DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
29 DE MARÇO DE 2015
O novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, ex-funcionário do governo Lula entre 2004 e 2008, costuma criticar asperamente o PMDB e seus principais líderes. Durante palestra gravada em vídeo, quando se refere aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, afirma: “pelo visto não têm preocupação maior com o País” e lembra que ambos “são acusados de fatos de corrupção grave”.
Para o novo ministro, entre os três da linha de sucessão (o vice Michel Temer, Cunha e Renan) o “único na esfera civilizada é Temer”.
Renato Janine Ribeiro diz que o PT “era o partido da ética” e concluiu que o partido de Dilma “relaxou no combate à corrupção.”
Para o novo ministro da Educação, no mesmo vídeo, “a presidente não é a mais fácil do mundo em termos de gestão, direção etc.”
No auge da irritação por não ter sido consultado sobre a demissão do ministro Vinícius Lages (Turismo), por ele indicado, para ser substituído pelo ex-deputado Henrique Alves, o presidente do Senado, Renan Calheiros, ficou furioso ao receber por telefone a oferta de Dilma para compensá-lo: indicar o presidente da Conab, empresa pública de abastecimento de alimentos, ligada ao Ministério da Agricultura.
Alguns dos principais comandantes do PMDB combinaram passar a Semana Santa em Portugal, acertando ponteiros: Renan Calheiros e Eduardo Cunha, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, e o ex-presidente José Sarney. Viajam quinta (02) no jato particular de um deles.
Emissários fazem gestões na CPI do HSBC para evitar a convocação de três senhoras da família Queiroz, donas de empresas de mídia em Fortaleza. Juntas, somavam US$ 83,9 milhões na conta nº 5940 CE do HSBC na Suíça. Não está claro se eram declarados à Receita Federal.
Ganhou o apelido de “PEC Barrichello”, em homenagem à lerdeza do nosso piloto, a proposta de emenda que fixa prazo para Dilma indicar membros do Supremo Tribunal Federal, do STJ e dos TRFs.
No dia internacional do circo, o impostômetro bateu a marca de R$ 450 bilhões. Com a grana arrecadada em tributos seria possível construir e equipar quase 33 milhões de salas de aula.
Em reportagem sobre a fragilidade das democracias latinas, a revista britânica The Economist atribui a corrupção na Petrobras à “ganância voraz do PT e aliados”.

NO O ANTAGONISTA
O Nordeste tem de derrubar Dilma
Brasil 29.03.15 06:53
O PT está perdendo o Nordeste.
Segundo o Datafolha, 55% dos nordestinos consideram Dilma Rousseff ruim ou péssima. Em outubro do ano passado, quando ela foi reeleita, sobretudo com o voto no Nordeste, eles eram apenas 11%.
A impopularidade galopante de Dilma Rousseff está ligada à crise econômica. E vai piorar.
José Márcio Camargo, entrevistado pela Folha de S. Paulo, disse que, "por ser muito dependente de obras do governo federal e de políticas assistencialistas, o Nordeste tende a sofrer mais agora com a inflação e corte de gastos estatais. O fato deve levar a uma queda forte no consumo regional".
A Folha de S. Paulo publicou alguns dados sobre a crise:
- A fábrica da montadora chinesa JAC Motors, que teve sua pedra fundamental lançada há mais de dois anos, ficou só na terraplanagem.
- Grandes obras de infraestrutura como a transposição do rio São Francisco, a ferrovia Oeste-Leste e o estaleiro Enseada do Paraguaçu, no recôncavo baiano, agora demitem. Neste último, sociedade entre Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki, foram mais de 5.000 cortes em seis meses.
- Em 2014, o Nordeste concentrou 30% das demissões na construção civil, setor que cortou 106 mil vagas no país. O recuo de 3,4% na média nacional foi menor que o de 4,6% na região nordestina. Segundo o sindicato dos trabalhadores, restaram apenas 120 funcionários atuando na área industrial.
Outro entrevistado pela Folha de S. Paulo, Leôncio Martins Rodrigues, disse que "boa parte da popularidade de Lula e de Dilma no Nordeste estava lastreada em políticas assistencialistas que não formaram as bases para um crescimento sustentável na região".
