DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
31 DE JULHO DE 2015
A CPI da Petrobras alegou dificuldade em notificar a advogada Beatriz Catta Preta para depor. A pretendida convocação é uma retaliação de parlamentares ligados a Eduardo Cunha, que atribui a ela a delação de Júlio Camargo, que o acusa de exigir propina de US$ 5 milhões. Talvez Beatriz pudesse ter sido encontrada em Coral Gables, Miami (EUA), onde, com o marido Carlos, constituiu em outubro de 2014 empresa Catta Preta Consulting LLC, segundo documentos obtidos pela coluna. Ela retornou de um período de férias com a família, em Miami. Nesta quinta-feira (30), Catta Preta anunciou a decisão de abandonar a advocacia, alegando a necessidade de preservar a segurança de sua família. A criminalista se sente ameaçada por parlamentares da CPI da Petrobras ligados ao presidente da Câmara.
A OAB tem razão, ao protestar contra a convocação de advogados por CPIs. Eles não podem revelar os segredos de clientes e ex-clientes.
Presidente do STF, Ricardo Lewandowski criticou a CPI e autorizou Catta Preta a preservar sua relação com clientes, ainda que preste depoimento.
Criminalista competente e pragmática, Beatriz Catta Preta defendeu nove réus que mudaram a historia da Lava Jato, com suas delações.
Foram fortíssimos os rumores, ontem, em Brasília, da iminente prisão do ex-presidente Lula. Mas foi rebate falso. Ao menos por enquanto.
Parlamentares do PP devem se reunir ainda na primeira quinzena de agosto para reavaliar os laços com Planalto. Eles concluíram que o PT trabalha dobrado para transformar o PP no “boi de piranha” da Lava Jato, contando até com a anuência do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça). Deputados se articularam durante o recesso para mandar um “aviso” ao governo que vem sendo chamado de “enfrentamento”.
O primeiro aviso do PP deve aparecer na votação do ajuste fiscal. “Que o governo não conte com a nossa fidelidade”, diz um deputado do PP.
O PP tem o mesmo entendimento do deputado Eduardo Cunha, que rompeu com o governo acusando-o e ao PT de “armar” contra ele.
O PT não perdoa o fato de o PP ter apoiado Eduardo Cunha, desafeto público do Planalto, para a Presidência da Câmara dos Deputados.
É bom lembrar que o País quebrou, e foi obrigado a promover ajuste fiscal duríssimo, porque o governo Dilma gastou mais do que arrecadou. Só nos meses eleitorais de 2014, mais de R$ 20 bilhões.
O escritório paulista Benício Advogados, contratado para defender em Minas o presidente da Andrade Gutierrez, Otavio Azevedo (réu na Lava Jato), compartilha endereço e telefone, em BH, com a banca de Renato Azeredo, filho do Eduardo Azeredo, réu no mensalão tucano.
O senador Romário (PSB) acredita que a denúncia de conta na Suíça está ligada à disputa pela Prefeitura do Rio. Irmão de Eduardo Paes, Guilherme Paes é sócio do BTG Pactual, que comprou o banco BSI.
Jornalistas que elogiam o aplicativo Uber têm sido ameaçados por uma minoria delinquente de taxistas. Atiram no próprio pé: tanta truculência faz contraponto com a gentileza que caracteriza os motoristas do Uber.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, andou se reunindo com Ciro Gomes oficialmente para discutir a Transnordestina. Mas há rumores de reaproximação da família Ferreira Gomes com o PSB.
Dono da Itaipava, Walter Faria marcará o primeiro ano da morte de Eduardo Campos com edição especial da cerveja. Terá a imagem do ex-governador, que o persuadiu investir em Pernambuco. Assim, Farias redefine a antiga expressão nordestina “beber o morto”.
A Marinha silencia sobre a prisão do almirante da Eletronuclear porque militares são intolerantes com corrupção. Não se deve esperar rebelião das Forças Armadas por prisões como a de Othon Pereira da Silva.
