DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
04 DE JUNHO DE 2015
A posse de Luiz Fachin no Supremo Tribunal Federal deve inviabilizar o julgamento de ações de correção dos planos econômico Bresser, Verão e Collor. É que Fachin atuou no caso como advogado, quando o processo estava no Superior Tribunal de Justiça, de acordo com documentos em poder da coluna, e deve se declarar impedido de julgá-lo. Como já estão em situação idêntica os ministros Carmen Lúcia, Luiz Fux, e Luis Barrroso, não haverá número suficiente para o julgamento.
Luiz Fachin é autor de mandado de segurança e de recursos junto ao STJ e ao STF, no caso da correção dos planos, contra o banco Itaú.
O ministro Luiz Fux se declarou impedido de participar do julgamento por conta da atuação de sua filha na defesa de uma das partes.
Luís Barroso atuou como advogado no caso. Já a ministra Cármen Lúcia se declarou impedida porque seu pai propôs uma das ações.
A PEC da Bengala, que estende de 70 para 75 anos a aposentadoria no STF, pode adiar o julgamento da correção dos planos para 2021.
Durante décadas, o jornalista Matheus Leitão procurou com obstinação e método o traidor que entregou à ditadura militar, para serem presos e torturados, seus pais Marcelo Netto e Mirian Leitão, também jornalistas. Matheus localizou e entrevistou o delator, um ex-companheiro de lutas que entregou o casal, e fez uma reportagem soberba, um monumento ao jornalismo, que pode ser lido em http://brio.media/pt/title/212.
O delator, Foedes dos Santos, é acusado de entregar para a repressão outros 20 estudantes e um dirigente do PCdoB, que morreu sob tortura.
A história de Matheus Leitão está no Brio, plataforma inovadora criada pelos os jornalistas Breno Costa, Felipe Seligman e Fernando Mello.
Quando foi presa, Mirian Leitão era uma garota de 19 anos e estava grávida de Vladimir Leitão, hoje repórter tão brilhante quanto o irmão.
A Operação Lava Jato parece travada, nos últimos dias, por uma razão óbvia: o juiz Sergio Moro, titular da Vara Criminal de Curitiba, que não é de ferro, saiu de férias por 30 dias. Viajou ao exterior com a família.
Fez bem a Luís Inácio Adams ter sido preterido por Dilma para o Supremo Tribunal Federal. Oito quilos mais magro e mais jovial, vai trocar a Advocacia Geral da União (AGU) pela atividade privada. Ele inclusive tem sido assediado pelas mais importantes bancas da capital.
Expert em pedaladas, a presidente Dilma Rousseff não economizou na escolha da bicicleta para as voltinhas pelo Palácio da Alvorada. A bike, da marca norte-americana Specialized, custa R$2.899,00.
Dilma superestima o líder do governo na Câmara e subestima o presidente da Câmara: encarregou o deputado José Guimarães (PT-CE) de impedir Eduardo Cunha de pôr em votação a redução da maioridade penal e o piso salarial nacional dos policiais.
Com o passe pretendido pelo PSDB, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) recebeu a visita do vice-governador tucano do Espírito Santo, César Colnago, para tentar antecipar o processo.
Cartão da ministra Maria Elizabeth Rocha, sobre o fim da sua elogiada presidência no Superior Tribunal Militar, contém uma frase da filósofa Simone de Beauvoir: “Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância”.
A Comissão de Segurança Pública da Câmara vota na próxima semana requerimento que convida o ex-presidente Lula a esclarecer sua declaração exaltando o “exército de Stédile”, o porralouca do MST.
Imaginando tratar-se de um fato, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) compartilhou a lorota de que o prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) multará quem apagar pichações do próprio muro.
...com a renúncia de Blatter um dia depois do apoio de Pelé, deve ter gente no Planalto rezando para o “rei” não declarar apoio a Dilma.

NO DIÁRIO DO PODER
GUERRA NA PRAÇA DOS TRÊS PODERES
Carlos Chagas
De duas, uma: ou Eduardo Cunha e Renan Calheiros estão desesperados, a ponto de declarar guerra à presidente Dilma, imaginando os dedos dela manejando os cordéis das denúncias da Procuradoria Geral da República a que precisarão responder por conta do petrolão, ou... Ou então endoidaram, julgando ser o sistema parlamentarista e ambos, primeiros-ministros.
Fora dessa dicotomia não há outra explicação. Desde que empossado o presidente da Câmara, e reempossado o presidente do Senado, em fevereiro, eles assestaram suas baterias contra a chefe do governo. Procuram de todas as formas criar problemas para Madame. Do projeto de lei de responsabilidade das empresas estatais, das emendas constitucionais da redução do número de ministérios, da bengala e da maioridade penal, até a terceirização e as mudanças no fator previdenciário, o bombardeiro é intenso E ainda guardam em seus arsenais duas armas secretas: o processo de responsabilidade contra Dilma, em função das pedaladas nas contas públicas, e o próprio impeachment.
Estudantes do primeiro ano de Psicologia concluiriam que a reação dos dois presidentes não passa de defesa prévia diante das acusações a que responderão perante o Supremo Tribunal Federal. Atacam em vez de defender-se, supondo que partem da presidente os planos para destruí-los. Afinal, o procurador Rodrigo Janot gostaria de ser reconduzido, coisa que só depende dela.
O Lula já aconselhou a sucessora a procurar Cunha e Renan, estreitando laços com eles e até atendendo, na base do possível, eventuais reivindicações fisiológicas. Dilma atendeu apenas em parte a sugestão, através de um jantar com um e diversos telefonemas ao outro, mas cada vez que surgem no Congresso propostas contrárias ao Executivo, mais ela se exaspera e promete revides.
Do jeito que se desenvolvem as escaramuças na Praça dos Três Poderes, logo virá o impasse, importando menos de que lado a esgarçada corda se romperá. A palavra estará com o Supremo Tribunal Federal, cuja decisão pode transformar os dois presidentes em réus.
A pergunta que fica é se as instituições aguentarão. Houve tempo em que os generais-presidentes mandavam tropa invadir o Legislativo e decretavam seu recesso, usurpando-lhe prerrogativas. Felizmente essa alternativa passou, mas acontecerá o quê na hipótese da condenação desses dois singulares líderes do PMDB, partido que na teoria apoia o governo Lula?
A guerrilha transforma-se em guerra, de nada valendo a trégua atual, que levou Renan Calheiros a Paris e Eduardo Cunha a Israel, devendo ambos encontrar-se em Moscou, no próximo domingo. Quando retornarem, quarta-feira, saberemos se o périplo serviu para acirrar ou minorar os ânimos.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
03/06/2015 às 21:20
Se você quer uma medida, leitor amigo, do estado miserável a que o governo petista conduziu a economia brasileira, estão fique com este conjunto: no dia em que o IBGE divulgou a informação de que o desemprego atingiu a taxa de 8% no primeiro trimestre — 511 mil pessoas perderam o emprego —, o Comitê de Política Econômica do Banco Central decidiu elevar a taxa de juros de 13,25% para 13,75%, o que contribuirá certamente para… elevar o desemprego.
Por que é assim? Porque é preciso combater a inflação. Segundo o Boletim Focus de segunda, o mercado espera que o ano termine com uma taxa de 8,39% e com uma recessão de 1,27%. Então fica estabelecido: o modelo petista conseguiu realizar o prodígio de produzir inflação alta, recessão e juros estratosféricos — que ainda devem aumentar. A expectativa do mercado é que cheguem ao fim do ano em 14%. E já há quem não descarte algo acima disso.
Entendem por que o desemprego aumenta e continuará a crescer? É claro que isso traduz um cenário de desalento para a economia. Ocorre que não se chegou a esse ponto por acaso. E dificuldades outras podem se juntar ao cenário.
A agência de classificação de risco Moody’s, por exemplo (leia post), estima que o Brasil não conseguirá alcançar a meta de superávit primário neste ano — 1,1% — nem a anunciada para o ano que vem, de 2%. E é muito provável que não. No ranking da agência, o país está no penúltimo patamar do “grau de investimento” — mas com viés negativo: Baa2. A chance de haver novo rebaixamento é grande. E não só por causa do não-cumprimento da meta fiscal. O país precisa fabricar uma recessão para tentar pôr a economia no eixo, mas o crescimento vai para o brejo, o que piora as contas do governo, que a recessão tenta corrigir…
Quem pariu tal modelo? Os governos do PT. O que mais impressiona é fazer uma breve pesquisa e ver as vezes em que os companheiros foram advertidos de que o país estava caminhando para a ruína econômica. Não para Guido Mantega, que ainda gostava de expelir regras.
A piora do quadro recessivo contribui para tornar ainda mais inquieta a base do governo, que mostra, inclusive no petismo, seu desconforto em aprovar medidas que restringem as generosidades oficiais.
Muita gente critica o que seria a ortodoxia liberal em curso no Brasil… Que bobagem! Mundo afora, os ortodoxos costumam baixar juros para estimular uma economia em recessão. No Brasil, eles estão sendo elevados porque a inflação ameaça subir ainda mais, a despeito da retração econômica…
A rigor, raramente este país foi tão heterodoxo…
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Escondendo o jogo
Brasil 03.06.15 17:37
O TCU acusou hoje a Petrobras de obstruir suas investigações sobre as obras na Refinaria Abreu e Lima, segundo o Estadão. A estatal deixou de entregar no prazo certo a estimativa de custos e a memória de cálculo do projeto, alegando que "não haviam sido finalizados e estavam em fase de possíveis ajustes".
Os dados foram finalmente entregues nesta quarta-feira (03), mas atrasaram o trabalho do TCU. O ministro Benjamin Zymler pediu para que se investigasse quem sonegou os documentos.
"Ajustes": Aldemir Bendine é especialista nos possíveis e impossíveis.
Justiça quebra sigilo de Cabral e Pezão
Brasil 03.06.15 18:07
O STJ autorizou a quebra do sigilo telefônico de Luiz Fernando Pezão e de Sérgio Cabral em inquérito da Lava Jato. Os investigadores poderão analisar as ligações dos políticos de outubro de 2009 ao fim de 2010.
Paulo Roberto Costa disse que arrecadou 30 milhões de reais para o caixa dois da campanha à reeleição de Cabral em 2010. Pezão era vice na época. Regis Fichtner, ex-secretário da Casa Civil fluminense, também terá o sigilo devassado.
JBS/Friboi: ela não fere apenas os cofres do BNDES
Brasil 03.06.15 22:54
O Partido dos Trabalhadores tem como principal financiador de campanhas eleitorais a empresa com mais irregularidades e violações de direitos trabalhistas do Brasil.
Nos últimos quatro anos, a JBS/Friboi deixou 7.822 funcionários doentes ou incapacitados -- o que dá uma média de cinco ocorrências por dia.
A notícia foi publicada pelo Congresso em Foco.
O PT é Bené, Bené é o PT
Brasil 04.06.15 06:33
Nosso amigo Lauro Jardim esquadrinhou os recibos do PT no TSE e descobriu mais um escândalo envolvendo Benedito Rodrigues de Oliveira Neto:
"A Coligação Minas pra Você, encabeçada por Fernando Pimentel, e o Comitê Financeiro do PT fizeram pequenas doações com o CNPJ 00.379.172/0001-18 a quatro candidatos a deputado estadual, três do PCdoB e um do PRB. Acontece que o CNPJ em questão está registrado na Receita Federal como… Gráfica e Editora Brasil Ltda".
Exatamente, ministro Gilmar Mendes: a promiscuidade entre o PT e Benedito Rodrigues de Oliveira Neto era tão grande que o partido acabou se descuidando e fez repasses de dinheiro com os dados da empresa que administrava seu caixa paralelo.
É o crime eleitoral mais flagrante de todos os tempos.
O melhor programa para o feriado
Brasil 04.06.15 07:58
O TSE é assombrosamente omisso.
Depois dos casos da VTPB (a empresa fantasma de Beckembauer Rivelino), da Focal (a empresa fantasma de Carlos Cortegoso, ou Carlão) e da editora Brasil (a empresa fantasma de Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené), O Antagonista esquadrinhou as contas da campanha de Dilma Rousseff e descobriu outros negócios muito suspeitos.
Se você não tiver nada melhor para fazer no feriado, investigue.
1 - A DCO, de Uberlândia, recebeu de Dilma Rousseff exatamente 4.800.000 de reais, em pagamentos consecutivos realizados nos dias 21/10, 23/10, 24/10 e 25/10. A empresa, CNPJ 07.004.711/0001-83, é praticamente inexistente no Google e está sediada nesta casa, na rua Arca 311:
Repetindo: a DCO embolsou 4,8 milhões de reais para fornecer computadores para a campanha petista.
