DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
17 DE JULHO DE 2015
A Procuradoria da República no Distrito Federal confirmou ontem que investiga o ex-presidente Lula por tráfico de influência em financiamentos do BNDES à empreiteira Odebrecht no exterior. É considerado “crime perfeito”: os financiamentos do BNDES de obras no exterior, em geral países sem órgãos de controle, tinham longos prazos de carência (em média 25 anos), sem licitação, contratos “secretos” protegidos por sigilo fiscal, e eram “legalizados” por acordos bilaterais.
As operações do BNDES com outros governos não passaram pelos órgãos de controle brasileiros (TCU, Ministério Público, etc).
Obras financiadas pelo BNDES, em sua maioria feitas pela Odebrecht, também não passaram pelos órgãos brasileiros de fiscalização.
Apesar de o MPF investigar o tráfico de influência de Lula na República Dominicana e Cuba, estão na África os contratos mais elevados.
Ainda como presidente, Lula garantiu dinheiro do BNDES à Odebrecht em Angola (R$ 1,6 bilhão) e República Dominicana (R$ 833 milhões).
Convênio entre a Prefeitura de Felipe Guerra (RN) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) virou dor de cabeça no Planalto: uma máquina da autarquia foi usada para perfurar um poço onde mora o secretário municipal do Esporte, Brunno Gurgel, através de acordo entre a prefeitura e o coordenador do Dnocs, José Eduardo Alves Wanderley, sobrinho do ministro Henrique Alves (Turismo).
Apesar do Dnocs ser do Ministério da Integração, do pepista Gilberto Occhi, lá é Alves quem apita. Até garantiria a boquinha para o sobrinho.
Michel Temer tentou acordo com PP e Alves: a sigla indica a diretoria do Dnocs e Alves a presidência. Agora, o acordo subiu no telhado.
Em janeiro, na Operação Itaretama, a PF deu uma batida na casa de José Eduardo. A polícia suspeita de desvio em obras do Dnocs.
Para parlamentares, a Polícia Federal intensificará em agosto, após o recesso, o cerco aos políticos enrolados na Operação Lava Jato. O medo no Congresso é tão grande que alguns deputados e senadores estão destruindo até arquivos de celulares e computadores.
O filme de Lula está tão queimado no Rio de Janeiro que o apoio dele faria com que qualquer candidato a prefeito perdesse quase metade (49,2%) dos votos, segundo levantamento do Instituto Paraná.
A mesma pesquisa aponta que o apoio da presidente Dilma Rousseff sepultaria qualquer candidatura à prefeitura carioca: dois terços (66,3%) dos potenciais votos seriam perdidos após o apoio.
O vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana, se reuniu com representantes do Uber. Para ele, o governador Rodrigo Rollemberg está inclinado a vetar o projeto que proíbe o uso do aplicativo no DF.
A TV Cultura vem sendo negligenciada pelo governo de São Paulo. Com redução de 30% no orçamento, a emissora sofrerá ainda mais cortes: 53 funcionários devem ser demitidos nos próximos dias.
O senador Roberto Rocha (PSB-MA) contestará o circo do ministro Gilberto Kassab, que anunciou a construção de 160 mil casa populares. O Minha Casa, Minha Vida “não passa de lenda no Estado”, diz Rocha.
Em reunião com cúpula do PDT, Calos Lupi, presidente da sigla, bateu o martelo em dois pontos: o PDT fica no governo e o ministro Manoel Dias (Trabalho) sai. A bancada da Câmara deve escolher o substituto.
A oposição na Câmara “soltou fogos” com a notícia que o MPF está no calcanhar de Lula apurando suposto tráfico de influência do petista. Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse não ter ‘a menor dúvida’ da falcatrua e mandou: a dúvida é se foi durante ou só depois de deixar o governo.
Se o Congresso pode ser revistado pela PF, os palácios do Planalto e da Alvorada também podem ser alvo de busca e apreensão?