O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) diz que Dilma o autorizou a agendar reunião com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para discutir a falta de recursos do DF. Mas a União também está no buraco.
Por que Dilma demorou 5 anos para admitir reforma no ICMS e deixou para fazer isso na véspera do julgamento das pedaladas fiscais?

NO DIÁRIO DO PODER
OPERAÇÃO LAVA JATO
PT DAVA "SUPORTE" A ESQUEMA DE CORRUPÇÃO NA PETROBRAS
DELATOR MÁRIO GÓES ENTREGA O PT E VAI CUMPRIR PRISÃO DOMICILIAR
Publicado: 30 de julho de 2015 às 16:26 - Atualizado às 17:39
O novo delator da Operação Lava-Jato, o lobista Mário Góes, declarou à força-tarefa da Operação Lava Jato que o PT dava 'algum suporte' ao esquema de corrupção na Petrobras. Apontado como operador de propinas da Diretoria de Serviços da Petrobras, ele afirmou que usava suas empresas Riomarine e Phad Corporation para receber valores do ex-gerente de Engenharia da estatal Pedro Barusco.
"Nessa época (por volta de 2003 ou 2004), Pedro Barusco propôs ao declarante que utilizasse a sua empresa a Riomarine, que era bastante conhecida e respeitada no mercado, para que ele pudesse receber suas comissões junto aos negócios em que ele tinha alguma relação", transcreveu a Polícia Federal.
Preso preventivamente em Curitiba, frente a frente com o juiz federal Sérgio Moro, em duas ocasiões, Mário Góes chorou. Em depoimento à PF, já no âmbito do acordo de colaboração premiada, Mário Góes afirmou à Polícia Federal que Pedro Barusco lhe disse que já teria 'outros esquemas da mesma natureza com outras empresas'.
Ele contou que 'se mostrou inicialmente preocupado com a proposta, embora já sentisse que havia alguma atuação de Barusco nesse sentido há algum tempo'.
Mário Góes declarou que o ex-gerente de Engenharia da Petrobras 'gostava mais de jantares, cabendo a Barusco de fato atuar na gestão das atividades da Diretoria de Serviços, resolvendo as coisas'.
Segundo o delator, Barusco o tranquilizou dizendo que haveria outras pessoas envolvidas no esquema e que o 'Partido dos Trabalhadores estaria dando algum tipo de suporte a essa atividade'.
Mário Góes está preso desde fevereiro de 2015. Ele explicou à força-tarefa da Lava-Jato que 'desde o início a divisão dessa comissão era feita da seguinte forma, o valor era dividido por seis ou por sete'.
Ele não soube dizer 'ao certo porque às vezes era de uma forma ou de outra', mas incluiu o nome do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque como um dos beneficiários do dinheiro.
"Quando a divisão era por seis, Barusco dizia que duas partes seriam para Renato Duque, duas para o próprio Barusco, uma para o declarante", registrou a Polícia Federal.
A sexta parte era dividida no porcentual de 60% para Barusco e 40% para o próprio Góes, ele disse. Nas vezes em que a divisão era por sete, Mário Góes não soube para quem iria a sétima parte. "Quanto ao valor destinado ao partido (PT), Barusco dizia que era ‘uma outra parte’, sendo que o declarante nunca participou e preferia não saber de tal assunto."
O PT tem reiterado que todos os valores que o partido arrecada têm origem lícita, são contabilizados e declarados à Justiça eleitoral.(AE)

CARLOS CHAGAS
ENTRE DR. JECKILL E MR.HIDE
Antes de reunir os governadores, ontem (30), a presidente Dilma determinou a auxiliares palacianos que enviassem e-mails a todos os integrantes da base oficial para unirem esforços no sentido de evitar ações parlamentares destinadas a perturbar o governo. A tentativa é de contornar a anunciada blitz do presidente da Câmara contra o palácio do Planalto, a se iniciar na próxima semana. Uma iniciativa para não bater de frente com Eduardo Cunha, mas para neutralizá-lo.
