DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
05 DE MAIO DE 2015
Como é habitual, o PT tenta desqualificar a investigação contra o ex-presidente Lula por tráfico de influência para a empreiteira Odebrecht, e ataca pessoalmente, nas redes sociais, o procurador do Ministério Público Federal Anselmo Cordeiro Lopes. O problema é que, além de usar alegações mentirosas, o PT errou de alvo: Anselmo não participa de nada; é apenas autor de despacho que deu origem à investigação.
Lula é suspeito de atuar para obter grandes obras para empreiteiras como a Odebrecht no exterior, garantindo o financiamento do BNDES.
Obras bancadas pelo BNDES têm contrato secreto, prazo de carência de 25 anos e blindagem contra fiscalização. E tudo sem licitação.
Militantes do PT acusaram o procurador de ser filho de advogados com interesses contrários ao PT, mas os pais de Anselmo são médicos.
Os petistas acusaram o procurador de responder a processos internos, ter ligações com o PSDB e ser “colunista da Folha”. Tudo mentira.
O discurso contra a indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal ganhou força com a distribuição de documentos a senadores mostrando que entre 2008 e 2013 seu escritório foi contratado pela estatal Itaipu Binacional para atuar em ações no próprio STF. O escritório Fachin Advogados Associados recebeu R$ 6 milhões em seis anos. Um dos contratos, de R$ 1,39 milhão, fechado em novembro de 2013, ainda está em vigor.
Fachin também foi contratado, em 2009, para defender no STF os interesses paraguaios contra o Brasil, em Itaipu.
O primeiro contrato entre a estatal Itaipu e o advogado Luiz Fachin foi celebrado em 2008 no valor de R$ 1,35 milhão.
No ano de 2009, o escritório do advogado Fachin ganhou mais R$ 276 mil de Itaipu. Entre 2010 e 2012, foram R$ 696 mil ao ano.
Tarso Genro (PT) é tão mal avaliado que a filha Luciana Genro (Psol), com 2%, tem mais que o dobro dos seus 0,9% na pesquisa do Instituto Paraná sobre a disputa para a prefeitura de Porto Alegre, em 2018.
Sindicalistas da CUT são contra a terceirização porque não querem perder para a Força Sindical a receita da contribuição sindical de 13 milhões de terceirizados. A Força Sindical é a favor.
O Itamaraty admite a receita de R$ 200 milhões com vistos, transferida ao Tesouro Nacional, e que a negociação com os americanos empacou em razão de exigências conflitantes com a Constituição e nossas leis.
Em vez de admitir as falhas no combate à dengue, como primeiro passo para corrigi-las, o ministro Arthur Chioro (Saúde) prefere atacar a Organização Mundial de Saúde por classificar o quadro de epidêmico.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
EXECUTIVO CONFIRMA QUE VACCARI PEDIU PROPINA DISFARÇADA DE DOAÇÃO
EMPREITEIRO CONTA EM DETALHES COMO O TESOUREIRO DO PT ATUAVA
Publicado: 04 de maio de 2015 às 21:45 - Atualizado às 00:31
O executivo Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, afirmou à Justiça Federal no Paraná, nesta segunda feira, 4, que "por volta de 2010" foi procurado pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e que durante uma reunião sugeriu a ele se "não desejava fazer repasse direto (de propinas) para o PT em forma de doação eleitoral". Leite, réu da Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, confirmou os termos de seu depoimento à força tarefa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, realizado em março.
"Em determinada ocasião, por volta de 2010, fui procurado pelo João Vaccari, tesoureiro do PT, que me chamou para um encontro. Ele me informou que tinha ciência de que a Camargo Corrêa estava atrasada para pagamentos (de propinas) na área de Serviços (da Petrobrás, unidade dirigida pelo engenheiro Renato Duque, indicado pelo PT). Ele disse que a área de Serviços tinha obrigação de pagar para o Partido dos Trabalhadores e se eu não desejava fazer o repasse direto ao partido em forma de doação eleitoral."
"Levei (a sugestão de Vaccari) para nossa área (na Camargo Corrêa) responsável por doação, não teve andamento", declarou Eduardo Leite, que está preso em regime domiciliar desde que fez delação premiada, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. Ele disse que "a gente sabia que o Renato Duque era indicação do PT".
Eduardo Leite confirmou que entre 2007 e 2012 a empreiteira pagou cerca de R$ 110 milhões em propinas. "Mais ou menos R$ 63 milhões para a Área de Serviços e R$ 47 (milhões) para a Área de Abastecimento."
"Nada era feito sem conhecimento (dos outros diretores) da nossa corporação. É grande a dificuldade. Existe um processo extremamente delicado para aprovação de pagamento."
"A propina dentro da Camargo Corrêa era um custo para a questão Petrobras", declarou o empresário. "Eu tinha um custo que representava 1% do contrato. Era custo e a empresa estava passando por uma situação desgastante que foi uma operação anterior, fez com que a empresa mudasse alguns procedimentos", disse, em referência à Castelo de Areia, emblemática operação deflagrada pela Polícia Federal em 2009.
Ele disse acreditar que os acionistas não tinham conhecimento das propinas. "Em nenhum momento, da minha parte, tratei com acionistas."
O empresário admitiu que recebeu R$ 500 mil do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato. "O sr. Youssef era um cobrador costumaz, tinha uma capacidade de cobrança muito forte. Ele tinha muita criatividade, ela trazia várias soluções para viabilizar pagamentos e muitas dessas soluções por nós foram reprovadas. Em alguns momentos, eu disse a ele que havia um impedimento para fazer pagamento. Ele dizia: ‘Pô, eu trago a solução e você não quer, então estou chegando à conclusão que você não quer me pagar’."
Eduardo Leite declarou que nas obras das refinarias da REPAR e da Abreu e Lima "houve um período similar de acumulação de repasses". Ele disse que não fazia interlocução com políticos. "Quem fazia eram esses operadores, eu sei que representavam o PP (Partido Progressista) porque ouvia falar. Acho que ouvi do próprio Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) uma vez."
Indagado se além da Camargo Corrêa outras empreiteiras pagavam propinas, ele esclareceu que nas reuniões "isso era falado". Quem comentou?, perguntou o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. "Por exemplo, o Márcio Farias, da Odebrecht, comentou, o Ricardo Pessoa, da UTC comentou, todo mundo tinha um desconforto até em comentar, embora chegue um momento que acha normal, havia esse desconforto. Um por cento sobre contrato de R$ 3 bilhões, por exemplo, é significativo."