NO DIÁRIO DO PODER
PIZZA CONFIRMADA
CPI DO HSBC CANCELA QUEBRAS DE SIGILO JÁ AUTORIZADAS
STF HAVIA AUTORIZADO QUEBRAS, MAS CPI SIMPLESMENTE MUDOU DE IDEIA
Publicado: 16 de julho de 2015 às 19:42
Um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) manter a quebra de sigilo de contas secretas, a CPI do HSBC no Senado mudou de ideia e cancelou qualquer investigação sobre os dados bancários e fiscais de seis pessoas. Assim, a CPI do HSBC virtualmente trancou a apuração sobre os US$ 7 bilhões depositados em 5.549 contas suspeitas de 8.667 mil brasileiros flagrados com depósitos não declarados na agência suíça do HSBC em Genebra. "A CPI morreu hoje", acusou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), sem esconder a irritação, ao ver todos os seus requerimentos de quebra derrotados sucessivamente por 7 votos a 1. "Pensei que, depois da Copa do Mundo, nunca mais veria um 7 a 1.
O forno da pizza começou a esquentar com a reversão da quebra de sigilo de Paula Queiroz Frota, que, junto com Lenise e Yolanda Queiroz, tinha em 2007 um saldo de US$ 83,9 milhões na conta 5490 CE aberta em 1989 no HSBC de Genebra. O pedido para reverter a decisão foi do senador Paulo Bauer (PSDB-SC). O Supremo Tribunal Federal já tinha rejeitado mandado de segurança do empresário Jacks Rabinovich, ex-dirigente do Grupo Vicunha, que teve seu sigilo quebrado no final de junho. A CPI se sentiu agredida pela resposta seca do empresário, recusando-se a dar qualquer informação sobre os US$ 228,9 milhões registrados no SwissLeaks em 2007, sob o argumento de que "a prova da CPI (a lista do HSBC) não é lícita". Até o relator, senador Ricardo Ferraço, sentiu-se atingido: "Precisamos elevar o tom e afirmar a autoridade da CPI", disse Ferraço.

CUNHA E RENAN NA CORDA BAMBA
Por Carlos Chagas
A política não vive de boatos, apesar deles causarem prejuízos. Mas não há que confundi-los com rumores. Estes ocupam lugar superior na escala das previsões. O rumor em Brasília é de que Eduardo Cunha e Renan Calheiros serão denunciados, de hoje até a próxima semana, junto ao Supremo Tribunal Federal, como envolvidos na Operação Lava Jato.
Não apenas os presidentes da Câmara e do Senado terão abaladas suas imagens, pois junto com eles deverão balançar as estruturas do Legislativo. Torna-se necessário saber de que estariam sendo acusados. Por enquanto as possíveis acusações constituem boatos, pois todo mundo é inocente até que se lhe prove a culpa. Mas confortáveis não se encontram Cunha e Renan. Talvez por isso tenham redobrado sua ação contrária ao governo, nas discussões e votações de variados projetos.
No Congresso, amplia-se o sentimento de hostilidade frente ao palácio do Planalto. Está generalizada a impressão de haver o dedo do governo nas iniciativas do Procurador-Geral da República e da Polícia Federal. Ainda mais depois da invasão da casa e dos escritórios do senador Fernando Collor e outros parlamentares, com o sequestro de alguns de seus bens.
Precavendo-se, Eduardo Cunha declarou ontem que sua residência sempre teve as portas abertas, desejando, apenas, que os policiais não cheguem antes das seis horas da manhã, quando ele costuma acordar.
Há tensão crescente na Praça dos Três Poderes, já que o início do recesso parlamentar não coincide com uma atmosfera de tranquilidade. Pelo contrário, se confirmados os rumores da denúncia contra os dois comandantes do Legislativo, não haverá desmentido capaz de desfazer a impressão da presença do Executivo na operação. O corolário será, senão apoio, ao menos indiferença diante de eventuais pedidos de impeachment que oposicionistas mais intransigentes apresentarão a partir de agosto.