Pode até dar certo, se o plenário da Câmara rejeitar a abertura dos doze pedidos de abertura de processo de impeachment contra Madame, que passaram das gavetas da escrivaninha de Cunha para o conjunto de papéis a despachar.
O problema é que enquanto pratica a estratégia de dialogar com seus supostos aliados, a presidente continua a maltratar a população. Acaba de vetar o projeto de lei que dá aos aposentados e pensionistas da Previdência Social o reajuste salarial nos moldes do aumento do salário mínimo. Traduzindo: penaliza dezenas de milhões de cidadãos cada vez mais impossibilitados de sobreviver com a merreca recebida todo fim de mês. Vai vetar, também, o fim do fator previdenciário criado por Fernando Henrique com o intuito de gradativamente diminuir o valor das pensões e aposentadorias. Daqui a alguns anos todo aposentado ou pensionista estará nivelado por baixo, recebendo apenas o salário mínimo.
Fica estabelecido o conflito: como Dilma imagina recuperar a popularidade e restabelecer a confiança da nação no governo, se continua a sacrificar os menos favorecidos? Não haverá bolsa-família que dê jeito.
Quanto aos governadores, que tipo de ajuda poderão oferecer à União, se vem sendo por ela tosquiados rotineiramente? Não há um chefe de executivo estadual que não se sinta à beira de um colapso nervoso. Caminham todos para atropelar a Lei da Responsabilidade Fiscal ou, como alternativa, a ingovernabilidade. Sem falar na impossibilidade de cumprir suas promessas de campanha.
O desemprego avança a passos largos, a alta do custo de vida também, enquanto o governo não para de aumentar os juros, favorecendo o lucro dos bancos e os interesses dos nossos credores. A impressão que se tem, com todo o respeito, é que vivemos sob a égide do dr. Jeckill e de mr. Hide, instalados ora no palácio da Alvorada, ora no palácio do Planalto. A verdadeira base que a presidente deveria solidificar é a sindical, mas como conseguir se os próprios representantes dos trabalhadores começam a engrossar as fileiras de suas bases indignadas? Ainda esta semana a CUT promoveu manifestação em frente aos ministério da Fazenda, protestando contra o ajuste fiscal do ministro Joaquim Levy.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
31/07/2015 às 6:23
Vamos lá. Começo pelo óbvio e não mudei de ideia: continuo a me opor à convocação da doutora Beatriz Catta Preta pela CPI da Petrobras porque acho que isso abre a porta para se relativizar o direito de defesa. E fui o primeiro na grande imprensa a me insurgir contra isso. Como me insurgi contra a tentativa de transformar Dora Cavalcanti em ré. Mas daí a acreditar no conteúdo da entrevista de Beatriz, concedida a Cesar Tralli, que foi ao ar no Jornal Nacional desta quinta, vai uma diferença abissal.
A criminalista Beatriz poderá procurar com lupa nos meus posts uma só acusação contra ela. Não haverá. Não é do meu feitio. Não sou procurador, delegado ou juiz. Eu lido com a lógica e com os fatos que apuro. Não acreditei em uma palavra do que ela disse. Nada! E esse é um direito que eu tenho. E não acreditei porque a sua narrativa é um apanhado de absurdos e de despropósitos. Mais: serve para demonizar a CPI da Petrobras — e, por consequência, o Congresso. Quer dizer que doutora Beatriz acha um absurdo falar a uma CPI, mas pensa ser razoável jogar acusações ao vento no Jornal Nacional?
