DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
09 DE JUNHO DE 2015
A área econômica do governo trabalha com a expectativa sinistra de que a crise levará o comércio varejista a demitir quase de 1 milhão de pessoas durante este ano. O governo se prepara para o pior: convulsão social. E não é para menos: dos atuais 7.945.613 dos trabalhadores com carteira assinada no comércio, 12% devem perder seus empregos. Só o setor público emprega mais que o comércio: 9,3 milhões, no total.
Em 2014, o comércio varejista teve o pior desempenho em dez anos, mas a crise nos anos de 2015 e 2016 será ainda mais grave.
Nos primeiros três meses de 2015 já houve 129 mil demissões no comércio. É a maior queda do nível de empregos formais desde 2007.
O governo só se preocupa com a indústria automobilística, mas só o Grupo Pão de Açúcar emprega 160 mil, mais que todas as montadoras juntas.
A crise é devastadora no comércio, em grandes e pequenos centros. No Distrito Federal, já foram fechadas só este ano mais de 2 mil lojas.
O ex-presidente Lula tem desestimulado a corrente petista que pede a destituição do vice-presidente Michel Temer da articulação política. Parte do PT defende que, aprovado o ajuste fiscal, Dilma ressuscite a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e devolva seu comando ao partido. Petistas avaliam que a tal secretaria seria a saída para salvar o PT do vexame nas urnas em 2016. Eles superestimam a SRI.
Aos mais próximos, Lula considera a escolha de Temer para a articulação política o maior acerto de Dilma no segundo mandato.
Lula, que prevê tempos difíceis para o PT em 2016, quer evitar um desgaste com o PMDB, que pode virar a tábua de salvação petista.
O PMDB já deu recados que a vida do governo pode complicar (e muito) se o PT não recuar, a começar pela revisão das desonerações.
Apesar da pompa que deve seguir o anúncio da nova leva de concessões, o clima no governo não é de otimismo. Além da gravidade da crise, o Planalto ainda teme a rebordosa da Lava Jato.
Maior bancada da Câmara dos Deputados, o PMDB é o que mais gastou, ressarcindo despesas de parlamentares: R$ 5,6 milhões, entre janeiro e abril deste ano. No total, a Câmara gastou R$ 46 milhões.
O Supremo Tribunal Federal tende acatar um recurso contra punição por porte de drogas, na prática, descriminalizando o consumo pessoal. Ou seja: é crime vender drogas; comprá-la, financiando o tráfico, não.
Cinco anos após de ter saído da Presidência, Lula custa ao contribuinte (só em gasolina) mais de R$ 11,5 mil. É que seu “assessor”, nomeado na Casa Civil, tem cartão corporativo e passa tudo na conta do Palácio.
Dilma faz pouco para melhorar a relação com o Senado. Aliados se queixam de que não receberam um só telefonema de agradecimento pela aprovação das medidas de ajuste fiscal. Como Aloizio Mercadante (Casa Civil), madame acha que o Senado cumpriu sua obrigação.
O Planalto teme que a “ingratidão” de Dilma atrapalhe a aprovação de outras MPs. O Senado já aprovou três: uma limitou acesso a direitos trabalhistas, uma dificultou pensões e outra aumentou impostos.
A FSB, do Rio, foi a agência de comunicação que mais faturou no País, em 2014 (R$ 201,9 milhões), segundo o Anuário da Comunicação Corporativa 2015. A CDN, de São Paulo, faturou R$ 105,3 milhões.
Advogado do megadoleiro Alberto Youssef, preso pelo envolvimento no Petrolão, Bernardo Figueiredo é um dos únicos “civis” a terem tido acesso a todos os depoimentos no âmbito da Operação Lava Jato.
Com Dilma nas pedaladas, após terceirizar seu governo, e Eduardo Cunha e Renan Calheiros em Moscou, é oficial: a crise está de folga.

NO BLOG DO CORONEL
SEGUNDA-FEIRA, 8 DE JUNHO DE 2015
(Estadão) Londres e Paris - A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista a uma emissora de televisão francesa que vai lutar "até o fim" para mostrar que ela não tem envolvimento com o esquema de desvios na Petrobrás investigado pela Operação Lava Jato. À France 24, Dilma diz que é "impossível" que esteja envolvida nas denúncias e defendeu que o esquema não deve ser tratado como "escândalo da Petrobrás" e, sim, como "escândalo de determinados funcionários da Petrobrás".