FRACASSO NO ÚLTIMO ATO
Não poderia ter sido mais ridículo o último ato da reforma política, na Câmara. De todas as propostas que foram saindo pelo ralo, a mais importante era acabar com o princípio da reeleição, ampliando-se de quatro para cinco anos o mandato dos presidentes da República, governadores e prefeitos, além de deputados e vereadores. Como a alteração envolvia a redução dos períodos dos senadores, de oito para cinco anos, era de se prever a reação maciça do Senado, prevista para o próximo mês. Para evitar o choque entre as duas casas do Congresso, a solução foi deixar tudo como está, ou seja, os mandatos continuarão de quatro anos, exceção dos senadores, que continuarão com oito. Espera-se que a única reforma que sobrou, o fim da reeleição, não venha também a naufragar.

NO BLOG DO CORONEL
QUINTA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2015
Não há surpresa na delação premiada de Júlio Camargo, que afirma que pagou U$5 milhões para Eduardo Cunha. Nem tampouco no fato do delator dizer que temia pela vida de alguém da sua família, se denunciasse o presidente da Câmara. No baixo clero da Câmara, talvez baixo nível seja o termo mais correto para identificar aquelas duas centenas de deputados capazes de qualquer coisa por dinheiro, esta era a imagem de Cunha. Seus adversários o temiam. E temiam muito. Temiam um adversário capaz de tudo. Agora o temem muito mais, em função do cargo em que está investido. Seus aliados sentem-se como que protegidos por uma milícia. Eduardo Cunha é o que se pode chamar de barra pesada. Portanto, chegamos a situação ideal. Eduardo Cunha vai fazer de tudo e tudo para ele é tudo mesmo para destruir o governo do PT. Do outro lado, a reação não será menor, porque sabemos com quem estamos tratando. Cabe à Oposição jogar entre estas duas forças para obter o maior espaço possível para investigar a corrupção que chega aos pés de Dilma e à bunda do Lula. Eduardo Cunha é péssimo para o Brasil. Eduardo Cunha é ótimo para o Brasil. Que a Oposição saiba tirar proveito disso.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 22:31:00

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
17/07/2015 às 6:03
Sei o quanto fui e sou criticado, desde sempre, por não tratar Rodrigo Janot e Sérgio Moro como heróis. Aqui e ali me advertem sobre difamadores profissionais. Aliás, dispensem-se. Não os leio nem me interessam. De verdade! Podem tirar a calça pela cabeça. O que tenho afirmado aqui desde sempre? Que, dada a toada, a versão que se vai consolidar sobre o petrolão é a de que empreiteiros malvados se juntaram com parlamentares safados — a esmagadora maioria de segunda linha — e funcionários corruptos da Petrobras para assaltar o país. O fato de José Dirceu e João Vaccari Neto estarem entre os investigados não muda nada.
E, no entanto, tenho perguntado aqui: foi isso o que aconteceu? Cadê o Poder Executivo nessa história, senhor Janot? Cadê o governo federal, Moro? Devo mesmo acreditar, dados os inquéritos, que era o PP quem decidia os destinos da Petrobras e comandava o assalto à estatal e ao Estado de Direito?
No dia 8 de março, logo depois de divulgada a lista de Janot, escrevi aqui um post cujo título era este: “OPERAÇÃO LAVA-DILMA – Planalto ajudou a ‘pensar’ a Lista de Janot. Zavascki carimba o ‘nada consta contra a presidente’. Cunha e Renan reagem. Ou ainda — Silvio Santos pergunta sobre a relação Janot-Cardozo: ‘É namoro ou amizade?’ A plateia decide”
Eu me referia, obviamente, ao encontro entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o procurador-geral da República — um encontro fora da agenda — que antecedeu a divulgação da tal lista.