Antes que avance: tudo certo com a entrevista de Cesar Tralli. Fez boas perguntas, não todas as boas que poderia, e, a meu juízo, intencionalmente ou não, contribuiu para revelar o que acho ser peça de ficção. De saída, eu tenho uma questão para a doutora Beatriz. Se ela quiser responder, publico. É um dos pontos centrais do imbróglio.
Se Júlio Camargo, seu ex-cliente, falou a verdade quando afirmou ter pagado US$ 5 milhões em propina ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, então esse mesmo Camargo mentiu nos depoimentos iniciais, já sob delação premiada. Doutora Beatriz, me conte: ele mentiu para a senhora ou vocês dois mentiram para a Corte? Essa resposta precisa ser dada, não é mesmo?
Eu sou muito atento à linguagem. Eu tenho apreço pelo sentido das palavras. Tralli quis saber por que Camargo negava antes o pagamento de propina a Cunha e só o admitiu depois. Ela respondeu: “Receio. Ele tinha medo de chegar ao presidente da Câmara.” E pergunta o JN: “E por que ele muda de ideia? O que o faz mudar de ideia?” Aí Beatriz dá a resposta impossível, leiam: “A colaboração dele, a fidelidade, a fidedignidade da colaboração, o fato de que um colaborador não pode omitir fatos, não pode mentir, o levaram então a assumir o risco. Aquele risco que ele temia, e levar todos os fatos então à Procuradoria-Geral da República.”
Entendi. O medo fez Camargo mentir. E uma súbita coragem, saída sabe-se lá de onde, o fez falar a verdade? É nesse ponto que caberia e cabe a pergunta que não quer calar: “A senhora sabia que ele estava mentindo?” A propósito: quem mente por medo uma vez não pode mentir uma segunda em razão de um medo ainda maior? Pergunta agora ao mundo jurídico: uma delação premiada pode ser um “work in progress”? Um advogado acerta os termos de uma delação premiada ou de uma conta de chegada, alterando a narrativa ao sabor dos ventos e da metafísica influente? É assim que se faz no resto do mundo? Ninguém precisa me responder. Eu sei a resposta. Não é.
O verbo “fugir”
Doutora Beatriz estava logo ali, em Miami. Como diria Gilberto Gil na excelente música “Parabolicamará”, para ela mandar uma mensagem ao Brasil, leva “o tempo que levava a Rosa para ajeitar o balaio, quando sentia que o balaio ia escorregar”. Deixou que prosperasse por aqui a informação de que havia fechado o escritório, que se mudaria para aquela cidade americana, de que trabalharia lá, onde tem (ou tinha?) um escritório. E nada de desmentido. Ao contrário: foram se acumulando os boatos de que teria sido ameaçada por Cunha etc — versão que ela endossa, ainda que de forma enviesada.
Bastou que começassem a surgir por aqui notícias sobre a sua impressionante proximidade com a força-tarefa de Curitiba, sobre o modo como trabalharia alinhada com o Ministério Público — de sorte que seu escritório é chamado por alguns de “anexo da força-tarefa” — e sobre a abordagem algo heterodoxa que seu marido faz com os clientes, e ela decide desmentir, então, a informação de que deixaria o país, o que poderia ter feito logo no primeiro dia.
E, ora vejam, a primeira pergunta feita a ela — o que pode ser parte da combinação para conceder a entrevista (e não há mal nenhum nisso!) — é esta: “A senhora está morando em Miami”?
E ela responde:
“De forma alguma. Eu saí de férias. Aliás, eu costumo sair de férias e viajar pra lá, sempre que os meus filhos estão em período de férias escolares. Nunca cogitei sair do país, ou fugir do país como está sendo dito na imprensa.”
Foi ela quem usou o verbo “fugir”, não a imprensa. Fiquei com a impressão, e tenho o direito de tê-la, que ela está mandando um recado a alguém — alguéns?: “Não vou fugir!” Fugir de quê? Ela é uma penalista. Conhece o peso dessa palavra. Certamente não está dizendo a seus supostos perseguidores “que não vai fugir”, certo?