2 - A Door2door, CNPJ 07.128.391/0001-73, ganhou de Dilma Rousseff 4.271.000 reais. O pagamento foi realizado no mesmo dia que o da DCO, 25/10/2014, um sábado.
A empresa está registrada em Belo Horizonte, na rua Rio Grande do Sul 1040, loja 10, e as únicas referências a ela são um corretor de imóveis, Peterson Rosa Querino, e um certo Daniel Pinheiro Furtado.
3 - A terceira empresa que merece uma varredura é a Criar, que levou 2,4 milhões de reais de Dilma Rousseff. Até recentemente, a empresa se chamava Camisa 7 Negócios Desportivos, CNPJ 08.267.901/0001-56, mas depois que se registrou com o novo nome tornou-se milionária.
Bom trabalho.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 04/06/2015 05:32
À frente de uma comitiva de 13 deputados, Eduardo Cunha faz uma “visita oficial” a Israel. Ganha uma viagem a Jerusalém, com direito a assento na primeira classe e a hospedagem no Waldorf Astoria, quem for capaz de apontar um único benefício que esse deslocamento propiciará ao Brasil.
“Tinha mais gente que queria vir, pagando, e eu segurei porque dificilmente conseguiria explicar”, disse o morubixaba da Câmara. “Para ser menos criticado, eu segurei. Senão tinha vindo o dobro de pessoas, tamanha a disputa e a relevância desta viagem. O Brasil não pode se fechar dentro de sua política externa apenas em parceiros da América do Sul de coincidência ideológica.''
A Câmara pendurou no seu portal na internet um texto sobre a missão dos viajantes. No primeiro parágrafo, lê-se que Eduardo Cunha “ouviu de diversas autoridades israelenses o pedido de apoio do Brasil para manter Israel entre os associados da Fifa.”
Quer dizer: se a frustrada tentativa da Autoridade Palestina de excluir o futebol israelense da Fifa foi o grande assunto das conversas mantidas com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e com o presidente do Congresso israelense, Yuli-Yoel Edelstein, a “relevância” da viagem não há de ter sido a causa da “disputa” que os deputados travaram para cavar vagas na delegação. Cunha já demonstrou que pode muito. Mas seus poderes ainda não abrangem a Fifa. Ali, quem dá as cartas no momento é o FBI.
A maioria dos parlamentares levou suas mulheres a tiracolo. A comitiva foi caroneada, de resto, por personagens como o pastor Everaldo, ex-presidenciável do PSC. “Quem trouxe a esposa, como eu, está pagando por sua conta”, disse Eduardo Cunha. “Teve gente que veio totalmente por conta própria, que sequer foi pago pela Câmara.''
Acomodado no Waldorf Astoria, a mais moderna e luxuosa hospedaria de Jerusalém, o grupo do evangélico Cunha percorrerá na sexta e no sábado um circuito tradicional do turismo cristão: Mar da Galileia, Nazaré, Jerusalém e Belém. Na sequência, o grupo embarca para Moscou.
Na capital russa, realiza-se na segunda-feira uma reunião de parlamantares dos BRICs — o bloco emergente que inclui, além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Era esse, na origem, o compromisso que motivara a viagem. A escala no Oriente Médio foi uma espécie de desnecessário levado longe demais.
Renan Calheiros, o cacique do Senado, também voará para a Rússia. Levará consigo outros quatro senadores. Antes de aterrissar na reunião com os colegas dos BRICs, Renan passará o final de semana com sua mulher em Paris, que ninguem é de ferro. Ele manda dizer que esse pedaço da viagem será custeado com verbas próprias.
A Câmara e o Senado ainda não se dignaram a informar quanto você, caro leitor, já pagou e ainda pagará por esse feriadão internacional dos parlamentares. Antes de embarcar, Cunha e Renan divulgaram um projeto de Lei de Responsabilidade das Estatais. Ao enumerar os objetivos da proposta, Renan disse: “esse projeto é apenas para ordenar, dar racionalidade, dar transparência, abrir a caixa preta e fortalecer o papel do Congresso Nacional na fiscalização [das estatais].”
Os investigados Renan e Cunha renderiam homenagens à lógica se oferecessem à plateia um mínimo de transparência, abrindo a caixa preta das viagens. Num instante em que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) passa na lâmina até o orçamento do seguro-desemprego e da pensão por morte, seria muito bom se o Legislativo parasse de torrar verba pública como se fosse dinheiro grátis.



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