Eu reproduzo um trecho daquele texto:
“Voltem à lista. Aquela penca de pepistas lá citados é irrelevante porque pepistas são irrelevantes. Ponto. No PT, Gleisi Hoffmann e Humberto Costa têm alguma importância — ele é líder da bancada no Senado —, mas ninguém ateará fogo às vestes pela dupla. Já o PMDB… Pois é: Janot encontrou, até agora, apenas sete peemedebistas que estariam enrolados no caso: um é presidente da Câmara, e o outro, do Senado. O PT comanda a República há 12 anos, aparelha até batizado e velório, e o petista mais graduado a ser investigado, por enquanto, é… Humberto Costa!”
Reproduzo outro:
“Convenham: o que se tem até aqui da ‘Operação Lava-Dilma’ já é uma enormidade, não? Reparem, meus caros: até agora, o petrolão não tem um centro político. Até agora, neste Oscar de Roteiro Adaptado, empresários maus e cúpidos se reúnem para subornar servidores pervertidos, que repassavam (depois de tirar o seu) o dinheiro para um bando de parlamentares, a maioria do…PP!!!”
Quem acredita nessa patacoada?
Seja no caso do petrolão, seja no caso das pedaladas fiscais, o que se nota é uma clara determinação da Procuradoria-Geral da República de preservar a presidente. Janot sabe muito bem, porque se trata de jurisprudência do Supremo, que se pode, sim, abrir ao menos um inquérito para investigar eventuais ações irregulares da mandatária. Mas quê… Há mais: e o pedido encaminhado pela oposição, com base no Artigo 359 do Código Penal, para que se apure a lambança contábil do governo? De quanto tempo ele precisa para dizer “sim” ou “não”?
Os desdobramentos estão aí. Ora, tenham a santa paciência! Depois de tudo o que sabemos da Operação Lava Jato; depois de tudo o que sabemos sobre a Petrobras; depois de tudo o que sabemos sobre o aparelhamento do Estado, que seja o Palácio do Planalto a comemorar o andamento da investigação e os desdobramentos desta quarta e quinta, eis o mais dileto fruto da Operação Lava Jato, comandada por Rodrigo Janot e Sérgio Moro.
É tudo lamentável para o país, sim. Mas eu estava certo, e os que me atacaram, nesse particular ao menos, errados. Eu sempre achei, dados os pressupostos, que a Operação Lava Jato chegaria aqui. E chegou: a cúpula do Legislativo contra a parede e o Poder Executivo sem ter de responder a nada.
Janot está de parabéns! Não é qualquer um que conseguiria realizar esse trabalho, do agrado do Planalto, e ainda posar de herói da resistência. Aqui não. Aqui não será.
Por Reinaldo Azevedo

17/07/2015 às 7:09
Na segunda, entrevistamos Eduardo Cunha no programa “Os Pingos nos Is”, que ancoro na Jovem Pan. Ao microfone e longe dele, deixou claro que estava à espera de, vamos dizer, um evento sensacional contra ele. Já sabia que Júlio Camargo, da Toyo Setal, que havia negado que lhe tivesse repassado propina, teria decidido mudar a versão. Em nota, o deputado atribuiu a mudança à pressão exercida pela Procuradoria Geral da República. E personalizou a autoria: para ele, foi coisa de Rodrigo Janot, sob os auspícios do Planalto. Por isso, o deputado deve anunciar nesta sexta (17) o seu rompimento com o governo.
Depois que a acusação de Camargo veio a público, ele se encontrou com Michel Temer, vice-presidente da República e presidente do PMDB, e com Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado — também ele alvo de uma acusação feita por Paulo Roberto Costa na segunda, igualmente em depoimento a Sérgio Moro. Renan, que tem andado às turras com o Planalto — embora com uma agenda diferente da de Cunha —, afirmou que o país vive uma crise institucional.
Dilma fica mais longe ou mais perto do impeachment?, querem saber alguns. É evidente que fica mais longe. Ainda que, vá lá, possamos imaginar que seria maior hoje a disposição subjetiva de Cunha de fazer andar uma denúncia contra a presidente, é preciso convir que uma acusação como a que foi feita tende a assustar os aliados menos convictos do presidente da Câmara.