Ademais, desde que com os devidos papéis, não há nada de errado em morar em Miami, especialmente alguém que se diz sob perseguição. A negativa não precisa de ênfase.
Beatriz é incapaz de dizer que tipo de ameaça sofreu. Afirmou: “Não recebi ameaças de morte, não recebi ameaças diretas, mas elas vêm de forma velada. Elas vêm cifradas.” Certo! E isso fez, meus caros, atenção, com que ela desistisse não só dos clientes: BEATRIZ USOU O JORNAL NACIONAL PARA ANUNCIAR QUE ESTÁ DEIXANDO A ADVOCACIA!
Também nesse caso, pareceu-me um recado: “Ok, pessoal, estou fora dessa profissão. E não vou fugir”. Sigo no post abaixo. Encerro este tentado a sugerir a Beatriz que arrume uma Beatriz em benefício de uma narrativa mais verossímil.
Texto publicado originalmente às 4h45
Por Reinaldo Azevedo

31/07/2015 às 6:21
No despacho em que autorizou Beatriz Catta Preta a não responder perguntas na CPI que digam respeito ao sigilo profissional — e essa é uma garantia que tem de ser mantida —, escreveu Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo: “Com efeito, para se preservar a rigidez do devido processo legal, e, em especial, o equilíbrio constitucional entre o Estado-acusador e a defesa, é inadmissível que autoridades com poderes investigativos desbordem de suas atribuições para transformar defensores em investigados, subvertendo a ordem jurídica. São, pois, ilegais quaisquer incursões investigativas sobre a origem de honorários advocatícios, quando, no exercício regular da profissão, houver efetiva prestação do serviço”.
Nada a objetar. Mas eu lamento a ligeireza — e, agora a doutora há de entender a dureza, vinda de um discípulo de Montesquieu — com que ela dispensou à CPI da Petrobras o tratamento de antro de bandidos. Pode ser vício profissional. Sua profissão a obriga a ficar perto deles, e ela pode ter confundido as coisas. O direito de defesa e as prerrogativas de um advogado não dão a ninguém licença para enxovalhar uma instituição chamada Congresso Nacional. Perguntou Cesar Tralli: “A senhora consegue identificar de onde vem essa intimidação que a senhora enxerga tão claramente hoje?” E ela responde: “Vem dos integrantes da CPI, daqueles que votaram a favor da minha convocação.”
Aí, não! Aí a doutora foi longe demais. Revejam o releiam a entrevista. Está aqui. Ela não está apontando uma simples pressão ou, sei lá, uma intimidação quase burocrática. Não! Ela disse com todas as letras: “Depois de tudo que está acontecendo, e por zelar pela segurança da minha família, dos meus filhos, eu decidi encerrar a minha carreira na advocacia. Eu fechei o escritório.”
As palavras, reitero, fazem sentido. No discurso da doutora, a sua família está sob ameaça, e a intimidação “vem dos integrantes da CPI”. Calma lá! Estamos falando de um instrumento legítimo de investigação do Poder Legislativo, suprapartidário, submetido ao escrutínio público muito mais do que os acordos de delação premiada, não é mesmo? Ou estou enganado? Então um dos Poderes da República, numa de suas tarefas mais importantes — comissões de inquérito — passará a ser tratado agora como ameaça?
O país derrubou um presidente da República depois de CPI; já investigou narcotraficantes; máfias disso e daquilo… Nunca vi advogados desistirem não apenas da causa, mas também da carreira porque… AMEAÇADOS POR DEPUTADOS!!!
Com a devida vênia, doutora… Desiste da profissão quem se desilude — e não me parece que alguém especializado em delações premiadas faça o gênero desiludido — ou quem não pode exercê-la em razão de algum óbice de natureza ética conhecido ou por conhecer. Não é o caso, certo? Nem que fosse para advogar em favor de ONGs de criancinhas pobres, sei lá…, que sentido faz abandonar a advocacia só porque foi convocada por uma CPI?