Durante a entrevista ao canal de notícias francês, exibida nesta segunda-feira, 8, a presidente foi questionada sobre a hipótese de a investigação chegar à conclusão de que ela sabia ou estava envolvida no esquema. Então, o jornalista francês questiona se, nesse cenário, a presidente estaria disposta a encarar todas as consequências. "Eu não estou ligada. Eu não respondo a essa questão, porque eu não estou ligada. E eu sei que não estou ligada", disse.
"É impossível. Eu lutarei até o fim para mostrar que não estou ligada. Eu sei o que eu faço. Eu tenho uma história por trás de mim nesse sentido. Não é questão de 'se'. Eu não estou ligada", completou.
Dilma disse ainda que há tratamento diferente entre a relação das empresas envolvidas no esquema com o Partido dos Trabalhadores e os demais grupos políticos. Segundo Dilma, "todos as campanhas" feitas no Brasil têm contribuição das companhias citadas. "E por que só a minha foi destacada?", questionou a presidente. "Estão tentando envolver a minha campanha", disse e complementou: "Não existe nenhum indício que o prove. Não só em 2010, mas também em 2014. Todos os candidatos que concorreram comigo receberam dinheiro dessas empresas de forma legal".
A presidente afirmou ainda que pessoas que estão presas por envolvimento no esquema foram demitidas no início de 2012. Dilma fez referência a ex-gestores da Petrobrás, entre eles os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços). Além deles estão envolvidos ainda o ex-diretor Nestor Cerveró (Internacional), preso em Curitiba, e o ex-gerente da diretoria de Serviços Pedro Barusco, um dos delatores do esquema.
"A Petrobrás tem mais de 30 mil empregados e tem cinco envolvidos. O escândalo não é o escândalo da Petrobrás, é de determinados funcionários de alto nível da Petrobrás", afirmou a presidente. Dilma citou que o escândalo diz respeito a funcionários da estatal que se articularam com empresas e partidos para obter vantagens. Esse problema, emendou, não afeta necessariamente todas as empresas, nem todos os partidos ou todos os integrantes dos partidos.
A entrevista foi concedida em razão dos preparativos da reunião de cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizado entre quarta e quinta-feira, em Bruxelas, na Bélgica.
Questionada sobre se "assumiria suas responsabilidades" - uma expressão que em francês equivale a "demitir-se" - caso seja provado seu eventual envolvimento em corrupção. Dilma se mostrou irritada e protestou. "Eu não tenho nada a ver. Eu não respondo a essa questão porque sei que não tenho nada a ver", afirmou.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 18:21:00
(O Globo) Em entrevista sobre o lançamento de consulta pública para colher sugestões da população sobre medidas de prevenção e combate à corrupção, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão, confirmou que não há como impedir a participação de empresas envolvidas na Operação Lava-Jato no plano de concessões que será lançado pelo governo na terça-feira. Estima-se que os valores do plano, que incluirá rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, sejam superiores a R$ 100 bilhões. 
A Operação Lava-Jato, que investiga principalmente corrupção em contratos na Petrobras, levou a CGU a abrir 29 processos de responsabilização contra várias empresas, entre elas as maiores empreiteiras do país. Mas até a conclusão desses processos, com a eventual declaração de inidoneidade das empresas, não é possível impedi-las de firmarem novos contratos com a administração pública.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 18:51:00


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
08/06/2015 às 12:57 \ Direto ao Ponto
Atualizado às 12h55
Antes que vingativos espíritos astecas, maias, olmecas, incas e toltecas voltassem do outro mundo para interromper a sessão de tortura imposta por Dilma Rousseff à história do México, o jornalista do diárioLa Jornada engatou uma segunda e mudou de assunto:
─ Para falar um pouquinho da América Latina, Presidenta. Então, estamos num momento em que poderíamos falar até de um novo eixo político-diplomático, como disseram, falando em música, “mariachi-bossa nova”, podemos falar isso?
─ Pode… ─ concordou a presidente. Na continuação, a entrevistada discordou: ─ Pode falar tequila de um lado e cachaça de outro, a caipirinha. Tequila e caipirinha.
─ Está bem ─ conformou-se o jornalista. ─ Temos um novo…
─ O murritos é de vocês? ─ cortou Dilma.
─ Não, murritos é cubano ─ o jornalista explicou. ─ Nós somos primos-irmãos ─ complicou em seguida.
─ Vocês gostavam muito de murritos ─ encerra o assunto e aumenta a confusão Dilma Rousseff.
“Murritos” só existe no dilmês e na transcrição feita pelo Portal do Planalto. O que se pode encontrar em bares espalhados pelo mundo é o mojito, uma das preferências nacionais dos cubanos.
