo de Cunha. Por que o perdeu subitamente? Consta que os procuradores o ameaçaram com a perda de privilégios da delação premiada. Para um corruptor confesso, é mesmo um homem cheio de… medos.
O pedido de uma acareação foi apresentado à CPI da Petrobras pelo PPS. Cunha disse aceitar, mas indagou, com absoluta propriedade, por que os que o querem cara a cara com o seu acusador não fazem o mesmo com Dilma Rousseff, Edinho Silva e Aloizio Mercadante.
Recorramos às suas próprias palavras:
“É oportunista de alguns querer falar de uma acareação comigo. Estou disposto a fazê-la a qualquer tempo. Agora também aproveitem e convoquem todos que estão em contradição. O ministro Mercadante e o ministro Edinho negam aquilo que foi colocado pelo Ricardo Pessoa. A própria presidente nega o que foi colocado pelo Youssef. Que se faça acareação de todos.”
Ora, leitor, você há de convir que ele tem razão, não é mesmo?, pouco importa o que você pense a respeito do deputado. Afinal, Alberto Youssef afirmou que Dilma sempre soube da corrupção na Petrobras. Pessoa, dono da UTC, afirmou ter dado R$ 500 mil em dinheiro vivo, por fora, para uma campanha eleitoral de Mercadante. E disse ainda que, pressionado por Edinho Silva, que lhe lembrou dos contratos que mantinha com a Petrobras, doou R$ 7,5 milhões para a campanha à reeleição de Dilma. Sobre esses dois ministros, diga-se, nem mesmo inquérito existe.
Se cabe fazer uma acareação entre Júlio Camargo e Cunha, por que não, também, nesses outros casos?
Moro
Agora vamos a Sérgio Moro. A defesa do deputado Eduardo Cunha apresentou ao STF, nesta segunda, uma reclamação contra atos do juiz. De novo, você pode achar que um é um santo, e o outro, um pecador. Não é o que está em debate. Nas democracias, as leis existem e têm de ser cumpridas.
Se Cunha era a peça central da acusação que faria Júlio Camargo no inquérito que apura corrupção no aluguel dos navios-sonda, então é evidente que tal peça deveria ter sido enviada ao Supremo, já que o presidente da Câmara detém foro especial por prerrogativa de função. É o que está na Constituição, que ninguém tem o direito de violar — nem Moro.
A defesa de Cunha pede ainda que o Supremo considere nulas eventuais provas produzidas, nesse inquérito, sob a condução de Moro, já que, é evidente, o juiz feriu a competência ao conduzir uma investigação que tinha como alvo o presidente da Câmara. É o que diz a ordem legal, que tem de ser respeitada.
Eu conto o que sei e vejo. Nas demais fases da operação Lava Jato, mais de uma vez, o juiz Sérgio Moro interrompeu depoentes e testemunhas quando os respectivos nomes de políticos com foro especial iriam ser citados. Há vídeos na Internet a respeito. E o fez justamente para evitar que o processo migrasse para o Supremo, para que tudo continuasse sob o seu controle. E por que foi diferente desta vez? Não tenho resposta.
Como não tenho resposta para o fato de que, mesmo antes do depoimento, todos já sabiam que Camargo havia mudado a sua versão sobre Cunha. Eu não tenho, e ninguém tem. 
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
As anotações de Odebrecht (1)
Brasil 20.07.15 20:53
As anotações de Marcelo Odebrecht em seu celular, descritas pela PF em relatório divulgado pelo Estadão, destacam, entre outras, a tentativa do executivo de proteger Marcio Faria e Rogério Araújo, executivos da empreiteira presos na Lava Jato.
No celular de Marcelo Odebrecht, a PF encontrou anotação dizendo que ambos não "movimentem nada e que serão reembolsados, bem como terão suas famílias asseguradas". Segundo a PF, é uma estratégia para que eles não movimentem suas contas bancárias (e permanece aqui a dúvida se nacionais ou estrangeiras).
As anotações de Odebrecht (2)
Brasil 20.07.15 20:58
Em outro trecho do relatório da PF divulgado pelo Estadão, há "a clara intenção" de Marcelo Odebrecht de “higienizar apetrechos” de Márcio Faria e Rogério Araujo, executivos da empreiteira presos na Lava Jato.
Para a PF, “a referida anotação traduz a ideia de que os apetrechos (a exemplos de telefones, tabletes, notebooks, pendrives, etc) sejam limpos, impedindo assim que em possível apreensão, tais apetrechos possam conter informações prejudiciais aos supracitados”.
As anotações de Odebrecht (3)
Brasil 20.07.15 21:03
A preocupação do presidente da Odebrecht com o executivo Rogério Araújo era bem grande. Os investigadores encontraram um tópico em seu celular intitulado “Declaração/Fallback (RA)".
Nele, Marcelo Odebrecht se questiona sobre o que os investigadores teriam de concreto contra Araújo e Marcio Faria. Nesse ponto, segundo o relatório da PF divulgado pelo Estadão, a “referência a Rogerio Araújo e conta corrente na Suíça é constante, indicando a preocupação de Marcelo com a mesma, como pode ser observado na anotação ‘RA vs cc Sw (direção fluxo? Delação dos envolvidos?)’”.
Os peritos da PF também destacaram, em relação a Rogério Araújo, outra referência à Suiça, precisamente a bancos com rede no país, como Pictet, PKB. Quanto a “Pictec”, Odebrecht escreveu que era preciso “declarar ctas já”.
As anotações de Odebrecht (4)
Brasil 20.07.15 21:23
Marcelo Odebrecht anotou, em seu celular, que era preciso “vazar doação de campanha”. Em outra anotação apreendida pela PF, questiona um nome para ter contato “ágil/permanente” com o grupo de crise do governo, para obter informações e realizar “ações coordenadas”.
A PF ainda não compreendeu totalmente a primeira recomendação, mas, nesse trecho, o empreiteiro escreve as seguintes siglas: GA, FP, AM, MT, Lula e ECunha, todas acompanhadas de interrogação.
“Tais siglas se referem possivelmente a Geraldo Alckmin, Fernando Damata Pimentel, Adriano Sá de Seixas Maia (diretor jurídico da Odebrecht Transport), Michel Miguel Elias Temer Lulia, Lula e Eduardo Cunha”, diz o relatório da PF divulgado pelo Estadão.
Lauro Jardim, da Veja.com, também divulgou essa informação, mas atribui a sigla GA a Gilles Azevedo, assessor de Dilma Rousseff.
As anotações de Odebrecht (5), a "tática Noboa"
Brasil 20.07.15 21:54
Um dos trechos do relatório da PF sobre as anotações de Marcelo Odebrecht diz o seguinte: "Outro ponto interessante é a menção a uma “tática Noboa” para exposição de Marcelo, sendo que o risco avaliado é a prisão, tal tática está ligada as siglas MRF, DV, CDN e Nizan, respectivamente Mauricio Roberto de Carvalho Ferro, Daniel Villar, CDN Comunicação (grupo ABC de Nizan Guanaes) e Nizan Guanaes. Não foram encontradas definições no que consiste tal tática, contudo, para o nome Noboa, encontramos três ocorrências na agenda de contatos de Marcelo Odebrecht, a seguir: Antonio Noboa, Alvaro Noboa e Daniel Noboa (filho de Alvaro)".
O Antagonista informa que os Noboa são uma família poderosa do Equador, com a qual a Odebrecht mantém relações estreitas. A empreiteira começou a fazer negócios naquele país em 2000, justamente pelas mãos do então presidente equatoriano Gustavo Noboa.
Em 2003, Gustavo Noboa fugiu do Equador, acusado de malversação de fundos na negociação da dívida externa. Refugiou-se na República Dominicana, onde pediu asilo político. Em 2005, voltou ao Equador, depois que o processo contra ele foi anulado, mas uma reviravolta política ressuscitou o caso e o ex-presidente foi colocado em prisão domiciliar, um ano depois cancelada.
"Tática Noboa": será que Marcelo Odebrecht pensava em escapar do país, assim como fez Gustavo Noboa, para só voltar depois de uma eventual e ansiada anulação da Lava Jato?
As anotações de Odebrecht (6), "ela" e "FP"
Brasil 20.07.15 21:56
As anotações de Odebrecht também apresentaram enigmas. Entre eles, a utilização da sigla FP – cujo nome foi identificado pela PF, mas apagado do relatório divulgado pelo Estadão – seguida da frase:
“ela cai eu caio”.
Como somos livres para especular, "ela" seria "ELA"?
Sobre o cuidado da PF com a sigla "FP", seria porque significa "Former President"? É uma hipótese mais excitante do que "Fernando Pimentel" e sua "ela", a bela Carolina Oliveira.
As anotações de Odebrecht (7), o plano B de Marcelo
Brasil 20.07.15 22:25
Marcelo Odebrecht, nas suas anotações publicadas pelo Estadão, admite a possibilidade de ter dado dinheiro para caixa 2 de campanha:
"Campanha incluindo caixa 2, se houver era soh com MO (a PF acredita ser a MO Consultoria, empresa de fachada de Alberto Youssef), que não aceitava vinculação. PRC (Paulo Roberto Costa) soh se foi rebate de cx2."
Mas esse dado não é o mais importante. A frase acima está num contexto (leiam o trecho reproduzido abaixo) que nos levou à seguinte ilação: a delação de Rogério Araújo seria um plano B (fallback), em que ele livraria todo mundo e só entregaria a si próprio. Rogério Araújo diria que era amigo de políticos e que pagou nas contas que eles mandaram. Que a Odebrecht doava para campanhas a priori, a fim de manter bons relacionamentos, mas que a empreiteira só teria pago no caixa 2 para Youssef, a única forma de fazê-lo, visto que ele "não aceitava vinculação" -- e que o dinheiro de Paulo Roberto Costa possivelmente era uma sobra desse caixa 2.
Se estivermos certos, Marcelo Odebrecht pensou em direcionar uma possível delação premiada de Rogério Araújo, fazendo com que ele mentisse.