O Brasil não é a Coreia do Norte. O Brasil não é a Venezuela. O Brasil não é Cuba. O Brasil não é a China. Eu mesmo escrevi aqui contra a convocação. A OAB se insurgiu contra ela. Lewandowski se manifestou com dureza. É o caso de emprestar a essa decisão o peso de uma grande conspiração que se passa nas sombras — que, obviamente, teria Eduardo Cunha como personagem ausente, mas muito presente? Ora… O fato de ele ser o malvado predileto da imprensa, creio, não leva jornalistas a engolir qualquer coisa. Ainda que boa parte dos que cobrem a Lava Jato o façam com muita convicção e pouca Constituição.
Tralli fez a câmera dar um giro pelas amplas salas, em região nobre de São Paulo, agora vazias, que abrigavam o escritório de Beatriz. Tudo desmontado a toque de caixa, sumariamente, sem hesitação. Engraçado… Pensei comigo: é um modelo de negócio chegando ao fim. Qual negócio? Ora, as delações premiadas que ali se celebravam. Pensei em Júlio Camargo. Se ele receber um prêmio, premiar-se-á necessariamente também a mentira. Afinal, ou mentia antes, ao tempo em que, segundo diz sua defensora, tinha medo de Cunha, ou mente agora, quando não tem mais medo — não de Cunha ao menos…
Antonio Fernando de Souza, o procurador-geral da República da primeira fase do mensalão e hoje advogado de Cunha, foi duro com a entrevista. Chamou-a de “coisa montada”. E, contestando Beatriz, disse ter a certeza de que não existe prova nenhuma que ligue seu cliente a irregularidades. Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI, afirmou que a convocação foi suprapartidária.
Os advogados conhecem o que penso — só neste blog, há nove anos. Jamais condescendi, e assim é desde que entrei na profissão, com qualquer agressão ao direito de defesa, pouco importando a ideologia do acusado ou do réu ou sua condição econômica — pedreiro ou empreiteiro. Esse ou aquele reclamam. Não posso fazer nada. Como já disse, eu não combato os petralhas só porque eles são eles. Eu combato também os seus métodos. Defendo as prerrogativas de Beatriz e de qualquer outro defensor.
Mas não dá para silenciar diante de uma entrevista que vai bem além das raias do absurdo. Eu continuo querendo saber por que doutora Beatriz Catta Preta deixou os clientes e abandonou a advocacia. Eu quero agora saber a quem, segundo entendi, ela estava enviando o recado, dizendo que não vai fugir. Eu quero saber se, dada a primeira versão de Camargo, que ela agora diz ser falsa, ele mentia para ela ou os dois mentiam para o Ministério Público e para a Justiça.
Texto publicado originalmente às 5h14
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 31/07/2015 04:44
Planalto divulga notícia falsa sobre defesa de governadores da manutenção do mandato de Dilma
Às 23h23 da noite passada, a Presidência da República divulgou em seu blog uma ótima notícia para a inquilina do Palácio do Planalto:
“Os governadores das cinco regiões do país, que estiveram reunidos com a presidenta Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (30), em Brasília, fizeram uma defesa clara da democracia, do Estado de Direito e da manutenção do mandato legítimo da presidenta Dilma e dos eleitos em 2014. Na ocasião, os representantes dos 27 Estados brasileiros deixaram clara sua posição de unidade em favor da estabilidade política do país.”
Quem lê o texto fica com a impressão de que Dilma arrancara dos governadores que se reuniram com ela no Palácio da Alvorada, inclusive os de oposição, uma manifestação unânime contra o impeachment. O único problema é que essa notícia é falsa. A posição dos governadores sobre a higidez do mandato de Dilma não é unânime. E o tema não foi debatido no encontro dos executivos estaduais com a presidente.
