DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
21 DE JUNHO DE 2015
O governo Dilma soube com antecedência dos planos do governo venezuelano de destacar um grupo de militares à paisana, passando por manifestantes, para hostilizar os senadores que foram a Caracas visitar presos políticos. Também a embaixada brasileira demonstrou saber da operação de intimidação: diplomatas tinham ordem para não acompanhar os senadores na van que seria alvo dos milicianos.
O embaixador brasileiro Ruy Pereira entrou no avião dos senadores antes que desembarcassem, cumprimentou-os e “vazou”.
Os pilotos da FAB que conduziram os senadores foram avisados pelas autoridades venezuelanas para preparar o voo de volta imediatamente.
Após o desembarque dos senadores em Caracas, os pilotos da FAB foram de novo abordados e aconselhados a “nem almoçar” na cidade.
O grupo de senadores de oposição foi a Caracas visitar presos políticos venezuelanos, mas mal conseguiu sair do aeroporto.
A CPI do HSBC foi abalroada por uma série de fatos, em menos de um mês, que a ameaçam de esvaziamento. Acordo entre o banco e a Suíça para encerrar pendengas jurídicas envolvendo o Swissleaks, cooperação entre governos suíço e brasileiro para obtenção de dados bancários, início das investigações pela Receita com dados oficiais e, por fim, o anúncio da venda das atividades da instituição no país.
O triunvirato da CPI é bem distinto: o autor, Randolfe Rodrigues (Psol-AP), quer quebrar o sigilo de todos os brasileiros na lista do HSBC.
O relator da CPI, Ricardo Ferraço (PMDB-ES) quer apurar a fundo sem ferir direitos. Trabalha por marco legal para dificultar crimes financeiros.
O presidente da CPI do HSBC, Paulo Rocha (PT-PA), que exerce um papel moderador, parece doido para mudar de assunto.
A Odebrecht se tornou alvo, como esta coluna noticiou há 14 meses, após o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa confessar que recebeu da empreiteira, na Suíça, uma propina de R$ 60 milhões para não atrapalhar um contrato de R$ 1,5 bilhão na refinaria Abreu e Lima.
Até parecia que a Odebrecht já escapava de rebordosa da Lava Jato quando, em novembro, a Polícia Federal vasculhou sua sede e as casas de três executivos, suspeitos de envolvimento na gatunagem.
A defesa do indefensável tem feito mal à reputação de Sibá Machado (AC). O senador conterrâneo Sergio Petecao (PDT) contou que já lhe perguntaram no Acre se a escolha do líder do PT era “por sorteio”.
Peemedebistas fazem cara feia quando ouvem a sugestão de José Serra (PSDB-SP) como candidato do partido à Presidência, em 2018. Acreditam mais na chance de Eduardo Cunha, presidente da Câmara.
Quem procurou sexta (19) um Marco Júlio Alencastro (ou algo parecido), assessor que fala pelo ministro da Previdência, ouviu ainda cedo que ele havia viajado. Os colegas acham que ele tem jornada de deputado.
No PT há quem defenda a antecipação da terceira fase do “Minha Casa, Minha Vida”. O programa sai até o fim do ano, mas petistas querem estancar o quanto antes a sangria da popularidade de Dilma.
A Associação Brasileira de Relações Governamentais (Abrig) comemora: já são onze o número de cursos para formar profissionais da área no país, incluindo instituições como Ibmec, Insper e FGV.
Para alcançar a cota para patrocinadores oferecerem mamografias de graça em troca de publicidade, o site do Instituto do Câncer de Mama (www.cancerdemama.com.br) precisa aumentar os acessos. É só clicar no ícone cor-de-rosa da “Campanha da Mamografia Digital Gratuita”.
...o juiz Sergio Moro deveria contar onde passou suas breves férias. Fez muito bem a ele e à Justiça. Voltou retemperado.

NO O ANTAGONISTA
Pergunta de um milhão de dólares
Brasil 20.06.15 13:17
Quanto vale uma liminar em habeas corpus a Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez?
Brahma com colarinho branco
Brasil 20.06.15 14:02
Lauro Jardim disse que Lula estava "possesso e tenso na sexta-feira (19), logo após a prisão dos dois maiores empreiteiros do Brasil. Aos interlocutores, culpou o governo Dilma, qualificado de 'frouxo' por ter deixado a situação ter chegado a esse ponto".
Segundo Lauro Jardim, o Brahma "espumava de raiva".
Brahma espumando
Praticamente Collor
Brasil 20.06.15 17:44
A reprovação a Dilma Rousseff é praticamente igual à que foi registrada pelo ex-presidente Fernando Collor em setembro de 1992, dias antes de seu impeachment.
Na época, 68% dos brasileiros consideravam ruim e péssima a gestão de Fernando Collor. Hoje, Dilma bateu o recorde de seus mandatos e atingiu 65% de reprovação do eleitorado.
Considerando a margem de erro, é quase empate.
Para Dilma Rousseff igualar Fernando Collor, só falta mandá-la embora.
O novo delator da Lava Jato
Brasil 21.06.15 05:51
João Antonio Bernardi Filho, preso na Erga Omnes, trabalhou na Odebrecht e na Camargo Corrêa. Seu nome é associado também à offshore Hayley, aberta no Uruguai, que deu 499 mil reais em quadros para Renato Duque, além de repassar-lhe por 770 mil reais duas salas comerciais no Rio de Janeiro.
Elio Gaspari insinua que ele pode se tornar o novo delator da Lava Jato:
"Talvez Bernardi tenha algo a contar".
O copo vazio de Brahma
Brasil 21.06.15 06:03
Aécio Neves, segundo o Datafolha, teria 35% das intenções de voto para presidente da República, se as eleições fossem hoje.
Lula ficaria 10 pontos atrás, com 25%.
Se o candidato do PSDB fosse Geraldo Alckmin, por outro lado, Lula e Marina empatariam em primeiro lugar com 26% e 25%, respectivamente, e o tucano chegaria em terceiro lugar, com 20%.
O fato relevante é que Lula, o Brahma, só embebeda um quarto da população.
A maior preocupação de Lula
Brasil 21.06.15 07:07
José Eduardo Cardozo, entrevistado pelo Estadão, afirmou que "não existe qualquer preocupação por parte do governo" de que as investigações da Lava Jato alcancem o Palácio do Planalto ou Lula:
"De forma nenhuma, não existe esta hipótese. Enquanto presidente, Lula sempre teve uma posição de respeito à lei e à probidade administrativa".
A maior preocupação de Lula, de fato, não é a Lava Jato, e sim a incapacidade do governo de matar a Lava Jato. Depois dessa entrevista de José Eduardo Cardozo, sua preocupação deve ter aumentado ainda mais.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 21/06/2015 05:53
O governo Dilma Rousseff tornou-se uma espécie de latifúndio improdutivo que ninguém quer dividir. Num instante em que o Datafolha informa que apenas 10% dos eleitores aprovam a atuação da presidente, até Lula se afasta do alambrado. O criador refere-se à criatura como um conto do vigário em que ele também caiu.
Munido de pesquisas próprias, Lula teve um surto de óbvio. Em conversa com religiosos, disse que o prestígio da ex-supergerente “está no volume morto”. Mas Lula não enxerga um culpado no espelho. Ele se vê no rol das vítimas que Dilma puxa para o fundo. “O PT está abaixo do volume morto. Eu estou no volume morto.”
A taxa de reprovação de Dilma bateu em 65%, informa o Datafolha. Lula lava as mãos: “Gilberto [Cavalho] sabe do sacrifício que é a gente pedir para a companheira Dilma viajar e falar. Porque na hora que a gente abraça, pega na mão, é outra coisa. Política é isso, o olhar no olho, o passar a mão na cabeça, o beijo.”
A aversão a Dilma alastra-se inclusive pela base da pirâmide, de onde o PT costuma extrair mais votos. Entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos, apenas 11% aprovam a presidente, enquanto 62% a rejeitam. Lula enxágua as mãos:
“Tem uma frase da companheira Dilma [na camanha presiodencial] que é sagrada: ‘Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa’. E mexeu. Tem outra frase que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: ‘Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano’. E fez. E os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso [no programa de TV] e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte. E fiquei muito preocupado.”
A ruína de Dilma, ilusão suprema, dá a Lula a sensação de que sua preocupação é útil.
Para 63% dos entrevistados do Datafolha, o ajuste fiscal de Dilma afeta sobretudo os mais pobres. E Lula, limpando o seu discurso de orador inocente: “Falar é uma arma sagrada. Estamos há seis meses discutindo ajuste. Ajuste não é programa de governo. Em vez de falar de ajuste… Depois de ajuste vem o quê?”
Deterioram-se também as expectativas dos eleitores. Para 73%, informa o Datafolha, o desempego irá aumentar no próximo período. Em fevereiro, pensavam assim 62% dos pesquisados. Para Lula, falta gogó à gestão Dilma. “Os ministros têm de falar. Parece um governo de mudos.” Irrita-se especialmente com o mutismo da Casa Civil. Eu disse “pelo amor de Deus, Aloizio [Mercadante], você é um tremendo orador. É certo que é pouco simpático…”
Todos são culpados pela crise, menos o criador do mito da gerentona infalível. A crise faz Lula insinuar que seu retorno seria algo restaurador em 2018. Mas um detalhe escapa ao sábio da tribo petista: assim como um ovo é algo que não pode ser desfritado pelo cozinheiro, Dilma é um pesadelo do qual Lula não tem como acordar.

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