As anotações de Odebrecht (7), o plano B de Marcelo
Brasil 20.07.15 22:25
Marcelo Odebrecht, nas suas anotações publicadas pelo Estadão, admite a possibilidade de ter dado dinheiro para caixa 2 de campanha:
"Campanha incluindo caixa 2, se houver era soh com MO (a PF acredita ser a MO Consultoria, empresa de fachada de Alberto Youssef), que não aceitava vinculação. PRC (Paulo Roberto Costa) soh se foi rebate de cx2."
Mas esse dado não é o mais importante. A frase acima está num contexto (leiam o trecho reproduzido abaixo) que nos levou à seguinte ilação: a delação de Rogério Araújo seria um plano B (fallback), em que ele livraria todo mundo e só entregaria a si próprio. Rogério Araújo diria que era amigo de políticos e que pagou nas contas que eles mandaram. Que a Odebrecht doava para campanhas a priori, a fim de manter bons relacionamentos, mas que a empreiteira só teria pago no caixa 2 para Youssef, a única forma de fazê-lo, visto que ele "não aceitava vinculação" -- e que o dinheiro de Paulo Roberto Costa possivelmente era uma sobra desse caixa 2.
Se estivermos certos, Marcelo Odebrecht pensou em direcionar uma possível delação premiada de Rogério Araújo, fazendo com que ele mentisse.
As anotações de Odebrecht (8)
Brasil 20.07.15 22:54
Entre as anotações enigmáticas de Marcelo Odebrecht, há uma linha que diz o seguinte: "Armadilha Bisol/contra-infos. RA? EA/Veja? Meet, VH, JS".
As anotações de Odebrecht (9)
Brasil 20.07.15 23:20
Vamos transcrever literalmente a anotação de Marcelo Odebrecht em que surge a sigla FP e a frase "ela cai eu caio"
"FP:
- ela cai eu caio
- dar a dimensão"
O Antagonista arrisca dizer que a dimensão já está dada.
Armadilha Bisol
Brasil 21.07.15 06:27
"Armadilha Bisol/contra-infos. RA? EA/Veja?”.
Essa mensagem de Marcelo Odebrecht que a PF encontrou em seu telefone celular tem uma história que precisa ser revista.
Em 1993, a PF apreendeu 18 caixas de documentos na casa de um diretor da Odebrecht.
Segundo os investigadores, os documentos indicavam “a existência de um cartel das grandes empreiteiras para fraudar as licitações de obras públicas”. Os documentos indicavam também que a Odebrecht havia distribuído propina a dezenas de parlamentares.
José Paulo Bisol, relator da CPI das Empreiteiras e candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 1989, passou à Veja uma lista com mais de 200 políticos que, segundo os documentos da Odebrecht, teriam recebido presentes.
Tratava-se de uma armadilha: a armadilha Bisol.
Na realidade, muitos dos parlamentares citados haviam recebido apenas brindes da empreiteira, como calendários e agendas. Quando José Paulo Bisol misturou os corruptos aos inocentes, os corruptos foram inocentados.
A CPI das Empreiteiras, desmoralizada, foi arquivada. E a Odebrecht continuou com seu cartel e com seus pagamentos aos políticos.
Propina personalizada
Brasil 21.07.15 06:56
Outra mensagem de Marcelo Odebrecht:
"Campanha incluindo caixa 2, se houver era soh com MO".
A PF acha que se trata de uma referência à MO Consultoria, empresa de fachada criada por Alberto Youssef.
MO corresponde a Marcelo Odebrecht? Alberto Youssef oferecia um esquema personalizado para o pagamento de propinas? A Lava Jato acredita que sim.
A propina elétrica
Brasil 21.07.15 07:13
Lauro Jardim informa que, na semana passada, a PF "esteve na Eletrobras, no Rio de Janeiro. Não foi uma visita institucional. Os agentes apreenderam dezenas de computadores, discos rígidos e laptops de funcionários de alto escalão da estatal".
Leia o que publicamos duas semanas atrás:
A Lava Jato perguntou a Ricardo Pessoa o que ele sabia sobre Valter Cardeal, diretor da Eletrobras.
Ele respondeu:
"É pessoa próxima da senhora presidenta da República, Dilma Rousseff".
A Veja desta semana revela que Valter Cardeal é muito mais do que uma “pessoa próxima da senhora presidenta da República”. Ele é acusado, de fato, de ter negociado o pagamento de propina à campanha de Dilma Rousseff.
A banda podre da PF no bolso de Odebrecht
Brasil 21.07.15 07:22
Marcelo Odebrecht recomendou usar a banda podre da PF para tentar melar a Lava Jato.
Diz o Estadão:
"No Relatório de Análise 417/2015, da PF no Paraná, consta: 'Marcelo ainda elenca outros passos que devem ser tomados identificando-os como ‘ações B’, tido aqui como uma espécie de plano alternativo ao principal.
Dentre tais ações estão ‘parar apuração interna’, ‘expor grandes’,'desbloqueio OOG’ (Odebrecht Óleo e Gás), ‘blindar Tau’ e ‘trabalhar para anular (dissidentes PF…)’".

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