A falsa notícia veiculada no blog do Planalto realça uma declaração feita pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em entrevista coletiva concedida após a reunião.
“Existe uma preocupação conjunta, em primeiro lugar, com a agenda política”, disse Dino. “Primeiro, a defesa clara e inequívoca da estabilidade institucional, da ordem democrática, do Estado de Direito e contra qualquer tipo de interrupção das regras constitucionais vigentes. Portanto, defendemos a manutenção do mandato legítimo da presidenta Dilma Rousseff.”
Dino tinha ao seu lado, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e outros quatro governdores: o paraibano Ricardo Coutinho (PSB), o goiano Marconi Perillo (PSDB), o catarinense Raimundo Colombo (PSD) e o paulista Geraldo Alckmin (PSDB). Incomodado, Alckmin desdisse Dino. Negou a suposta “preocupação conjunta” dos governadores com a permanência de Dilma na poltrona. O problema é que a negativa foi omitida no texto do Planalto.
Eis o que o governador tucano de São Paulo declarou e o blog do Planalto não registrou: “Isso não foi tema da reunião nem está em discussão. Não há nenhuma discussão em relação a isso [o mandato da presidente]. Nós defendemos o quê? Investigação, investigação, investigação e cumprir a Constituição. Nosso dever é cumprir a Constituição.”
Em vez de registrar a posição de Alckmin sobre o mandato presidencial, a pseudonotícia da Presidência mencionou-o noutro contexto: “Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, destacou a posição favorável dos governadores em relação a um dos principais temas discutidos no encontro com a presidenta: a unificação em 4% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).”
Nesse ponto, o texto desinforma os leitores. A alteração do ICMS foi debatida na reunião. Mas não foi “um dos principais temas”. E não houve uma posição consensual dos governadores. A simpatia de Alckmin pela mudança não é endossada nem mesmo por companheiros de partido, como o goiano Marconi Perillo.
Ausente no debate do Alvorada, o tema do impeachment havia surgido numa reunião prévia. Sem a presença dos tucanos, que se encontraram na representação do governo do Paraná, os demais governadores debateram, num hotel próximo do Alvorada, os temas que tratariam com Dilma. Ali, Flávio Dino tentara convencer os colegas a divulgar uma manifestação conjunta contra o impeachment. Foi contestado pelo governado de Mato Grosso, Pedro Taques.
Em processo de rompimento com o PDT, Taques disse que não havia apenas governistas na sala. Recordou que passara pelo Senado como um senador “independente”. E declarou manter a mesmo posição como governador. Acrescentou: “do mesmo modo que não nos cabe discutir a Lava Jato, um caso da polícia, do Ministério Público e da Justiça, não seria adequado tratarmos de impeachment. Isso é uma pauta para a Câmara dos Deputados.” O assunto morreu.
Durante a reunião com Dilma, nem mesmo o apologista Dino se animou a mencionar o tema, só ressuscitado na entrevista coletiva que a notícia do Planalto falseou. Dilma ainda tentou empinar o tema por meio de indiretas. Como no trecho do seu discurso em que ela fez questão de recordar que seu mandato vai até 2018:
“Nós fomos eleitos na última maior mobilização democrática do país, que são as eleições. E, nessas eleições, nós assumimos compromissos perante o país e perante os nossos eleitores. E esses compromissos, expressos no plano de governo, eles dão um quadro que é o quadro que nós temos de desenvolver com todas ações, iniciativas, projetos. Enfim, realizando esse compromissos no horizonte, […] ao longo do nosso período de governo de quatro anos, portanto, até 2018.”