A continuação da conversa de hospício mostra que Dilma, ao saber que a tequila e o mojito são primos-irmãos, já estava sob efeito dos goles anteriores. Resolveu provar, entre outras maluquices, que a economia argentina vai muito bem e que a Venezuela é uma democracia de dar inveja a qualquer país escandinavo.
Nada disso foi publicado por La Jornada. Os leitores do jornal morrerão sem saber que, para a presidente da República, a aliança entre o Brasil e o México é uma mistura de altíssimo teor alcoólico. É nisso que dá almoçar tão frequentemente com Lula.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
09/06/2015 às 6:39
Como é mesmo o nome do filme de que o governador Fernando Pimentel (PT), de Minas, está sendo protagonista? Lembrei: “O Passado Bate à Porta”. Parece que aquele que já foi considerado um dos petistas graúdos mais hábeis entrou num inferno astral. E ele pode se complicar. Além de ter agora um Bené no meio do caminho — o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, amigão do governador e da sua mulher, Carolina, indiciado por formação de quadrilha e suspeito de ser caixa dois da campanha petista em Minas —, Pimentel vê o Tribunal Superior Eleitoral determinar que o TRE reabra uma investigação no Estado para saber se ele praticou abuso de poder político na eleição de 2014. A decisão é do ministro Gilmar Mendes.
Atenção! Pimentel e seu vice, Antonio Andrade, haviam sido acusados pelo PSDB de se beneficiar da ação do governo federal em Minas. De que modo? A presidente Dilma Rousseff fazia inaugurações ou anunciava programas no Estado e levava junto o candidato Pimentel. Segundo os tucanos, isso aconteceu em pelos menos oito ocasiões, em sete municípios do Estado. O TRE de Minas havia arquivado a denúncia afirmando inexistirem “elementos de prova da alegada correlação entre os programas de governo e pedidos de votos para os pré-candidatos”.
Mendes mandou reabrir o caso afirmando que o tribunal local, “na prática, não cuidou em reconstruir a verdade, como propugna a doutrina mais abalizada, mas sim em simplesmente presumi-la”. Sem entrar no mérito se houve ou não abuso, o ministro indaga qual era a intenção dos pré-candidatos ao participar “como protagonistas de eventos e comemorações” em que houve “maciça distribuição de bens e serviços à população advindos de programas sociais do governo federal”.
Memória
Vamos aqui fazer uma memória rápida. Em 2005, o então senador João Capiberibe, e sua mulher, a deputada Janete Capiberibe, ambos do PSB do Amapá, tiveram seus respectivos mandatos cassados pelo TSE sob a acusação de que haviam comprado dois votos, por R$ 26 cada um. Capiberibe voltou ao Senado em 2011.
Cassio Cunha Lima, hoje senador pelo PSDB da Paraíba, teve seu mandato de governador cassado pelo TSE em 2007, o que só se efetivou em 2009, depois de esgotados todos os recursos, sob a acusação de ter distribuído 35 mil cheques-cidadão em 2006, ano em que disputou a reeleição.
Que coisa, não é? Dilma anunciou o reajuste do Bolsa Família e da tabela do Imposto de Renda em abril de 2014, em pleno ano eleitoral. Querem mais alguns números? Entre 2010 e 2013 — quatro anos —, o governo federal desembolsou R$ 14,7 bilhões com o Fies. Só em 2014, quando Dilma disputou a reeleição, foram R$ 13,75 bilhões. É por isso que o sistema quebrou.
O óbvio
Parece-me evidente que, quando um presidente da República inaugura uma obra num Estado com verba federal, arrastando consigo o seu candidato ao governo do Estado, está fazendo o que lei proíbe: abusando do poder político para favorecer um aliado. E o faz com chapéu alheio, já que o dinheiro é público.
Aliás, está na hora de rever também as ações de Dilma Rousseff nesse particular, não é mesmo? A explosão de gastos do governo federal em programas ditos sociais foi escandalosa. E em ano eleitoral. Não estamos falando dos R$ 4 milhões de Cássio ou dos R$ 52 reais de Capiberibe, mas de muitos bilhões.
Texto publicado originalmente às 5h09
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
O BNDES na Argentina. "É um acordo entre Lula e Cristina"
Economia 08.06.15 16:46
Em 2009, o governo argentino fechou a compra de 20 aviões E-190 da Embraer pela Austral, subsidiária da companhia Aerolíneas Argentinas, por mais de 700 milhões de dólares. O BNDES financiou 85% do negócio.
Como mostrará o BRIO amanhã, antes de o contrato ser assinado, funcionários do governo argentino constataram que havia sobrepreço. Representantes dos pilotos chegaram a procurar o então ministro do Planejamento, para mostrar que havia problemas nas planilhas. Ouviram a seguinte frase como resposta: "É um acordo entre Lula e Cristina".