Mais: com pesadas acusações contra os respectivos presidentes das duas Casas, o Parlamento se afigura um lugar menos sóbrio e confiável como âncora da estabilidade em caso de uma crise mais aguda. Dado o particularíssimo equilíbrio entre os Poderes no Brasil, sempre que o Parlamento se fragiliza, o Executivo sai fortalecido.
A questão relevante hoje, no entanto, é esta: “fortalecido” para quê? Como o próprio Cunha indagou na segunda, aos “Pingos”, qual é a agenda de Dilma para os próximos três anos e meio? Ninguém sabe. Nem ela. Nem o PT. Fortalece-se, aos menos temporariamente, uma presidente para nada.
As bombas estouram num momento em que não está concluída nem mesmo a votação de todas as medidas do chamado ajuste fiscal. Se Cunha pode perder, vamos dizer assim, soldados menos convictos, isso não quer dizer, no entanto, que Dilma terá tranquilidade para governar. Pode até se sentir um pouco mais firme no cargo. Mas como é que ela volta ao comando? Essa resposta ainda não existe.
O governo já pode dar como certa a instalação das CPIs do BNDES e dos fundos de pensão. Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil, citado na delação de Ricardo Pessoa como destinatário de uma doação ilegal de R$250 mil, em dinheiro vivo, deve ser chamado a depor na CPI da Petrobras. Edinho Silva é outro que voltou a frequentar a lista de intenções de muita gente. Segundo Pessoa, o agora ministro da Comunicação Social lhe pediu contribuição de campanha lembrando os muitos contratos que mantinha com a Petrobras.
Dilma pode se sentir um pouco mais segura quanto ao risco de ter de afastar, mas a governança, meus caros, vai piorar. Exceção feita aos petistas e às esquerdas, que estão vibrando, os parlamentares acham que estão se transformando no bode expiatório, “enquanto ela faz de conta que não tem nada com isso”, me disse um deputado que não é do PMDB. “Ela”, evidentemente, é Dilma.
Ou por outra: Dilma pode se sentir um pouquinho mais segura no cargo, mas a governabilidade vai degenerar. Ainda que Cunha venha a perder alguns soldados, permanece forte o bastante. A presidente tem mais três anos e meio de mandato sem agenda. Salvo um contratempo que os obrigue a renunciar ao cargo — os respectivos presidentes da Câmara e do Senado têm um ano e meio pela frente no comando das duas Casas.
Para arremate dos males, é evidente que o trabalho de coordenação política de Michel Temer, que também preside o PMDB, será bastante prejudicado. Duas das principais figuras do partido, que exercem liderança inequívoca entre os pares, veem o dedo do Planalto nas acusações. A situação ficou bem mais tensa.
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Cunha, em cadeia e da cadeia
Brasil 16.07.15 21:55
Amanhã à noite, Eduardo Cunha fará um pronunciamento em cadeia nacional.
O seu próximo pronunciamento poderá ser feito de uma cadeia federal.
A Petrobras e o Carf
Brasil 16.07.15 23:09
A Petrobras perdeu um processo que tramitava desde 2012 no Carf, da Receita Federal. Terá que pagar 1,6 bilhão de reais de IOF em transações da companhia com suas controladas no exterior no ano de 2008. Segundo O Globo, 1,2 bilhão foi pago à vista.
Acabou, Dilma
Brasil 17.07.15 03:07
Eduardo Cunha, nesta madrugada, avisou seus comparsas que hoje o PMDB vai formalizar o rompimento com Dilma Rousseff.
Se isso se confirmar, o governo é minoria no Congresso Nacional.
Acabou.
O beijo roubado
Não haverá trégua
Brasil 17.07.15 03:38
Eduardo Cunha disse a Época:
“Não há mais volta. A partir de hoje, minhas relações com o governo estão rompidas. Janot está claramente agindo em conluio com Dilma e o PT. Alguém precisa dizer basta! É um movimento político para acuar o Congresso".