VAIAS SÓ AS VIRTUAIS
DILMA FOGE DE NOVO DAS VAIAS NA MENSAGEM AO DIA DAS MÃES
GRAVAÇÃO DEVE SER DIRIGIDA POR JOÃO SANTANA, INVESTIGADO PELA PF
Publicado: 04 de maio de 2015 às 21:28 - Atualizado às 23:52
A exemplo do que fez no dia do trabalhador, a presidente Dilma Rousseff vai usar as redes sociais para cumprimentar as mães brasileiras, pelo seu dia, a ser comemorado no próximo domingo, dia 10. Ela vai gravar sob a direção do seu marqueteiro João Santana, o petista mais recentemente envolvido em suspeita de maracutaia, hoje sob investigação da Polícia Federal.
Em momento de baixa popularidade e quando o governo está sob fogo cruzado, Dilma tem evitado se expor diretamente, ficando em uma espécie de redoma, sem fazer pronunciamentos em cadeia de rádio e TV para comemorar datas, depois do panelaço que recebeu no dia da mulher, oito de maio.
Não há nenhuma programação planejada para a presidente Dilma comparecer no Dia das Mães e ela deve passar a data em Brasília, com a sua mãe, dona D. Dilma Jane. As mensagens deverão ser gravadas até sexta-feira, 8, como ocorreu no dia do Trabalho.
Em 2012, com a popularidade em alta, quando a situação política e econômica eram bem diferentes no País, a presidente Dilma convocou cadeira de rádio e TV no Dia das Mães para anunciar o lançamento do Programa Brasil Carinhoso, que prometia tirar da miséria absoluta todas as famílias brasileiras que tenham crianças com até 6 anos de idade.
"O Brasil Carinhoso faz parte do grande Programa Brasil sem Miséria, que estamos desenvolvendo com sucesso em todo o território nacional. Será a mais importante ação de combate à pobreza absoluta na primeira infância já lançada no nosso país", disse Dilma à época.
No ano passado, a cinco meses das eleições presidenciais, Dilma evitou ir à TV pelo Dia das Mães, e preferiu usar sua conta no microblog Twitter, para felicitar as mães brasileiras pela celebração do seu dia. Mãe de Paula e avó de Gabriel, a presidente postou três mensagens na rede social e em uma delas comentava saber como cada mulher que tem filhos "já se emocionou" com a data e mandou "um abraço cheio de alegria" às mães, destacando que a data é uma oportunidade de reconhecimento.