NO O ANTAGONISTA
Brasil 31.07.15 05:40 Comentários (71)
A cafajestada a que se submeteram os governadores tucanos, ontem à tarde, rendeu a Dilma Rousseff uma falsa manchete. Quem relata o caso é Josias de Souza:
"Às 23h23 da noite passada, a Presidência da República divulgou em seu blog uma ótima notícia para a inquilina do Palácio do Planalto:
Os governadores das cinco regiões do país, que estiveram reunidos com a presidenta Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (30), em Brasília, fizeram uma defesa clara da democracia, do Estado de Direito e da manutenção do mandato legítimo da presidenta Dilma e dos eleitos em 2014....ver mais
Brasil 31.07.15 04:10 Comentários (14)
O New York Times associou-se à conspiração internacional contra o Rio de Janeiro. O jornal de hoje reproduziu a reportagem da Associated Press sobre as águas cristalinas da Baía de Guanabara, com o título:
"Esgoto nas águas do Rio representa perigo".ver mais
Brasil 31.07.15 03:45 Comentários (10)
Os criminosos ligados a José Dirceu continuam a usar Mônica Bergamo para mandar recados ao PT.
Hoje ela publicou: “Renato Duque demonstrava nesta semana que, se chegar a um acordo com o Ministério Público para fazer delação premiada, poderá envolver novos nomes nos depoimentos que prestará à Justiça”....ver mais
Brasil 31.07.15 03:44 Comentários (7)
É hoje? Jura? José Dirceu finalmente será preso? ver mais
Brasil 31.07.15 03:40 Comentários (10)
Eduardo Cunha, segundo a Folha de S. Paulo, decidiu que “a presidência da CPI do BNDES deverá ficar com o PMDB. A dos fundos de pensão, considerada a mais explosiva, será ofertada ao DEM, com um peemedebista na relatoria. O PSDB comandará a investigação de crimes cibernéticos”....ver mais
Brasil 31.07.15 03:33 Comentários (7)
Dilma Rousseff está jogando pesado contra o TCU. Todos os dias alguém assopra uma denúncia contra algum ministro “indeciso”.
Aroldo Cedraz, que pode dar o voto de minerva sobre as contas do governo, já estava enrolado com as traficâncias de seu filho. Agora, a Folha de S. Paulo publica uma reportagem sobre seu cunhado, que é acusado de ter desviado dinheiro de uma ONG da região do Sisal, na Bahia....ver mais
Brasil 31.07.15 03:31 Comentários (4)
Folha de S. Paulo: “De um governador desanimado com a reunião com Dilma: ‘Foi tão genérica que parecia o programa Porta da Esperança, com cada um pedindo alguma coisa’.
Quem é esse governador covarde que tem medo de revelar o próprio nome? O que ele esperava de Dilma Rousseff? Por que ele foi à reunião? ver mais
Brasil 30.07.15 22:35 Comentários (3)
Mário Goes disse que a empreiteira OAS, em nome do consórcio que levou a licitação do Centro de Pesquisas da Petrobras, pagava propina por meio da corretora Advalor.
O contrato, fechado inicialmente por 850 milhões de reais, saiu por 1,8 bilhão de reais. Pedro Barusco já havia delatado que 2% do valor do contrato consistia em bola. Metade dela para o PT.
Leozinho, Leozinho, o bicho está pegando.
Mundo 30.07.15 22:18 Comentários (14)
Enquanto um programa gravava a volta ao mar de Mick Fanning, atacado pelo "suposto tubarão" do UOL, o surfista avistou a barbatana de outro "suposto tubarão" e caiu fora num jet ski.
É nisso que dá ter mar limpo. Ainda bem que o Rio não tem esse problema.
Brasil 30.07.15 21:42 Comentários (45)
A defesa de Julio Camargo entregou à Justiça um documento afirmando que a CPI da Petrobras vem tentando “desmoralizar a Lava Jato”. Segundo os advogados, a “lógica de gangue continua vigorando: intimidação e corrupção”.
Eles reclamam da convocação de familiares de colaboradores das investigações e pedidos de quebra de seus sigilos bancários e fiscais, “além de medidas de coação contra delegados e advogados”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA