DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
05 DE ABRIL DE 2015
O governo Dilma consolida para o Brasil a reputação de mau pagador, após aplicar o “tombo” de US$ 259 milhões (equivalentes a R$ 813,2 milhões) na Organização das Nações Unidas. Só este ano, o Brasil já deveria ter pago US$ 79,6 milhões (ou R$ 249,9 milhões) à entidade. Todos os países-membros assumem o compromisso de manter, além da própria ONU, o tribunal internacional e também as missões de paz.
Países como Cuba, Bolívia, Equador e República Dominicana, destinos comuns de investimentos do BNDES, estão em dia junto à ONU.
O Brasil passa vergonha também como “anão diplomático”, com sua política externa subjugada ao aspone Marco Aurélio Top-Top Garcia.
Decisão da mesa diretora da Câmara autoriza os deputados federais a omitirem comprovantes de despesas que revelam sua “intimidade”. Não está claro o que consideram despesas “íntimas”. Podem ser cirurgias plásticas, estoque de viagra, viagens particulares, compra de vinhos e cachaça, gastos com motel ou com empresa de segurança das quais o parlamentar é dono etc. Para todos esses casos há precedentes.
Em dois meses, a bancada do DEM na Câmara gastou R$ 528 mil com cota parlamentar, a “mesada” para custear a vida das excelências no mandato; combustível, telefonia e divulgação de atividade parlamentar.
O recordista em gastos, na bancada do DEM, foi o deputado Marcelo Aguiar (SP): R$ 94 mil, bem mais que o segundo, Onyx Lorenzoni (RS), R$ 63 mil. O líder, Mendonça Filho, foi bem mais comedido: R$ 36 mil.
O ex-deputado Camilo Cola (PMDB-ES) chegou a pedir à Câmara o ressarcimento de 62 centavos gastos com telefonia. Certamente por isso é um dos homens mais ricos do Brasil, com fortuna de R$ 1 bilhão.
O ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União, ainda ocupa apartamento do Senado, sem pagar aluguel, enquanto o suplente Raimundo Lira (PMDB-PB) recebe R$ 4,3 mil de auxílio-moradia.
Em fevereiro, o plenário do TCU aprovou auxílio-moradia de R$ 4,3 mil para ministros e procuradores que atuam no tribunal. Quando o auxílio para o Judiciário começar a valer, a conta será de R$ 1,5 bilhão/mês.
Em janeiro, em campanha para a presidência da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) gastou R$ 10,3 mil só com telefonemas. Ele ganhou a eleição e o contribuinte a conta para pagá-los.
...se continuar aparecendo um caso de corrupção por mês, Dilma terminará o mandato com número de escândalos maior do que o de ministros.

NO O ANTAGONISTA
O pior bimestre dos últimos 47 anos
Economia 05.04.15 06:41
O segmento de produtos plásticos teve o seu pior primeiro bimestre desde que a entidade que representa o setor, a Abiplast, foi fundada, há 47 anos.
É o que informa a coluna Mercado Aberto, da Folha de S. Paulo.
O presidente da entidade disse:
"Não tivemos uma redução tão significativa nem em 2009, em meio à crise financeira. Os últimos três anos foram de queda, mas nenhuma havia chegado a 5%".
E não é só isso. A estimativa é que o cenário se agrave ainda mais nos próximos meses, pois o período analisado não sofreu influência da alta do câmbio.
Está ruim? Vai piorar

A prioridade nacional
Brasil 05.04.15 06:01
A Folha de S. Paulo diz que os procuradores da Lava Jato passaram a tratar como prioridade "a busca por elementos que comprovem como o dinheiro supostamente entregue a João Vaccari Neto e Fernando Baiano chegou a políticos do PT e do PMDB. Procuradores consideram esse elo essencial para que a apuração avance, pois veem poucas chances de que o tesoureiro e o lobista colaborem com as investigações".
Essa não é a prioridade da Lava Jato - é a prioridade do país.

Governo mais turvo do que a Baía de Guanabara
Brasil 04.04.15 22:52
A promessa de transparência governamental no Brasil é semelhante à que se fez em relação às águas da Baía de Guanabara -- aquelas que estariam limpas para os Jogos Olímpicos do ano que vem e que permanecerão turvas até o final dos tempos.
A Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CRMI), última instância para quem caiu no conto da Lei de Acesso à Informação, aceitou, de acordo com uma conta feita pela Folha de S. Paulo, somente 1,1% dos recursos analisados entre novembro de 2012, quando foi instaurada, e fevereiro de 2015. Ou seja, de 628 recursos, só sete tiveram sucesso (cinco sobre o mesmo assunto).
Os emails oficiais de Dilma Rousseff, por exemplo: ninguém conseguiu saber do que tratavam, porque, segundo a CRMI, poderiam expor aspectos pessoais da presidente. Pois é, ela usa o email de trabalho para tratar de assuntos privados, o inverso de Hillary Clinton, que virou alvo nos Estados Unidos por utilizar emails pessoais para tratar de assuntos oficiais.
Aí você descobre que a tal CMRI é presidida pelo ministro-chefe da Casa Civil. Somos tolinhos.

A cabeleira do Otacílio
Brasil 04.04.15 21:14
Essa lambança no Carf está cada vez mais cabeluda -- e tingida. Otacílio Cartaxo, secretário da Receita Federal de 2009 a 2010, e que presidiu o próprio Carf de 2011 até janeiro último, está envolvido no esquema bilionário de venda de perdões fiscais, de acordo com escutas telefônicas da Polícia Federal.
Um dos cúmplices de Otacílio Cartaxo era o genro dele, Leonardo Siade Manzan, dono da SBS Consultoria, empresa na qual o sogrão iria trabalhar depois de deixar o Carf. Foi na casa de Leonardo Siade Manzan que a polícia encontrou 800 mil reais em espécie -- troquinho de nada.
Sabe a tintura do Otacílio? Você é que pagou

NO BLOG DO CORONEL
DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015
A revista Isto É está publicando reportagem onde, pela primeira vez, aparecem as digitais de Dilma Rousseff em negócio fraudulento envolvendo o PT, a Petrobras e "laranjas" com um esquema de propina que pode chegar a R$ 100 milhões de reais. Clique aqui para ler.
O que ainda não foi destacado pela Imprensa é que esta assinatura de Dilma Rousseff era um poderoso aval duplo.
Dilma Rousseff assinava como ministra-chefe da Casa Civil, cargo que exercia desde a queda de José Dirceu. Seu nome estava imediatamente abaixo de Lula como garantidora oficial da transação. Seu nome estava implícito do outro lado do papel, acima da assinatura de Renato Duque, pois Dilma também presidia o Conselho de Administração da Petrobras, sendo a liderança máxima e a última palavra em todo o processo de gestão da estatal. 
Resumo: a Petrobras sabia o que estava fazendo e o governo federal também. A assinatura da ministra chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras foi a prova de confiança que os corruptos precisavam para liberar com tranquilidade a propina para o PT, que, segundo a revista, pode ter chegado a R$ 100 milhões.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:18:00

Otacílio Cartaxo, envolvido no vazamento de dados da Receita Federal em 2010, contra candidatos do PSDB, substituiu Lina Vieira. Tem uma ficha corrida de préstimos aos governos petistas que está explicada: o genro liderava, com o seu aval, um esquema de bilhões em propinas para perdão de impostos de grandes devedores.
(Estadão) A Polícia Federal grampeou, com autorização judicial, ao menos dois telefones de Otacílio Dantas Cartaxo, ex-secretário da Receita Federal entre 2009 e 2010 e que presidiu de 2011 até janeiro deste ano o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão responsável por julgar reclamações de contribuintes em débito com a Receita. Para a PF, há indícios de que Cartaxo participou do esquema de venda de decisões favoráveis a grandes empresas. 
Conforme o inquérito, Cartaxo mantinha relações de proximidade com investigados no esquema, entre eles o próprio genro, Leonardo Siade Manzan. Nas escutas, lobistas e conselheiros conversam sobre supostas gestões do ex-secretário em favor de empresas suspeitas de pagar propina no órgão.
O monitoramento dos telefones de Cartaxo foi necessário, segundo relatório da PF enviado à Justiça Federal, “tendo em vista a suspeita que há sobre este alvo e a sua condição de presidente do Carf”. Os investigadores chegaram a pedir a prorrogação das interceptações.
Ex-conselheiro do Carf, o genro de Cartaxo é apontado pela PF como um dos principais integrantes do grupo suspeito de operar o esquema de venda de decisões. Na casa dele, os agentes apreenderam R$ 800 mil em dinheiro. Manzan é sócio da SBS Consultoria Empresarial, empresa que, segundo a polícia, foi usada para “dissimular atividades criminosas”, como corrupção de conselheiros e lavagem de dinheiro do esquema.
A relação com o sogro, segundo um dos relatórios, conferia a Manzan “grande prestígio e influência dentro do Carf, o que ele exerce sem pudor”. Os áudios, segundo a PF, indicam que Cartaxo, após deixar a presidência do Carf, “passará a trabalhar na consultoria do seu genro, a SBS Consultoria”.
As conversas entre os investigados, interceptadas na Operação Zelotes, fazem referências a supostas atividades do ex-chefe da Receita em favor do esquema. Numa delas, o conselheiro Paulo Roberto Cortez diz a um de seus sócios que recebeu um “recado sutil” de Cartaxo por meio do colega Valmir Sandri. O presidente do conselho queria, segundo Cortez, fazê-lo “calar a boca” sobre a forma como o processo da Gerdau estava sendo conduzido.
Em vez de ser relatado por um representante da Fazenda no Carf, o caso ficou sob responsabilidade do próprio Valmir. As investigações mostram indícios de que a Gerdau negociou propina para ter decisão favorável no caso, que envolve uma dívida de R$ 4 bilhões. O processo ainda não foi concluído 
Influência 
A PF diz ainda que um dos integrantes do conselho de administração do Banco Safra, João Inácio Puga, enviou um emissário a Brasília para se reunir com Cartaxo em setembro do ano passado. O Safra teria pago R$ 28 milhões para influenciar a tramitação de um processo. Consultado pelo Estado desde a semana passada, o banco não se manifestou.
Como presidente do Carf, Cartaxo decidia quais recursos poderiam subir à Câmara Superior do Carf, instância mais alta do órgão. Ele também indicava os presidentes das câmaras de julgamento. A nomeação dos conselheiros também dependia do aval dele.
O Estado telefonou para os três telefones de Cartaxo e deixou recado nas caixas postais. A reportagem também esteve na casa dele, em Brasília. Uma empregada disse que ele estava viajando e não poderia falar com a reportagem. Manzan, genro de Cartaxo, não atendeu aos telefonemas para sua casa e para seu celular. A reportagem falou com a mãe dele ontem à tarde. Ela disse que daria recado ao filho, mas ele não ligou de volta. Segundo ela, o celular de Manzan foi apreendido pela PF.
(O Globo) Apontados pela Polícia Federal (PF) como integrantes de uma organização criminosa, conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), lobistas e advogados investigados na Operação Zelotes movimentaram R$ 1,2 bilhão, em 21.541 operações bancárias. Segundo relatório de investigação da Polícia Federal, obtido pelo GLOBO, a maior parte foi movimentada pela SGR Consultoria, uma das empresas apontadas como de fachada criadas para dissimular a realização de negociações com empresas que sofreram autuações milionárias da Receita Federal.
Sozinha, a SGR movimentou, entre 2005 e 2013, R$ 115,6 milhões. Isso sem contar as operações menores que R$ 5 mil, que não entraram no cálculo da PF em nenhuma das contas analisadas. “Em suma, quase a totalidade do dinheiro que entrou na conta da SGR Consultoria saiu, sendo que aproximadamente 84% do valor a débito foi retirado de forma que a distribuição não viesse a ser identificada pela instituição financeira”, diz o relatório da investigação.
SUSPEITOS NA MESMA FAMÍLIA
A família do ex-secretário-adjunto da Receita Federal Eivany Silva, incluído o próprio, com dois filhos — José Ricardo Silva e Eivanice Silva — e outros sócios, têm ou já tiveram participação na empresa. Edison Pereira Rodrigues, que já presidiu o Carf, é um dos sócios. A Polícia Federal constatou que a SGR é uma empresa de "especialidade não sabida". A casa que aparece como sede da SGR, no Lago Sul, região nobre de Brasília, é apontada pelos investigadores da PF como local de reuniões para decidir o esquema. "Onde os irmãos (Silva) se reuniriam para tomadas de decisões relativas ao esquema de corrupção".
A PF detectou outra casa, também no Lago Sul, que seria o endereço residencial de Eivany. A conclusão dos agentes é que ali pode ser a sede da discussão dos esquemas. "Esse endereço se destacou pois o imóvel é aparentemente a verdadeira sede de atuação da suposta organização criminosa".
José Ricardo da Silva aparece nas investigações da Polícia Federal como um dos comandantes do esquema. Ele foi conselheiro do Carf até fevereiro de 2014 e é sócio de nove empresas. "Ficou evidente que um dos principais vértices de conexões é justamente José Ricardo da Silva, tido como o articulador e possível chefe da suposta organização criminosa", afirma o relatório da PF.
Sozinho, José Ricardo fez movimentações financeiras atípicas, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda. Entre dezembro de 2004 a fevereiro de 2015, ele fez transações de R$ 19,6 milhões. Uma de suas empresas, a José Ricardo Advogados, é apontada como atuante no esquema. "O escritório J.R. Silva Advogados se mostra deveras importante já que tem como sócios José Ricardo e as conselheiras (do Carf) Adriana Oliveira e a sua irmã (de José Ricardo), Eivanice Canário da Silva".
O relatório diz que José Ricardo, aos 40 anos, teve uma "ascensão meteórica". Os policiais analisaram várias contas dos integrantes da família Silva. Apenas na caderneta de poupança, José Ricardo da Silva recebeu R$ 4,4 milhões. Os dados dos investigadores mostram transações atípicas como seis depósitos feitos em dezembro de 2011 que somam R$ 663,8 mil.
A Polícia Federal investigou não só os endereços das empresas envolvidas mas também os números dos telefones dos citados na investigação. Um dos números aparece duas vezes, como o do telefone da residência de Eivany e também como da SGR, numa loja comercial na Asa Norte, bem distante da casa. "É uma forte incongruência".
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:26:00

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
05/04/2015 às 1:35 \ Opinião
VALENTINA DE BOTAS
“Meu filho Absalão! Absalão, meu filho!”, me lembro do lamento denso do rei Davi, em Samuel II, dilacerado pelo assassinato do filho que tentara matá-lo para lhe tomar o trono. Mesmo não vencendo o pai, Absalão destruiu-lhe um pedaço da alma, tanto que a ruína e morte de Thomas Sutpen, o protagonista do magnífico romance de Faulkner “Absalão! Absalão”, efetivadas pelos próprios descendentes, prenunciam-se na repetição do nome do filho do rei hebreu.
“Deixa, Deus, eles viverem”, me lembro de pais e mães na UTI neonatal onde minha filha permaneceu quase três meses porque nascera na improbabilidade do quinto mês de gestação. Enquanto não automatizam o ato da respiração, bebês prematuros se esquecem de respirar e ficam lá, paradinhos. Lindos, minúsculos e grandiosos. E os pais só pedindo: “Deixa, Deus, eles viverem”. Aí, voltam a respirar como quem leva um susto.
Alguns Deus não deixou; e tudo ficava impossível neste choque insuportável entre o que é pó em nós e a face horrenda do eterno. Me ausentei do mundo para ver minha filha cada dia de todos aqueles dias. A pequena audaz me dava colo nas 12 horas diárias que eu permanecia na UTI: eu vigiava Deus. Saudável e doce, ela é a memória diária de um milagre; não é a única filha que tive, mas é a única que tenho. O que me faz pensar mais de perto nos pais que conhecem essa dor absoluta e subversiva.
As mortes de Thomaz e Eduardo, uma num acidente estúpido – será que a única forma de testar um helicóptero é fazê-lo voar? – e a outra numa selvageria, reforçam que talvez só os indecifráveis propósitos divinos possam harmonizar o sublime (o milagre) e o nefando (a tragédia) que nos tangem neste mundo, embora ambos necessitem do humano para acontecer.
Desnecessário é o desrespeito de Luciana Genro aos mortos que, à sombra da pilha de cadáveres que a ideologia que ela rumina produziu, usou o assassinato de Eduardo para exercer a patrulha do luto: quer saber por que não lamentar a morte de Eduardo. Ora, todos lamentamos uma barbaridade dessas. Leviana, sugere que o preconceito de classe sepulta Eduardo no esquecimento.
Duplamente estúpida – por ser estúpida mesmo e por achar que ninguém percebe –, confessa involuntariamente que só se lembrou de Eduardo pela asquerosa conveniência ideológica, afinal quando foi que lamentou quaisquer dos incontáveis eduardos anteriores a este? O texto do nosso Reynaldo disse tudo e fico pensando nos pais cujos filhos se vão. Em geral, orgulhamo-nos e ficamos felizes com o êxito dos filhos, claro; mas é em algum insucesso, em alguma vulnerabilidade deles que nosso amor parece maior.
Vai ver é aí que nosso amor pelos filhos se exacerba e realiza a completa potência dele. Seja o pai um rei ameaçado, plebeus numa UTI, o governador ou um ajudante de pedreiro. Mas todo esse amor não os poupa do abismo que tocaia a todos e quando um filho morre, talvez o mesmo amor que nos leva ao limite do humano possa nos fazer confiar nos planos de Deus e, então, vislumbramos a face sublime do eterno no milagre de conseguir ir em frente.

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