LAVA JATO
JANOT VÊ 'ELEMENTOS FORTES' PARA CONTINUAR INVESTIGAÇÃO DE CUNHA NA LAVA JATO
ELE SUSTENTA QUE HÁ COMO INCRIMINAR O DEPUTADO NA LAVA JATO
Publicado: 04 de maio de 2015 às 21:25 - Atualizado às 22:48
Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que existem "elementos muito fortes" para continuar a investigação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por suposta participação no esquema deflagrado pela Operação Lava Jato.
O documento da Procuradoria é uma resposta a recurso apresentado pela defesa do parlamentar no qual é solicitado o arquivamento do inquérito contra o peemedebista. Janot classifica ainda como "despropositada" a versão apresentada por Cunha na qual o presidente alega "fraude" no sistema de informática da Câmara, que apontava o parlamentar como autor de requerimentos na Câmara que são motivo de investigação na Lava Jato.
O presidente da Casa nega que tenha sido o autor dos requerimentos, protocolados pela então deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ). Reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou que no sistema de informática da Câmara, contudo, Cunha aparece como o autor dos requerimentos.
O parlamentar então levantou a hipótese de fraude. O deputado alegou divergência nas datas de apresentação do requerimento e de criação do documento registrado em computador de seu gabinete. "Esta versão se mostra completamente despropositada", escreveu Janot, que apontou que não há "qualquer indício de fraude" no caso.
"Apenas este fato demonstra a imprescindibilidade de que as investigações continuem, visando o esclarecimento total e completo dos fatos. Qualquer decisão neste momento seria precipitada", escreveu Janot ao STF. "Portanto, existiam (ainda existem e estão sendo reforçados) elementos muito fortes a justificar a instauração de inquérito para integral apuração das hipóteses fáticas específicas aqui versadas", completou.
Em colaboração premiada, o doleiro Alberto Youssef afirmou que Eduardo Cunha era beneficiário dos recursos oriundos do esquema da Petrobras e os requerimentos na Câmara eram forma de pressionar o restabelecimento dos pagamentos. Os requerimentos pediam informações sobre contratos entre a Mitsui e a Petrobras.
"Malgrado até o momento não tenha como precisar se os valores mencionados nos termos em questão foram entregues diretamente ao deputado federal Eduardo Cunha, fato é que o colaborador Alberto Youssef reiterou, e com razoável detalhamento, que Eduardo Cunha era beneficiário dos recursos e que participou de procedimentos como forma de pressionar o restabelecimento do repasse dos valores que havia sido suspenso, em determinado momento, por Júlio Camargo", escreveu o procurador.
A PGR destaca ainda, na manifestação encaminhada ao STF, que Cunha recebeu "vultosos valores" por meio de doação oficial de várias empresas "que já se demonstrou estarem diretamente envolvidas na corrupção de parlamentares". "Não se pode querer sepultar um esforço investigatório em seu nascedouro, quando há demonstração clara da necessidade de diligências investigatórias", escreveu o PGR.
O recurso de Cunha deve ser analisado pelo ministro Teori Zavascki e pode ser levado a julgamento no plenário do Supremo, que continua responsável por questões penais envolvendo presidentes da Câmara e do Senado.

NO BLOG DO CORONEL
TERÇA-FEIRA, 5 DE MAIO DE 2015
Nas redes sociais, de forma espontânea, população está organizando um grande panelaço de 10 minutos contra a corrupção e o cinismo do PT.
(Folha) Em seu programa em cadeia nacional de rádio e TV, na noite desta terça-feira (5), o PT dirá que vai expulsar de suas fileiras qualquer petista que, ao final de um processo judicial, for julgado culpado; promessa que diverge do tratamento dado aos dirigentes da sigla condenados no caso do mensalão. Segundo a Folha apurou, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma na peça que o filiado que cometer malfeitos e ilegalidades não continuará no partido. 
"Por isso também, o PT não aceita que alguns setores da mídia queiram criminalizar todo partido por causa de erros graves de alguns filiados'', diz. Em seguida, um ator contratado reitera: "Você ouviu. Qualquer petista que ao final do processo for julgado culpado será expulso''. 
Apesar da fala de Falcão, o PT mantém entre seus filiados o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente da sigla José Genoino, ambos condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no mensalão. Na época das condenações, Falcão descartou as expulsões ao classificar a punição do STF como política. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, também condenado no mensalão, chegou a ser expulso do PT no auge do escândalo, em 2005. Mas sua refiliação foi aprovada pelos próprios petistas em 2011. 
Com dez minutos de duração, o programa do PT deve ir ao ar às 20h30. A peça não cita diretamente a Operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras. O apresentador afirma, porém, que ''precisamos ter consciência'' de que há membros de vários partidos sendo investigados, ''inclusive de oposição''; e que a Justiça deve ser para todos, ''não apenas para quem está no PT''. 
Em uma das fases da Lava Jato neste ano, o então tesoureiro do PT, João Vaccari, foi preso pela Polícia Federal e só então se afastou do cargo. O nome dele já havia aparecido em vários momentos da investigação sem que a sigla tivesse tomado providências. Como solução para combater a corrupção, o PT vai defender na TV o fim do financiamento privado e dizer que seus diretórios não receberão mais doações desse tipo, decisão tomada pela cúpula da sigla em 17 de abril, dois dias após a prisão de Vaccari. 
TERCEIRIZAÇÃO
Como a Folha antecipou, o programa não terá a participação da presidente Dilma Rousseff. Ela aparece de relance nas imagens, mas não há mensagem da petista. Auxiliares de Dilma defendem que ela só se exponha em agendas positivas enquanto estiver passando pelo processo de recuperação de imagem junto à população. Com medo de um novo panelaço, Dilma também não fez o tradicional pronunciamento do Dia do Trabalho. No programa do PT, só Falcão e o ex-presidente Lula aparecem falando. Lula critica o projeto da terceirização, matéria aprovada na Câmara no mês passado que seguiu para análise do Senado. 
Segundo o ex-presidente, o projeto representa um retrocesso e faz o Brasil retornar ao que era no começo do século passado, "voltar ao tempo em que o trabalhador era cidadão de terceira classe sem direitos, sem garantias e sem dignidade", diz. "Não vamos permitir o retrocesso'', completa. Lula já havia atacado o projeto que libera a terceirização da atividade-fim --aquela considerada a principal de uma empresa. Atualmente, essa possibilidade é vedada pela jurisprudência do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que só permite terceirização da atividade-meio. 
O programa do PT também cita o ajuste econômico do governo e defende que os cortes não atinjam os mais pobres e os direitos dos trabalhadores, mas sim quem tem mais recursos. Por isso, a legenda diz ser favorável à aprovação de impostos sobre grandes fortunas.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:25:00


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
04/05/2015 às 21:52 \ Opinião
VLADY OLIVER
Acho interessante notar que boa parte da imprensa escamoteia deliberadamente as denúncias que vêm sendo feitas de fraudes eleitorais na Venezuela – denunciadas no livro recém lançado "Bumeran Chávez", de Emili Blasco – não por acaso um espelho de tudo o que aconteceu por aqui mesmo nas nossas eleições presidenciais, marcadas pela mais completa ilegitimidade e ilegalidade. Todos aqui sabem o que foi feito para fraudar as eleições presidenciais brasileiras. Uma campanha desonesta. Dinheiro público desviado para milícias virtuais e reais, buscando ameaçar e amedrontar parte do eleitorado. Nenhum investimento em transparência do sistema eleitoral, possibilidade de auditoria, segurança das urnas eletrônicas e demais procedimentos que poderiam minimizar a possibilidade de fraudes e adulteração dos resultados.
É certo que a semelhança no modus operandi lá e aqui dá margem a todo tipo de especulação, incluindo aí não sabermos a real participação da empresa bolivariana Smartmatic no episódio e na adulteração dos resultados em favor dos candidatos bolivarianos por aqui dissimulados em governo. Não sou conspiracionista. Tanto que defendi por um bom tempo o sistema, não pela inviolabilidade das urnas, mas pela segurança do processo, baseado tão somente no fato de que a transmissão de dados e o processo de tabulação é algo facilmente auditável quando se quer efetivamente auditar alguma coisa. Para isto, precisaríamos contar com a fiscalização efetiva tanto da oposição quanto da situação, ambas vigiando a transmissão dos dados, checando nas bases se os números transmitidos eram efetivamente os computados e quais saídas de dados estariam sendo apresentadas aos representantes de cada candidato, autorizados a acompanhar a evolução da tabulação do pleito.
Insisto em perguntar: onde estava a oposição nessa hora? Foi convidada a participar da contagem? Impedida? Omitiu-se? Por quê? No caso de ter acompanhado a apuração, saberia montar um relatório sobre o procedimento? Quais falhas poderiam ser apontadas? É impressionante que não se perceba que a eleição só pode ser legitimada com ambas as partes concordando com a lisura do processo. Não sei se houve fraude, embora possa afirmar que, do jeito que está, o processo é fraudável e, portanto, pode ser colocado sob suspeita. Insisto em afirmar, no entanto, que só pode ter havido fraude com a cumplicidade da oposição. É dos oposicionistas a responsabilidade pela validação do esquema. Se não podem dar uma explicação plausível para a omissão pusilânime em que se meteram, o eleitor só pode concluir o pior: são duas faces da mesmíssima moeda podre.
Essa sombra gigantesca paira sobre a cabeça de Aécio Neves. É dele a culpa pela validação do pleito, não de Dilma Rousseff. Não podemos aceitar um candidato que dorme na hora da contagem dos votos. Muito menos um que aceita a fraude como se nada fosse. Menos ainda um que não sai da janela para se manifestar efetivamente sobre o assunto. Percebam que o assunto é como um carro que capotou e matou vários de seus ocupantes. Quem estava dirigindo era um “dimenor” sem habilitação e muito acima da velocidade permitida. No banco ao lado, no entanto, o pai do “dimenor” se divertia em ver o filho fazendo suas manobras, sem assumir o risco de que era sim o responsável final pela tragédia anunciada.
Vai querer se eximir da culpa agora? Jogar a responsabilidade inteira sobre o garoto? Alegar desconhecimento das leis? Alegar inocência? Não cola, oposição. Melhor sair do veículo com as mãos para cima e assumir a responsabilidade. A descoberta do crime pode ter consequências ainda mais nefastas para este simulacro de democracia. Definitivamente merecemos os políticos em quem votamos, meus caros. Aplaudam este, agora.

NO BLOG O ANTAGONISTA
Dilma Rousseff foi responsável por Pasadena
Brasil 05.05.15 07:17
Paulo Roberto Costa disse que Dilma Rousseff foi responsável pela compra de Pasadena:
"É claro e evidente que a decisão de compra dos 50% da Refinaria de Pasadena foi tomada pelo Conselho de Administração de 2006, da Petrobras, assinada pela então presidente do conselho, Dilma Vana Rousseff".
A frase, reproduzida pelo Estadão, consta da defesa que ele apresentou ao TCU, que apontou prejuízo de 792 milhões de dólares no negócio.
Paulo Roberto Costa, hoje, vai depor na CPI da Petrobras. Ele tem de repetir o que disse sobre o assunto.

Preparem as panelas
Brasil 05.05.15 06:40
Em seu programa em cadeia nacional de rádio e TV, hoje, o PT dirá que vai expulsar de suas fileiras qualquer petista que, ao final de um processo judicial, for julgado culpado.
Sabe o que é pior?
A Folha de S. Paulo parece acreditar no que diz PT.
De fato, sua repórter acrescenta que isso "diverge do tratamento dado aos dirigentes da sigla condenados no caso do mensalão".
Rui Falcão, no programa de TV, dirá também que "o PT não aceita que alguns setores da mídia queiram criminalizar todo partido por causa de erros graves de alguns filiados''.
Mas você não conseguirá ouvir a frase porque a voz de Rui Falcão estará encoberta pelo barulho das panelas.

