DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
03 DE ABRIL DE 2015
O declínio da popularidade de Dilma também se verifica no Nordeste, onde obteve expressiva vitória em sua reeleição. Agora, 65,9% dos nordestinos desaprovam o seu governo, contra 27,2% que aprovam. É o que constata levantamento nacional realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, que entrevistou 2.022 eleitores em 152 municípios de 26 estados e no DF. Nas demais regiões, a situação de Dilma é ainda pior.
Segundo a pesquisa, realizada entre os dias 26 e 31 últimos, 84,5% da população da região Sul desaprova Dilma. Só 13,2% a aprovam.
A desaprovação de Dilma é também recorde nas regiões Norte e Centro-Oeste (77,9%) e no Sudeste (74,2%).
O Instituto Paraná Pesquisas apurou que para a maioria (78,3%), Lula e Dilma tinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.
Outro dado importante da pesquisa é que para 79% Dilma mentiu, durante a campanha eleitoral, sobre a situação econômica do País.
Todos os seis senadores do PSB assinaram o requerimento de criação de CPI para investigar os fundos de pensão, numa atitude atribuída à inexistência de articulação do governo. Em fevereiro, esses senadores recusaram apoio à CPI da Petrobras, mas não receberam do governo nem mesmo um “muito obrigado”. A bancada do PSB no Senado se sentiu liberada para auxiliar a oposição a abrir mais essa caixa-preta.
O senador tucano Cássio Cunha Lima (PB) apresentará na próxima semana as 27 assinaturas criando a CPI dos Fundos de Pensão.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), inaugura (7) a pauta desfavorável ao governo, em retaliação ao adiamento da nomeação de Henrique Alves para o Ministério do Turismo. Para começar, vai votar o projeto que trata da regulamentação da terceirização de mão de obra.
...em caso de impeachment, não vai ter seguro desemprego para Dilma: nesses casos, a “demissão” é sempre por justa causa.

NO O ANTAGONISTA
A assessora de Dilma era a chefe do esquema do Carf
Brasil 03.04.15 07:52
Sabe quem era o petista na roubalheira da Receita Federal?
Erenice Guerra.
A Veja, hoje, tem uma reportagem devastadora sobre a operação Zelotes.
Erenice Guerra, quando ainda era a principal assessora de Dilma Rousseff, na Casa Civil, recebeu um e-mail de seu irmão com o nome de quatro advogados para compor o conselho do Carf. Ela respondeu:
"Estou enviando o currículo dos meninos. Bjs".
Os quatro meninos se tornaram conselheiros do Carf. E um deles, José Ricardo da Silva, considerado um dos chefes da quadrilha da Receita Federal, se tornou seu sócio depois que ela foi demitida da Casa Civil.
A PF apreendeu um contrato de Erenice Guerra com a Huawei, em que ela se comprometia a prestar "serviços profissionais relativos à defesa fiscal da contraente no âmbito da Administração Tributária Federal", negociando um débito de 705 milhões de reais da empresa com a Receita Federal. José Ricardo da Silva, que na época ainda era conselheiro do Carf, aparece como seu parceiro na transação, de acordo com o contrato de gaveta assinado por Erenice Guerra.
O menino nomeado para o Carf por Erenice Guerra era o mesmo menino que trabalhava com Erenice Guerra para abater as multas no Carf.
Bjs.
Estou enviando o currículo dos meninos. Bjs.

NO BLOG DO CORONEL
SEXTA-FEIRA, 3 DE ABRIL DE 2015
(Folha) O grupo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona Dilma Rousseff a fechar, até a próxima semana, a reformulação de seu ministério para pôr fim à guerra entre governo e PMDB. Segundo interlocutores de Lula e Dilma, a presidente deveria entregar imediatamente a articulação política a um peemedebista para envolver o partido de seu vice, Michel Temer, no comando das negociações do ajuste fiscal. São citados dois candidatos ao posto, hoje nas mãos do ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais): o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), peemedebista gaúcho. 
Em reunião nesta semana, Lula avaliou com seu grupo de interlocutores que Dilma precisa compreender que a crise atual é mais política do que econômica, e que a solução passa por uma rápida composição com o PMDB. Para Lula, tão logo o governo volte a se acertar com o comando peemedebista, a crise econômica começará a ser equacionada com a aprovação do ajuste fiscal. Lulistas avaliam que Dilma errou ao acertar a nomeação de Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo sem definir a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fiador do atual titular da pasta, o alagoano Vinicius Lages. 
Um interlocutor de Lula classificou de "ingenuidade" do Planalto a orientação de que cabia ao PMDB se acertar internamente para ela nomear Alves para o Turismo. Segundo assessores presidenciais, mudar o destino de Alves poderia ser a solução, nomeando-o para o comando da articulação política. Lula e seu grupo defendem uma solução rápida para a crise com o PMDB porque, na próxima semana, serão discutidos no Congresso temas com impacto direto nas contas da União. 
O governo quer que o Senado confirme o adiamento da discussão da renegociação das dívidas dos Estados e municípios com a União. Há ainda a ameaça de Renan de avançar com proposta que dá autonomia ao Banco Central, além de projeto com mudanças no ICMS, principal imposto cobrado pelos Estados. Já a Câmara pode decidir se eleva de R$ 380 milhões para R$ 2 bilhões os gastos previstos com funcionalismo.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:17:00

Queria facilitar negócios com os corruptos do PT ou com ditadores amigos? Era só pagar a "consultoria" do Zé Dirceu.
(Folha) A JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro José Dirceu, faturou R$ 39,1 milhões entre 2006 e 2013, quase R$ 10 milhões a mais que os R$ 29,3 milhões discriminados na quebra de sigilo entregue aos procuradores da Operação Lava Jato. Parte da diferença veio de pagamentos de clientes estrangeiros, não listados no relatório da Receita Federal. 
A assessoria de Dirceu confirmou ter recebido dos bilionários mexicanos Carlos Slim e Ricardo Salinas, do empresário de comunicação venezuelano Gustavo Cisneros e da espanhola Telefónica. As receitas foram declaradas no Imposto de Renda, mas os nomes das fontes pagadoras estrangeiras não estão discriminados porque o dinheiro chegou às contas da JD por meio de contratos de câmbio. Nesta modalidade, o contribuinte declara os valores recebidos, mas não os dados de quem fez os pagamentos. 
A origem do dinheiro fica registrada no Banco do Brasil, onde as operações foram realizadas, e no Banco Central. Só é preciso discriminar ao fisco quem fez os pagamentos se cair na malha fina. Dirceu entrou no radar da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras, depois que a investigação detectou que sua empresa recebeu R$ 10 milhões de empreiteiras suspeitas de formar cartel para superfaturar obras da estatal. O petista abriu sua consultoria em 2006, depois de ter o mandato de deputado cassado sob a acusação de comandar o mensalão. 
Um de seus primeiros clientes foi o mexicano Carlos Slim. Os pagamentos à JD foram feitos através da Teléfonos de México, mas a natureza específica dos serviços prestados não é divulgada. Outro bilionário mexicano, Ricardo Salinas, fez pagamentos à JD por meio da Elektra del Milenio, a maior rede de varejo do México. Na época em que contratou o ex-ministro, o grupo de Salinas preparava a expansão para o Brasil das operações do Banco Azteca, uma instituição financeira voltada a clientes de baixa renda. O banco abriu sua sede no Recife em 2008. 
Com uma fortuna de US$ 3,6 bilhões, o venezuelano Gustavo Cisneros se valeu da influência de Dirceu para se aproximar do então presidente Hugo Chávez durante o processo de renovação da concessão da Venevisión, maior canal de televisão privado do país, controlado pelo empresário. O pagamento de Cisneros à JD foi feito pela Smallwood Development. 
Na quebra do sigilo da empresa de Dirceu, não há registro de pagamentos de ao menos dois grandes grupos brasileiros para quem ele teria prestado serviços. A Vale usou as conexões políticas do ex-ministro para prospectar oportunidades de investimentos no exterior, segundo a Folha apurou. Em 2006, Dirceu levou diretores da Vale para se encontrarem com Hugo Chávez, em Caracas, e a uma audiência privada com o ditador Fidel Castro, em Havana. Em Cuba, a Vale discutia a exploração de uma mina de níquel, mas o negócio não foi adiante. 
Dirceu também assessorou Eike Batista na Bolívia. O ex-ministro esteve com membros do governo Evo Morales para falar da EBX pouco antes do anúncio da nacionalização da exploração dos hidrocarbonetos na Bolívia. A EBX, que construía siderúrgica em Puerto Quijarro, acabou deixando o país.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:01:00


NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sexta-feira, abril 03, 2015
GOLPE - A ex-ministra Erenice Guerra se associou secretamente a José Ricardo, conselheiro do tribunal da Receita Federal, para atuar em defesa de uma empresa junto ao Fisco.
O poder do chefe da Casa Civil da Presidência da República, como quase tudo no governo do PT, é uma relação incestuosa entre o partido e o Estado. José Dirceu, que foi ministro da Casa Civil na fase inicial do primeiro mandato de Lula, já abriu os trabalhos ampliando os poderes de sua pasta. Ele comandava a máquina partidária e vendeu aos radicais a ideia de que Lula só se elegeria em 2002 com a suavização do discurso socialista estatizante e hostil ao livre mercado. Deu certo, e a figura de leão vegetariano colada a Lula funcionou na costura das alianças e nas urnas. Em retribuição, José Dirceu tornou-se superministro, condição que alardeava aos quatro ventos com variações desta frase: "Ele é o presidente, mas quem manda no governo sou eu". Dirceu e a Casa Civil foram os guardiões e os fiadores dos acertos e compromissos firmados com políticos poderosos e grandes empresários. Parte desse enorme poder encarnado por Dirceu na Casa Civil foi passada a seus sucessores na pasta. Com o poder, tornou-se hereditário também o hábito de o titular usar o ministério como balcão de negócios e, uma vez fora, lançar mão de sua influência junto a quem ficou para continuar operando.
Qualquer negociação estratégica com o setor produtivo e o Congresso passa necessariamente pela Casa Civil, que, com mais ou menos delegação, dependendo da circunstância, representa a vontade do presidente na definição de obras de infraestrutura, liberaçãoO poder do chefe da Casa Civil da Presidência da República, como quase tudo no governo do PT, é uma relação incestuosa entre o partido e o Estado. José Dirceu, que foi ministro da Casa Civil na fase inicial do primeiro mandato de Lula, já abriu os trabalhos ampliando os poderes de sua pasta. Ele comandava a máquina partidária e vendeu aos radicais a ideia de que Lula só se elegeria em 2002 com a suavização do discurso socialista estatizante e hostil ao livre mercado. Deu certo, e a figura de leão vegetariano colada a Lula funcionou na costura das alianças e nas urnas. Em retribuição, José Dirceu tornou-se superministro, condição que alardeava aos quatro ventos com variações desta frase: "Ele é o presidente, mas quem manda no governo sou eu". Dirceu e a Casa Civil foram os guardiões e os fiadores dos acertos e compromissos firmados com políticos poderosos e grandes empresários. Parte desse enorme poder encarnado por Dirceu na Casa Civil foi passada a seus sucessores na pasta. Com o poder, tornou-se hereditário também o hábito de o titular usar o ministério como balcão de negócios e, uma vez fora, lançar mão de sua influência junto a quem ficou para continuar operando.
O BUNKER DAS NEGOCIATAS
Qualquer negociação estratégica com o setor produtivo e o Congresso passa necessariamente pela Casa Civil, que, com mais ou menos delegação, dependendo da circunstância, representa a vontade do presidente na definição de obras de infraestrutura, liberação de linhas de crédito em bancos oficiais, vetos e indicações para os mais altos cargos da administração pública. Dos seis ministros que assumiram a Casa Civil nos últimos doze anos, três nutriram o sonho de chegar à Presidência. Dilma Rousseff conseguiu, José Dirceu e Antonio Palocci foram abatidos em pleno voo, e Aloizio Mercadante, o atual ministro, mesmo no alvo do fogo amigo, mantém-se firme no curso.
de linhas de crédito em bancos oficiais, vetos e indicações para os mais altos cargos da administração pública. Dos seis ministros que assumiram a Casa Civil nos últimos doze anos, três nutriram o sonho de chegar à Presidência. Dilma Rousseff conseguiu, José Dirceu e Antonio Palocci foram abatidos em pleno voo, e Aloizio Mercadante, o atual ministro, mesmo no alvo do fogo amigo, mantém-se firme no curso.
Mas com o poder costuma vir o abuso do poder, e não é surpresa para ninguém que a Polícia Federal e o Ministério Público estejam investigando o enriquecimento dos antigos ocupantes do superministério. Se falhou na política, Dirceu - o "guerreiro do povo brasileiro", "o revolucionário socialista" - prosperou como consultor. Só das empresas investigadas no escândalo da Petrobras recebeu mais de 10 milhões de reais. O ex-ministro Antonio Palocci, que assumiu o posto no início do governo Dilma, também enriqueceu sem precisar de muito esforço. Descobre-se agora que até mesmo a mais discreta, a mais humilde e a aparentemente mais despretensiosa ocupante do cargo, a e­x-ministra Erenice Guerra, também carimbou seu passaporte vermelho para esse seleto clube de milionários.
CORRUPÇÃO E ROUBALHEIRA
Há duas semanas, a Polícia Federal e o Ministério Público deflagraram a Operação Zelotes, que tem como alvo uma quadrilha que vendia facilidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (Carf). Integrado por representantes do governo e dos contribuintes, o Carf funciona como uma espécie de tribunal em que pessoas físicas e empresas podem recorrer das multas aplicadas pela Receita Federal. Atualmente, tramitam no órgão centenas de processos, cujos valores alcançam quase meio trilhão de reais. Cifras que encheram os olhos - e os bolsos - de muita gente. A investigação identificou um grupo que, atuando em parceria, oferecia veredictos favoráveis no conselho em troca de polpudas propinas ou, nos casos mais sofisticados, uma taxa de sucesso sobre o valor que eventualmente conseguissem abater dos débitos fiscais das empresas. Estima-se que eles possam ter causado aos cofres públicos um prejuízo superior a 19 bilhões de reais.
Foram apontados como participantes do esquema lobistas, advogados e membros do próprio conselho. Até a semana passada, no entanto, o caso parecia incluir apenas aquela ar­raia-miúda da corrupção que costuma florescer à margem da burocracia que cria dificuldades para vender facilidades. Parecia. VEJA teve acesso a documentos apreendidos pelos investigadores. Durante a operação, a polícia recolheu uma procuração que revela que a ex-ministra Erenice Guerra atuava em parceria com um dos chefes da quadrilha do Carf. Como seus ex-colegas de ministério, a petista surge mirando ganhos de milhões de reais. Como seus antigos colegas de ministério, o enredo em direção à fortuna mistura contratos de gaveta, procurações cruzadas, taxas de sucesso. Assim como os velhos companheiros de partido, Erenice se rendeu à sedução do dinheiro. A exemplo dos criminosos do PT, converteu-se da pior maneira possível.
Erenice Guerra nunca chamou muita atenção, nem dentro nem fora do partido. Funcionária do governo de Brasília, trabalhou na Secretaria de Segurança Pública. Levava uma vida modesta, num bairro de classe média de uma cidade-satélite do Distrito Federal. Com a chegada do PT ao poder, foi indicada para compor o governo de transição, ocasião em que conheceu e se aproximou de outra burocrata, Dilma Rousseff. E veio a guinada na carreira. Em 2003, Erenice foi nomeada chefe da consultoria jurídica do Ministério de Minas e Energia, comandado por Dilma Rousseff. Quando Dilma assumiu a Casa Civil, a assessora a acompanhou, ocupando o cargo de secretária executiva, o segundo mais importante da pasta. Em 2010, Dilma deixou o governo para se candidatar à Presidência, e Erenice, no vácuo da amiga, to­rnou-se ela própria a ministra-chefe da Casa Civil. Foi um breve reinado, de apenas cinco meses, abreviado pelo escândalo no qual ela foi acusada de atuar em favor dos negócios do marido e do filho. Fora do Planalto, Erenice, especialista em direito sanitário, abriu um escritório de advocacia.
O ESQUEMA ERENICE
Instalado numa das áreas mais nobres de Brasília, o escritório da e­­x-ministra logo passou a ser ponto de peregrinação para empresários de diferentes setores com interesses no governo. Com o acesso, os contatos e a fama que tinha e ainda tem no governo, nada melhor do que contratá-la para ajudar a solucionar problemas de toda ordem. Os documentos apreendidos pela polícia põem Erenice no centro do escândalo da Receita e ajudam a compreender o segredo de Midas. Um deles é um contrato firmado entre ela e o braço brasileiro da Huawei, gigante chinês da área de telecomunicações. Erenice se compromete a prestar à companhia "serviços profissionais relativos à defesa fiscal da contratante no âmbito da Administração Tributária Federal". Na prática, incumbiu-se de defender os interesses da Huawei no Carf, o tribunal da Receita no qual agia a quadrilha especializada em vender decisões. E o mais grave: para garantir o sucesso da empreitada, a ex-ministra se associou ao advogado José Ricardo da Silva, então membro do conselho e um dos mais destacados integrantes da quadrilha.
Em valores atualizados, a Huawei discute no Carf um débito de 705,5 milhões de reais, resultante de cobranças efetuadas pela Receita Federal. Nos documentos apreendidos, está estabelecido o prêmio a ser pago a Erenice em caso de êxito: 1,5% do valor que a empresa deixaria de recolher aos cofres públicos. Admitida a hipótese de a cobrança ser anulada integralmente, caberiam a ela nada menos que 10 milhões de reais. O contrato foi acertado em 2013. José Ricardo ocupou o conselho do Carf até fevereiro do ano passado. Resumindo, Erenice se associou a um conselheiro do Carf para atuar em favor de uma empresa multada pelo próprio Carf. A relação de Erenice com José Ricardo fica evidente numa "procuração de gaveta" também apreendida. E mais: quando estava na Casa Civil, Erenice já dava uma mãozinha aos planos de José Ricardo de ampliar seus poderes sobre as decisões da Receita.
Mensagens eletrônicas a que VEJA teve acesso mostram a ação de Erenice para ajudar o advogado. Numa delas, encaminhada ao e-mail funcional dela no Palácio do Planalto, José Ricardo escreve a um irmão da ministra, também advogado, e também sócio na empreitada junto à Receita. Ele pede a intervenção de Erenice na composição do Carf: "Segue apresentação da pessoa que lhe falei, apta a ocupar a presidência do Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda". Com a mensagem, seguiu um anexo com o nome do próprio José Ricardo e de quatro sócios dele - três dos quais também foram conselheiros do Carf e figuram no rol de investigados na Operação Zelotes. Erenice, logo após receber o texto do irmão, responde: "Estou enviando curriculum dos meninos. Bjs".
FORTUNA COM DINHEIRO PÚBLICO
Eis a receita de sucesso que leva muita gente em Brasília a construir fortunas de uma hora para outra. Enquanto estava no governo, Erenice plantava as bases de uma estrutura com a qual viria a se associar depois, para ganhar dinheiro à custa dos cofres públicos. E esse é apenas um dos muitos negócios arquitetados no escritório da ex-ministra, cujos sinais de riqueza são visíveis. A advogada Erenice nada lembra a companheira Erenice, que hoje mora no bairro mais caro de Brasília, desfila a bordo de carros importados e enverga roupas de grife e acessórios de luxo. Sempre que é procurada, a ex-ministra diz que não gosta de jornalistas. Ela em breve será incluída no rol de investigados da Operação Zelotes - e se juntará aos colegas que, da Casa Civil, decidiram mergulhar de cabeça e braços abertos naquilo que juraram um dia combater. José Dirceu, por sinal, foi intimado na semana passada a prestar esclarecimentos sobre os supostos contratos de consultoria que sua empresa firmou depois que ele deixou o Planalto. De 2006 a 2013, o ex-ministro faturou 39 milhões de reais, pagamentos que continuaram a ser feitos mesmo após ele ter sido preso. Antonio Palocci, que multiplicou seu patrimônio declarado em vinte vezes, incluindo carros e imóveis de altíssimo luxo, também está às voltas com o Ministério Público. A Casa Civil ainda guarda outros segredos. Da revista Veja que está nas bancas nesta sexta-feira (03).

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sexta-feira, 3 de abril de 2015

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Dilma Rousseff tem uma saída para tentar o milagre de recuperar a governabilidade perdida: abandonar o PT e se filiar, imediatamente, ao PMDB, que faria uma profunda reforma no governo e garantiria a base de sustentação para ela no Congresso Nacional. Tal "alternativa", que parece sugerida pelo gestor de um hospício, vem sendo tratada, com toda seriedade, em reuniões dos peemedebistas com grandes empresários que lhes dão sustentação.
A proposta doida esbarra em um problema prático: a teimosia radical de Dilma Rousseff. Por seu temperamento e personalidade, dificilmente, ela aceitaria sair do PT e ingressar no PMDB, mesmo que esta fosse ou parecesse a condição única para sua "salvação" política. O fato de tal "loucura" ser cogitada seriamente demonstra bem a dimensão e gravidade do impasse institucional no Brasil. O desespero fala mais alto! Sempre governista, o PMDB arquiteta uma jogada de sobrevivência para si mesmo, diante do quase inevitável desastre fatal do PT, com o avanço dos processos da Lava Jato na 13a Vara Federal em Curitiba. O PMDB sabe que o desastre petista tem tudo para destruí-lo junto...
Na cúpula dos podres poderes da nossa república de mentirinha, já se sabe que os próximos movimentos do juiz Sérgio Moro vão atingir gravemente as principais lideranças do Partido dos Trabalhadores, em especial Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu de Oliveira e Silva e o "tesoureiro" João Vaccari Neto. Uma das mais cuidadosas linhas investigatórias da Força Tarefa do MPF levanta dados concretos sobre como o clube de empreiteiras abastecia de recursos aquele esquema (que parece em esquecimento judicial) coordenado por Rosemery Nóvoa Noronha - amiga de Lula e Dirceu que ocupou a chefia de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo.
Outra bomba que Sérgio Moro pode detonar, a qualquer momento, é um foco nas operações da Lava Jato feitas pela maior transnacional brasileira: a Odebrecht. Até agora, a empresa é apenas citada. Nega todas as acusações ou suspeitas. A situação pode ficar ainda mais explosiva caso se confirme que a Força Tarefa também tenta juntar as pontas de negócios feitos na Petrobras em parcerias com o poderoso grupo BTG, do empresário André Esteves, classificado nos meios políticos como outro grande aliado pessoal de Lula, com tanto ou mais peso que Marcelo Odebrecht. Se Sérgio tiver condições jurídicas e políticas de mexer com André e Marcelo, a situação fica feia para Lula, Dirceu, Rose e Vaccari.
Quando a bomba vai estourar? Eis a pergunta que nunca se responde. O fosse é sem fundo. A insustentabilidade política fica mais evidente quando a conjuntura econômica se deteriora. Carestia, inflação, juros altos, impostos impactando quem trabalha e produz, desemprego descontrolado, inadimplência das famílias, descrença e desconfiança no governo - tudo isso contribui para aumentar a insatisfação da opinião pública. Também alimenta um perigoso clima que mistura raiva e desesperança, abrindo caminho para "soluções" autoritárias...
Mal comparando, a situação do governo Dilma é igual ou pior que aqueles tanques de combustível que queimam, sem parar, na região industrial portuária, em Santos: tudo parece absolutamente fora de controle. E os "bombeiros" políticos ainda jogam mais gasolina para alimentar o fogo do inferno... A presidenta se transformou em um churrasquinho no espeto do PT torrando na churrasqueira do PMDB. Dilma parece irremediavelmente queimada, mas pode terminar completamente incinerada politicamente. Um governante com apenas 12% de popularidade não consegue dormir direito, e tende a somatizar, negativamente, tamanha pressão contrária...
Dilma sobreviverá? O PT joga com o tempo. A tática é empurrar as situações críticas para frente, evitando desfechos trágicos imediatos. No caso dos problemas criminais contra seus dirigentes máximos, a intenção dupla é se defender com manobras judiciais protelatórias. Quanto mais tudo demorar a acontecer, melhor: as penas em eventuais condenações acabam prescrevendo. Ninguém poderoso fica preso - igual no Mensalão... Além disso, como a sacanagem é generalizada, os petistas apostam que a onda "denuncista" também atinja a "oposição" ou os "aliados inconfiáveis". Assim, com as broncas afetando todos, o efeito punitivo se dilui... 
Ao mesmo tempo, temendo o que possa acontecer, em variados formatos possíveis de golpes, o partido inflama a militância mais radicalóide, formada por agitadores profissionais, e mobiliza seus "exércitos" revolucionários, bem financiados e muito bem treinados para situações reais de conflito armado. Além disso, o partido conta com defensores explícitos ou ocultos na máquina que aparelhou nos três poderes, principalmente no Ministério Público, no Judiciário e, até, nas Forças Armadas e demais aparelhos repressivos do Estado - incluindo as polícias e a máquina fiscalizatória.
O PT parece, porém ainda não está completamente morto. Parece mais uma espécie de moribundo que não pretende, em hipótese alguma, deixar a própria carne apodrecida se separar do osso "inlargável" do poder. Um monstro assim não tem escrúpulos nem pudores para triturar adversários e inimigos. Vale tudo pela sobrevivência do cadáver politicamente insepulto. Por isso, nosso impasse institucional assume tons mórbidos e morféticos que podem ser agravados pelos efeitos psicossociais negativos de uma crise econômica de dimensões nunca antes vista na história do Brasil.
O grande medo concreto da cúpula do desgoverno são as manifestações populares nas ruas. Tal movimento, quando se amplia, costuma sair do controle. As passeatas agendadas em todo o País para o próximo dia 12 de abril tendem a ser maiores que os gigantescos protestos de 15 de março. Estruturalmente, a ação das massas ordeiras não derruba o governo automaticamente. Mas o processo gera uma consequência imagética, para o País e o mundo afora, de que a insatisfação se torna majoritária.
Se a crise política e econômica se agravar, o governo não se sustenta. Quando o PTitanic vai afundar completamente? Já naufragou... Mas a orquestra continua tocando a marcha fúnebre em ritmo de funk, enquanto a cúpula partidária tenta rebolar, segurando em várias bóias de salvação - que podem ser reais ou miragens. O maior drama hoje da cúpula petista é que, se tentar um golpe radical de sobrevivência, tem certeza de que o PMDB, com Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Michel Temer, vai reagir e lhe roubar o poder federal.
O PT e Dilma, como reféns, são dejetos aguardando o aperto da descarga de alguma espécie de "juízo final" - seja do judiciário ou da própria História. O triste e lamentável é que - querendo ou não - somos obrigados a navegar com eles dentro do mesmo vaso sanitário.
Dependendo do laxante-purgante, somos nós, os cidadãos-eleitores-contribuintes, quem sentimos os efeitos mais perversos de tanta cagada sistêmica cometida contra um País que tem condições de ser Potência Mundial, mas que insiste em permanecer subdesenvolvido, como mera colônia de exploração miserável, apesar das riquezas.
O governo do crime institucionalizado não tem a menor vontade de deixar de nos escravizar... Até quando aceitaremos ser coniventes com ele, sem uma reação orgânica e estrutural? 
Maldição do 12?

Abalo
Como é hediondo ver o nojento meio político tupiniquim se fingir de "abalado" com a trágica morte do filho caçula do governador Geraldo Alckmin.
O drama real e verdadeira é do pai e da mãe que perdem um filho prematuramente, e são obrigados a velá-lo e sepultar ou cremar seu corpo.
O Palácio dos Bandeirantes, às 23h 15min de ontem, soltou esta nota oficial:
“O governo de São Paulo informa com imenso pesar que Thomaz Rodrigues Alckmin, o caçula dos três filhos do governador Geraldo Alckmin e de dona Lu Alckmin, é uma das cinco vítimas da queda do helicóptero EC 155 ocorrida na Grande São Paulo na tarde desta quinta-feira. Thomaz tinha 31 anos e era piloto profissional de aeronave. Ele deixa esposa, Taís, duas filhas, Isabela e Júlia, e os irmãos Sophia e Geraldo Alckmin Neto. Sob o impacto dessa tragédia, a família Alckmin, inconsolável, agradece as manifestações de pesar e carinho e busca conforto na fé que sempre a alimentou. Seus pensamentos e preces se estendem às famílias das outras vítimas”.
Rotina aérea
O helicóptero que caiu pertencia à empresa Seripatri Participações, empresa de investimentos de José Seripieri Filho, fundador e principal acionista da Qualicorp, que administra planos de saúde coletivos.
Era um modelo EC 155 B1, fabricado pela Eurocopter France, prefixo PPLLS, segundo registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Ainda não se sabe se Thomaz Alckmin, que era piloto profissional, estava sob comando da aeronave que caiu, matando também o experiente piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53 anos, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, de 42, Erick Martinho, de 36, e Leandro Souza, de 34.
Em tempo: Semana passada, já tinha vazado no noticiário que José Seripieri Filho costuma emprestar seu jatinho e outras aeronaves para os deslocamentos de Luiz Inácio Lula da Silva.
(...)

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