O intermediário entre Aerolíneas Argentinas, BNDES e Embraer foi Manuel Vásquez, um personagem do kirchnerismo que agiu como "facilitador informal". Depois que o contrato foi assinado, uma testemunha contou que, entre goles de champagne Pommery, a bordo de um jatinho, Vásquez exultava: "Acabamos de fechar o negócio de nossas vidas".
Hoje, o FBI e o Departamento de Justiça americano investigam o caso, visto que os Estados Unidos disputavam o contrato com a Embraer. Além da suspeita de superfaturamento, há também indícios de pagamentos de propinas.
O BNDES no Peru. US$ 1,2 bilhão a mais por uma estrada e os capilés da Camargo Corrêa
Brasil 08.06.15 17:45
Não importa a latitude, o método é igual. O BRIO apurou que, em 2005, a construção da estrada Interoceânica Sul, no Peru, foi estimada em cerca de 800 milhões de dólares. Três anos depois, o valor aumentou para 1,3 bilhão de dólares e, em março de 2015, atingiu 2,2 bilhões de dólares. O orçamento da obra financiada em boa parte pelo BNDES triplicou com as mudanças reiteradas dos contratos. Ao todo, foram 22 aditivos.
Empreiteiras brasileiras venceram as licitações para fazer as obras de três seções da estrada. A Odebrecht, que forma consórcio com as peruanas Graña y Montero y JJ Camet e Ingenieros Civiles y Contratistas, ficou com dois trechos e a Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, do consórcio Intersur, ficaram com um.
Os saltos mais altos ocorreram -- surpresa, surpresa -- nos trechos construídos pelas empreiteiras envolvidas na Lava Jato, financiadas pelo BNDES. Na seção 2, do consórcio liderado pela Odebrecht, o custo aumentou 207%, de 213 milhões de dólares para 612 milhões de dólares. Na seção 3, também a cargo da Odebrecht, o custo inchou em 105%, saindo de 294 milhões de dólares para 602 mihões de dólares. No trecho 4, liderado por Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, o aumento foi de 237% -- de 198 milhões de dólares para 667 milhões de dólares.
O BRIO trará vários documentos sobre essa canalhice. Durante a Operação Castelo de Areia, por exemplo, a Polícia Federal apreendeu na Camargo Corrêa documentos relativos à construção da Interoceânica. Um deles era uma planilha com o título "Previsão de Capilés Tramo IV -- Interoceânica". Segundo os policiais, o total de "capilés" pagos pela Camargo Corrêa no Peru (com dinheiro do BNDES, acrescentamos nós) seria de mais de 6 milhões de dólares.
O BNDES na Venezuela. A reunião entre Chávez, Lula, Dirceu e Emílio Odebrecht
Brasil 08.06.15 18:31
Em Caracas, capital da Venezuela, com dinheiro do BNDES, a Odebrecht toca a linha 5 do metrô, considerada essencial para descongestionar o sistema de transportes da cidade. A obra começou em 2007 e já sofreu dois adiamentos. A inauguração agora está prevista para dezembro de 2018. O custo do quilômetro aumentou 220% em relação ao preço original. Está hoje em 273 milhões de dólares, quase 100 milhões de dólares a mais do que o custo do quilômetro do metrô que ligará a Zona Sul carioca à Barra da Tijuca.
A Odebrecht justifica os atrasos no metrô de Caracas por falta de pagamentos. Em 6 de junho de 2011, Hugo Chávez visitou Dilma Rousseff, em Brasília, e disse que, de fato, ocorreram atrasos nos pagamentos, mas que os trabalhos nunca pararam. O BRIO descobriu que, quatro dias antes, ocorrera uma reunião no Palácio de Miraflores, entre Chávez, Lula e Emílio Odebrecht. José Dirceu também estava presente. Na "reunião de política", segundo a imprensa oficial, o assunto foi, na verdade, como resolver o problema da empreiteira. Combinou-se que o nó seria resolvido por meio da assinatura de um contrato entre a Braskem, subsidiária petroquímica da Odebrecht, e a companhia petrolífera venezuelana. Ambas criaram um fundo para financiar o metrô que permanece interminado.
O BRIO revela, ainda, que, para garantir que o BNDES pudesse continuar financiando obras na Venezuela, e elas pudessem continuar a ser superfaturadas, Hugo Chávez até alterou uma lei aumentando o limite de endividamento do país.
O BNDES no Equador. O pagamento de 20 milhões de dólares da Odebrecht
Brasil 08.06.15 19:09
Como diz o BRIO, é conhecida a disputa entre o governo do Equador com a Odebrecht e o BNDES, por causa da construção da hidrelétrica de San Francisco, principalmente -- uma obra símbolo de falta de planejamento ambiental. O presidente Rafael Correa investiu contra a empreiteira e o banco, por causa de custos e problemas de engenharia. Expulsou do país executivos da Odebrecht e pediu uma indenização de 43 milhões de dólares.
O que (quase) ninguém sabia é que, para escapar de uma investigação criminal, Marcelo Odebrecht pagou 20 milhões de dólares ao governo do Equador. "Ao governo equatoriano, nós gostaríamos de propor uma trégua ou a completa suspensão de todas as medidas judiciais", diz uma carta obtida pelo BRIO.
Pagamento aceito, a Odebrecht conseguiu que o governo do Equador a isentasse e fosse à Corte Internacional de Arbitragem, em Paris, apenas contra o BNDES -- que a financiou no Equador.
O BNDES na Bolívia. Superfaturamento, pau nos índios e Lula no jatinho da OAS
Brasil 08.06.15 19:40
Publicará amanhã o BRIO (www.brio.media/pt/watch-dog):
"Um passo fundamental para a entrada da OAS na Bolívia foram os entendimentos que levaram a empreiteira a substituir a Queiroz Galvão, expulsa do país acusada de não cumprir o contrato na construção da estrada Tarija-Potosí. A obra foi iniciada em 2003. A negociação entre os governos da Bolívia e do Brasil tentava evitar o rompimento do contrato de financiamento do BNDES para essa obra e os inevitáveis atrasos na execução. Como solução, em 2009, o projeto de 226 milhões de dólares foi repassado para a OAS, que deveria corrigir erros de execução e concluir a estrada.
"Ocorre que a Tarija-Potosí era considerada pouco lucrativa. Quem acompanhou de perto a negociação garante: isso implicava que a OAS precisava receber outros contratos, de modo a compensar o prejuízo inevitável na obra deixada pela Queiroz. Para interlocutores brasileiros e bolivianos, o que nascera como solução técnica para um problema criado pela expulsão da Queiroz Galvão tornou-se um plano que misturava negócios privados, interesses políticos e o dinheiro do BNDES.
"Especula-se que o orçamento generoso de 415 milhões de dólares para estrada através da (reserva indígena) Tipnis tenha sido superfaturado para 'compensar' o negócio pouco atraente da Tarija-Potosí. Em seguida, a empresa também ganhou outra estrada, a Potosi-Villazón, onde mostrou ineficiência e atrasos."
O traçado que passa pela reserva Tipnis, feito sem nenhum critério técnico, motivou protestos de índios e, ironia, a repressão violenta da parte do governo de Evo Morales. Em agosto de 2011, quando os índios resolveram fazer uma marcha até La Paz, Lula correu ao encontro do presidente boliviano, para tentar colocar água na fervura -- a bordo de um jatinho da OAS.
O canário e o impeachment
Brasil 09.06.15 04:43
Se o "canário" Júlio Faerman cantar que Dilma Rousseff foi eleita, em 2010, com dinheiro de propina da Petrobras, ela não vai conseguir escapar de um processo de impeachment.
Para quem não se lembra de todas as passagens do episódio da SBM, recapitulamos aqui:
1 - Dilma foi eleita com dinheiro de propina da Petrobras:
2 - A taxa de sucesso de Dilma:
3 - O documento que pode derrubar dilma:
4 - Pedimos respostas:
5 - Se isso tivesse sido descoberto mais cedo, Dilma não seria presidente:
6 - A CGU abafa a denúncia:
7 - Procurador Júlio Marcelo de Oliveira requer que TCU investigue o escândalo:
É assim que se faz, Piu-Piu
Sergio Moro deu o xeque-mate
Brasil 09.06.15 04:23
Xeque-mate.
O lobista da SBM, Júlio Faerman, assinou um acordo de delação premiada com os procuradores da Lava Jato.
Segundo o Correio Braziliense, o acordo foi assinado em maio e Júlio Faerman espera a homologação da Justiça para relatar o que sabe.
Pedro Barusco contou que Júlio Faerman repassou 300 mil dólares em propinas à campanha de Dilma Rousseff, em 2010, através de João Vaccari Neto. A SBM é holandesa. Um partido que recebe dinheiro do exterior pode ser extinto.
Elio Gaspari disse recentemente que Sergio Moro era um jogador de xadrez e que, no caso da SBM, preparava um xeque-mate, porque um "canário" estava disposto a cantar.
O canário cantou. E sua melodia é eletrizante.

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