E completou:
“Se Dilma e o governo me querem como inimigo, conseguiram. Não haverá mais trégua. Não serei intimidado”.
A Lava Jato no rastro de Eduardo Cunha
Brasil 17.07.15 06:39
A Lava Jato pretende chegar aos 5 milhões de dólares de propina a Eduardo Cunha rastreando as contas secretas de Fernando Baiano.
O Estadão, hoje, reproduz alguns documentos que revelam o caminho do dinheiro.
Julio Camargo, o lobista que denunciou Eduardo Cunha, pagou 30 milhões de dólares de propina por dois contratos de navios-sonda da Petrobras.
Uma parte desse dinheiro foi depositada numa offshore de Fernando Baiano, a Three Lions Energy:

Da offshore de Fernando Baiano, a propina seguiu para uma offshore de Nestor Cerveró, a Russel Advisors, aberta no Panamá:
A Lava Jato acredita que a propina que Julio Camargo repassou a Eduardo Cunha, um pagamento por aqueles mesmos contratos de navios-sonda, usou exatamente o mesmo esquema.
Leozinho, o Super Ministro da Infraestrutura
Brasil 17.07.15 07:16
“Dilminha ganhou!!!!!”
Foi a frase de Leo Pinheiro, um dos donos da OAS, quando anunciaram a vitória de Dilma Rousseff contra Aécio Neves.
A mensagem consta do inquérito da Lava Jato e foi reproduzida pela Folha de S. Paulo.
Leo Pinheiro acompanhou a campanha dentro do PT. Num determinado momento, ele escreveu:
“8 na frente subindo. Me informou agora o Gov. JW”.
JW, ou Jaques Wagner, repassava todos os boletins eleitorais à OAS. Numa de suas mensagens, ele agradeceu o empenho de Leo Pinheiro:
“Você merece e contribuiu para isto”.
Contribuiu, sim. De muitas maneiras. Ele até pagou as viagens do Brahma. Até reformou a fazenda do Brahma. Até financiou o Instituto Brahma.
A troca de mensagens mais reveladora ocorreu na véspera da vitória de Dilma Rousseff. Um amigo de Leo Pinheiro escreveu-lhe:
"Mais do que nunca Super Ministro da Infraestrutura, Leozinho".
O empreiteiro respondeu:
"rsrsrsrs".
A guerrilha virtual de Leozinho: rsrsrsrsrs

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 16/07/2015 18:45
Noutros tempos, era difícil distinguir o que é legítimo do que não é em matéria de lobby. Lula tornou esse debate desnecessário. Fora da presidência, passou a atuar como um político de negócios. Fez isso às claras, aproveitando as cascas, sem esquecer das gemas.
Lula passou a voar em jatinho de empreiteita com a naturalidade de quem toma um táxi ou um ônibus na esquina. Voou para o estrangeiro nas asas da Odebrecht. Participou de conversas que desaguaram em negócios. Alguns deles financiados pelo bom e velho BNDES.
As empreitadas internacionais de Lula já haviam frequentado as manchetes. Mas o ex-soberano sempre deu de ombros. Dizia orgulhar-se de vender o Brasil no exterior. Resultado: o morubixaba do PT tornou-se protagonista de um inquérito da Procuradoria da República. Será investigado por suspeita de tráfico de influência.
Dessa vez, Lula não poderá dizer apenas “eu não sabia”. A empáfia enfiou-o dentro de um inquérito. Para sair dele, talvez tenha de explicar porque desperdiça pedaços de sua ex-presidência com palestras ocultas e encontros esquisitos.

Josias de Souza - 17/07/2015 04:23
Ameaçado de implosão pelos desdobramentos da Operação Lava jato, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu dobrar a aposta. Ele sinaliza para os seus aliados que está estocando dinamite. “Eu vou explodir o governo”, declara em privado o presidente da Câmara. Terceira autoridade na linha de sucessão, Cunha imaginava-se portador de um destino. Começa a perceber que virou uma fatalidade. E não parece disposto a ruir sozinho.