Os nordestinos elegeram Dilma Rousseff, agora precisam ajudar o resto do Brasil a derrubá-la.
Aracaju, no dia 15, do nosso leitor Antônio Rocha

Joaquim Levy está fora do contexto
Economia 29.03.15 06:02
Joaquim Levy disse que Dilma Rousseff é complicada e ineficiente. O Estadão, hoje, responde com uma matéria simples e eficiente sobre as medidas propostas por Joaquim Levy.
Segundos os cálculos do economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, 85% do ajuste fiscal prometido por Joaquim Levy devem sair do bolso dos contribuintes, através de impostos, e apenas 15% devem corresponder a cortes de gastos, "basicamente despesas de custeio, como cafezinho e xerox".
Mansueto Almeida, porém, diz que Joaquim Levy está subestimando o aumento dos gastos do governo e superestimando as receitas:
"Para fechar a meta, o governo terá de fazer um corte brutal de investimentos ou elevar a carga tributária, punindo o já precário crescimento".
Joaquim Levy soltou uma nota para dizer que sua frase sobre a incompetência de Dilma Rousseff foi tirada do contexto. Na verdade, quem está fora do contexto é o próprio Joaquim Levy.

A medida do absurdo
Brasil 28.03.15 22:24
Em 31 de março, data escolhida a dedo para chamar de "golpistas" quem os quer fora do poder, os petistas e os seus figurantes pagos a 50 reais por cabeça, mais transporte e lanche, sairão às ruas para protestar contra a corrupção.
Protesto do PT contra a corrupção é como:
a) Protesto da Al Qaeda contra os atentados no Ocidente
b) Protesto do governo russo contra a homofobia
c) Protesto do governo chinês contra a opressão à democracia em Hong Kong
d) Protesto do Hamas contra os ataques a Israel
e) Protesto do diabo contra a existência do Mal.

NO BLOG DO CORONEL
DOMINGO, 29 DE MARÇO DE 2015
(Folha) O forte aumento da rejeição ao governo Dilma Rousseff no Nordeste ocorre no mesmo momento de uma perda importante do dinamismo na região, que chegou a crescer a velocidades "chinesas" ao longo da década passada. Segundo o Datafolha, o índice de ruim/péssimo de Dilma saltou de 11% para 55% de outubro a março no Nordeste. O período coincidiu com a disparada da inflação medida regionalmente e com a primeira queda em vários anos do saldo líquido de empregos formais na região (veja quadro à pág. B3). 
Embora ainda conserve desempenho superior à média nacional, a atividade no Nordeste vem convergindo para o baixo ritmo do resto do país. A região também perde terreno em áreas intensivas em mão de obra, como a construção civil. Alguns grupos regionais já reveem abruptamente suas expectativas. 
Em 2014, o Nordeste concentrou 30% das demissões na construção civil, setor que cortou 106 mil vagas no país. O recuo de 3,4% na média nacional foi menor que o de 4,6% na região nordestina. Cortes nas verbas e nos pagamentos de obras de infraestrutura e do Minha Casa Minha Vida são alguns dos principais motivos para o aumento das demissões na região, avalia Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre. 
Diante do novo cenário, um dos principais grupos do setor de material de limpeza do Norte e Nordeste, o Raymundo da Fonte -- detentor da popular marca Brilux --, readequou sua projeção de crescimento para 2015, de 12% para 5%. "Há uma acomodação do mercado e queda no consumo. Se conseguirmos manter o ritmo de produção e não demitir, já vai ser muito bom", diz o diretor comercial do grupo, Romero Longman. 
"As pessoas colocaram o pé no freio, comprando em quantidade menor e buscando marcas mais baratas", afirma Teobaldo Costa, presidente da Associação Baiana de Supermercados e dono do grupo Atakarejo, o maior do segmento na Bahia. Segundo o Datafolha, o Nordeste concentra a maior proporção de eleitores que votaram em Dilma em outubro e que agora consideram seu governo ruim/péssimo: 24% estão "frustrados", ante a média nacional de 16%. 