O Magazine Luiza e o calote de R$ 235 bilhões
Economia 05.05.15 06:12
A dona do Magazine Luiza ainda não enviou um e-mail para cá, mas os números sobre a inadimplência divulgados pela Serasa Experian continuam a se deteriorar rapidamente.
No primeiro trimestre de 2015, quatro em cada dez brasileiros deram calote em suas dívidas. 55,6 milhões de consumidores estavam impedidos de obter crédito. Somadas, suas dívidas chegaram a 235 bilhões de reais.
Luiz Rabi, economista da Serasa, explicou:
"O aumento da taxa de juros encarece as dívidas e dificulta o pagamento. Esse fator aliado à inflação, que corrói a renda do trabalhador, tem impacto na inadimplência".
E, segundo ele, o buraco só pode piorar:
"Como a tendência é de o desemprego continuar subindo no ano, a inadimplência deve superar o recorde do ano passado".
A Folha de S. Paulo publicou um gráfico que ilustra perfeitamente a alta dos calotes:

Brasil 04.05.15 18:08 
O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, ficou calado diante do juiz Sergio Moro, durante o interrogatório de hoje. Ricardo Pessoa, que ameaçava fazer delação premiada antes de ser solto.
A chantagem funcionou. Parabéns, STF.

Brasil 04.05.15 17:24 
Nenhum jornal de São Paulo foi verificar a lavagem de mais de 22 milhões de reais feita pela gráfica fantasma de Beckembauer Rivelino para a última campanha de Dilma Rousseff.
E as circulações baixando...

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
05/05/2015 às 6:51
Já há gente marcando um panelaço para as 20h30 desta terça, quando vai ao ar o horário político do PT. Não sei se acontece. É um programa curto, de 10 minutos apenas, e pode não haver tempo de escolher qual utensílio pode ser amassado. Não vale a pena estragar panela boa com o PT. Prudente desta feita, o que não é regra, a presidente Dilma Rousseff resolveu não dar as caras. Os âncoras políticos do programa serão Lula e Rui Falcão, presidente da legenda. A coisa está tão ruim para o lado do partido que não lhe restou alternativa a não ser percorrer o caminho do ridículo.
A legenda vai dizer que todas as pessoas que forem condenadas ao fim do processo judicial serão expulsas. Suspeito que esse “fim” queira dizer quando não couber mais recurso. Vai demorar uma enormidade. Mas isso ainda é o de menos. José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares foram condenados no processo do mensalão e continuam no PT. Delúbio, diga-se, chegou a ser posto para fora — formalmente apenas. Depois foi aceito de volta com tapete vermelho e tudo. É que os petistas precisam dizer alguma coisa, nem que seja qualquer coisa.
O programa, claro!, não cita a Operação Lava Jato, até porque sucessivos documentos do partido veem na investigação apenas uma conspiração antipetista. E se afirma que também há nomes da oposição. Há apenas um: o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). A acusação contra ele é de uma espantosa fragilidade. Desconfio que o nome foi incluído na lista apenas para que o PT pudesse dizer coisas como essa.
Os petistas vão investir na tese absurda de que, na origem dos males, está o financiamento de campanhas por empresas e vai anunciar a disposição de não mais receber doações dessa natureza. Que fique claro: o PT está se comprometendo a não mais receber doação legal de empresas. Ocorre que o petrolão e o mensalão lidavam com doações ilegais, que, por óbvio, já eram proibidas. É uma piada.
Os petistas tratam do ajuste fiscal de maneira, vamos dizer, preguiçosa para quem fala em nome do principal partido do governo. Destacam que ele não pode prejudicar os mais pobres. Não fica claro o que isso quer dizer. Mas a legenda decidiu apresentar o seu cavalo de batalha: um certo imposto contra grandes fortunas. Pois é… O PT, um partido de trabalhadores, é hoje o maior manancial de consultores de empresas do país. Entre seus gênios, há José Dirceu, Antonio Palocci, o próprio Lula, Fernando Pimentel e até Cândido Vaccarezza. Haverá o dia em que até Sibá Machado vai dar aula de capitalismo. Mesmo assim, os valentes querem brincar de sobretaxar os ricos.
Lula anuncia ainda a luta contra a terceirização, que, se aprovada, diz ele, levará o país ao retrocesso, ao tempo em que os trabalhadores não tinham direitos. Trata-se de uma daquelas simplificações baratas e grosseiras nas quais ele é mestre inconteste.
Escolham logo a panela. É às 20h30.
(Texto original publicado às 3h55)

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 05/05/2015 05:30
O PT e Dilma tornaram-se sócios de um empreendimento crivado de ironias. Por um desses caprichos do destino, o partido exibe um programa de dez minutos em rede nacional nesta terça-feira (05), mesmo dia em que a Câmara começa a votar o ajuste fiscal do governo. Em vez de apoiar enfaticamente a iniciativa, a legenda sobe no telhado. Enquanto o Planalto mobiliza sua infantaria para restringir a concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários, o PT se dirige ao planeta Marte, pregando um ajuste que proteja os mais pobres e preserve os direitos dos trabalhadores.
Dilma, por sua vez, preferiu não participar da propaganda petista. É a primeira vez que ela se ausenta de um programa do gênero desde que virou presidente. Achou melhor não roçar sua já arranhada imagem nas manchas de óleo queimado que sujam a logomarca do PT. É como se o petismo e a presidente se olhassem no espelho e tivessem sobressaltos. Ambos perguntam a si mesmos: o que você está fazendo aí? Ou: por que você anda em tão má companhia?
Os petistas não estavam preparados para Dilma 2, a caída em si. No propinoduto da Petrobras, os companheiros atingiram o ápice do cinismo capitalista. Mas no ajuste fiscal comportam-se como ingênuos socialistas distraídos sendo usados por um governo terceirizado ao Bradesco. Pela corrupção, abandonaram seus ideais. Por Joaquim Levy, teriam de aderir ao inimigo.
Dilma encontrou a solução na semântica. Chama a rendição de amadurecimento. O PT, porém, ainda se preocupa com o que a posteridade falará dele quando puder se manifestar. A posteridade pode mesmo ser traiçoeira. Mas sem algum tipo de ajuste, o flagrante do PT que ficará fixado para a posteridade já está escolhido. No futuro, quando for necessário identificar a legenda para os mais jovens — Bolsa Família?, Fome Zero?, Pronatec? — bastará lembrar a conjunção da falta de ética com a ruína econômica e o problema estará resolvido. “Ah, aquele era o PT?”

Josias de Souza - 04/05/2015 19:47
Preso na Itália à espera da extradição para o Brasil, o mensaleiro Henrique Pizzolato recebeu a visita do senador italiano Carlo Giovanardi. Durante a conversa, fez uma declaração dramática. Segundo seu interlocutor, Pizzolato afirmou que “prefere morrer a descontar a pena por anos em uma penitenciária do Brasil.''
A frase de Pizzolato faz lembrar comentário do ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça), numa palestra para empresários, em novembro de 2012: “Do fundo do meu coração, se fosse para cumprir muitos anos em alguma prisão nossa, eu preferia morrer”, dissera Cardozo na ocasião.
Entre o comentário do ministro da Justiça e o desabafo de Pizzolato, passou pela penitenciária brasiliense da Papuda a porção mensaleira da direção do PT. José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e João Paulo Cunha sobrevieram à experiência.
Condenado a 12 anos e 7 meses de cana, Pizzolato vai demorar um pouco mais para deixar o regime fechado. Mas o companheiro deveria levar em conta o lado bom das coisas. Encarcerado na Papuda, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil pode se redimir de seus crimes prestando um inestimável serviço ao país.
Com suas críticas, Pizzolato ajudará a aperfeiçoar o sistema carcerário nacional. Considerando-se que até os grandes empreiteiros da Lava Jato já amargaram os seus dias de colchonete na hospedaria paranaense da PF, as cadeias brasileiras podem estar a um passo da revolução.
Dependendo dos desdobramentos dos inquéritos da Lava Jato, a moda de prender corruptos e corruptores pode pegar no Brasil. Nessa hipótese, a melhoria das condições carcerárias pode ser uma mera questão de tempo.
Para começar, Pizzolato pode sugerir a qualificação do cardápio: frutas e sucos no café da manhã, carnes brancas e vermelhas para o almoço, opções light para o jantar. A cidadania italiana do preso é a certeza de que ele não terá dificuldades para indicar os melhores vinhos.
Inseridas no velho sistema, as inovações destoarão no início. Mas, as empreiteiras logo sugerirão ao governo a construção de modernos complexos penitenciários —sauna, piscina, salas de música e auditórios para as palestras de readaptação.
Resta aos brasileiros de bem gritar diante de todos os altares: “Vida longa para Pizzolato.”

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