Alvejado pelo depoimento do delator Júlio Camargo, um consultor que o acusa de ter cobrado propina de US$ 5 milhões num contrato de navios-sonda da Petrobras, Cunha ergueu um universo paralelo para lhe servir de refúgio. Nesse universo particular, Cunha é vítima de um complô urdido pelo governo e pela Procuradoria da República para fazer de um deputado modelo um político desonesto.
Dias atrás, em conversa com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), Cunha acusou-o de tramar com o procurador-geral da República Rodrigo Janot para prejudicá-lo. Alheio às negativas do interlocutor, Cunha ameaçou converter a rotina do governo na Câmara num inferno. Noutro encontro, tratou do impeachment de Dilma com o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ).
Também investigado na Lava Jato, o deputado Lira queria saber se um pedido de impeachment de Dilma passaria pela comissão que dirige. Cunha explicou que o rito de tramitação de um processo de afastamento de presidente da República não passa pela CCJ. E revelou como planeja agir: em vez de tomar decisões solitárias, submeterá a encrenca à deliberação do plenário da Câmara.
Ao inquirir Júlio Camargo em Curitiba, o juiz Sérgio Moro quis saber por que ele não mencionara antes o enredo que envolve Eduardo Cunha. O delator explicou que, ao depor para a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, fora informado de que acusados com foro privilegiado não deveriam ser citados senão em Brasília. Esclareceu que, convocado pelo Ministério Público Federal, na Capital, contou sobre a propina de Cunha. Disse, de resto, que silenciara antes por receio de que Cunha prejudicasse seus familiares.
Noutro trecho do depoimento, cuja íntegra pode ser assistida aqui, o advogado Nélio Machado, a serviço de Cunha, insinuou que Júlio Camargo mentia. E perguntou se ele havia citado o deputado nos depoimentos prestados em Brasília. O delator refutou a pecha de mentiroso e respondeu afirmativamente. Disse que levara Cunha ao ventilador em dois depoimentos à Procuradoria-Geral da República — o primeiro deles há cerca de três meses.
Cunha arma emboscadas para Dilma na volta das férias do Legislativo, em agosto. Age em combinação com o presidente do Senado, Renan Calheiros, outro investigado da Lava Jato que busca refúgio atrás da tese do sítio do Planalto e da Procuradoria ao Congresso. A dupla trama inaugura CPIs sobre Fundos de Pensão e BNDES nas duas Casas. As comissões do Senado já foram encaminhadas.
Com a bússula quebrada, o Planalto avaliara que o avanço da Lava Jato sobre os investigados com mandato levaria a um recuo de Cunha e Renan. Deu-se, porém, o oposto. Na definição de um cacique do PMDB, os presidentes da Câmara e do Senado comportam-se como “camicases” — uma referência aos pilotos da força aérea japonesa que realizavam ataques suicidas contra armadas inimigas.
Suprema ironia: com o mandato sob questionamento, Dilma tem como principais opositores dois expoentes do PMDB do vice-presidente Michel Temer. A oposição, por ora, joga parada, observando o canibalismo da coligação governista.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sexta-feira, 17 de julho de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O presidente do Supremo Tribunal Federal, amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva, pode ser escalado para funcionar como o "fiel da balança" diante de um impasse institucional e de um tsunami político-judicial que pode tirar os mandatos de Dilma Rousseff, Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha. O que pode afetar tal previsão é uma Intervenção Constitucional - possibilidade que ganha cada vez mais adesões a partir de pressões nas redes sociais. O que pode atrapalhar tal jogo de cena é a proximidade do ministro com o desgastado Lula...
A tal "Solução Ricardo Lewandowski" é tratada, abertamente, por lobistas que prestam consultoria a grandes empresas. Eles já enxergam, com seriedade, o alto risco de um "vácuo de poder" diante de uma crise com gravidade nunca antes vista na História do Brasil. No cenário que lobistas profissionais começam a analisar, cuidadosamente, um rolo compressor institucional tem tudo para promover uma dança das cadeiras na cúpula do poder. O que os lobistas ainda resistem em constatar é que a crise brasileira resulta de uma falha estrutural, e não apenas de problemas causados por erros ou desvios políticos, econômicos, éticos e morais.
Mesmo sem a avaliação correta do problema - o que impede encontrar soluções concretas e viáveis para promover as mudanças estruturais que o Brasil precisa -, já fica claro que o impasse tem alto risco de evoluir, no curtíssimo prazo, para uma ruptura. A dúvida é se o processo poderá ou não ser mediado pelos tradicionais conchavos, ou se vai assumir um tom mais radical, de confronto direto na disputa pelos espaços no redesenho da estrutura de poder.
A cúpula de poder entra em claro processo de autofagia. Metaforicamente, a música "Pecado Capital", sucesso de Paulinho da Viola, retrata bem o fenômeno de autodestruição na guerra aberta entre o Executivo e o Legislativo: "Cada um trata de si, irmão desconhece irmão, e aí, dinheiro na mão é vendaval, dinheiro na mão é solução, e solidão". Os ditos "poderosos" começam a enxergar o risco de acabarem sozinhos, na luta egoísta para se manter no topo do comando da republiqueta de Bruzundanga. Neste conflito, pode sobrar para a cúpula do Judiciário, nomeada pelos políticos que se autodestroem. A cúpula militar fica igual ao velho Papagaio verde-oliva da piada: "Não fala nada, mas presta uma atenção"...
A Lava Jato, chegando à cúpula dos que contam com a proteção da cínica interpretação do foro privilegiado, começa a causas estragos inimagináveis, tornando explícita a guerra entre a cúpula oligárquica do Congresso e o comando de um dos mais impopulares e desmoralizados desgovernos da Era Republicana Tupiniquim. A agonia de Dilma Rousseff tende a se ampliar, até derrubá-la, no momento em que seu sustentáculo Luiz Inácio Lula da Silva se transforma, oficialmente, em objeto de um PIC (Procedimento de Investigação Criminal) realizado pela Procuradoria da República no Distrito Federal.
A procuradora federal Mirella Aguiar investiga suposto envolvimento do ex-Presidente em tráfico de influência no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para induzir a instituição a financiar obras da Odebrecht no exterior. Evidências complicam a vida de Lula. O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar acompanhou o ex-presidente em um périplo por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos, em janeiro de 2013.
A Odebrecht teria pago as despesas do voo do ex-presidente, mesmo não sendo uma viagem de trabalho para a empreiteira. No documento do jatinho usado, ficou registrado como "passageiro principal: voo completamente sigiloso". A Odebrecht usou uma de suas parceiras para pagar a despesa: a DAG Construtora, da Bahia.
O Brasil precisa ser lavado a jato. A limpeza está apenas começando, de forma seletiva. Mas a tendência é que se amplie. O mais importante agora, além de identificar e punir culpados, é identificar soluções para impedir que a corrupção institucionalizada continue em vigor. Por isso, mais que pedir saída de dirigentes ou simplesmente cadeia para os poderosos do colarinho branco empresarial e político, é necessário repensar a estrutura republicana.
O momento é agora. Se o Brasil perder a oportunidade histórica de mudança, continuará na vanguarda do atraso, como um imenso País de Terceiro Mundo sempre pronto a funcionar como mera colônia de exploração.
Vai ou não vai?
Ainda é remota a possibilidade de que Marcelo Odebrecht tome a sábia decisão de revelar algo relevante para a Força Tarefa da Lava Jato.
Afetado pela longa temporada preventiva na cadeia (desde 19 de junho), Marcelo deve depor hoje.
A previsão é que o tempo pode esquentar na friorenta Curitiba no primeiro interrogatório oficial do poderoso amigo (e patrocinador) de Lula. 
(...)

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