"A rejeição maior vem da frustração com a economia, do medo do desemprego e da percepção da inflação fora do controle. Tudo temperado pelos escândalos de corrupção", afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:44:00


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
29/03/2015 às 0:48 \ Opinião
“Em 2010, o presidente Lula surfava na popularidade e achava-se insuperável. Tanto que escolheu um poste para lhe suceder — a chefe da Casa Civil Dilma Rousseff. Com os principais nomes do PT envolvidos no escândalo do mensalão, a escolha de Dilma parecia um golpe de mestre. Ela, que nunca tinha concorrido a uma eleição, podia apresentar-se sem mácula ao eleitorado. E, principalmente, ao criar uma candidata sem sustentação política própria, Lula seria seu esteio — e poderia continuar dando as ordens.


NO BLOG DO JOSIAS
Valentia do PMDB torna oposição coadjuvante
Josias de Souza - 29/03/2015 05:13
Ou o PSDB e seus satélites têm uma estratégia capaz de superar o antagonismo de resultados do PMDB ou a oposição condenou-se ao papel de coadjuvante num enredo estrelado pelos investigados Renan Calheiros e Eduardo Cunha. Hoje, a dupla comanda a tática de fazer Dilma Rousseff “sangrar” pelo tempo que for conveniente.
No momento, se a presidente da República fosse intimada a optar entre os peemedebistas que presidem as duas Casas do Congresso e o líder da oposição brasileira, daria uma resposta fulminante: “Vida longa a Aécio Neves!” E, com isso, ficaria claro que, para Dilma, o aliado da onça é a grande preocupação. O resto virou paisagem.
Aécio até que se esforça. Há dois dias, discursando em Lima, no Peru, chamou de “rudimentar” o pacote fiscal do governo. Mas, como Dilma tomou-lhe de assalto parte da agenda, o rival tucano por vezes parece rodopiar na entrada da grande área como um zagueiro hesitante, que entra de sola pedindo desculpas:
“Joaquim Levy certamente é um homem que comunga de algumas das nossas ideias”, disse Aécio na capital peruana. “É um técnico extremamente competente, mas está longe de ter a autonomia necessária para fazer a reforma estruturante que o Brasil precisa.”
Simultaneamente, Renan e Cunha, cavalgando a aprovação mixuruca de Dilma — na casa dos 13%, segundo o Datafolha — devam de ombros para a pregação da presidente segundo a qual não há dinheiro em caixa para tirar do papel a lei que renegociou em bases generosas as dívidas de Estados e municípios com a União.
Escorados na ira de governadores e prefeitos endividados, Cunha aprovaria na Câmara, horas depois do chororô de Dilma, um projeto cujo único propósito é o de obrigar o governo a efetivar em 30 dias a renegociação das dívidas estaduais e municipais. A encrenca foi enviada para o Senado. Seria aprovado, também ali, na velocidade de um raio. Porém…
Atendendo às súplicas de um Levy autoconvertido em articulador político de um governo desarticulado, Renan, o magnânimo, adiou para terça-feira a nova humilhação que o PMDB pretende fazer Dilma passar. “De onde eu vou tirar R$ 3 bilhões”, indagou o ministro da Fazenda ao presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o petista Delcídio Amaral. A cifra refere-se ao custo anual para o Tesouro do refresco que será servido aos governos estaduais e municipais.
Renan e Cunha levam sobre Aécio uma vantagem inestimável. Eles são os donos da pauta dos plenários do Senado e da Câmara. Calibram os temas a serem votados segundo os seus interesses tóxicos. O oposicionismo de ambos cresce na proporção direta do avanço das investigações do petrolão.
Assim, enquanto as manchetes estiverem monopolizadas pela hemorragia presidencial, a agenda do país vai sendo administrada por um par de anti-mocinhos. Ao perceber que Cunha roubava-lhe centímetros de noticiário, Renan converteu-se num oposicionista de fazer inveja a Luciana Genro, do PSOL.
Juntos, Renan e Cunha capricham na coreografia. Admita-se que falam sério quando defendem, por exemplo, a lipoaspiração da Esplanada, emagrecendo-a de 39 pastas para apenas 20. De saída, o PMDB poderia devolver os seis ministérios que ocupa. Alguns deles, por cenográficos, ficariam de bom tamanho se fossem convertidos em secretarias de outras pastas: o da Aviação e o dos Portos no organograma dos Transportes. O da Pesca na Agricultura. O do Turismo como apêndice da Integração Nacional ou do Desenvolvimento Econômico…
Suprema ironia: cada vez que Renan morde Dilma como cachorro louco há vergonha e remorso na alma de ilustres ocupantes de gabinetes do Palácio do Planalto, que precisam explicar por que pegaram em lanças para reelegê-lo presidente do Senado em fevereiro.
Não foi por falta de informação. O petrolão já havia sido empurrado para o colo de Renan. Tampouco foi por falta de alternativa. O senador catarinense Luiz Henrique, também do majoritário PMDB, ofereceu-se como opção viável. O triunfo de Renan teve muitos cúmplices voluntários ou disfarçados. Os votos decisivos à sua eleição vieram do petismo e adjacências. Com as bênçãos de Dilma e de Lula.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Domingo, 29 de março de 2015
Pauta para mudar o Brasil para melhor

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Falando sério, piadistas de plantão resumem qual a situação jurídica de Luiz Inácio Lula da Silva, caso se confirmem informações de que próximas fases da Operação Lava Jato vão convocá-lo para depoimentos na Justiça Federal: "Orifício circular corrugado, localizado na parte íntero-lombar da região glútea de um indivíduo em alto grau etílico, que deixa de estar em consonância com os ditames referentes ao direito individual de propriedade". A tradução popular deste jocoso laudo é impublicável... Quem tem... Tem medo... O dono que cuide do seu...
Desgoverno e governantes que viram piada merecem tratamento de choque seriíssimo. Inclusive médico. E isto não é suposição para quem precisa de supositório. O recente mal estar, de pressão subindo, do comissário José Dirceu de Oliveira e Silva, em prisão domiciliar pelo Mensalão, pode ser um aviso, psicossomático, de que as coisas vão muito mal (e podem piorar) para a cúpula petista. Na avaliação de quem entende do pensamento do comissariado do Partido dos Trabalhadores, caso venha a ser envolvido na Lava Jato, por causa das denúncias de pagamentos irregulares feitos por empreiteiras a sua JD Consultoria, Dirceu pode ficar pt da vida e atirar outros chefões do partido no ventilador.
Quem está realmente pt da vida é a maioria do povo brasileiro. Só quem mama nas tetas estatais, se comporta como seguidor fanático do partido-seita no poder ou é um imbecil completamente qualificado consegue suportar a atual conjuntura de incompetência, carestia, inflação, confisco salarial via tributação, desperdício de dinheiro público, politicagem e corrupção institucionalizada. Estes são os motivos que levam milhões de brasileiros a protestar nas redes sociais e nas ruas. A maioria quer mudanças. Só falta um foco mais preciso naquilo que efetivamente precisa ser mudado: o falido modelo estatal capimunista no Brasil.
O Brasil vive um momento histórico único. A pressão por mudanças efetivas tende a se tornar politicamente hegemônica. Basta que a Elite Moral saia da falsa zona de conforto e popularize uma pauta efetiva para as coisas mudarem para melhor. O processo é complicado, porque ainda não conta com o respaldo real e efetivo da classe política - há muito tempo bastante desqualificada para o trato da coisa pública. Por isso, já passou da hora de o Brasil proclamar aquela República que o golpe militar de 15 de novembro de 1889 contra o Império do Brasil não conseguiu efetivamente implantar. O Federalismo de verdade é uma necessidade básica.
A nova lógica estatal, a ser defendida por uma Elite Moral comprometida com mudanças efetivas, precisa ser bem simples. O Estado precisa servir à sociedade, e não se servir dela, de forma incompetente e criminosa. Há cinco reformas necessárias para mudar nosso modelo estatal, diminuir o custo do Brasil e devolver a competitividade e o respeito internacional ao Brasil: a política, a administrativa, a trabalhista, a previdenciária e a do Judiciário. Este é o anseio imediato de quem encontra cada vez mais dificuldade para fazer compras, pagar as contas obrigatórias do mês ou quitar empréstimos a juros absurdos cobrados por bancos e cartões de crédito.
Atualmente, o setor público brasileiro é uma caixa preta. Escancará-la é fundamental. Sem isso, fica impossível destinar mais recursos para Educação, Saúde, Segurança, Infraestrutura e etc. O dinheiro aplicado vai para o lixo! Ou melhor, para as contas dos ladrões tupiniquins, que o lavam, no Exterior, e mandam de volta, na forma de pretensos “investimentos estrangeiros diretos” que aplicam na bolsa, na fusão e aquisição de empresas e na compra de imóveis ou em outras tantas formas de lavar dinheiro. Corrupção é a regra. Honestidade, a exceção.
É urgente rever o sistema tributário escorchante - que hoje é fonte inesgotável de corrupção institucionalizada. Vide as prisões de diversas máfias de fiscais. Ninguém suporta mais 92 tributos, taxas e contribuições, junto com dezenas de milhares de instruções normativas. O regramento excessivo só contribui para o esquema de criação de dificuldades para os corruptos venderam facilidades. Mensalões, petrolões, receitões e afins são frutos de uma relação criminosamente organizada entre servidores da máquina estatal, políticos desonestos e empresários forçados (ou não) a entrar no jogo da corrupção. 
A ideia do “Imposto Justo”, cobrado de uma única vez, de forma transparente, visível na nota fiscal, é a mais viável. A maioria dos demais impostos pode ser abolida se a máquina pública gastar, desperdiçar e roubar menos. A nova política de tributos precisa vir acompanhada de um sistema que torne pública e transparente, via internet, a execução do orçamento e da contabilidade pública. Para isso, novamente, é preciso reatar o pacto federativo, com base no tal princípio da "subsidiariedade". Tradução: União, Estados e Municípios têm de redistribuir suas responsabilidades, deveres e direitos.
Neste linha de mudanças reais, o Brasil precisa resolver alguns problemas prioritários: acabar com a reeleição; tornar o voto facultativo (e não obrigatório); permitir a auditoria e recontagem do voto, impresso, no sistema eletrônico; aceitar candidaturas avulsas para cargos majoritários, independentemente dos partidos; abolir o imposto sindical, tornando livre a contribuição associativa; acabar com a “profissão” de político, reduzindo ao mínimo a remuneração do representante legislativo. Reduzir o número de partidos, através de critérios de competitividade eleitoral. O eleitor decidiria, em plebiscito, quais partidos devem continuar existindo.
O Banco Central do Brasil tem de ser o guardião da política monetária e o fiscalizador dos bancos, que precisam passar por uma revolução no Brasil. Em vez de sócios que lucram com a rolagem da impagável dívida pública, os bancos deveriam se preparar para funcionar como bancos de verdade: instituições que emprestam seu próprio dinheiro, obedecendo a taxas de juros compatíveis com a realidade, e não a usura praticada no Brasil.
Cooperativas de crédito, focadas em projetos empreendedores e produtivos, já respondem por 5% do PIB brasileiro. Se esta modalidade crescer, o mercado muda de feição: passa a ser mais produtivo, e menos especulativo, meramente rentista. O modelo poderia gerir um sistema de previdência privada realmente público. Tudo pode ser otimizado com a simplificação da legislação trabalhista - hoje absolutamente retrógrada. O modelo cooperativista, quando praticado honestamente, dá resultados de harmonia nas relações entre capital e trabalho.
Também precisa ser revisto o papel das agências reguladoras, criadas na Era FHC, que hoje funcionam mais como cartórios que atrapalham a livre iniciativa, sem regular o mercado. Aliás, o Brasil tem de se desburocratizar. Romper com os “cartorialismos” é fundamental. Nesta área somos a eterna vanguarda do atraso. Mexer nos variados cartéis e cartórios é urgente. Representantes escolhidos pelo voto da sociedade devem exercer o controle externo sobre as instituições.
Devemos aproveitar o "consenso" popular de que é preciso acabar com a corrupção, que a maioria agora condena abertamente, mesmo sem olhar criticamente para o próprio umbigo e consciência. Só é necessário ficar bem claro que a corrupção não é causa dos nossos problemas - mas sim consequência dos defeitos e vícios históricos de nosso sistema cultural e estatal. Estado ladrão socializa o roubo. Por isso, o jeito é reeducar o bandido radicalmente. Como o marginal é um ente abstrato, o foco objetivo é aprimorar as instituições, com regras simples, transparência e valorização da eficácia, efetividade e eficiência com as coisas públicas, sob controle da sociedade.
Nesse momento, o sistema Judiciário precisa se reinventar ou ser reinventado para que ocorra Justiça. As mudanças passam por um redesenho estrutural da Polícia Judiciária e do Ministério Público, no âmbito federal e estadual. É preciso ficar claro quem tem o dever de investigar e oferecer denúncia, para a magistratura julgar, com base em uma legislação enxuta a ser promulgada ou (por que não?) outorgada. Grandes questões judiciais polêmicas devem ser julgadas em colegiados, formados já na primeira instância, que precisa ser valorizada. Decisões devem ser mais ágeis. Recursos devem existir, mas não no formato atual: infindáveis geram impunidade. Punições, com multas, prestações alternativas de penas ou condenações à prisão (em regime fechado ou semi-aberto) devem ser cumpridas exemplarmente. 
Aí entra a função pressionadora da Elite Moral. O cidadão-eleitor-contribuinte esclarecido e honesto precisa se associar a outros que pensem da mesma forma, para forçar os poderes executivo, legislativo e judiciário a implantarem tais mudanças estruturais. Remendos conjunturais, com reformas de mentirinha, nada solucionam o Brasil. As verdadeiras mudanças dependem de uma pauta objetiva. A voz rouca das ruas precisa gritar cada ponto a ser mudado. Quando a maioria esmagadora tiver plena consciência do que precisa ser alterado urgentemente, as coisas boas acontecerão, naturalmente.
No Brasil, políticos, empresários e cidadãos costumam comportar de forma cômoda, egocêntrica, vaidosa e intransigente na hora de resolver problemas. Imitamos a bela Jacqueline - esposa do falecido John Kennedy, durante a famosa crise dos mísseis, na década de 60. Ela não se conformou porque o presidente dos EUA foi obrigado a ficar 13 dias trancado em discussões com seu gabinete de crise, para que uma guerra nuclear com a União Soviética não fosse deflagrada. Nestes dias, enquanto a humanidade estava em risco, a beldade Jackie exigiu que Kennedy participasse como astro principal de uma festinha para as amigas, a fim de descontrair... O maridão não pode ir... Jackie ficou magoada para sempre... O factóide entrou para a História...
Não existe mais espaço para a "Síndrome de Jackie". Não temos tempo para frescuras e vontades meramente egoístas ou corporativistas na hora de solucionar problemas estruturais. Agir corretamente, com base na lei, na ordem e na ética, é mais que preciso. A regra da História é bem clara. O destino de uma Nação só muda por pressão legítima das forças organizadas da sociedade. Tudo acontece sempre que prevalece o foco hegemônico em soluções práticas e viáveis. Sem foco, nada muda ou, na pior hipótese, se remenda...
O Brasil chega a um momento de perigoso impasse institucional. A maioria pressiona por mudanças. Mas continua refém de uma minoria que aparelhou a máquina estatal para manter o poder por longo tempo, de preferência, locupletando-se. A tensão entre quem deseja mudanças e os que não as querem pode descambar em conflitos violentos. Os três poderes batem cabeça. Cada um joga a favor de si. O clima é de radicalismo e intolerância política. Quem está no poder não deseja largar o osso facilmente. Alguns mais catastróficos já falam até em risco concreto de guerra civil...
Algumas questões se impõem: Quem exercerá o poder moderador desta batalha? Como vai se comportar a moderação do conflito? Se houver uma ruptura institucional, o poder moderador vai funcionar ou, fragilizado, será tragado pelos grupos radicais "em guerra"?
Ou será que tudo continuará como dantes no Quartel do Abrantes, porque a síndrome de Jackie falará mais alto, invertendo as prioridades e postergando-as, como de costume, até que alguma manobra conciliatória mantenha algum grupo sobrevivente no poder? 
Ainda sem respostas concretas para o imponderável, é melhor ter fé na vontade por mudanças. Eu, particularmente, não quero tomar chazinho com as amigas da Jackie, enquanto o Brasil explode ou implode... E você, o que deseja?
Motivo de piada
Circula na internet, mais uma sacanagem contra o Presidentro $talinácio:
O grande líder em decadência teria proclamado a um repórter:
- No PT não há desonestos!
Instigado pelo corajoso jornalista se teria coragem de escrever o que tinha afirmado, o gênio pegou a caneta e sapecou:
"No PT não há dez Honestos"!
(...)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA